Mini World escrita por Spiral Universe


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Personagens de Stephenie Meyer, só estou brincando com eles...

P.S.: Obrigada pelos reviews, favs e etc :)



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Capítulo 12

Bella queria que o jantar acabasse logo. A comida era boa, certo, e o ambiente era bem agradável, um lugar de alto padrão em Portland. Mas a companhia não era das melhores. Phil era um homem gentil e bem inteligente, até muito bem-educado, contudo estava ao lado de Renée.

Como ele pode não ver? Bella se perguntava ao observá-los. Renée era toda sorrisos para ele, falando animadamente sobre viagens e hotéis. Havia insistido tanto para aquele novo encontro, mas mal lhe prestava atenção. Phil fez várias perguntas com educada curiosidade, a mãe, porém, só falava com ela para acrescentar algo às palavras dele. Não que não estive desempenhando bem o papel em que estava ali para atuar; chegou a abraça-la quando se encontraram na cidade e disse alguns elogios falsos sobre as boas notas dela na escola, e até chegou a fingir interesse nas escolhas para a faculdade.

Bella se reprimiu, para evitar outra cena ruim, mas o máximo que pode fazer foi agir com educação. Cada pedacinho dela rugiu em protesto quando a mãe a abraçou, e ela não conseguiu se obrigar a abraça-la de volta, por mais que tentasse. Ela se limitou a responder as perguntas que lhe eram feitas, sem querer realmente falar. Teria ignorado os dois de bom grado e voltado sua atenção para Edward, que a acompanhara até ali e estava sentado ao lado dela... Não se atrevia, porém. Renée e Phil podiam estar alheios a presença dele ali, mas dificilmente não notariam ela falando com um suposto vazio.

O jantar foi dolorosamente longo. Bella tentou achar em si mesma aquele amor infantil que Edward e Alice tinham apontado, sem sucesso. Até tentou ver a Renée que Phil e Charlie viam, a mulher que havia conseguido conquistar o coração de dois bons homens, de alguma forma, e tampouco conseguiu. A imagem estava manchada com os anos escuros de sua infância amarga e teimava em se transformar no rosto distorcido dela naquele último dia no aeroporto.

Em certo ponto ela temeu que o teatro não estivesse indo bem, e se perguntou se receberia outra visita indesejada em breve, mas, no final da noite, Phil apertou sua mão calorosamente e a cumprimentou.

— É uma jovem muito simpática, Bella – Ele disse – Não se preocupe, entendo o que se passou da outra vez. Sei como deve ter sido duro todos esses anos sem sua mãe. Imagino que tenha ficado um pouco ressentida, é muito compreensivo. Agora, vocês duas podem deixar o passado e seguir juntas, como deve ser.

— Sim, claro – Foi tudo o que ela conseguiu responder.

— Manteremos contato pela internet e por telefone agora, querido – Renée segurou o braço dele e sorriu – As passagens são caras e Bella logo irá para a faculdade, mas a tecnologia está sempre a mão.

Ele assentiu, parecendo bem satisfeito. Ele estava alheio demais para notar o olhar que Renée lançou, e quando foi buscar o carro ela tirou a máscara. Não havia qualquer calor ou gentileza nela agora. Nem parecia a mulher risonha de segundos antes.

— Tudo certo, Isabella. Eu cumpro minhas promessas. Não voltará a me ver, garanto-lhe.

— Ótimo.

Ela se virou e foi até o carro que parou ali, sem olhar para trás. Phil acenou e ela retribuiu vagamente. Bella ficou vendo o carro se afastar até desaparecer.

— Você está bem? – Edward perguntou.

— Sim.

— Bella...

— Estou bem – Ela cortou – Quero ir para casa.

Charlie já estava dormindo, coisa que ela agradeceu. Tinha pedido que ele não fosse nesse novo encontro, uma forma de se precaver caso as coisas não saíssem bem e não abalassem sua relação recém restaurada. Não queria falar, ainda não. Tomou um longo banho até a água quente acabar, e depois se enfiou na cama. Quando Edward apareceu, ela lhe virou as costas.

— Com o que está tão irritada? – Foi sua pergunta.

— Eu não amo ela – Bella atirou – Não quero amar ela. Ela virou as costas e nem olhou para mim, igual naquele dia. Como pode dizer que amo uma mulher assim? E o Phil... Como pode um homem tão culto ser tão burro? Tão cego?

— Ela finge bem.

— Sim, sim, a melhor atriz do mundo e a pior mãe da galáxia – Bella desdenhou – E como você pode dizer que eu amo ela?!

— Bella, está com raiva de mim?

— Ah bem, você é um gênio!

Bella sabia que estava sendo injusta, mas estava muito brava para conseguir se deter. Estava irada com os dois, Edward e Alice, por terem colocado aquilo na cabeça dela. Jamais poderia amar uma criatura tão fria como Renée, não depois de tudo.

— Bells, não é uma coisa que você pode controlar, lembra?

— Não, não quero lembrar! Eu a quero longe, quero que ela suma, quero... Eu quero...

— Uma mãe que te ame – Ele apontou – É o que você quer. Anjo, eu entendo você, de verdade. Não tiro sua razão de estar com raiva.

— Não, você não entende! – Bella disse, sentindo os olhos ficando úmidos; o tom carinhoso dele estava piorando tudo – Você não entende! Como alguém pode ser tão... Tão... Inacreditável? Ela é um monstro! Ela nem sequer olhou para mim!

— Eu sei, eu estava lá – Ele disse pacientemente – É ruim, Bella. Eu sei que é. Ela é uma péssima pessoa, alguém que não merece o amor de ninguém, menos ainda o seu. Não merece. Nunca vai merecer. Não deixe isso te abalar, anjo, por favor. Você não precisa dela. Ela não merece nada, nem suas lágrimas.

Bella enxugou o rosto, muito irritada. Não queria chorar por aquele assunto nunca mais.

— Quer saber? – Resmungou – Acho ótimo que ela nunca mais volte!

Os olhos verdes de Edward estavam cheios de tristeza. Bella se arrumou na cama, querendo apenas dormir, dormir e não sonhar com nada. Sentia-se exausta, confusa, aborrecida. Estar livre de Renée era tudo o que mais queria desde o momento em que soube de seu retorno, não era? E porque deveria se incomodar com sua frieza? Tinha Charlie e Edward, porque precisaria dela?

E apesar de tudo, dos conselhos de Edward, das sábias palavras de Alice, da confissão gélida de Renée, do amor de Charlie, ainda sim havia uma dor profunda em seu coração. E isso apenas a irritou mais.

Seu sono foi inquieto naquela noite. Sonhou novamente que estava trancada em um lugar escuro e apertado, mas agora ouvia a voz de Renée do lado de fora, rindo de algo. Acordou várias vezes durante a noite, e sempre que voltava a fechar os olhos o sonho recomeçava.

Já era quase meio-dia quando acordou com o chamado de Edward. Estava cansada e de mau-humor enquanto se arrumava e descia para comer alguma coisa. Ele a seguiu sem falar nada.

— Meu pai foi pescar – Ela deduziu.

— Sim.

O silêncio estava pesado e desagradável. Sua fúria ainda estava forte o bastante para se manter, entretanto. Bem lá no fundo sabia que não era realmente culpa nem de Edward e nem de Alice, sabia que tudo que tinham feito era para ajudá-la... A raiva era boa, contudo; se deixasse que a raiva desvanecesse, tinha medo de quebrar, mesmo contra sua vontade.

Seu desconforto com Edward não tinha base somente no que tocava a Renée. Bella se recusava a pensar no que estava sentindo por ele, não querendo deixar de jeito nenhum aquele sentimento transparecer, nem ser posto em palavras. Era tão impossível que chegava a ser idiota. Mas era difícil segurar, em especial quando ele era atencioso. Ou estava tão perto.

Uma imagem bizarra apareceu em sua cabeça, imaginando como seria dizer para o pai que estava apaixonada por alguém que morreu quase cem anos antes, cujo espírito a acompanhava desde criança. Algo que lhe dizia que Charlie não levaria aquela revelação muito bem. Ninguém levaria aquilo muito bem.

E Edward? Sussurrou uma vozinha em seu ouvido, como ele vai lidar com isso?

Ela teve medo da resposta.


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Notas finais do capítulo

Só para lembrar: no ffnet está história já está mais adiantada. Aqui já está quase alcançando os capítulos, mas quem não quiser esperar as histórias se alinharem, o que talvez leve mais duas semanas, pode ir para lá no link do meu perfil ;) Altas emoções essa semana por lá.



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