Interativa - Enquanto As Estrelas Brilharem escrita por Allyssa aka Nard


Capítulo 33
Sete


Notas iniciais do capítulo

Cá estamos, mais um capítulo...
E acho que muitos talvez se surpreendam com o POV de hoje :o
Confesso que eu estou tendo pouquíssima inspiração pra escrever ultimamente, mesmo que eu ame EAEB, então peço desculpas se a qualidade cair :/
Eu também fiz uma música nova (não tá terminada), se algum de vocês tiver interesse :/
https://www.bandlab.com/dj_nardelliofficial/new-york-dance-machine-d8bcad0b?revId=7240bb26-bd1a-eb11-96f5-501ac5b31de6



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P.O.V Raven

 

Eu ainda não conseguia acreditar que havíamos matado alguém. Isso não estava no acordo, o acordo era levar uns 8 semideuses pro Everest e só, não havia nenhuma morte envolvida. Claro que eu não era iludida ao pensar que eles teriam uma vida “divertida” lá, mas nunca esperaria que morte estaria no menu. A linha da moralidade estava começando a ficar muito fina, e pela primeira vez eu comecei a questionar minhas ações, desde o meu primeiro encontro com a Empusa.

Eram nesses momentos que eu me perguntava por que eu havia desafiado aquela bruxa perto da escola, por que eu deixei nossa arrogância me cegar. Quem sabe, Daisy ainda estaria aqui, ao invés de ser quase literalmente a flor de seu nome. Ela ainda estava aqui, eu sabia, havia sinais, mas em um ironia agoniante, ela também estava distante. Era como estar no fundo do oceano e tentar alcançar a margem: você sabe que a margem está lá, mas não consegue chegar, você nada e nada, até se afogar.

E de uma certa forma, eu sabia que Hanna sentia algo parecido, porém pior, já que não havia forma alguma de ela trazer quem ela amava de volta. Não que eu tivesse quaisquer sentimento amigável ou empático sobre a filha de Atena, mas algo em mim simplesmente quebrou, como se as linhas de certo e errado começassem a se curvarem em um espectro. De um jeito que eu não sabia explicar, a chuva representava um choro que nunca havia acontecido, um sentimento perdido no vácuo.

Alan parecia completamente estar ignorando o fato de ter matado alguém, como se aquilo tivesse sido algo simples e costumeiro, como descascar uma laranja. Por que eu estava focando tanto nessas coisas? “Foda-se se alguém morreu, o que importa é ter Daisy de volta”, falei para mim mesma, em silêncio. “Você nunca ficou assim, por que quer começar agora? Você quer ficar igual você ficou quando ela sumiu?”, continuei me convencendo.

Sujo. Acho que essa era a melhor palavra para descrever o lugar, se fosse para usar apenas uma palavra. Um pequeno espaço embaixo da terra, de uns 10 metros por 12, e pouco mais que 1,8 de altura, o que nos fazia ficar abaixados para não encostar na terra no teto. As paredes e o chão imitavam o teto, sendo apenas terra, com alguns suportes de madeira os segurando. Na parede esquerda, estavam os sete Campistas que havíamos sequestrados. 

Deitados no chão, com as mãos e pés atados, encaravam o vazio enquanto aguardavam seu “destino”. A Empusa foi bem clara quando disse que não queria contratempos, então eu me certifiquei que as cordas mágicas que conjurei não se soltassem ou ficassem frouxas. Também os amordaçamos, porque a última coisa que queríamos era uma batalha no minúsculo lugar por causa de alguém chamando atenção. Sophie me encarava com fúria nos olhos a todos os momentos, o que me deixava desconfortável. Não devia ser muito divertido para uma filha de Ártemis cair numa armadilha, ainda mais quando se é a conselheira.

Eu evitava olhar para aquele canto o máximo possível, era relativamente agoniante ver 7 pessoas se mexendo e se contorcendo. O único canto que eu evitava ainda mais era o que ficava mais ao fundo, nas sombras, onde a luz das tochas não chegava direito. Xavier não era parecia perigoso se alguém só o olhasse de longe, tanto que muitos nem sabiam de sua existência. Mas para mim ele parecia a encarnação viva do mal, como se Cronos tivesse um filho com Hades e tivesse criado ele no próprio Tártaro. Como eu disse, ele parece inofensivo, mas ele é o tipo de pessoa que te mataria por diversão.

Ele adorava atormentar os reféns, os ameaçando com uma faca, e sempre te olhava com um olhar de serpente quando te dava uma ordem, como se dissesse “tu vai junto dos outros se não obedecer”. Ele rodava a ponta da faca nos dedos, como se fosse um brinquedo, e parecia pensativo. Odd estava em outro canto, tentando tirar o sangue de Flower do seu chicote, e Alan ficava jogando a faca na terra e a pegando de novo. “Visto que vocês são horríveis em ser discretos, a incompetência de vocês causou que nossa identidade fosse revelada”, ele começou a dizer, jogando seus olhares para Odd. “E de brinde, vocês falharam DE NOVO para pegar alguém.”, continuou, usando um tom passivo-agressivo em cima de Odd.

“Eu só tenho que aguentar a presença de vocês até que a Empusa abra o portal, e eu particularmente gostaria de já ter oito reféns até lá”, continuou, lançando seu olhar para mim. Meu estômago embrulhou ao ver os olhos dele, que emanavam toda a sua raiva. Ele olhava para mim por muito tempo, me deixando muito desconfortável. “Então, por eu ser calmo e perdoável, eu vou dar a chance de vocês ‘se redimirem’”, disse, continuando seu discurso psicótico, fazendo sinal de aspas com as mão ao dizer “se redimirem”. “Tá muito simples a vida de vocês: vão lá fora, peguem um Campista desavisado e traz a pessoinha aqui. Melhor ainda: peguem alguém que o idiota do Nard se importe, já que conseguimos desestabilizar a ‘irmã’ dele”, disse, falando a palavra “irmã” com um desdém claro na voz.

“Espera um pouco…”, eu disse, juntando as peças do quebra-cabeça. “Vocês PLANEJARAM a morte da Lana?”, eu disse, ainda surpresa. Fazia sentido, mas não parecia… certo, não parecia algo que se faz de graça.. “Sim”, respondeu indiferente. “Bom, na verdade EU planejei, mas quem fez as honras foi o Alan”, disse, como se matar alguém fosse igual tomar água. Eu parecia ter sido esmagada por um peso de mil toneladas, enquanto Xavier continuava a me atormentar. “Ah, você ficou emocionada? Ai, que peninha”, disse, fazendo um biquinho forçado. “Cl- Claro que não, foda-se ela”, menti, não só para ele, mas para mim mesma também.

Eu odiava o fato que eu gaguejava quando mentia, mas ignorei o olhar agoniante dele, e fui em direção à saída, junto com Odd, que parecia entretido com o desdém de Xavier. A saída era simplesmente um alçapão coberto de terra, com uma pequena escada, mas era bem escondido. Subi as escadas, e Odd me seguiu. O sistema de alarme de Maggie seria um grande contratempo se ela não nos tivesse “identificado”, então podíamos entrar e sair sem nenhum problema. Nem mesmo os outros filhos de Hefesto sabiam onde eles estavam, então não havia como recalibrá-los.

Tirei alguns galhos do rosto e continuei andando, me escondendo nas sombras cada vez mais a medida que nos aproximávamos. Chegamos nos arbustos do Campo de Treino, e havia apenas uma pessoa lá, treinando como se nem soubesse o que estava acontecendo. E essa pessoa acabou sendo justamente o que precisávamos: alguém que Nard se importasse e alguém fácil de se capturar. Completamente indiferente no Campo, estava Gray.


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Notas finais do capítulo

Já disse que eu adoro cliffhangers? kkkk
Espero que tenham gostado, não aconteceu tanta coisa assim nesse cap, infelizmente
Deixem seus comentários 7w7



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