Ponto de Vista escrita por Mrs Ridgeway


Capítulo 6
05. A estrela de nêutrons


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores. Como vão vocês?

Continuo agradecendo aos acompanhamentos e favoritos novos, e prometo que o mais breve possível responderei os comentários que faltam dos capítulos anteriores. Eu tive que parir um capítulo e meio em um dia, não está sendo nada fácil me manter atualizada.

Chegamos ao capítulo seis da fic, o fim está vindo. Não sei se quero me despedir. Espero que gostem do que eu escrevi, apesar da ideia já existir em projeto, as palavras em si acabaram saindo de um surto meio louco da madrugada Akshakahsjs.

Enfim, vamos ao que interessa!



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Eu posso resistir a tudo, menos à tentação. (Oscar Wilde, 1892).
Pulsares são estrelas de nêutrons de intenso campo magnético. Elas atraem partículas tão fortemente que podem transformar um tipo de energia em outra em poucos instantes.
Formam-se após uma supernova.
Ou seja, são explosões do início ao fim. 

 

 

Sonho lúcido, episódio III – continuação

 

Dominique assistia a cena com as duas mãos na frente da boca. Assim como ela, outros integrantes da mesa observavam estarrecidos.

— Vão para o banheiro! – Roxy deu um tapinha no braço de Malfoy.

Ele desgrudou-se dos lábios de Rose devagar.

— Você quer sair daqui? – perguntou baixinho a ruiva.

— Sim. – ela assentiu.

Scorpius se afastou. Logo que ele se pôs de pé, Rose fez o mesmo. Roxanne piscou para a prima e Dominique deu um sorrisinho. O garoto deu a volta na mesa e segurou a mão de Rose com firmeza.

Juntos, eles se afastaram dos colegas

— Aonde você está me levando?

— Você sabe.

Malfoy não estava errado. Rose, de fato, sabia.

Era o seu sonho, afinal.

O casal embrenhou-se pela cozinha. Se os funcionários os viram, resolveram ignora-los completamente. Eles atravessaram o corredor abarrotado de panelas e utensílios metálicos, e subiram uma escada de ferro no fim da passagem.

Rose deparou-se com uma saleta parecida com um pequeno sótão, que servia de dispensa. O loiro fechou a porta.

— Scorpius, o que voc... – mas antes que a frase terminasse a sua boca fora preenchida pela língua quente de Malfoy.
      Ele parecia ávido. O garoto empurrou a ruiva levemente contra uma escrivaninha esquecida no canto do cômodo. Suas mãos acariciaram o dorso da coxa de Rose, provocando arrepios nos pelos da região.

Rose deixou-se ser carregada para cima do móvel. Scorpius encaixou-se entre as suas pernas abertas.

— Eu estava louco para fazer isso... – ronronou, como um felino que pedia para sair pela janela. – Louco...

Malfoy desceu os seus beijos até o decote da ruiva. A garota segurou firme os seus cabelos claros. Ela já havia perdido o controle daquele sonho há muito tempo. Scorpius afastou a alça do vestido vermelho para o lado, somente para a sua língua ter caminho absoluto. A superfície molhada roçou no mamilo intumecido.

Instintivamente, Rose o apertou entre as pernas. Sentiu o volume quente encostar as suas partes pelo tecido. Quis toca-lo ali, porém teve medo. Então os dedos da ruiva puxaram a camisa pela barra. Malfoy levantou os braços para que a peça de roupa fosse retirada com sucesso. Uma vez liberto da blusa, Scorpius voltou a beijar a garota.

Ela desceu arranhando as unhas pelo peito largo, no momento que o loiro apertou o seu quadril. A outra mão, livre, agarrou a nuca do garoto. Os dedos de Scorpius eram tão ágeis quanto os dela. Eles percorreram a coxa de Rose novamente, em um provocação lenta, até chegarem no elástico da sua calcinha por baixo do vestido.
           A ruiva tremeu. Malfoy, porém, continuou a acaricia-la. Pouco a pouco, ele seguiu pelo pano até achar o centro, o que a fez gemer mais alto. O êxtase tomou conta do corpo de Rose.

Seu coração batia veloz, ansioso, como se não fosse desacelerar nunca mais.

.

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Sexta-feira, 15h19

 

Quando Rose despertou, estava suada. Se o ar-condicionado que alimentava as salas de estudo estava ligado, nitidamente não funcionava naquele box. Se não fosse a cor escura e o tecido mais grosseiro, a blusa da garota estaria transparente pelo líquido. As gotículas salgadas lavavam o seu corpo dos pés a cabeça.

Também havia outro lugar que estava bem mais úmido do que de costume.

A ruiva sentiu-se paralisada. Lentamente, Rose deslizou pela cadeira. Ela encarou o forró do teto.

— Vamos lá, Rose. Pensa...

Será que estava enlouquecendo? Se questionou.

Parecia que todas as suas emoções tinham resolvido aflorar de uma vez. A letargia que a tomava há anos desaparecera do nada. A ruiva sentia-se como no mito de Platão: tomando o caminho para fora da caverna e descobrindo o mundo real pela primeira vez.

Rose precisava de mais oxigênio.

— Aula... – ofegou. – Agora...

Depressa, a garota fechou o notebook e o enfiou, junto com o estojo de canetas, na mochila. Quando ela saiu da biblioteca, a única coisa que vinha no seu pensamento era da necessidade exacerbada de ar puro.

 

...

  

Sexta-feira, 15h40

 

Rose subiu as escadas do vestiário distraída. Ela atravessou o ginásio entretida em olhar o aplicativo de mensagem do celular. Até então, James não havia escutado o seu recado.

Ou não quisera responder.

A ruiva sentou-se na arquibancada. Mais a diante, alguém bateu uma bola no chão de maneira sequencial. O som fez Rose despertar para o mundo. Quando ela levantou os olhos, encontrou Albus a observa-la.

Rose manteve o olhar, assim como o primo. Parecia um embate silencioso e ela não fazia a mínima ideia de quem ganharia. Ela viu Albus hesitar e por alguns instantes acreditou que o moreno viria até a arquibancada. Sentiu-se decepcionada quando ele não o fez.

Albus lançou a bola na direção da perna de Scorpius, que amarrava o cadarço sentado no chão, alguns metros a sua esquerda. Rose viu quando Malfoy proferiu um xingamento, mas não saiu do lugar. Albus sentou-se ao lado do loiro.

Ele abaixou a cabeça ao mesmo tempo em que os seus lábios se movimentaram. Scorpius tirou a atenção do próprio tênis para escutar o amigo. Em seguida, as duas esferas cinzentas do seu rosto se direcionaram para a plataforma. Elas cravaram-se em Rose.

A ruiva desviou o olhar rapidamente. Por sorte – ou não – mal teve tempo de raciocinar sobre o que possivelmente os dois garotos estavam conversando sobre ela. Braços curtos e finos a envolveram pelos ombros.

Tamanho excesso de contato físico só poderia vir de uma pessoa.

— Oi, Molly. – Rose esboçou um sorriso.

— Oi, Rosie!

Molly a apertou um pouco mais forte. Rose riu ainda mais.

— Hey, M 2! – chamou Dominique mais ao fundo. – Você deixou cair a isso aqui.

— Ops...

Molly soltou do abraço rapidamente. Ela agradeceu quando Dominique a entregou a folha de papel. As duas se aproximaram de Rose.

— O que é isso?

— A lista do baile de formatura.

— Mas você não se forma esse ano. – Domi comentou divertida enquanto mordia a sua maçã.

— Eu sei, engraçadinha. – M2 mostrou a língua para a prima. – Eu só estava com esse horário livre e resolvi ajudar a Roxy. – falou. – Vocês vão querer assinar?

— Eu vou.

A loira puxou a lista para o colo. Enquanto Dominique anotava o seu nome, Rose aproveitou para olhar rapidamente quem já havia se registrado. O quadro de assinaturas era bem grande.

— Pronto. – Domi devolveu a ficha para a garota.

Molly encarou Rose. – E você? Não vai?

Rose imaginou o quanto seria interessante se divertir em uma festa de verdade, sem arrependimentos. Até o momento, todas as suas experiências com comemorações vinham apenas dos seus sonhos lúcidos.

Talvez o baile de formatura fosse uma possibilidade.

— Eu vou pensar um pouco mais sobre isso. – respondeu.

Dominique e Molly trocaram olhares confusos. Era nítido que ambas não esperavam essa resposta quase positiva.

— Isso é um sim? – Domi indagou esperançosa.

— Isso é um vou pensar. – a ruiva mais velha respondeu.

Mesmo assim as garotas sorriram. Um apito soou agudo ao fundo.

— Weasley, eu já disse que nada de alimentos no meu ginásio. – disse o professor. – E, Weasley... – agora ele apontava para Molly. – Hoje não é o dia da sua aula.

— Eu já estou indo embora, Professor Hiddes! – Molly gritou. – Nos vemos depois. – ela disse as primas.

E saiu correndo rumo a saída. Hiddes esperou até que as outras duas se juntassem ao grupo que o rodeava para iniciar as explicações.

— Bom, os proclames hoje serão breves. Iremos jogar handebol. – falou.

“Como vocês bem sabem, nada de bola na mão por mais de 10 segundos; nada de ultrapassar a linha do goleiro; jogadores de ataque não batem na lateral; e, por favor, nada de ir cinco pessoas de vez em cima do coleguinha. Não queremos acidentes.”

— Essa atividade valerá uma indicação extra na pasta do GCSE de vocês. – avisou. – Então, caso alguém não tenha um motivo realmente bom para não participar, eu sugiro que fique.

Nenhum aluno se moveu.

— Ótimo! – exclamou o professor. – Dessa Weasley para cá, time A. Os outros são os adversários. Vocês têm cinco minutos para se organizarem.

Dominique suspirou e seguiu os companheiros do primeiro time. Rose juntou-se aos que sobraram. Ela parou de braços cruzados ao lado de Liam Smith, um garoto atarracado que andava sempre com a cara de que estava disposto a bater em alguém sem nenhum motivo. Rose simpatizava com ele exatamente por essa razão.

— Bom... – Albus pigarreou. – Alguém se habilita ao gol? – ele apontou para a trave.

Uma menina baixinha e de cabelos curtos e crespos ergueu a mão. Albus franziu a testa.

— Você consegue pular o suficiente? – ele a questionou.

— Posso até dar um chute na sua cara, se eu quiser. – a garota respondeu, ácida.

— Ok, a vaga de goleiro é sua.

O resto do time riu. Inclusive Rose.

Embora tenha feito isso disfarçadamente.

— Tá, vamos aos próximos.. – Albus ergueu o corpo com liderança.
Ela observou enquanto o primo falava. O garoto exprimia domínio sobre as táticas de jogo. Ele parecia ser muito bom nisso. Rose entendeu porque Albus era o capitão do time de rugby há tantos anos.

— E a Rose de pivô, pode ser? – Al finalizou.

A ruiva piscou retornando a realidade.

— Pode ser. – disse. – Mas o que eu faço? – perguntou.

— Fica no meio e corre o máximo que puder do Scorpius quando te passarem a bola.

— Ah, ok.

Ela já pretendia fazer isso mesmo.

O apito do professor Hiddes soou novamente. Os times se espalharam nos seus respectivos lugares.

 

...

 

Sexta-feira, 16h18

 

Pela segunda vez no dia, Rose estava completamente suada. Dessa vez, o motivo era totalmente diferente do primeiro. Enquanto no sonho a garota agarrava Scorpius Malfoy, agora ela fugia dele a todo gás.

Literalmente. Tipo fugia de verdade.

Olha, isso era difícil.

Rose lamentou-se por não se exercitar mais na sua rotina. Acrescentaria essa nota de rodapé para as próximas semanas, embora soubesse que nunca chegaria ao nível dos garotos que a rodeava. Scorpius, por exemplo, deveria ter um foguete a propulsão nos pés. Toda vez que a ruiva tocava na maldita bola, o loiro se materializava ao seu lado, aflito para intercepta-la.

E por falar nisso, Rose corria outra vez.

— Aqui! – gritou Albus.

Rose lançou a bola na direção do primo. O moreno mandou direto para o gol. Logo em seguida ele fez um gesto para Malfoy, que respondeu mostrando o dedo do médio. Pelo visto a aula tinha virado uma competição particular.

E a ruiva estava no meio.

Todos retornaram para o centro da quadra, a espera do apito. Enquanto aguardava o recomeço, Scorpius sussurrou para Rose:

— É melhor mesmo você correr, Weasley. Eu não vou mais ser bonzinho.

Como uma boa competidora criada por Hermione Granger, Rose ergueu a sobrancelha, provocativa.

— E quem disse que eu quero? – o desafiou.

Quando o Hiddes apitou, antes mesmo que Scorpius raciocinasse, a ruiva deu um tapa na esfera em suas mãos. A bola quicou pelo piso e várias pessoas correram na direção do objeto. Um bolo se formou no chão e foi preciso que o professor intercedesse com uma falta.

Rose recuou do jeito que Albus a mandara fazer outras vezes, porém a calma fora momentânea. Do mesmo jeito que todos seguiram, agora a multidão voltava na sua direção, a atacar e defender. Dominique arremessou a bola para Zabini, mas a esfera foi interceptada pelo Smith.

Liam seguiu em passos firmes. Ele jogou para Albus, que avançou até ser derrubado por Scorpius com tudo. O garoto rolou pelo chão.

Outra falta.

— Porra, Malfoy! – Zabini berrou do gol adversário.

— Foi mal. – o loiro gritou de volta enquanto enxugava a testa na camisa.

No momento que a barriga de Scorpius ficara a mostra, a ruiva reparou que ele possuía o caminho marcado nas laterais do abdômen. As covas que seguiam rumo a virilha. Exatamente como as do sonho de Rose.

A quentura voltou a subir pelas veias da garota.

O que mais seria igual? Se questionou.

Demorou um pouco para Rose se dar conta que o jogo estava avançando outra vez. Isso só aconteceu quando ela levou um esbarrão. A ruiva voltou a competição ainda um pouco desconcertada.

Ao passo que a bola veio parar na mão da garota novamente, ela correu de maneira prevista em direção a trave do time oposto. Tal como Malfoy dissera minutos antes, eles não estava mais disposto a pagar leve. O loiro tentou cortar a jogada de Rose e, para isso, usou o seu corpo como barreira.

Só que Malfoy era alto e bem mais pesado do que a ruiva. Os dois se desequilibraram. Experiente no jogo e no ginásio, para não lesiona-la, Scorpius puxou Rose para si.

Isso fez com que a garota caísse por cima dele.

— Rose, você se machucou?! – Malfoy indagou rapidamente, preocupado.

— Não... – Rose respondeu ofegante, a fitar os olhos azuis do garoto.

Eles estavam tão perto...

E o barulho do apito agora parecia tão distante...

— Eu preciso fazer um... teste... – ela sussurrou.

— Um teste? – o garoto franziu a testa. – Que teste?

— Esse.

Rose levou a sua boca até a de Scorpius. Por um milésimo de segundo achou que estava louca em fazer aquilo, mas quando os seus lábios tocaram os dele, Scorpius subiu uma das mãos até a nuca da ruiva e a puxou ainda mais para perto.

O beijo se aprofundou. De olhos fechados, Rose sentiu língua de Malfoy explorar cada pedaço da sua. Ela prendeu os dedos finos nos fios loiros do garoto, que entendeu tal atitude como estímulo para agarra-la ainda mais na cintura com a mão livre.

Definitivamente, a vida real era melhor do que o sonho.

O ruído do apito, porém, rompeu mais forte aos ouvidos do casal. Os lábios se desgrudaram com relutância.

— Humm... – Rose pigarreou. Seu coração ainda batia em disparada.

— Valeu... pelo teste, Malfoy.

— Estou a disposição. – Scorpius respondeu também arfante.

Os dois não puderam evitar o sorriso maroto antes da ruiva levantar-se rapidamente. Ao se deparar com os olhares ao seu redor, ficou claro que quase toda turma tinha assistido o show particular.

Rose saiu desembestada.

— Weasley?! – exclamou o professor Hiddes.

— Banho! – a garota respondeu já longe.

O homem suspirou.

— Vamos fazer uma pausa. – disse.

Dominique ainda encarava o lugar onde Rose estivera com Scorpius, de boca aberta. Albus, assim como ela, parecia completamente confuso.

Al puxou a prima pela mão e os dois se aproximaram do loiro.

— Scorp... – o garoto começou.

Contudo Malfoy meneou a cabeça em negação. Ainda estava sentado sobre o piso frio do ginásio.

— Não me pergunte. – ele falou. – Eu não faço a mínima ideia.

Por certo, não fazia mesmo. Scorpius, no entanto, também não poderia dizer que as explosões de Rose não o agradava.

Sem querer, Malfoy sorriu novamente.

 

...

 

Sexta-feira, 16h36

 

A água fria escorria pelo corpo de Rose. O banho, necessário, era uma nova desculpa para fugir da realidade. Ela fechou os olhos, a recordar-se dos momentos marcantes no piso superior.

A ruiva não tinha muita experiência com beijos. Suas primeiras e únicas tentativas aconteceram na faixa dos seus treze anos. E permaneceram por lá, congeladas no tempo. Apesar disso, Rose sabia que tinha gostado muito de beijar Malfoy.

Ela havia beijado Scorpius.

Scorpius. Um dos caras mais gatos da sua turma. O melhor amigo do seu primo Albus. Scorpius, o que era o seu vizinho de longa data e que um dia, muito antes, também foi um grande amigo.

Rose havia gostado da forma que Malfoy segurou os seus cabelos por cima da nuca e do cheiro de colônia que ele ainda exalava mesmo estando suado. Havia gostado do toque do loiro em sua cintura, afetuoso, os dedos afagando a sua pele. Acima de tudo, Rose gostou de saber que Scorpius queria beija-la de volta.

O celular da ruiva vibrou em cima do banco. Ela esticou-se pelo box para ver quem era. O nome de James brilhava no visor. Rose desligou o chuveiro rapidamente, mas não a tempo de conseguir atender a ligação.

A garota saiu do banho prolongado na mesma hora. Viu que no aplicativo de mensagens o primo escutara o seu áudio. Ela se trocou as pressas, sem tirar os olhos da tela do aparelho. Enquanto socava a roupa suja no armário, o aviso de chamada apareceu novamente.

Rose deslizou o polegar pelo ícone verde.

— Jay?

— Olá, Rosie.

Alguns segundos de silêncio desconfortável dominou a ligação. Foi o tempo que a ruiva usou para sair do vestiário e subir apressada as escadas em direção ao pátio.

— Seu recado me pegou de surpresa. – disse James por fim. Seu tom era jocoso.

Rose respirou aliviada.

— Espero não ter te deixado preocupado.

— Não posso mentir e dizer que não. – ele assumiu. – Mas sei que notícia ruim chega cedo.

Os dois sorriram.

— Desculpe pelo meu sumiço. – a garota pediu. – Eu só precisava de...

— Um tempo. – James completou. – É, eu sei. – falou astutamente. – Todos nós sabíamos, na verdade. Só foi difícil de aceitar que esse tempo talvez não tivesse uma data de validade.

Rose suspirou. Sentia que não estava errada. Mas também não achava que estava de todo certa por aquelas atitudes.

— Está tudo bem, Rosie?

— Na verdade não. – ela resolveu ser sincera.

Rose contou tudo o que vinha acontecendo desde a manhã daquela sexta-feira. Optou apenas por ocultar a parte do sonho erótico que tivera, por motivos óbvios.

— VOCÊ AGARROU O MALFOY? – James deu um berro do outro lado da ligação, minutos depois. – Me diz que alguém gravou isso, por favor!

— Para a minha sorte não. – pelo menos era o que ela acreditava. – Mas e aí, o que você acha? – questionou ao primo. – Eu estou ficando maluca, não é?

— Eu diria que ainda não. – ele respondeu.

Rose sentou-se no banco de pedra do pátio principal.

— Como não? Você me escutou bem?

— Escutei sim. Eu acho que esses sonhos lúcidos estão te conectando com algo muito mais profundo do que parece.

— Tipo?

— Os seus desejos. – disse Jay. – Tudo o que você achava que não se importava ao longo desses anos, mas que no fundo sempre quis fazer. – ele completou cuidadosamente. – Momentos que você achava que queria esquecer, mas continuam guardados na sua memória.

A ruiva percebeu onde o primo queria chegar.

— Não é sobre isso, Jay. – ela rebateu.

— É claro que é. – James insistiu.

— Eu... eu não... Não.

A frase ficou presa na garganta da garota. Rose sentiu o corpo retraído, temeroso em tocar naquele assunto depois de tanto tempo. Os olhos azuis encheram-se d’água.

James continuou, baixinho.

— Eu sei o quanto dói, mas você sabe que o Hugo não vai voltar, Rose. Não há nada no mundo capaz trazê-lo a vida novamente. Está na hora de você seguir a diante.

A lágrima escorreu pela bochecha da ruiva. Rose segurou-se para não chorar ainda mais. Ela olhou no relógio do pulso rapidamente e se deu conta de que estava quase atrasada para a detenção.

Por hora, estava a salvo de mexer naquele assunto.

— Eu preciso ir.

— Tudo bem. Se precisar de mim é só gritar.

— Eu sei. – ela sorriu de maneira frágil. – Obrigada.

— Não por isso. – James sorriu de volta. – Eu te amo, Rose. Todos nós te amamos. Estamos aqui por você, não sei esqueça.

— Não esquecerei.

A ruiva não se esqueceria nunca mais.

James se despediu e ela encerrou a ligação. Pensativa, Rose levantou-se do banco de pedra e seguiu em direção a sala de detenção.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Rose do sonho em êxtase;
Scorp atirado do jeito que gostamos;
Novas experiências sexuais;
Rose real confusa (ou confusa real);
Competição;
Beijo de verdade;
James maravilhoso;
Notícia triste.

Esse capítulo foi uma verdadeira novela mexicana, ahahahahah
Plis, não deixem de me contar nadinha do que vocês estão achando. Prometo voltar em breve, talvez ainda hoje
~ Não me matem, eu sei que tá todo mundo atrasado no Junho Scorose, inclusive eu hehehe

Bjks e até o próximo! ♥