MeliZoe e os Olimpianos escrita por Zoe


Capítulo 18
Uma deusa me serve uma vitamina


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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Acordei deitada na poltrona do ônibus. Vanessa estava sentada do meu lado e me disse que eles me colocaram ali. Me deu um pouco de chocolate para comer e disse que estávamos quase chegando em Iowa.
“Precisamos ir mais rápido... Sonhei com Groover e ele esta preocupado que as coisas vão acontecer mais rápido do que achamos.” Eu disse a ela enquanto limpava meus olhos e tentava me ajustar no banco.
Assim que saímos do ônibus eu e Vanessa fomos procurar passagens direto para Califórnia. Silvia pediu para ver uma lojinha com Gavin me perguntei se a garota era algum tipo de compradora compulsiva, mas ela tinha sido de grande ajuda até o momento na missão e eu não poderia reclamar de sua presença (além do mau humor habitual).
O atendente disse que o próximo ônibus direto para lá sairia em 2 horas. A viagem demoraria 36 horas. Deixamos para comprar as passagens na hora, devido ao nosso histórico de perder ônibus pensamos que seria melhor e se algo acontecesse não perderíamos mais dinheiro.
Silvia voltou com um cachecol e colocou em meu pescoço. Ela me levou até um espelho e eu pude ver que minha nuca estava completamente roxa e com marcas claras de mãos.
“Não queremos chamar muita atenção, né?” Ela me diz e da um sorriso triste como se se sentisse muito mal por ter deixado eu seguir com minha estrategia. 
Agora que ela tinha me apontado o machucado eu percebi que minha garganta doía muito, respirar era horrível e falar pior ainda. Parecia que eu tinha deixado um carro passar em cima de mim varias vezes. Mesmo com muita dor nessa área eu sabia que precisava me alimentar e, se tivéssemos a sorte de achar um fogão, fazer um chá para a dor.
Do lado da rodoviária havia uma loja estranha com as iniciais P.E.V.O.A.I pichadas do lado. A loja parecia uma mistura de café vegano com lojinha de artefatos antigos. Gavin não queria entrar e disse que lugares assim eram, normalmente, lar de monstros horríveis.
“Eu acredito em você. Mas também preciso de comprar mais sálvia e adoraria um sanduíche. Se for um monstro nós corremos ao invés de lutar dessa vez.” Eu digo a ele testando minha melhor voz de criancinha pedinte. 
“Não sabia que essa era uma opção.” Gavin respondeu enquanto fazia uma careta.
“Talvez nunca foi porque ninguém nunca tentou. Vamos ser pioneiros!” Vanessa o respondeu e seguiu na frente para entrar na loja.
Entramos na loja. Ela cheirava fortemente a ervas e tinha todos os tipos de artigos imagináveis. Plantas, chás, incensos, e a parte de trás parecia um café. Pedi a Gavin para comprar sálvia e fui procurar um sanduíche.
Uma garotinha com um crachá escrito “Fleecy” apareceu na nossa frente.
“Desculpa, mas o que PEVOA significa?” Vanessa pergunta a ela, curiosa.
“Produtos e Estilo de Vida Orgânicos Arco Iris.” Ela parou e sorriu para nós. “É uma loja de cooperativa, nós vendemos um estilo de vida alternativo e alimentos orgânicos saudáveis.”
Ah, sim... Muito obrigada. Meu amigo esta procurando sálvia, pode ajudar?” Eu respondo sorrindo, ela não parecia nada como um monstro, talvez uma fadinha.
“Sim, nesse momento.” Ela disse e foi até Gavin (Eu tentei não ler muito no fato que ela parecia flutuar, precisava muito de um sanduíche e não iria me importar se ela fosse uma dobradora do ar a não ser que tentasse tirar o nosso de nossos pulmões).
Andei até o balcão e olhei os sanduíches. Todas as opções pareciam estranhas, mas eu adoraria prova-las. Pareciam combinações experimentais com muitos alimentos orgânicos e feitos em casa.
Olhei para os lados e a loja parecia ter muitos corredores, além de ervas e incensos vendia frutas secas, nozes, cestas de frutas orgânicas e camisas tié-dye. O lugar tinha algumas fontes e muitos sinos de vento no teto. Um dos corredores parecia se especializar em itens hippie como cristais, geodos, apanhadores de sonho e macramês.
Uma mulher apareceu atrás do balcão e sorriu para mim. Ela era alta e magra, tinha a pele muito clara e o cabelo estava pintado das cores do arco-iris. Seu crachá dizia “Iris”. Me perguntei se era uma brincadeira ou eu acabara de entrar na loja de uma deusa.
“Em que posso te ajudar, meu bem?” A voz da mulher parece sinos tocando.
“Gostaria de um sanduíche... Que tal esse de queijo branco orgânico com tomates cereja e rúculas... Também orgânicos e “molho especial”?” Eu digo a ela tentando ignorar a esquisitice da situação e fingir que eu era apenas uma criança normal com fome.
“Sim, faço um fresco para você agora. Ninguem nunca quer experimentar meus sanduíches.” Ela parece um pouco chateada com a situação. Me pergunto porque as pessoas não se interessam, talvez elas estejam certas e eu só cansada demais. Mas tudo ali parecia limpo e comer orgânicos parecia ser uma grande oportunidade pra mim agora que eu tinha o luxo de escolher o que comer.
“Parecem deliciosos.” Eu digo a ela, dando de ombros.
“Vou colocar um ramo de manjericão, só por você ser educada. E vou ignorar as armas que você e seus amigos carregam.” Ela me responde enquanto colhe tomates de uma planta perto da bancada. Ela olha para a espada de Silvia que ficava nas suas costas o tempo inteiro.
“Perdão, você pode ver isso?” Eu pergunto a ela esperando que a resposta fosse não.
“Claro que posso...” Ela me responde rindo, como se fosse a coisa mais obvia do mundo.
“Senhora, uma ligação.” A sua pequena funcionaria surgiu atras de mim sem fazer nenhum som.
“Pode cuidar do serviço Fleecy.” Ela diz a garota e balança a mão a liberando do trabalho de explicar a situação para meus amigos. “Sabe, eu a deixo cuidar de quase todas as mensagens esses dias. É um trabalho tedioso.”
“Então você É Iris. A Iris.” Eu digo de forma obvia.
“Quem mais eu seria?” A deusa me responde com um sorriso enorme no rosto.
“Será que eu poderia beber uma vitamina, também? Minha garganta esta um pouco dolorida e se voce puder colocar...” Não consigo terminar a frase, a deusa me interrompe e eu percebo que seria idiota tentar ensinar plantas medicinais a uma DEUSA com uma loja especializada no assunto.
“Voce parece ser uma garota incrível, Luna.” E a deusa deixou meu sanduíche no balcão. “Se quiser ficar aqui conosco, será bem vinda. Sem armas, claro. Somos pacifistas. E eu não faço essa proposta para muitas pessoas.” Ela sorriu para mim novamente.
Experimentei meu sanduíche e estava maravilhoso. Me perguntei porque as pessoas não queriam comer o que tinha disponível ali. Nos meus dias de floresta se eu achasse tomates e rúcula comemorava como a final do super bowl.
Ela deixou uma vitamina verde do lado do meu prato.
“Eu adoraria trabalhar aqui. Mas tenho que ajudar o Acampamento. Voce deve saber.” Falo com a boca cheia, mas a deusa não parece se importar.
“Sim, também estou muito preocupada com isso. Não gosto da ideia da destruição da natureza. Mas me mantenho longe da política.” Ela responde como se estivesse falando das eleições para senadores.
“Acho que o foco deles é matar os olimpianos.” Digo calmamente.
“Não me envolvi antes, não me envolverei agora. Mas posso te oferecer uma carona. Andei praticando portais. Pode dar muito errado, mas confio no meu potencial. Te pouparia muito tempo.” Ela me responde. A deusa parece também ter deficit de atenção ou simplesmente não gosta de terminar conversas.
“Tipo 36 horas.” Eu falo sem pensar no assunto.
“E todo minuto conta.” Ela me responde, ri, e me dá as costas como se nada tivesse acontecido.
“Vou conversar com meus companheiros, mas com certeza adoraríamos a sua ajuda.” Eu digo ao corredor vazio.
Gavin já havia pagado pela sálvia e eu acabei de beber minha vitamina. Silvia não se sentiu confortável em passar por um portal de uma deusa que ainda estava aprendendo o que faz. E aparentemente ela não gostara da loja tanto quanto eu. Mas aceitou quando a convencemos que seria melhor gastar apenas minutos do que 36 horas para chegar na Califórnia.
Nos agrupamos perto da deusa e ela falou algumas palavras em grego (que eu fiquei surpresa em entender). Um buraco lilás e com muita nevoa se abriu no chão.
“Para Califórnia.” Eu peço a ela no ultimo segundo.
“Sim, para seu próximo destino.” Ela me responde, sorrindo como sempre.
“A Califórnia, certo?” Vanessa tenta novamente, parecendo confusa.
“Seu próximo destino.” A deusa fala novamente e eu posso quase ver Silvia a respondendo.
Mas caímos dentro do buraco.


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Notas finais do capítulo

Um capitulo curtinho... Estamos chegando perto do fim! *choque*
Comentem! Amo vcs ♥



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