MeliZoe e os Olimpianos escrita por Zoe


Capítulo 6
Uma formiga gigante e PORQUE NINGUÉM ME EXPLICA NADA


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, boa leitura ♥ !
Aprendi a colocar fotos nos capítulos e voltei no inicio, acho que pode ambientar um pouco melhor com a ajuda visual. Vou tentar apresentar todos os personagens durante os capítulos.



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’É um Myrmekos! Cubram os olhos e ouvidos, não lutem com as espadas de ouro!” A garota que se apresentou como Vanessa saiu correndo e gritando em direção à batalha. Todos corremos para a praia, mas muitos estavam  cansados. Muitos tropeçando no próprio pé e grande parte do acampamento estava na enfermaria.
     Luna decidiu que seria a melhor chance para mostrar seu valor e que ela não deveria ser deixada para trás. Com a lança de madeira e pedra saiu correndo em direção à formiga gigante. Parecia mais uma de suas estrategias estupidas, mas uma vez que ela começara, não podia parar. Embora todos alie stavam correndo em direção a formiga gigante, poucos eram os que tinham um plano. E Luna não era um deles.
  Viu Matheus e Felipe recolhendo campistas gritando de dor na areia. Aparentemente o toque das presas da formiga soltava algum tipo de veneno. Ela estava acima de varias espadas e flechas de ouro imperial e alguns campistas. Matheus se aventurava para debaixo do mostro tentando ajudar aqueles que estavam presos. 
   “A saliva tem veneno! Não cheguem perto demais!” Vanessa ainda gritava e juntava seus irmão do chalé de Atena, todos prontos para atacar. Talvez, se alguem ali fosse capaz de fazer um bom plano, seria ela. Mas Luna estava decidida demais a mostrar seu valor para ser inteligente naquele momento. E tambem, que tem tempo para ser inteligente quando um inseto gigante esta atacando? 
   “Vou buscar meus autônomos!” gritava Hadassa correndo na direção oposta.
   Luna aproveitou a distração e se camuflou entre os outros campistas. Correndo abaixada, para não ser notada, chegou a ficar atrás da formiga gigante. Ela sempre tivera medo de formigas. Estavam sempre a seguindo e subindo em seu pé. Uma vez, quando criança, sua madrasta a deixara sentada encima de um formigueiro "sem querer " e as formigas, seres altamente organizados, quase levaram Luna para dentro da floresta. Um enorme amontoado de formigas de quinta carregava a criança quando seu pai a encontrou. Riram da historia, mas Luna nunca mais suportou os pequenos animais.
   Tentou atingir a formiga por baixo, mas quase foi atingida por um jato de veneno. Agora a formiga se virava para ela. Varios campistas gritavam e jogavam flechas e lanças na formiga que continuava a lançar veneno nos campistas. Luna via o ciclo vicioso disso. Vanessa parecia ter criado um plano inteligente, ela e seus irmãos pediam aos filhos de Apolo para atirar flechas flamejantes no animal. 
   Pegou todas as armas de ouro que conseguia carregar e saiu correndo para a floresta. Balançando as espadas e gritando para chamar atenção do monstro. A formiga fez um som horrivel que, pensando  melhor, parecia um chamado para suas irmãs junto com um "DEVOLVA MEU OURO AGORA MOCINHA".
   Pelo menos ela sabia que não era filha de Atena, pois todas suas estratégias eram horríveis e acabavam quase a matando. Continuou correndo, e a formiga atrás de seu tesouro. Ao entrar na floresta subiu em uma árvore rapidamente. A formiga imediatamente sabia onde estava.
   O ouro. Não sabia onde Luna estava. A formiga perseguia o ouro.
  Então enquanto a formiga subia a arvore para recuperar seu tesouro,    Luna cobriu seus olhos e ouvidos com folhas. A boca enorme do monstro se abriu para pegar o ouro e Luna pulou com sua lança para dentro. Quando caiu no chão tudo que sobrava da formiga era suas cinzas. Luna quase não podia sentir seus membros tanta era a dor do veneno que entrava nos seus olhos, boca e ouvido.
  Os outros campistas olhavam a cena, aterrorizados. Luna quase não enxergava devido à quantidade de veneno que conseguiu entrar em seus olhos. A última coisa que viu foi Bruno e Silvia segurando uma Laura que gritava e esperneava.
   Se perguntou o que aquilo significava.
   Sentiu algo queimando em sua cabeça, mas não conseguia enxergar o que era.
   Alguns campistas aplaudiam, mas o silêncio reinava acima de tudo.
   Será que a garota tinha feito algo de errado?
  Sentiu mãos fortes a levantando e trocando as poucas folhas que restavam sob seus olhos por um unguento com cheiro de ervas.
   “Voce foi reclamada, filha de Deméter” Disse a voz suave de Matheus em seu ouvido. Estava tão perto que podia sentir seu hálito quente em seu pescoço. Luna não conseguiu se sentir feliz por muito tempo. Estava extremamente animada por ter sido reclamada. Havia chamado a atenção da sua mãe com aquele golpe. Mas não sabia se de uma forma boa ou ruim.       Parece que, pelo menos pelos olhos dos outros campistas, se atirar para dentro da boca do monstro não era uma boa estrategia de luta. Provavelmente devia ter continuado com as flechas em chamas de Vanessa. 
   O garoto continuou a carregando, sem falar para aonde ia. Luna se sentia bem em seus braços e não queria perguntar. Sua garganta doía muito.
   Quando Matheus a colocou no chão, estava encostada em um tronco. O calor indicava que estavam perto da fogueira, mas Luna não podia ver ainda. O calor não vinha apenas da fogueira, podia sentir que todos estavam ali. Ouvia as conversas em tom baixo e não conseguia entender nada. Matheus não disse mais nada.
   “Então campistas... O ataque do Myrmekos obviamente não estava nos planos de comemoração... Será aberta uma investigação para saber quem o deixou entrar e claro, agradeçam a Meloe pela bravura em batalha... Voces sabem. Boa noite.” Ouvi a voz de Dionísio e me perguntei se ele sempre soara tão indiferente ao trabalho.
   “Então ela não vai ser punida por se colocar em risco assim?”
   “Nós vencemos a Captura da Bandeira! Nós devíamos liderar o ataque!”
   “E Laura? Ela não vai ser punida?”
   “Grande amiga...
   “Provavelmente foi a mãe dela que mandou a atacar.”
   Não conseguia entender todos os comentários. Porque eu deveria ser punida por matar o monstro que machucou vários campistas? Porque Laura deveria ser punida se ela não chegou nem perto da batalha? E porque a sua propria mãe mandaria um monstro para o acampamento?
  “Como eu disse, o ataque foi inesperado... A garota fez o que estava acostumada e matou o monstro. É isso.” Dionísio parecia mais entediado ainda.
  Todos ficaram em silencio de repente. Luna queria saber o que estava acontecendo mas seus olhos ainda doíam muito. A primeira coisa que ouviu foi um sibilo parecido com uma cobra.
  “Quatro viajarão para o Oeste
Três para o Sul
Enfrentando inimigos e aliados
Na guerra e no amor
Encontrarão a maldição da predileta
Na música que enlouquece a natureza
A filha dos grãos deve ser partida ao meio.
  Todos voltaram a falar juntos e eu já não conseguia distinguir as vozes. A filha dos grãos deve ser partida ao meio. Dimitri passou na minha cabeça    “Deméter... Colheita, estações, grãos...”.
   “Uma missão de 7? É um número muito grande!”
   “Julgo que é mais como duas missões, uma de 4 e uma de 3”
   “A mesma profecia?”
   “Eles estão indo em direção oposta.”
   “A ultima maldição de 7...
   “Tudo bem crianças. Meloe, vamos para a Casa Grande, o resto vá dormir.” A voz de Dionísio soa alta e autoritária como nunca antes.
   “Eu acompanho.” Ouvi a voz de Dimitri do meu lado esquerdo.
   Matheus me segurou mais forte e depois soltou. Suspirou e pediu para eu me cuidar. Daria tudo para ver a expressão em seu rosto nesse minuto. A dor estava cada vez menor, talvez eu conseguisse tirar o unguento.
   Dimitri não me carregou. Segurou no meu braço e me guiou até a Casa Grande. Era um caminho longo e não conversamos. Quando ele parou eu quase sentia que poderia desmaiar de ansiedade. Pensei que ele me deixaria ali, na porta, mas entrou comigo.
   “Trouxe minha irmãzinha...” Ele parecia abalado.
  “Querida, pode tirar o unguento de seus olhos. E as folhas dos ouvidos.” Quiron falava com a voz doce, o que por algum motivo me preocupou ainda mais.
   Liberei meus olhos, mas só enxergava sombras. Sabia que Quiron estava ali, Sr.D também. Alguém saiu pela porta dos fundos enquanto meus olhos se ajustavam. Dimitri me ajudou a sentar no sofá na sala.
   “Então, você não esta animada para ser cortada ao meio?” Sr.D parecia estar adorando a situação. “O que você acha, Dimitri?”
   “Ela com certeza é a filha dos grãos... Não temos outra aqui. Filha.” Ele parecia um pouco desapontado. “A predileta pode ser Atena... A predileta de Zeus... E a maldição que enlouquece a natureza pode ser sua flauta.”
   “Então um dos 4 deve ser um sátiro.”
   “Sim.”
   “Na guerra e no amor... Pode ser Ares a Afrodite.” Continuou Dimitri. Eu não conseguia acompanhar o que estavam falando, não sabia do que se tratava maior parte das palavras e não sabia o porque de estar ali. Minha cabeça girava com tantas perguntas e a sensação de desmaio crescia a cada segundo. Queria que todos calassem a boca.
   “Eles têm uma história de atrapalhar missões nesse acampamento.” Disse Quiron e Sr.D riu alto. A reação parecia extremamente inapropriada para o momento.
   “Não consigo adivinhar os inimigos e aliados. Nem sobre os outros três.” Disse Dimitri, sua voz parecendo cada vez mais preocupada.
   “Meloe, você é a líder da missão. Se vai ser cortada ao meio, melhor que seja decisão sua. Escolha outros 2 para ir com você. Voces partem amanha no almoço para o oeste. Boa noite.”
   “2? Não são 4?” Indagou Dimitri.
   “O satiro... Sabemos qual deve ir.” Respondeu Quiron. 
  Tinha mais perguntas, mas novamente o Sr.D tinha uma aura de que eu deveria simplesmente ir embora e ficar calada. Não sabia como ele fazia isso, mas sempre que eu queria o confrontar eu sentia que deveria simplesmente dar as costa e fazer o que ele mandava. Pode ser o poder de um deus, ou pode ser que eu simplesmente sou horrível em conflitos. Queria entender o que estava acontecendo e o que o dava certeza que eu seria partida ao meio. O que é uma missão e uma profecia e porque eu tenho que escolher 2 pessoas para viajar comigo e um menino-monstro-bode.
   Sai da casa com Dimitri sem saber o que fazer no dia seguinte e sem entender metade que estava acontecendo.
   Na volta, quis passar no chalé de Laura para perguntar como estava, mas ouvia gritos la dentro e Andre e Hadassa, que estavam sentados na porta, fizeram um sinal para eu simplesmente ir embora.
   Parece que o poder da formiga estúpida não era veneno e sim fazer todos me odiarem.


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Notas finais do capítulo

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