MeliZoe e os Olimpianos escrita por Zoe


Capítulo 4
Muitas apresentações, não lembro quem é quem


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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“E então... Alô? Eu sou sua responsável?” Laura repetiu a pergunta e eu tirei meus olhos da cena interessante que era o menino carregando estrume para os morangos.
   “Dimitri. Ele é meu responsável. E eu tenho que ir para o chalé de Hermes.” Eu disse e Laura pareceu muito decepcionada. Se jogou no chão e algo começou a rodeá-la. Não poderia descrever o que era. Como sombras.
   “ Voce vai conseguir Laura.” Disse uma garota que parecia uma supermodelo, sorrindo.
   “Eu não entendo, eu estou aqui a quase tantos anos quanto vocês. Tudo bem me negar missões, mas não é como se eu fosse atacar a novata com uma espada.” Laura respondeu sem abrir os olhos.
   “Os campistas mais antigos podem ser responsáveis pelos mais novos aqui. Ensinar a batalhar, aconselhar, até acompanhar em missões as vezes. É uma grande honra.” Matheus disse e eu não conseguia deixar de sorrir ao ouvir sua voz.
   “Então Dimitri não faz parte do clube da luta?” Eu perguntei brincando, esperando que animasse o que poderia ser meus amigos no futuro (e isso me deixava muito nervosa).
   “Seria meu sonho...” uma garota de cabelos longos e pretos que tinha passado o tempo todo desenhando falou.
   “Ele segue demais as regras pro meu gosto.” Disse outro garoto que parecia bem mais velho que os outros.
   “E você não, André?” respondeu a garota de cabelos longos “O fato é que ele já tem 4 responsáveis... Mas aparentemente merece mais um.”
   Uma das garotas que estava ali antes chega acompanhada de outro garoto.      Mal consigo acompanhar todas as personalidades que estou conhecendo. E como pode ser que todos parecem que saíram de filmes de Hollywood?
   A garota era baixa e tinha os cabelos loiros encaracolados. Vinha abraçada a um garoto bem mais velho, com a pele mais escura e cabelos crespos. Seus braços à mostra mostravam enormes cicatrizes de batalha que se constratavam com sua cor.


   “Dimitri...” Ela começou e parece que se lembrou que ninguém perguntara meu nome. Parou envergonhada e sorriu para mim.
  “Luna”
   “Luna, prazer! Como Vanessa me apresentou, sou Dimitri. Vou te acompanhar até seu chalé e te explicar nossa rotina. Vamos?” Ele me estendeu a mão e eu segui para seu lado. Seu toque era quente como os raios de Sol da manhã.
   “Nos vemos depois...” Comecei a dizer para o grupo que me acolhera, mas eles já estavam engajados em outra conversa.
   Passamos pelo garoto que me atacara e agora passarinhos pareciam bicar sua cabeça constantemente o fazendo derrubar estrume pelo caminho. Imaginei se ele mesmo limparia isso depois.
   “Eu sei que sua cabeça deve estar explodindo de tanta informação. Quando eu cheguei, passei dias chorando trancado no chalé. Saiba que estou aqui pra te ajudar... “ Ele parou um pouco para pensar no discurso que faria. “Descobrir que você é filho de um deus grego parecia mais legal na escola... Bem, agora você esta salva. Nós treinamos todos os dias, você pode escolher seus treinos depois de um tempo, por enquanto você me acompanha. Normalmente seus talentos estão ligados ao seu pai divino então quando for reclamada será mais fácil te direcionar. Você vai dormir no chalé 11 por enquanto, Hermes era também o deus dos viajantes. Eles são bem acolhedores, mas cuidado com as brincadeiras. Vou te deixar dormir até o horário do jantar e venho aqui te chamar. Amanha, eu volto para te acordar e se estiver se sentindo bem podemos treinar. Se não, podemos andar pelo acampamento ou eu posso te deixar em paz.” Ele ri um pouco nervoso. Dava pra ver que ele já tinha feito esse discurso algumas vezes, mas ainda estava desconfortável.
   “Amanha é a caça a bandeira, um jogo muito tradicional aqui, eu te aconselho a participar. É bem divertido e aparentemente você já foi acolhida por um grupo...” Atravessamos uma pequena ponte e estávamos a frente de inúmeros chalés.
   “Os chalés tem um pouco da personalidade dos deuses. Com os anos fomos construindo mais alguns, de acordo com a demanda. Os maiores, centrados, são de Zeus e Hera, claro, e por ai vai.” Andamos um pouco para a esquerda e encarei um chalé velho e que precisava ser pintado. Havia muito barulho dentro e algumas pessoas sentadas do lado de fora. Sob a porta, um caduceu enorme.
   Dimitri me levou até dentro do chalé e ignorou os olhares de todos. Me apontou uma beliche, eu estava na cama de baixo. Minha mochila e lança estavam em cima da cama. Vi que ele encarou a lança com um sorriso no rosto.
   “Olha, os garotos vão te encarar um pouco agora. Sempre que há novatos as coisas mudam por aqui, principalmente os que não chegam reclamados. Ou com sátiros. Mas com certeza Dionisio te explicou isso. O importante é que depois de amanha todos já vão te tratar como família. É o que somos aqui, tudo bem?” Ele sorriu novamente e eu senti a obrigação de sorrir de volta. E assim, Dimitri foi embora, me deixando sozinha em uma casa com (o que parecia ser) centenas de desconhecidos.
   Deitei na cama sem tirar os sapatos. Fechei as pequenas cortinas. A luz passava da mesma forma, mas pelo menos não conseguiam me ver. Pensei em Dimitri chorando em uma cama dessas.
   Nenhuma lagrima saiu de meus olhos.
   Estava feliz por estar segura e por estar com pessoas que poderia gostar.       Estava feliz por Laura, Dimitri e Matheus. Pela possibilidade de conhecer minha mãe.
   Passei algumas informações que eu ainda não entendia pela cabeça. Quem era Dionísio? Ou sátiros? E como fizeram passarinhos irritarem aquele garoto? Quem seria minha mãe? A qual chalé eu realmente pertenço? Como vai ser treinar com outras pessoas? Quais seriam meus dons?
   Sem responder nenhuma dessas perguntas, Luna dormiu. Sem pesadelos.
   Acordou com uma risada levemente conhecida. Quando abriu a janela viu Dimitri no pé de sua cama e 4 crianças correndo em círculos em volta dele. As crianças não deviam ter mais de 10 anos.
   Luna se perguntou com que idade elas chegaram aqui. E como.
   “Hipnos finalmente te liberou hem” Dimitri fala descontraído. Parecia bem mais a vontade perto das crianças do que mais cedo.
   “Quem?” Eu respondi confusa e me levantei.
   “O deus do sono... Voce vai aprender tudo isso.”
   “Tem alguma aula ou algo do tipo?” perguntei sem graça, tentando arrumar meu cabelo. Ainda não tinha me olhado em um espelho.
   “Não... Mas posso pedir a Vanessa ou Andre para conversarem contigo. São filhos de Atena, adoram toda oportunidade de mostrar que sabem mais que os outros.”
   “Claro, obrigada.”
   “Vamos para a janta?” Ele parecia animado. Meu estomago roncou alto e nós dois rimos. A verdade é que não tenho uma janta decente a anos.
   “De quem você é filho? Eu posso perguntar isso aos outros?” Perguntei sem olhar nos seus olhos. Algo sobre como ele era acolhedor me fazia sentir tão segura que era quase desconfortável.
   “Dimitri... Deméter? Meu nome significa, literalmente, consagrado à Deméter.” Ele parou um pouco e sorriu novamente. “A deusa da agricultura. Fertilidade, estações, grãos, colheita e essas coisas.” Ele aponta para um chalé cheio de flores e com ervas subindo pela parede.
   Andamos pouco até o refeitório que nada mais era que algumas mesas e uma enorme fogueira. E uma lareira, com uma criança do lado.
   O jantar passou mais rápido do que eu imaginava. Segui em uma fila, recebi uma comida maravilhosa e dei a melhor parte para a lareira (honrando os deuses, me disseram). Agradeci com muita sinceridade por ter chegado até ali.
  Sentei com Laura e seus amigos, todas as apresentações me fizeram sentir tonta. Filhos de Atena, filhos de Apolo, Hefesto, Hecate, Afrodite... E Laura, que me respondeu com certa ignorância que era filha de Hades. Todos olhavam para nossa mesa, mas não quis perguntar o porque.
  Depois, descobri que o homem de cadeira de rodas era um centauro. Meio homem, meio cavalo. Um centauro.
  Dionísio era o senhor sem educação e também o diretor do acampamento e também um deus. Seus filhos o ignoravam. Ele fez um pequeno discurso na frente da fogueira e foi embora. A noite teve muita música e conversei com muitas pessoas. Todas me asseguraram que eu seria reclamada logo. Alguém me disse que talvez eu fosse sua Irmã , mas não sabia quem era seu pai olimpiano.
  Dimitri me acompanhou de volta para o chalé e deixamos as crianças em seus. Ele me deu um abraço estranho e foi embora. Me enterrei na cama antes que qualquer um me visse.
  Pode ter sido a noite mais feliz da minha vida até aqui.


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