Interativa - Enquanto As Estrelas Brilharem escrita por Allyssa aka Nard


Capítulo 34
Black Cat


Notas iniciais do capítulo

A mina fala que tá sem inspiração e posta 2 capítulos no mesmo dia... Enfim a hipocrisia
Espero que gostem ♥



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P.O.V Nard

 

Voltei para a enfermaria apenas para encontrar Hanna afogada em lágrimas, com o rosto nos joelhos. Vi o lençol dobrado ao lado da cama, e logo entendi tudo, me deixando sem ar por alguns segundos. Eu tinha vontade de dar uma “bronca” enorme nela, mas eu sabia que pela situação, isso só iria atrapalhar. Cheguei perto da cama, e ela nem pareceu perceber minha existência, como se o mundo dela fosse formado apenas pelo pequeno vão entre seu rosto e seus joelhos.

“Shhh… Eu tô aqui, eu tô aqui…”, eu disse, a abraçando, o que me fez começar a chorar também. “Vai ficar tudo bem, eu tô aqui big sis”, continuei, em meio as lágrimas. Ela tirou os braços das pernas e devolveu o abraço, e apertei ainda mais o gesto. “D-De-Desculpa”, ela disse, enquanto tremia. “Relaxa… A culpa não foi sua… Calma…”. 

Depois de arrastados minutos, finalmente nos separamos, e algumas lágrimas ainda caiam. Esfreguei as costas da minha mão no meu olho e me levantei, pegando um pouco de ambrosia para ela. “Eu sei que não é um problema externo… Mas deve ajudar um pouco”, eu disse, fungando um pouco. Ela murmurou um agradecimento, envergonhada, e colocou o bolinho inteiro na boca. “Paçoca”, dissemos ambos ao mesmo tempo, lembrando do nosso “amor” pelo doce. O humor dela pareceu um pouco melhor, mas eu sabia mais do que tudo, que as dores internas demoram pra cicatrizar. 

Hernold entrou correndo, com o rosto molhado do que poderia ser suor ou chuva. Ou ambos. “Nard! Problemas... “, disse, ofegante. “Agora?”, perguntei, não querendo sair do lado de Hanna nem que fosse por um milissegundo. “É u Gray. Elu sumiu, logo depois de eu ter deixado elu no campo de treino”, falou, com uma certa culpa na voz. “CÊ TÁ DE SACANAGEM?!”, respondi, ainda em choque. Mesmo com tudo que eu u ensinei, Gray ainda era pré-adolescente, e não saberia se defender sozinhu. Tive vontade de bater minha cabeça em uma parede repetidamente, por ter sido tão estúpido ao ponto de não avisá-lu. “Cadê a Sophie? Preciso de um localizador”, perguntei, pensando rápido.

Hernold me encarou por alguns segundos, claramente havia algo que elan estava com medo de me falar. “Não é um bom momento pra te falar, mas.... Ela sumiu. Junto com o Hayato, o Zed e mais uns 4 campistas. As coisas tão escalando rápido demais”, disse expirando, como se estivesse prendendo a respiração por vários segundos. “Puta que pariu!”, murmurei para mim mesmo, embora eu tinha certeza que elan ouviu meu protesto raivoso. “A chuva parou, então deve ter rastros deles na lama”, elan sugeriu, o que fazia muito sentido.

“Eles não vão cair no mesmo erro depois da ferraria”, disse Hanna, me dando um pequeno susto. Hernold deu de ombros, e tentei não imaginar o que elu poderia estaria sofrendo agora. Só os Deuses para saber que tipo de jogo perverso de tortura estariam fazendo com Gray. De uma certa forma, Alan estava parcialmente certo: os Deuses ERAM um bando de cuzões. Ao me lembrar disso, pensei em Eve, que devia estar passando por mil e um perigos na missão. Eu ainda me lembrava dos lábios dele nos meus, embora a memória parecesse cada vez mais distante, como se estivessem apagando o VHS. 

A culpa era minha e eu sabia; e agora Gray pagava o preço. Óbvio que eu devia ter falado para todo mundo o que tinha acontecido, e o que eu fiz? Fiquei tomando remédios igual um idiota, ao invés de falar com alguém, qualquer um. Eu não devia ter tomado tantos remédios, uma dor de cabeça estava começando a se esgueirar em mim. Não estava ruim, mas eu sabia que ela poderia piorar, e muito. Hanna pareceu perceber minha auto-miséria, porque ela colocou a mão no meu ombro logo depois.

Eu e Hanna praticamente nos carregamos indo em direção ao refeitório. Eu estava faminto, depois de toda a luta e estresse que eu passei pelos últimos minutos. Peguei ovos, carne e frango, enquanto Hanna preferiu pegar arroz, batatas e tomates. Embora eu caçoasse vez ou outra o fato de ela ser vegana, eu completamente entendia sua escolha. Comemos em silêncio, enquanto alguns Campistas passavam, provavelmente estranhando o fato que nossos rostos estavam vermelhos de choro, e eu continuava engolindo os pedaços de carne.

Eu havia terminado, e Hanna ainda comia os últimos pedaços de tomate do prato, quando senti algo roçando na minha perna. Olhei para baixo e vi Lilith, a gata preta de Raven, indo e voltando na minha perna. Por mais que eu odiasse Raven com todos os ossos do meu corpo, era impossível nutrir ódio para a felina que ela tinha. “Deve ser ruim quando sua dona vira uma sequestradora”, eu disse, acariciando suas costas. Ela moveu a cabeça, como se questionasse a fala. Ela lambia os restos de água na minha mão, e não consegui evitar um sorriso besta.

Hanna acabou sorrindo depois, mesmo que por um breve segundo. Terminou de comer, e Lilith foi em direção a ela, pulando em seu colo. Dessa vez, ela não conseguiu evitar o sorriso, e acariciou o rosto de Lilith, que ronronou afetivamente. A gata preta parecia ser uma última esperança para Hanna, como uma luz no fim do túnel. “Lembra quando a gente tentou roubar morangos e ela pulou na frente da gente?”, Hanna perguntou, bem mais animada do que antes. “Sim, tu pulou uns 15 metros”, respondi, e rimos alto, nos lembrando do dia.

Relembramos de algumas histórias engraçados ao longo do nosso período no Acampamento, e até alguns raros no orfanato. “Olha as memórias que tu perderia se tu tivesse ido em frente”, eu disse, a relembrando de mais cedo. Eu não disse em tom acusador ou doutrinador, e sim em um tom sincero, de irmão para irmã. “Talvez você teja razão”, ela respondeu, embora o seu ânimo parecesse ter diminuído um pouco. Lilith subitamente pulou de seu colo, pegando nós dois de surpresa. Enquanto nos perguntávamos porque a gata saiu tão rapidamente, a resposta acabou sendo bem óbvia: ela estava indo atrás de Raven.


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Notas finais do capítulo

Não aconteceu muito, isso foi mais um interlude antes da pancadaria.
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