MeliZoe e os Olimpianos escrita por Zoe


Capítulo 17
Um breve encontro com meu ex presidente favorito


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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Nós chegamos na cidade de madrugada. Não era bom para nós, pois não conseguíamos disfarçar nosso cheiro nos enturmando com outras pessoas. Silvia sugeriu irmos a uma boate, mas Gavin disse que não era uma boa ideia — monstros também gostavam de festa.
Andamos um pouco e decidimos ir para o local mais normal de nossa missão, a rodoviária. O próximo ônibus sairia daí a 2 horas, às 5 da manhã, e iria para Iowa. Não era Califórnia, novamente, mas era no caminho. E com certeza era melhor que ficar parada em uma cidade. Não só pelos monstros e por chamar a atenção, mas por que eu me sentia inútil quando não estávamos andando.
Perto da rodoviária havia um dos lares para desabrigados. Estava fechado, obviamente, pelo horário, mas Vanessa disse que conseguia nos colocar para dentro. Assim poderíamos tomar um banho e o cheiro deles encobriria o nosso. Nada mais cheiroso que moradores de rua bêbados.
Ninguem estava muito animado com o plano de tomar banho naquele banheiro. Quando chegamos, foi pior ainda. Quase fomos embora. Mas era preciso. Gavin ainda cheirava a açafrão e tomilho e nós estávamos sujas e suadas.
Eu tinha um pouco de sálvia na mochila como uma das minhas plantas medicinais, mas Gavin me pediu para queimar enquanto tomávamos banho e eu aceitei. Podia substituir com outras plantas e eu também mal aguentava o cheiro do lugar.
Vanessa nos explicou que os moradores do lugar seriam obrigados a limpa-los antes de sair e disse que eu lembrava de ler algo como isso em um conto de George Orwell na escola. Não havia falado muito sobre minha vida antiga para elas. Nem sobre os dois anos na floresta.
Fizemos turnos enquanto uma pessoa tomava banho outra se arrumava e duas vigiavam a porta. Silvia ficou por ultimo, pois seu charme era essencial se alguém nos descobrisse ali. Fizemos o Máximo de silêncio possível e até tomamos banho com quase todas as luzes desligadas.
Quando chegou a minha vez, agradeci a Silvia por ter cortado meu cabelo. Era muito mais fácil o lavar assim. Não tomamos banho com a água quente, queríamos deixar para aqueles que realmente precisavam, então nosso banho foi bem mais rápido que o normal.
Meus ferimentos ardiam quando a água passava pelo meu corpo. Pensei no rosto de Ariane perto do meu. Tirei toda a poeira do meu corpo e sai do banho. Coloquei uma das calças que levara comigo e Vanessa me emprestou uma camisa. Penteei meu cabelo e voltei para ficar de vigia.
Entramos e saímos sem ninguém acordar. Me sentia muito melhor de banho tomado e quase conseguia ficar perto de Gavin. A água do banho dele tinha quase pintado o banheiro inteiro de laranja, tivemos que secar o lugar antes de sair.
Me perguntei se esses detalhes eram contados quando voltássemos. As pessoas só iriam querer saber dos monstros ou iriam se importar em como comemos e tomamos banho? Alguém se importa com isso? Ou achavam que iríamos atravessar o pais e lutar com inúmeros monstros sem nos alimentar e sujos?
Voltamos para a rodoviária e ainda não havia ninguém ali.
“Sabe, encontramos poucos monstros. Quando eu sai em missão com Laura, não podíamos dar 2 passos sem que algo nos atacasse.” Silvia comentou conosco, quase de bom humor.
“O cheiro de semideuses dos três grandes é mais forte. Mas acho que demos um pouco de sorte também.” Gavin diz, e explica que ele pode sentir o cheiro dos semideuses como os monstros fazem e nós tínhamos um cheiro quase normal.
“Não acho que essa sorte vai continuar.” Vanessa diz de forma sombria.
“Cala a boca, Ness” Eu disse e bati em seu ombro.
“Não, serio...” Ela olhava fixamente para frente e fazia movimentos leves.
Um Lincoln enorme de bronze nos olhava.
“Imagino onde esta a criança.” Vanessa diz (e eu demoro um pouco para entender que a estatua de Lincoln da cidade tem uma criança que se senta ao seu lado).
“Não é uma boa hora para piadas, Ness.” Silvia rebate.
A estatua avançou contra nós. Pulamos do banco e deixamos nossas mochilas para trás, ele destruiu completamente os bancos e quebrou muitos lugares no chão. Nunca imaginei que seria atacada por uma estatua de bronze. 
Peguei minha lança, Silvia já segurava sua espada. Gavin segurava uma espada que eu não havia visto antes — parecia feita de espinhos — e Vanessa estava parada simplesmente olhando para a situação.
Silvia me olhou e percebi que devíamos proteger Vanessa. Fizemos um circulo envolta dela e a estatua começou a avançar novamente.
“Tentem se separar, vamos descobrir qual o alvo.” Disse Vanessa.
Silvia ficou do lado dela enquanto eu corria para a direita e Gavin para a esquerda. A estatua imediatamente veio atrás de mim. Acho que poderíamos ter adivinhado essa. Quando ela chegou, atirei minha lança onde deveria estar seu peito mas a lança só bateu, fez um som horrível de metal contra metal, e caiu no chão. Sai correndo para não ser atingida.
Gavin e Silvia vieram em minha ajuda. Nos juntamos para atacar nosso antigo presidente, mas nada que fazíamos tinha nenhum efeito. Os metais se chocavam e faziam um enorme barulho, mais nada. Tentamos usar nossas mãos, mas não conseguimos chegar nem perto do presidente.
“Tudo bem. Pelo o que eu percebi o controle dele esta na parte de trás da cabeça. Vou tentar subir nele. O deixem ocupado, mas parado, se possível.” Vanessa fala, ainda tem a expressão de super concentrada em seu rosto.
“Então... Deixar ele nos matar?” Eu pergunto, pensando que eu mesma poderia ter feito essa estrategia.
“Não, só quase.” Ela me responde e sorri um pouco, parece quase feliz.
“Deve ser um autômato antigo, a única coisa que ele faz é atacar.” Silvia fala enquanto tenta chutar a estatua, apenas conseguindo ser jogada para uma parede.
“Não é suficiente?” Eu pergunto a ela, ainda achando a situação absurda.
“Ele poderia fazer discursos, talvez nos mataria mais rápido.” Vanessa nos diz, ela parece realmente feliz encima do monstro que nos atacava.
“Ness... Péssima hora pra ser engraçada.” Eu digo para ela enquanto corro sem direção.
“Só estou dizendo, Lincoln não era nenhum caçador de vampiros.” Ela continua, achando graça na situação.
“OK, o plano louco da vez é Silvia e Gavin, saiam de perto de mim, deixem ele me atacar. Vou ficar parada. Ele esta tentando me enforcar, então se eu simplesmente deixar ele vai ficar parado.” Eu digo e todos olham para mim como se eu fosse uma filha de um deus grego.
“Sabe o quão rápido mãos de bronze podem separar sua cabeça do pescoço?” Vanessa me pergunta, agora momentaneamente seria.
“Mais devagar do que você consegue o desligar, eu espero.” E empurrei com as minhas duas mãos Silvia e Gavin. Eles obedeceram e ficaram parados. O meu antigo presidente favorito me atacou.
Vanessa conseguiu pular em seu pescoço, mas parecia que ele só conseguia prestar atenção em mim.
“Sinceramente, se Hadassa estivesse aqui ela iria zoar muito quem fez isso. Parece que só faz uma tarefa por vez.” Vanessa diz, agora encima de Lincoln novamente, e concentrada em sua tarefa.
“Melhor não me deixar morrer então, a próxima tarefa dele pode ser você!” Gritei ofegante. Lutar e tentar ficar parada estava sendo mais difícil do que eu imaginei.Não podia lutar tanto que ele se mexeria muito e não podia lutar tão pouco que morreria.
Estava em uma brigando com ele pela posse de minha lança quando as luzes da rodoviária acenderam. Daqui a pouco pessoas chegariam ali e imagino o que a nevoa faria para mudar 3 adolescentes lutando contra uma estatua.
O autômato conseguiu tirar minha lança de mim e a jogou longe. Silvia andou bem devagar para pega-la. Mas não a jogou para mim de novo. O plano era ele não notar que tinha outra pessoas ali.
Suas mãos conseguiram chegar em meu pescoço e começaram a apertar. Eu não conseguia respirar mas tentava gritar para Vanessa ir mais rápido. Ela gritava alguma coisa sobre muitos fios e não conhecer o painel de comando.
A ultima coisa que eu vi foi Vanessa chorando agarrada no pescoço do presidente Lincoln, gritando que quando voltasse ia estudar tanto engenharia que poderia trabalhar para a NASA.
Sonhei com o Matheus. Ele e Dimitri lutavam contra górgonas enquanto Groover falava com uma mulher de cabelos loiros e olhos cinzas. Ela o dava instruções para dirigir algo. Disse que ele talvez deveria ligar para Leo, e não para ela.
Groover disse que não conseguia sair de Houston e que tinha que parar o exército. Eles iriam passar por ali agora e ele tinha que chegar no campo. Se ele não atrasasse os satiros tudo aconteceria muito antes que achavam e tudo estaria perdido. Matheus caia atrás dele quando tudo ficou escuro novamente.


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Notas finais do capítulo

Fique muuuuito feliz pelo PRIMEIRO COMENTÁRIO na fic ♥ Decidi lançar o próximo capitulo hoje mesmo. É mais curtinho, então tudo bem.
Comentem! Amo vcs ♥



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