Interativa - Enquanto As Estrelas Brilharem escrita por Allyssa aka Nard


Capítulo 44
Alto Mar - Parte VII


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ♥



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P.O.V Viren

 

A tempestade se aproximava cada vez mais no horizonte, com suas nuvens cinza ameaçadoras e sus raios brancos destrutivos. Meu corpo ainda estava muito dolorido em todos os lugares possíveis, mas com certeza eu estava melhor do que eu estava alguns dias atrás, no labirinto. Eu já conseguia fazer movimentos bruscos e ficar em pé, além de sentir menos dores a cada minuto. Eu estava confuso no canto do bote, enquanto Aylee berrava ordens. Eu não entendia nada do que estava acontecendo, e finalmente voltei a realidade quando um pingo d’água bateu no meu nariz.

Em menos de um minuto, o singular pingo se tornou um torrente constante de água, que parecia cair infinitamente do céu. Aylee amarrou as cinturas de todos ao barco, para nenhum de nós ser levado pela corrente, enquanto uma onda enorme se levantava no horizonte, que já não era possível ver. O barco tremeu, e me segurei na lateral como se fosse a última coisa que eu fosse segurar na vida. O barco subiu a onda, para logo depois de alcançar a crista, cair com tudo os vários metros que subiu. Quase fui arremessado para fora do barco com o impacto, e a queda fez uma grande quantidade de água entrar no barco. Peguei um dos dois baldes que estavam no chão e peguei a água de dentro do barco com ele.

Quando eu o arremessei para fora, foi contra o vento, então todo o conteúdo voltou na minha cara. Eu estava ficando muito encharcado, e a chuva era muito fria. Peguei outra baldada, e joguei para o lado certo do barco, e uma onda se quebrou na nossa frente, me derrubando no chão. Mais pingos caíram no meu rosto, dificultando minha visão, mas continuei jogando água para fora do barco. Tropecei pelo menos umas cinco vezes a cada sete baldadas, mas não me importava, eu não iria desistir. Mal prestei atenção para o que os outros estavam fazendo, nem mesmo para as ordens dadas aos berros por Aylee, para mim a única coisa era tirar água do bote. 

Mais água invadiu a embarcação, enquanto um alto trovão se fez presente. Eu ainda não estava em condições de controlar a tempestade, por mais que fosse meu primeiro instinto. Do jeito que eu estava, era mais provável que eu jogasse um raio em cima de nós do que eu dissipasse a tempestade. Tirei mais cinco baldadas em meio ao caos que estava o bote, enquanto mais água vinha, parecendo ser infinitas.

Os poucos minutos que se passaram durante a tempestade pareceram horas, e quando o sol finalmente se mostrou. Eu estava exausto de tanto jogar água para fora do bote, então simplesmente tirei meu apoio dos pés e deixei meu corpo cair no chão do bote. Por ser inflável, o bote foi surpreendentemente macio de se deitar, e vi que não fui o único a fazer isso. A tempestade tirou toda e qualquer vontade que eu tinha de fazer força, e eu só queria ficar deitado para o resto dos meus dias naquele bote.

Depois de sabe-se lá quanto tempo após a tempestade, finalmente decidi mover um átomo do meu corpo, e me levantei. Eu ainda estava meio tonto de ter de jogar os baldes de um lado ao outro, mas consegui ficar em pé, vendo que os únicos que também estavam assim eram Aylee e Eve. Nick estava ajoelhado na ponta esquerda do bote, afiando sua espada, e Aurora estava ajoelhada cuidando de Maggie no fundo do bote. Eu nem conseguia imaginar a dor que ela deveria estar sentindo, com o sal da água batendo em sua perna, mais as tremedeiras da tempestade.

“Alguma idéia de onde a gente foi parar depois dessa tempestade?”, perguntei para Aylee, que checava as mochilas para ver se nada estava encharcado. Surpreendentemente, os plásticos realmente funcionaram, e a grande parte de nossas coisas estavam apenas um pouco molhadas, com exceção das roupas, que estavam apoiadas na lateral direita, para secar ao sol. “Não sei”, respondeu, enquanto enrolava o cabelo, claramente pensando em algo. “A bússola sumiu na tempestade, então eu não faço a mínima idéia de onde a gente tá. Claro, dá pra usar o sol, mas eu não sei se tá de manhã ou de noite, e um dos remos partiu em dois. Um barulho agudo veio do afiador de Nick quando ela mencionou o remo, e não soube dizer se foi proposital ou não.

Dei um suspiro, e tive uma vontade enorme de berrar ao vento, mas obviamente não o fiz. Tive um dejá-vu ao ver um navio se aproximar ao longe. Quase imaginei que eram os ciclopes novamente, mas era claramente uma navegação diferente. A começar pelo fato que era um barco pesqueiro, e não uma lancha. A cor também era diferente, era um branco sujo ao invés de vermelho, e era substancialmente mais lento em velocidade. Olhei para o balde amassado que eu usei e o remo quebrado, ambos no chão e tive um idéia. Segurei um em cada mão, e comecei a bater um no outro, para fazer barulho, para chamar a atenção do barco.

Aylee entendeu rapidamente o que eu estava fazendo, e usou a lâmina de sua lança para refletir o sol, provavelmente fazendo o sinal de SOS em código morse. O barco começou a se aproximar, e fiz um agradecimento silencioso aos Deuses, até mesmo ao desgraçado do Zeus. A embarcação se aproximou, e percebi o quão enorme ele era. Parecia uma parede cobrindo o sol, cada vez mais perto. Do enorme casco de metal e madeira, veio uma escada de corda do topo. Ofereci para Maggie subir primeiro, e Aurora a ajudou a subir. Aylee e Nick foram logo após, seguidos por Eve, e subi por úiltimo, com um pouco de esforço, já que eu não tinha pernas.

Quando saí, dei de cara com uma mulher de meia-idade, com cabelos grisalhos e um rosto enrugado. Ela tinha olhos azuis acinzentados, além de uma estatura física muito boa para sua idade, em contraste com o velho do restaurante do posto. Vestia uma enorme casaca de marinheiro, cobrindo totalmente suas costas, e parcialmente a frente, onde ela tinha um camisa engordurada preta. “Faz tempo que eu não vejo um naga…”, ela disse, me pegando desprevenido. “V-você sabe o que eu sou? Tu consegue me ver?”, perguntei, ainda confuso. “Óbvio que sim. Vocês não são os únicos semideuses à toa pelo mundo”, respondeu, pegando todos de surpresa. “Ah sim, eu sei. Afrodite, Zeus, Hefesto, Ares, Atena e Afrodite de novo”, disse, lendo nossas expressões chocadas, e apontando a nós na ordem em que falou. “Os sinais nunca mentem”, concluiu, falando mais para si mesma do que para nós.

“Senhora, nós estamos em uma situação muito apertada. Será que por acaso você poderia nos ajudar?”, perguntou Aurora, escolhendo cuidadosamente suas palavras. “Sobre a maldita da Empusa e a baderna no Everest? Sim, sim, eu sei. Quíron falou para eu ficar de olho em vocês caso vocês tivessem problemas. Confesso que seus jet-skis atrapalharam um pouco, mas quem sou eu para reclamar, não é? Sim, sim, vou ajudar vocês a chegar no continente. Bom, vocês estão destruídos, entrem, entrem, vocês precisam comer. Claro, claro, comida de verdade”, continou, parcialmente monologando e parcialmente falando conosco. Íamos começar a seguí-la, quando ela se virou inesperadamente em nossa direção. “E sem essa baboseira de ‘senhora’, isso é muito formal. Por favor, me chamem de Hipólita”




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Notas finais do capítulo

Eu não sei as minúncias e detalhes da Hipólita na mitologia, confesso que eu só pesquisei "semideuses gregos" e peguei ela meio no aleatório. Se ela tá morta ou em algum outro lugar na mitologia, foi mal, eu peguei a liberdade criativa de mudar um pouco(ou bastante) a personagem.
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