MeliZoe e os Olimpianos escrita por Zoe


Capítulo 3
Muito tempo desacordada e confusa


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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Assim que Luna olhou para frente a garota encarou uma espada apontando para seu rosto. Rapidamente entrou em posição de batalhas, mas o susto a deixou um pouco desequilibrada. O sentimento de que pertencia naquele lugar poderia ser só mais uma magia de monstros. Eles estavam prontos para mata-la.
  O resto do acampamento parecia desacordado e atrás da espada apontando para seu rosto havia um garoto que parecia um pouco mais velho que ela. Magro e de pele bronzeada, seu rosto exibia um sorriso quase sádico. Um pouco atrás dele uma das garotas mais linda que já vira sentava em uma pedra e parecia não se importar com a situação.
  “Bem-vinda ao Acampamento Meio Sangue!” O garoto falou, parecia acolhedor, mas não abaixava a espada que parecia ser feita de bronze.
  Luna mal respirava e não sabia o que fazer.
  “Espero que você adore sua estadia aqui, anjo.” Ele disse e, ao sorrir, bateu na cabeça da garota com o lado da espada.
  Não podia acreditar que estava desacordada mais uma vez e teria que lutar com monstros mais uma vez.
  E a magia desse parecia muito forte, pois ela não conseguia não vê-lo como nada além de humano.


Foi a primeira vez em dois anos que Luna dormiu sem pesadelos. Quando acordou se sentia muito melhor do que qualquer outro dia que podia se lembrar. Lembrava-se vagamente de um garoto a alimentando com algo que poderia ser um hambúrguer. Lembrou-se de fazer hambúrgueres com seu pai quando criança. E tirou a imagem da cabeça tão rápido quanto ela surgiu. Não queria pensar nele.
Tentou reconhecer o território de olhos fechados, como fazia normalmente, mas não fazia ideia de onde estava. Parecia que alguém havia a deitado em uma cama. E (ela corou quando descobriu isso) alguém havia lhe dado banho e trocado suas roupas. Sua lança não estava em mãos, mas se sentia segura.
Abriu os olhos lentamente e viu o que parecia ser uma tenda de curandeiros. Via ervas que conhecia em todos os lados, além de bebidas desconhecidas, faixas, esparadrapos. Observou algumas crianças desacordadas em outros leitos, algumas com cortes e outras com braços ou pernas quebrados.
Quando se virou, um garoto sentava em um banco ao lado de seu leito e sorria para ela. A garota queria fugir ou lutar, mas o sorriso do menino apagava todo o medo de si. Ela se sentia mais segura que nunca.
O garoto era alto e loiro, os olhos eram verdes e o sorriso a passava confiança. Ele usava uma camisa laranja como muitos outros ali e carregava uma caneca que cheirava a chocolate quente. Quando percebeu que ela estava acordada, colocou a mão em seu ombro.
“Pode ficar calma. Voce esta bem. Nós curamos seus ferimentos. Voce esta no Acampamento Meio Sangue. Sabe o que isso significa?” Ele diz com uma voz calma, sem tirar a mão de seu ombro.
“Não... Meu pai me disse para ir para Manhattan... Perguntou se eu tinha chegado bem ao acampamento... Um monstro me atacou com uma espada de bronze?” Luna tentava formular frases completas, mas não conseguia. As memórias estavam voltando, mas não conseguia junta–las.
“OK. Vou te falar o suficiente para você ficar mais calma. Estamos aqui para te ajudar. Aqui, tome esse chocolate quente. ” Ele me entregou a caneca enquanto mexia nos meus travesseiros para conseguir me sentar.
Assenti para ele continuar a falar. Ainda não conseguia entender o que estava acontecendo. Bebi um pouco do chocolate e era delicioso. De repente uma sensação de calor tomou conta de mim e eu me sentia mais feliz, mesmo sem conseguir explicar.
“Sim... Então, Acampamento Meio Sangue. Não é como outros acampamentos. Aqui vivem as crianças que são filhas de um humano com uma divindade grega. Como você! Nós somos diferentes dos humanos pois somos mais rápidos, ágeis e alguns até tem alguns dons e afinidades. Não nos encaixamos em escolas e empregos normais... Enfim, aqui nós treinamos e vivemos como uma família. E nos preparamos para missões e ataques de monstros. Imagino que estes você conheça pelo tanto de ferimentos que encontramos no seu corpo. Voce pode ficar aqui o ano todo ou só durante o verão e às vezes podemos sair, mas para filhos dos deuses.... Dos 3 grandes, não é tão seguro. Ninguem aqui vai te machucar de propósito, estamos aqui para nos ajudar mutualmente. Como esta o chocolate?” O garoto parou de falar mas parecia que ele poderia continuar por horas e horas. Sorri um pouco. Algo que eu não fazia a anos.
“Sim... Perfeito.” Disse, me sentindo bem melhor do que antes. “Deuses gregos? Acho que posso aceitar isso. Então quem é minha mãe?” Eu perguntei e o sorriso sumiu de seu rosto.
“Bom, é melhor você conversar com o Sr.D, mas a verdade é que os deuses deveriam reconhecer seus filhos aos 13 anos. Você parece um pouco mais velha. Mas se você já sabe que é sua mãe as opções abaixam um pouco.”
Desviei o olhar, comecei a ficar um pouco incomodada com o assunto. Mas não consegui segurar muito este sentimento pois alguns segundos depois uma garota entrou na tenda. Com apenas um olhar o garoto saiu e eu lembrei que não havia ao menos perguntado seu nome. A garota sentou em seu lugar e segurou minha mão.
“Laura, trouxe roupas para você, por favor se troque e eu vou a levar ao Sr.D. Com sorte ele deixará eu te dar o tour do espaço e te apresentar as melhores companhias do lugar... Sim, isso inclui Matheus.” Colocou as roupas na minha mão e riu um pouco. Algo sobre Matheus parecia a deixar de bom humor.
Não respondi, apenas levantei e comecei a andar para a cabine a qual a garota apontava. Quando olhei para trás ela estava acabando com meu chocolate quente. Era uma menina baixinha, com a pele morena e traços que me lembrava indígenas. Usava o que parecia ser o uniforme do acampamento e o cabelo curto preso com um pedaço de pano preto. Ela sorria para mim, mas parecia que sua presença deixava todos os outros campistas desconfortáveis.


Troquei o roupão pelo short jeans e camiseta cavada que a menina me dera. Coloquei meu cabelo em um nó. Continuei com meus tênis rasgados e surrados. Talvez a garota poderia me emprestar algum sapato velho dela.
Quando sai da cabine, ela não estava mais ali. Andei até o lado de fora da tenda e o Sol quase queimou meus olhos. A sensação do Sol na minha pele era reconfortante e me dava energia.
Ela estava parada ali me esperando. Sem mais palavras pegou meu braço e começou a levar pelo acampamento. Passamos por garotos treinando arco e flecha e garotas sentadas em círculo como uma meditação em grupo. Um lindo campo de morangos floria a minha direita e fechei os olhos e respirei fundo.
Logo a frente do campo de morangos encontramos um casarão de arquitetura antiga... Grega, claro.
Alguns adolescentes estavam parados na porta da casa e Laura passou por eles sem expressar nenhuma emoção. Entramos na casa e senti os olhos dos outros em minhas costas.
“Não se preocupe. Vai ficar tudo bem” Ela disse, mas sua face falava outra coisa. Me empurrou para os fundos da casa e saiu sem dizer mais nada.
Quando cheguei ali um homem de cadeira de rodas jogava damas com um senhor que tentava beber de uma taça que continuava fugindo dele. Os dois olharam para mim.
“Sim, sim... Bem-vinda, o garoto que te agrediu esta sendo punido e por favor não nos processe.” O senhor riu um pouco e fez uma jogada. “Não reclamada, chalé de Hermes, Dimitri é seu responsável e te vejo no jantar, Senhorita...”
“Alguém te perguntou seu nome, querida?” O homem de cadeira de rodas me perguntou e meus olhos encheram de água. A dois anos não me apresentava a ninguém.
“Luna... MeliZoe” Os dois homens se encararam e então o de cadeira de rodas sorriu como se nada tivesse acontecido.
“OK Luna, bem-vinda e espero que esteja animada para começar a treinar! Amanha temos Captura a Bandeira! Sou Quiron, e como o Senhor D. te informou, por favor, dirija-se para o chalé de Hermes, sua mochila já está lá.” Ele disse e fez um gesto como se me dispensasse. Queria perguntar tantas coisas, mas não me sentia segura em interferir naquele jogo.
Dei as costas e fui em direção a porta. De longe escutei “MeliZoe, que tipo de nome é esse? Deve ser Hera e suas brincadeiras doentias de novo... Quando acreditamos que tivemos o suficiente.”
Sai pela porta e Laura me esperava lá. Estava sentada com os garotos que nos encaravam antes. Um grupo de 8 pessoas, contando com ela. Matheus estava ali também, encostado no muro. Alguns me cumprimentaram sem jeito.
De longe, reconheci o garoto que me atacara na noite que cheguei aqui. Ele carregava sacos pesados do que parecia ser estrume para os campos de morango. Alguns dos amigos de Laura riram com a cena.
A garota levantou e disse “Bem, como eu disse, essas são as melhores pessoas que pode conhecer nesse lugar. E ai, posso te apresentar o terreno?”


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Notas finais do capítulo

Sei que esse capitulo não teve muita ação, mas preciso ambientar Luna e apresentar os "secundários" nos próximos!



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