MeliZoe e os Olimpianos escrita por Zoe


Capítulo 5
Me ignoram na Captura a Bandeira


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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Acordei antes de Dimitri chegar. Me levantei e fui para o banheiro do chalé, estava cedo e tinha poucas meninas ali. Evitei o espelho antes de entrar para o banho. Pela primeira vez em 2 anos tomei banho em um chuveiro. Um chuveiro quente. O cheiro de sabão tomou o ar e parecia que nada poderia estragar meu dia. Lavei meus cabelos com produtos que alguém deixara do lado da minha cama. Não queria sair do banho, mas sai.

Alguem havia deixado, do lado da minha cama, algumas mudas de roupa, chinelos, produtos de higiene e cobertores. Não deixou nenhum tipo de bilhete, mas Luna imaginava que fora Laura ou Dimitri. 

Vesti as roupas que Laura me dera ontem e penteei o cabelo. Depois de estar pronta respirei fundo algumas vezes antes de me deixar olhar no espelho. Antes e fugir, minha aparencia não significava muito para mim. Era muito nova e não tivera interesse em nenhum garoto, pelo mesmo que se lembrasse. Alguns meninos da escola implicavam com seus cabelos e suas sardas, mas sua madrasta a dissera que quando puchavam seu cabelo era o jeito de demonstrar que gostavam da menina. 

A imagem não era nada como eu lembrava. Não era mais uma garotinha de 12 anos com um corte de cabelo de salão e poucas sardas no rosto. Não tinha mais nenhuma inocencia nos olhos. Mas tinha uma cicatriz encima da sombrancelha. Meu corpo se desenvolveu, meu rosto parecia ter muito mais anos do que realmente tinha e as cicatrizes cobriam maior parte do meu corpo.

O cabelo era longo demais, nunca havia conseguido o cortar na floresta, e tinha uma cor de louro cobreado que lembrava a imagem de trigo, dourada, que sempre via quando seu pai tentava a obrigar a ir na igreja. As sardas do rosto tinham quase sumido, mas cresceram para seu pescoço e ombros.

Estava magra demais. Podia ver todos os ossos de seu corpo. Não parecia nada saudavel, e com certeza não parecia muito bonita. Os olhos que antes eram azul claro, como o ceu limpo de uma praia, agora pareciam mais escuros, como uma tempestade.


        Mas, apesar de tudo, me sentia bem.
        E precisava de um corte de cabelo.
        Quando sai do banheiro Dimitri estava esperando. Sozinho dessa vez.
Andamos em silêncio até a escadaria na frente do chalé.
     “Bom, animada para lutar hoje? Ou mais interessada em conhecer nosso acampamento?”
     “Quero aprender a atirar com arco e flecha.” Eu disse rapidamente.
     “Sim, claro... Mas que tal me mostrar o que pode fazer com a lança antes?” Ele carregava minha lança e eu sorri. Meu rosto ainda não estava acostumado com esse movimento.
    Durante a manhã, lutei com ele a maior parte do tempo. Almoçamos juntos perto dos campos de morango e ele falava com entusiasmo sobre técnicas de cultivo. Vi Matheus de longe na enfermaria. Vimos Laura gritando com Quiron. Descobri que o garoto que me atacara se chamava Pedro e era filho de Ares, deus da Guerra.
    “Da guerra, mas não da estratégia de guerra. Se lembre disso. Filhos de Ares são como minotauros, grandes e burros em sua maior parte. Mas já tivemos exceções...”
     Dimitri disse que Andre concordou em me ensinar sobre os deuses. Mal podia esperar. Talvez me identificasse com algum assim, de cara.
     À tarde as crianças que Dimitri era responsável vieram lutar comigo. Acabei no chão em quase todos combates. Consegui derrotar o menino de 8 anos que se chamava Niklaus algumas vezes lembrando do conselho de Dimitri sobre filhos de Ares. A garota que se chamava Serena não queria lutar e Dimitri disse que a mãe dela é uma pacifista, mas não disse quem.
     Ao fim do dia não estava muito dolorida, mas tentava não levar pra cabeça que crianças de 8 a 11 anos poderiam me derrotar na batalha em qualquer momento.
     Não eram só crianças. Eram semideusas.
    Fiquei principalmente com Jeremiah, filho de Poseidon, que sabia que era mais forte perto do mar então lutava andando, levando o oponente para a praia. Depois de perceber isso foi mais fácil não ir atrás dele nos combates. Quando ele dava um passo para o mar, eu dava dois passos para outra direção.
     Dimitri me deixou no chalé e disse que me encontraria para ir jantar antes do jogo. Ele parecia confortável na posição de responsável. Me perguntei porque Laura queria tanto isso.
    Quando cheguei, na minha cama tinha outra muda de roupas. Não sabia a quem agradecer e não tinha ninguém no chalé no momento. Tomei um banho e troquei de roupa. Lavei a muda suja na pia do banheiro e coloquei para secar perto da cama. Não sabia muito bem como fazer esse tipo de trabalho.
    O jantar passou novamente correndo. Todos estavam muito ansiosos para o jogo. Eram dois grupos e durante o jantar alianças foram feitas e desfeitas. Quiron fez o discurso hoje e todos estavam animados demais para prestar atenção. Quando acabou, corremos para os chalés para pegar as armas. Entre espadas de ouro e lanças de bronze eu me sentia deslocada com a lança de madeira e ponta de pedra que fizera alguns anos atrás.
     Depois de encontrar a todos e me despedir de Dimitri, que estava do outro lado, perguntei a Matheus porque Laura não estava ali.
    “Os outros campistas não gostem que ela jogue... Mas é a história dela para contar, não a minha.”
     O chalé de Hermes se juntara com o de Hefesto, Hecate, Poseidon, Apolo, Ares e Afrodite. O outro lado contava com Atena, Deméter, Iris, Dionísio e Zeus, além de alguns outros deuses menores. Perguntei a alguém se isso era justo e me responderam que, na verdade, todos queriam atacar Atena. Aparentemente eles sempre ganhavam e fizeram muitos inimigos.
    “Há muito tempo, Atena e Poseidon se apoiavam em todos os jogos... Mas não mais” O pequeno Jeremiah me falou. Ele só tinha mais um irmão, bem mais velho, e eu não acredito que estava presente.
     Não vou mentir. Fiquei perdida durante a batalha. Eu tinha que ficar no meio de campo e atacar qualquer um que passasse. E assim fiz até um garoto com uma espada de ouro me atacar. A espada me deu um choque e me paralisou por vários minutos. Ninguem passou além dele, mas não consegui ver muita ação durante o jogo.
     Dimitri tentou passar por mim pela copa das árvores. Adorei a tentativa e ri quando minha lança improvisada o derrubou. O amarrei com cordas que por sorte eu levara como cinto e conversamos por um tempo até que outro tentasse passar por ali.
    Depois do jogo, e da vitória do time oposto, percebi que eles me colocaram para vigiar o meio do caminho mais longe. Não imaginavam que alguém tentaria ir por ali.
     Imaginei se todos os novatos ficavam com os piores trabalhos, sempre.
     O outro grupo foi comemorar com um luau na praia. Encontramos Laura no caminho.
    Luna ainda estava chateada por terem a deixado para trás. Mas ela não tinha falado muito de si e eles não poderiam saber que ela é ótima para se localizar na floresta e muito boa em fazer armadilhas. Os derrotados andavam com a cabeça baixa.
    Tiraram os sapatos. Fazia muito tempo desde que Luna sentira a areia fria entre seus dedos. Ouvia a brincadeira do grupo ao seu lado, mas não prestava atenção em nada. Mais estratégias e modos de vencer da próxima vez. Todos estavam muito cansados.
    Ela não. Havia ficado maior parte do combate parada.
    Logo a frente todos gritavam e comemoravam.
   Todos gritavam.
    E lutavam contra um inseto gigante?


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Notas finais do capítulo

Pessoal, eu sei que em todos os livros os novatos vencem a captura a bandeira e mostram como são poderosos, mas queria fazer diferente. Ninguem iria confiar na novata e ela ainda esta bem tímida.



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