Obi Wane-Shots escrita por Pugamegold


Capítulo 27
Realidade Alternativa


Notas iniciais do capítulo

Hello There, tudo bem com vocês? Espero que sim hahahah

Bom, o capitulo de hoje, posso dizer que é mais um fruto de um delírio meu. Tive essa ideia há algum tempo e demorei bastante para conseguir colocar ela no ``papel´´ kkkk e acho que o resultado ficou bom, levando em conta minhas habilidades um pouco escassas e não tão boas quanto eu gostaria que fossem. Digo isso porque eu percebi que eu tenho um pouco de dificuldade para descrever cenários, o ambiente em geral sabem, além de outros pontos que eu pretendo melhorar futuramente. Enquanto isso não acontece, espero que gostem desse conto kkkkk

Esse é um conto cuja a ideia surgiu antes da imagem. Eu escrevi e depois procurei alguma fanart que combinasse, mas foi bem dificil achar sabe, então tive que colocar uma que se aproximasse pelo menos um pouco.

link: https://www.tumgir.com/tag/Obi%20Wan%2FSatine

Bom, sem mais enrolação kkk Boa leitura



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Os sons de tiros ecoavam por todos os lados, assim como o barulho ensurdecedor das explosões. Era um verdadeiro campo de batalha e o fogo, junto com a fumaça, deixava o céu com uma coloração cinza e o ar pesado por conta da fuligem que se misturava ao oxigênio. Homens vestidos com armaduras brancas avançavam sem medo contra o exercito inimigo, formado inteiramente por droides de todos os tamanhos e formas.

Não demorou para que um dos lados se sobressaísse sobre o outro. Cada vez mais droides surgiam e os soldados não possuíam o mesmo vigor e artilharia das maquinas. A esperança de ganharem aquela batalha esvaia-se junto com as vidas dos soldados que pereciam.

Mas os homens corajosos e destemidos não desistiriam tão fácil. Tinham um trunfo.

De repente, bem acima dos droides que marchavam em direção ao reduzido exercito dos homens de armadura, uma luz fina e cintilante surgiu e desceu sobre as maquinas. Movia-se tão rapidamente que era possível ver apenas um flahs azul partindo os robôs ao meio. Cabeças, braços e pernas de droides começaram a voar e caiam no chão como se não passassem de sucata.

O homem ruivo era ágil e habilidoso e empunhava sua espada brilhante como se fosse uma extensão de seu braço. Saltava sobre as maquinas e rolava pelo chão, cortando fora as partes mecânicas e não satisfeito, transpassava a armadura dos droides com sua espada cintilante, destruindo todos os seus componentes internos.

Outra luz então apareceu no céu e pousou no solo tão rápido quanto o seu antecessor. O rapaz era mais jovem e audacioso e parecia flutuar devido à rapidez com que realizava as manobras com a sua espada. Havia caído num ponto mais distante do que o outro homem e por isso encontrava-se cercado por varias maquinas, que apontavam seus blasters para ele.

Isso não o amedrontou, pelo contrario, um sorriso travesso surgiu em seus lábios. Com a mão estendida e a palma virada para frente, uma espécie de onda invisível surgiu e derrubou cerca de 50 droides.

Os soldados restantes exclamaram entusiasmados. A batalha ainda não estava perdida, pois graças aqueles dois homens que haviam ``caído do céu´´, o exercito de droides diminuía drasticamente a cada minuto. Era uma questão de tempo até que todos fossem destruídos. Com o animo renovado, os homens ergueram suas armas e avançaram para lutar ao lado de seus salvadores.

Mas a alegria durou pouco. Um grito gutural ecou no horizonte e a terra estremeceu, fazendo os dois homens e os soldados pararem brevemente. Os droides haviam parado também, estáticos, apenas esperando o comando para que continuassem o ataque.

— O que foi isso? — Perguntou o jovem cujo cabelo rebelde teimava em cair sobre seus olhos.

— Não sei, mas não tenho um bom pressentimento sobre isso. —  Respondeu o homem ruivo, que olhava em direção ao som assustador. — Seja o que for, é grande e está vindo em nossa direção.

Ele tinha razão. O som parecia vir de todas as direções, atravessando as colinas e os montes que os cercavam. Logo, foi possível ver uma espécie de massa amarelada surgir ao lado de uma grandiosa montanha ao Sul, que avançava velozmente em direção à aglomeração. Não demorou para que os dois homens percebessem que não se tratava de uma criatura apenas, mas dezenas delas.

Monstros quadrupedes e amarelados corriam desesperados, atropelando uns aos outros. Muitos tinham as bocas abertas de forma excessivamente exagerada, cujos dentes grandes e disformes projetavam-se para fora dos lábios. Outros salivavam tanto que não era difícil adivinhar que estavam com fome, muita fome.

— O que são essas coisas? — O rapaz gritou e recuou alguns passos, assustado. As criaturas avançavam até eles rapidamente.

— Também gostaria de saber! — Retrucou o ruivo, que adotara uma posição defensiva junto a sua espada brilhante. — Vamos recuar, são muitos.

— Não podemos mestre! — Exclamou o jovem irritado. — Todo nosso esforço será em vão se recuarmos agora.

— Se essas criaturas nos matarem, nosso esforço terá sido em vão de qualquer jeito! — Ele estreitou os olhos para o seu colega. — Vamos recuar agora Anakin.

O jovem chamado Anakin bufou e devido a sua postura rígida, não parecia disposto a ouvir seu mestre.

— Rex, Cody! — O ruivo virou-se para falar com dois soldados que estavam logo atrás dele. — Peçam para que venham nos buscar imediatamente, essa batalha está perdida. Reúnam as tropas e se preparem para sair.

— Certo General! — Exclamou o soldado cuja armadura tinha algumas partes pintadas de laranja.

O soldado porém, não teve tempo de pedir o resgate. A horda das criaturas grotescas e assustadoras havia chegado. Os primeiros indivíduos saltaram e aterrissaram sobre os soldados a direita do ruivo, abocanhando com ferocidade os pescoços dos homens que já haviam morrido com o peso das criaturas sobre seus corpos.

— Cuidado! — Gritou o ruivo, girando nos calcanhares e cortando no ar o primeiro monstro que avançara contra ele.

O caos se instalara. Os droides ativaram-se novamente e iniciaram os disparos contra os homens que empunhavam as espadas brilhantes e os soldados. De um lado, as criaturas. Do outro, os droides e os canhões, que atiravam sem piedade.

— Eles são muito mestre! — Anakin urrou quando cortou a cabeça de um dos monstros ao meio.

— Da próxima vez que eu disser para recuar, recue! — O ruivo gritou em resposta. Estava ofegante e suas roupas estavam sujas com as vísceras de um dos monstros que havia matado. — Não são animais normais, provavelmente foram criados em laboratório. Nunca vi nada parecido.

— Isso aqui  — o rapaz chutou o corpo decapitado da criatura para o lado. — Não é um animal.

O ruivo estava pensando numa resposta quando uma sombra apareceu por cima da cabeça de seu colega e tudo aconteceu rápido demais para que ele tivesse tempo de pensar em algum plano melhor.

 —Abaixe-se! — Foi tudo o que conseguiu dizer.

Anakin arregalou os olhos e fez o que lhe fora ordenado. Jogou-se no chão e rolou para o lado no instante em que a criatura quadrupede aterrissou no lugar em que estava apenas dois segundos antes.

Seu mestre agiu rápido. Ergueu a espada cintilante e apunhalou o monstro nas costas. O bicho estremeceu e gritou antes de falecer devido ao ferimento mortal.

Ainda no chão, o jovem inspirou repetidas vezes, tentando recuperar o folego.

— Obrigado Obi Wan. — Ele disse, afastando os fios de seu cabelo rebelde que estavam colados em sua testa úmida de suor. — Essa foi por pouco.

O homem chamado Obi Wan estendeu a mão e o ajudou a se levantar.

— Fico feliz que de ver que você me ouve de vez em quando. — Ele disse e sorriu.

— Muito engraçado...

Anakin engasgou-se com as palavras quando percebeu que eles ainda não estavam fora de perigo totalmente. Uma segunda criatura apareceu, dessa vez atrás de Obi Wan. Com as quatro patas, ou melhor, com as quatro garras fincadas no chão, ela virou-se e deu uma rasteira no ruivo com sua cauda espessa e curta. Ele caiu de costas e sua espada reluzente voou de sua mão direita, girando no ar e caindo alguns metros de distancia.

Sem ter como se defender, o ruivo teve que usar o próprio braço direito como escudo contra os dentes afiado da criatura. Achou que a proteção que revestia seu antebraço seria o suficiente para neutralizar a criatura, mas a mordida foi tão forte que o protetor partiu-se ao meio, possibilitando que os dentes do monstro penetrassem em sua pele e perfurassem o osso.

Ele gritou de dor e tentou libertar o membro da boca da criatura, puxando-o com toda a força que tinha, mas foi em vão. O bicho era mais forte. Quanto mais o ruivo puxava, mais os dentes cravavam em seu osso, despedaçando-o aos poucos.

— Obi Wan! — Anakin gritou e saltou sobre o monstro, desferindo um golpe mortal no mesmo.

A criatura soltou um chiado agudo e desabou sobre o ruivo, fazendo-o perder o ar que estava armazenado em seus pulmões. O jovem chamado Anakin saltou e aterrissou no solo ao lado de seu amigo e com as duas mãos apoiadas no dorso do monstrengo amarelo, o empurrou para o lado. Livre, Obi Wan pode respirar novamente, mas ainda tinha os dentes da criatura cravados em seu osso. A dor nauseante o deixou aéreo por alguns segundos.

— Aguente firme Obi Wan. — Disse o rapaz, enquanto posicionava-se agachado ao lado do ruivo para poder analisar suas funções vitais. — Obi Wan, esta me ouvindo?

— Na medida do possível, sim. — Obi Wan voltou a si e inspirou fundo, evitando ao máximo se mexer mais do que o necessário. — Anakin, Espere... — Ele arregalou os olhos quando percebeu o que o jovem iria fazer.

Segurando ambas as extremidades da boca da criatura com as mãos, Anakin não esperou. Puxou com toda a força que tinha até que os caninos soltassem totalmente da carne, libertando finalmente o braço do ruivo.

Ao contrario do que esperavam, não houve sangramento em abundancia e nem foi tão dolorido quanto o ruivo imaginou que seria. O que ele sentiu foi apenas uma sensação de dormência que se espalhava devagar pelo seu braço.

— Isso é nojento. — O jovem fez uma cara de nojo quando soltou os lábios do animal e limpou as mãos em suas vestes. — Você esta bem?

Obi Wan conseguiu se sentar e fechou os olhos com força quando a dor aguda recomeçou. Se não bastasse a dor e a sensação de dormência que agora envolvia quase todo o seu corpo, ele começou a sentir um formigamento no local da mordida. Sua cabeça também começara a latejar e quando ele abriu os olhos, notou que sua visão estava turva.

— Obi Wan? — Anakin tornou a perguntar, dessa vez com preocupação.

— Anakin, tem alguma coisa errada. — Ele disse quando se colocou de pé cambaleante e observou com atenção o ferimento em seu antebraço. Um liquido preto e viscoso saia de dentro do ferimento, junto com um cheiro de infecção. — Isso é...

— Veneno, sim. E o que parece — Completou o jovem preocupado, encarando com repulsa o liquido preto que pingava no chão. — Temos que sair daqui. — Ele olhou ao redor e constatou que poucos soldados ainda restavam de pé, lutando contra as criaturas e as maquinas que continuavam avançando contra eles — O problema é como fazer isso.

Se estivesse em boas condições, isto é, sem nenhuma substancia venenosa correndo por suas veias, o ruivo teria pensando em uma saída. Mas em seu estado atual, não conseguira sequer dar um passo sem perder o equilíbrio. O veneno estava se espalhando rapidamente e tudo ao seu redor começou a girar, como se estivesse dentro de um redemoinho furioso. Seus pés perderam a estabilidade e ele tombou para a frente, pálido e com a respiração irregular.

— Obi Wan! — O jovem exclamou quando o segurou, impedindo-o que desabasse de vez no chão.

Uma escuridão então tomou conta de sua visão e a ultima coisa que ele conseguiu ouvir foi Anakin chamando por ele antes de desmaiar completamente.

 

 

 

O homem despertou ofegante e assustado. Olhou ao redor e inspirou fundo diversas vezes, até finalmente se convencer de que estava são e salvo em casa e que tudo não passou de um pesadelo. Um assobio leve e suave chamou sua atenção e ao virar sua cabeça para o lado direito, percebeu para seu enorme alivio, que a pequena garotinha cuja a cor dos cabelos assemelhava-se e muito com os seus, ainda dormia profundamente ao seu lado. Ainda bem, ele pensou. Odiaria perturbar o sonho dela, que provavelmente estava sendo melhor do que o que ele teve levando em consideração o sorriso que estampava seu rosto pequeno angelical.

Um sorriso bobo surgiu em seus lábios também e ele desviou o olhar para além da menininha. Na outra extremidade da cama, encontrava-se um garotinho loiro e atrás dele, uma mulher ainda mais loira do que ele, que o envolvia delicadamente com os braços, como se fosse uma espécie de escudo humano, protegendo-o contra os pesadelos que teimavam em incomodar o jovem. Infelizmente, o ruivo não era o único que sofria com isso.

 — Outro pesadelo? —  A mulher perguntou baixinho, quase um sussurro. Percebeu que o marido tinha acordado e que os observava com atenção.

— Sim. — O homem respondeu, afastando-se devagar da menininha para não acorda-la e sentando-se bem na beirada da cama de casal. — O mesmo de sempre, mas dessa vez . — ele sussurrou. — Foi um pouco diferente. Mais vivido, real. Como se eu realmente estivesse naquela batalha... Pulando de um lado para o outro, portando uma espada brilhante e esquisita... Consegui também descobrir o nome do rapaz que me acompanha no sonho. Por acaso nos conhecemos alguém chamado Anakin? Ou talvez um Obi Wan? Eu sinceramente não me lembro.

A loira negou e abriu os olhos de vez, fitando o marido com uma intensidade moderada.

— Que eu saiba, não... Pode ter sido alguém que você conheceu durante a infância, não deve ser nada querido. — Ela acariciou a cabeleira do filho e depositou um selinho em sua testa antes de se levantar. — Mas você precisa dar um jeito nisso Ben, as crianças estão ficando preocupadas com você. — Ela indicou a garotinha com o olhar. — Abra anda tendo pesadelos com você quase toda a noite e Calleb diz que não, mas eu sei que ele também tem. Além do mais. — A mulher se levantou e deu a volta na cama, indo em direção ao marido. — Você é apenas um pescador, como poderia lutar numa guerra?

Ben assentiu enquanto ela se aproximava e o envolvia com os braços. Ele por sua vez, colocou seus braços ao redor da cintura dela e encostou o rosto na barriga protuberante de sua esposa, que indicava claramente que a gravidez aproximava-se do fim. Podia inclusive sentir a movimentação do bebe através da finíssima seda que compunha a camisola que ela vestia.

— Tem razão Satine. — Ele disse, ficando de pé e fitando-a com ternura. — Você sempre tem razão.

— Claro que sim. Alguém nessa família precisa ter juízo, se não estaríamos perdidos. — Ela riu e afastou-se do ruivo, caminhando para fora do quarto.

Ben deu uma ultima olhada nas crianças e sorriu novamente. De fato, Satine tinha razão. Era apenas um pesadelo recorrente e nada mais, entretanto já era hora de dar um basta. Não poderia viver o resto da vida atormentado por um sonho claramente impossível. Ele nunca havia participado de uma guerra e nunca participaria. E com toda a certeza, não conhecia ninguém chamado Anakin, muito menos alguém chamado Obi Wan. Ou conhecia?

Ele balançou a cabeça para afastar aqueles pensamentos e seguiu pelo mesmo caminho de sua esposa, encontrando-a logo em seguida na cozinha, preparando o café da manha.

— Hoje é um belíssimo dia, não é querido? — Ela perguntou enquanto preparava as torradas. — Espero que consiga pescar um salmão bem grande, estou morrendo de vontade. Esse garotinho aqui é faminto. — Deu umas palmadinhas na barriga e sorriu.

— Espero que sim. — Respondeu Ben, olhando distraidamente pela janela da cozinha, que dava diretamente para um grandioso lago, cuja nascente encontrava-se a pouquíssimos quilômetros de distancia, o que favorecia a pesca naquele local. Circulando o lago, enormes montanhas esverdeadas completavam o cenário exuberante.

Satine aproximou-se dele por trás e lhe entregou uma xícara de chá quente.

— Não parece feliz. — Ela afagou suas costas. — Ainda pensando naquele pesadelo?

— Está tão evidente assim?- Ben a fitou com carinho e esboçou um sorriso. — Sinto muito, eu só... Não consigo parar de pensar. E tudo tão real, tão intenso... Sinto como se eu fosse esse homem chamado Obi Wan, entende? — Ele suspirou quando a loira negou impaciente — E claro que não, é só coisa da minha cabeça não é?

— Bom menino. — Satine o beijou rapidamente e deu dois passos para trás, enquanto fazia um coque com o cabelo, preparando-se para mais um dia de trabalho. — Vou acordar as crianças para te ajudarem na pescaria. Elas adoram. — Disse de forma sarcástica e revirou os olhos. Ela na verdade não gostava nem um pouco, pois sempre que terminavam de pescar, os três mergulhavam no lago e passavam o resto da tarde brincando na água e sobrava para ela ter que limpar a sujeira que faziam quando entravam em casa, molhados e com os pés sujos de barro.

O ruivo assentiu e observou ela sumir pela entrada da cozinha. Embora concordasse com sua esposa, no fundo ele sabia que não era coisa de sua cabeça, tinha algo mais nesses pesadelos que o atormentavam durante a noite e se ele não descobrisse o real significado de tudo aquilo, temia que fosse enlouquecer. Seu filho estava prestes a nascer e ele não podia se dar ao luxo de distrair-se com coisas insignificantes. Precisava manter o foco. Precisava livra-se de seus medos, seus temores.

Ben terminou seu chá e depositou a caneca sobre a pia. O dia estava ensolarado e quente e havia uma abundancia de insetos. Se tivesse sorte, ele pescaria vários peixes e depois de limpa-los, os venderia para os habitantes do pequeno povoado em que moravam. Essa era sua rotina todos os dias e apesar de monótona e repetitiva, gostava de como as coisas eram. Essa era a sua vida de verdade.

Saiu pela porta dos fundos e caminhou em direção ao pequeno barracão que construíra para guardar suas ferramentas de trabalho. Ficava ao lado da casa principal e além de servir para guardar coisas, servia também como um esconderijo para Calleb e Abra brincarem de esconde-esconde. Pegou duas três varas de pescar ( uma grande e profissional e duas pequenas e mais simples, para as crianças); pegou também uma caixa refrigerada para armazenar os peixes e uma caixa menor, que continha iscas e anzóis. Por ultimo, pegou um banquinho de madeira velho e saiu do barracão, rumo a margem do lago.

Não tinha pressa. Acomodou o banquinho na terra fofa, colocou a caixa maior no chão e a menor em cima. Enquanto preparava seu equipamento, pensamentos aleatórios invadiram sua mente. Lembrou-se de quando viu Satine pela primeira vez; Recordou-se também de quando a pediu em casamento; De quando mudaram-se para a casa em que viviam atualmente. Lembrou-se da felicidade que sentiu quando descobriu que seria pai pela primeira vez e na segunda vez também. Mas enquanto se lembrava de cada um desses momentos, uma duvida insistente cresceu em seu coração. Com certeza, esses foram os momentos mais marcantes e felizes de sua vida, mas e quanto aos demais? O que ele lembrava de sua infância? De seus parentes? O que fazia antes de conhecer Satine?

Atonito, o ruivo largou sua vara de pescar e olhou para as mãos. O que mais lhe assustou foi perceber que não se lembrava de um fato extremamente importante: O dia exato do nascimento de seus dois filhos.

Calleb tinha apenas sete anos, enquanto que Abra tinha quase três. Como ele poderia não se lembrar dos aniversários de seus filhos? Lembrava-se do dia em que nasceram, da emoção que sentira ao segura-los nos braços pela primeira vez, mas quando tentava recorda-se da data exata, era como se sua mente entrasse em colapso e tudo se apagasse instantaneamente. Quando tentou se lembrar de outras coisas, como os primeiros passos das crianças ou a primeira palavra que cada uma delas falou, foi a mesma coisa. Nada, apenas um vazio. Um vazio assustador e faminto, que parecia querer devorar cada uma de suas lembranças que ainda lhe restavam.

— Papai? — Uma voz suave e fininha o despertou.

O homem piscou algumas vezes até conseguir focar no rosto da filha, que estava parada bem ao seu lado.

— Oi querida. Já tomou café? —  Ele pigarreou e sacudiu as mãos, como se o gesto fosse lhe ajudar a afastar aqueles pensamentos ruins.

A pequena assentiu e o encarou curiosa com seus grandes e brilhantes olhos azuis. Passado alguns segundos, ela entortou os lábios do jeito que só ela sabia fazer e acariciou a barba ruiva do pai com sua mãozinha pequena e delicada.

— Sonnho ruim? — Ela perguntou e Ben não conteve o impulso de pega-la e aninha-la em seu colo.

— Não se preocupe querida, papai esta bem. — Ele depositou um selinho na testa da garotinha.

Ela fez uma careta e cruzou os braços. Pelo visto a resposta não a agradou do jeito que o ruivo gostaria.

— Sonho ruim? — Perguntou novamente.

Ben sorriu para a filha. Tinha esquecido o quanto ela era inteligente e muito, mas muito parecida mesmo com a mãe, que era teimosa e geniosa. Não aceitava ser enganada e sempre sabia quando alguma coisa estava errada.

— Sim. — Ele admitiu. — Sonho ruim, mas já passou. Que tal me ajudar a pegar uns peixinhos para a mamãe, hum?

Um sorriso radiante surgiu no rosto da pequena e sem hesitar, ela pulou de seu colo e puxou as manguinhas de seu macacão cinza para cima.

— Eu também quero ajudar! — Calleb gritou enquanto corria em direção ao pai e a irmã. Nem ao menos tinha trocado de roupa, ainda vestia seu pijama azul.

— Ótimo, agora sim vamos pegar vários peixes. —Ben exclamou sorridente e abraçou os filhos com carinho.

Mas enquanto segurava-os, uma sensação estranha apossou-se de seu coração e novamente, pensamentos terríveis tomaram conta de sua mente. Pensamentos esses que lhe diziam que alguma coisa estava terrivelmente errada. Por mais que amassasse sua família, aquele não era seu lugar. Não era ali que ele deveria estar. Aquela não era sua vida de verdade.

De repente, sua cabeça começou a latejar e Ben sentiu como se o mundo girasse ao seu redor. Girava tão rápido que as crianças haviam sumido do alcance de sua visão e ele sentiu como se estivesse à beira de um precipício, prestes a cair em direção ao vazio, o mesmo vazio faminto e assustador.

— Obi Wan! — Uma voz familiar o chamou desesperado. — Obi Wan, consegue me ouvir?

Sua visão ainda estava meio embaçada e tudo o que ele conseguia ver era alguns vultos, sem muita definição. Sua audição, por outro lado estava bastante aguçada e a cada explosão, seu corpo se contraia por causa do barulho que machucava seus ouvidos.

— Obi Wan! — Chamou o rapaz novamente, dessa vez debruçando-se sobre ele e o chacoalhando.

— Onde estou? — perguntou o ruivo, deitado sobre o chão.

— O que? Como assim onde está mestre, não se lembra? — O sujeito ficou calado por alguns segundos antes de continuar. — Sabe quem eu sou?

O ruivo balançou a cabeça negativamente. Sua visão continuava comprometida, mas mesmo que conseguisse ver com nitidez, não sabia se conseguiria reconhecer o rapaz.

— Deve ser o efeito do veneno General. — Outra voz que lhe soou familiar. — Temos que continuar andando até o ponto de encontro senhor, para que possam nos resgatar.

— Tem razão Rex. — concordou o jovem. — Não se preocupe Obi Wan, você vai ficar bem.

Do jeito que sua cabeça doía, como se uma bateria estivesse tocando dentro de seu cérebro, ele duvidava de que fosse ficar bem. No instante seguinte, sentiu seu corpo ser erguido do chão, apesar de seus protestos para que o deixassem onde estava. Enquanto estava deitado, a dor que sentia em cada centímetro de seu corpo era suportável, mas quando ficou de pé e foi obrigado a se apoiar no rapaz que insistentemente o chamava de Obi Wan, tornou-se praticamente uma tortura continuar de olhos abertos.

Um apito então começou a soar em seus ouvidos e tudo se escureceu novamente, apenas a dor continuou, acompanhando-o em direção ao desconhecido e assustador vazio.

A sensação que o homem tinha era de estar flutuando sob uma nevoa espessa e opressora, que o sufocava aos poucos. Por mais que tentasse mover seus braços e pernas, nada acontecia. Seu corpo todo estava paralisado, assim como os seus sentidos e não demorou para que seu coração se enchesse de desespero e agonia.

Quando finalmente recuperou os movimentos do próprio corpo, ele conseguiu abrir os olhos e viu o céu claro e limpo acima de si. Piscou algumas vezes e sobressaltou-se quando alguém se jogou sobre ele e o abraçou com violência.

— Oh Ben, o que aconteceu? Você está bem? — Ele podia sentir as lagrimas de Satine pingando em seu rosto. — Fale comigo Ben!

— Satine, esta me sufocando. — Ele tossiu um pouco quando ela o soltou de seu abraço. — O que...

Antes que pudesse terminar a pergunta, Calleb e Abra se jogaram sobre ele também, ambos chorando copiosamente.

— Crianças, deixem o pai de vocês respirar. — A voz de Satine soou rouca enquanto ela limpava o rosto com o aventa florido que vestia por cima do vestido amarelo. — Consegue se levantar Ben?

— Papai não faça mais isso! — Exclamou Calleb irritado. Ele havia se afastado e estava ajudando a mãe a se erguer. Ela estava tremendo.

Abra por outro lado, ainda estava agarrada ao ruivo, chorando desesperadamente. Ben não viu alternativa se não levantar-se enquanto segurava a filha nos braços. Ela não o soltaria tão cedo.

— Me desculpem, eu não sei o que aconteceu. — Ele afagou a cabeça da filha, que parecia mais calma agora. — Me desculpe querida. — Ben sussurrou no ouvido da filha arrependido por tê-la feito chorar daquela maneira. — Me desculpe.

Satine encarava Ben preocupada, enquanto Calleb a abraçava com força pela cintura.

 —Você nunca teve esse apagão antes Ben. — Ela disse tentando esconder seu nervosismo. —isso já esta ficando fora de controle. E se acontecer de novo?

— Não vai, eu prometo. — O homem girava devagar para a esquerda e para a direita, para acalmar a filha. — Não se preocupe. Eu vou dar um jeito nisso.

— É melhor entrar e descansar um pouco, não fique aqui tomando sol. — A loira passou as mãos no avental e acariciou a cabeça do filho. — Ajude seu pai a recolher a coisas Calleb.

— Estou bem Satine. — Ben a fitou com firmeza. — Não foi nada. Não posso perder um dia de trabalho, não agora que o bebe está prestes a nascer.

A loira colocou a mão na barriga e fechou os olhos, respirando fundo antes de dizer:

— Esse bebe precisa de um pai com saúde. — Ela encarou o marido e seus olhos cintilaram. Ben às vezes esquecia-se que ela podia ser bastante persuasiva quando queria. — Podemos dar um jeito no resto, agora vá descansar.

— Satine...

— Não seja teimoso Ben Kenobi! — Ela exclamou irritada. O coque havia se desmanchado e algumas mechas de seu cabelo louro caiam rebeldes ao redor de seu rosto jovial e cansado. — Vou ter que trata-lo feito criança?

Ben percebeu naquele instante que era uma batalha perdida. Com todo aquele alvoroço e gritaria, os peixes provavelmente tinham ido embora para longe e não voltariam tão cedo. Só lhe restava acatar as ordens de sua esposa sem reclamar.

— Está bem. — Ele concordou e afastou Abra de seu pescoço, fitando-a com carinho. — Ajude seu irmão a guardar as coisas e depois iremos dar uma volta, eu você e seu irmão, o que acha minha princesa?

Ainda com os olhos vermelhos e molhados por causa do choro, Abra deu um sorriso tímido e assentiu.

Ben então a colocou no chão e suspirou. Havia prometido que aquele apagão não aconteceria novamente, que ele daria um jeito nisso, mas como faria? E se realmente acontecesse de novo e pior, e se ele não voltasse da próxima vez?

— Querido. — Satine aproximou-se dele e acariciou seu rosto. — Está tudo bem. Não se preocupe, vamos ficar bem. Isso deve ser stresse por causa do bebe, eu sinto muito por isso. — Ela fechou os olhos para que ele não visse que voltara a chorar. —  Eu gostaria de poder voltar ao trabalho para ajudar nas despesas...

— Meu amor, não peça desculpas... Isso. — Ele afagou a barriga de Satine. — E aquilo. — Ele apontou o queixo barbudo para as duas crianças que descalças, haviam entrado no lago e agora jogavam água uma na outra, enquanto riam como se nada tivesse acontecido. — É tudo o que eu sempre quis. Nada poderia me dar maior alegria do que ter vocês em minha vida. Vocês são o meu bem mais precioso. Eu vou ficar bem. Todos nos ficaremos bem.

Quando Satine sorriu, ele soube que tudo ficaria bem de verdade. Encostou sua testa na dela e fechou os olhos. Sentir a respiração de Satine tão perto de si o acalmava, como um calmante natural.

Ficaram assim por alguns segundos antes de se afastarem. De mãos dadas, caminharam devagar de volta ao chalé. Quando chegaram ao pé da escada, Ben beijou sua esposa e soltou a mão dela. Teria sido um momento agradável, se não fosse pelo grito assustador que ouviram vindo da direção em que as crianças estavam.

— As crianças Ben! — Gritou Satine empurrando o marido para que fosse socorrer os filhos.

Ela não precisou gritar duas vezes. Em um segundo, Ben já havia chegado à margem do lago e logo avistou os filhos. Calleb debatia-se desesperadamente na água e Abra tentava puxa-lo para longe.

— Abra, Calleb!  — Gritou Bem, atirando-se na água e correndo desajeitadamente até as crianças, espirrando o liquido cristalino para todos os lados. Eles não estava muito longe da margem então o ruivo rapidamente os alcançou.

— Papai, me ajuda! — Suplicou o menino, que se debatia com violência. — Tem alguma coisa segurando minha perna.

Ben não hesitou. Colocou Abra em suas costas e puxou o filho com força da água, libertando-o no mesmo instante. Não parou para ver o que tinha agarrado seu filho, pois saiu rapidamente da água, levando-os para a segurança da terra seca.

— Papai, tire isso de mim! — Calleb gritava de medo. — Tire, por favor

— Calma filho, deixe me ver o que é. — Pediu Ben tentando disfarçar o próprio medo. —Abra, fique atrás de mim.

A garotinha assentiu e agarrou a perna do pai. Ela tremia da cabeça aos pés,  não era por causa do frio, mas sim por causa do pânico que sentia.

Cauteloso, Ben segurou a perna do filho e virou devagar. Quando viu o que era, achou que fosse desmaiar de novo. Um braço mecânico dourado segurava com força o tornozelo do garoto, deixando marcas vermelhas na pele.

— O que é papai? — Abra perguntou temerosa e de olhos fechados.

— Eu, eu não sei. — O homem gaguejou. Estava pálido e sua garganta havia secado de tal maneira que a cada respiração parecia engolir pequenos cacos de vidro.

O braço mecânico. Era o braço de um modelo de droide, o mesmo modelo de droide que habitava em seus pesadelos durante a noite e o atormentava durante o dia.

Como era possível? Estavam em um planeta quase que desabitado, longe de toda aquela tecnologia droide, longe de qualquer coisa parecida. Como aquilo havia ido parar ali? Como? Como? Como?

— Papai! —  Abra choramingou. — Papai, vamos para a casa, estou com medo.

— Sim querida, vamos. — Ben disse sem reação. — Calleb você consegue andar?

O garoto não respondeu, pois olhava hipnotizado para algo no meio do lago e quando Bem seguiu seu olhar, sentiu como se seu coração fosse saltar pela boca.

Como cadáveres emergindo de seus túmulos, Droides e mais droides surgiam sobre o lago, portando armas tão grandes quanto eles. Alguns eram altos e esguios, outros mais encorpados e robustos. Todos caminhavam em direção a Ben e as crianças, paralisados na terra fofa.

Ben não estava sonhando dessa vez, estava bem acordado. Tão acordado que agarrou Abra e Calleb com força, um em cada braço, e correu em direção ao chalé, sem olhar para trás.  Se olhasse, talvez desmaiasse ali mesmo.

 Satine encontrava-se ofegante, parada na soleira da porta dos fundos do chalé. Seu olhar estava vidrado em direção ao lago e estava tão branca quanto uma folha de papel. Ela ameaçou dizer alguma coisa quando Ben chegou com as crianças, mas não teve forças para tal.

— Satine. — Ben exclamou afoito. — Pegue as crianças e fujam! Corram o mais rápido que puderem, eu vou dar um jeito de atrasa-los. — Ele parou para recuperar o folego. — Agora!

A loira apertou com força a mão de cada um dos filhos e os puxou para dentro. Estava prestes a dar as costas para o marido, mas ponderou por alguns segundos. Empurrou Abra e Calleb para o interior da casa e se virou para o marido.

— Não vai dar conta sozinho, vai morrer antes de conseguir acertar uma dessas latas horrorosas. — a cor aos poucos voltava ao seu rosto. — Vamos ficar juntos, não importa o que acontecer. Não vou te abandonar.

Ben a encarou horrorizado. Só de pensar que Satine cogitava uma coisa dessas, de ficar ao seu lado até o fim, já era doloroso o bastante.

—Você não pode! — Ele subiu um degrau, ficando na altura dela. — Você e as crianças precisam sair daqui.

— Acha mesmo que eu conseguirei ir muito longe? — A loira acariciou a barba do marido. O olhava com muito carinho e paixão. — Vou mandar as crianças correrem o mais rápido que puderem. Calleb irá proteger Abra e nos dois — Ela sorriu. — Nos três, iremos lutar. Iremos proteger nosso lar, nossa família.

— Satine, se algo acontecer a você... — Ben Fechou os olhos e apertou com força a mão dela. Sua garganta estava seca só de pensar no que poderia acontecer.

O barulho do metal batendo e rangendo aproximava-se cada vez mais, fechando o cerco ao redor deles. Mesmo que quisesse, sair correndo não era mais uma opção.

— Enquanto estivermos juntos, ficaremos bem, meu querido Obi Wan... — Satine sussurrou ao pé do ouvido do ruivo.

— O que... O que você disse? — Ben a olhou confuso. Ela dissera aquele nome, o mesmo nome que ele ouvira repetidas vezes em seu pesadelo.

E antes que tivesse a chance de receber uma resposta, um clarão os envolveu e tudo silenciou-se de repente. Não havia mais o som das latas aproximando-se deles; não havia mais o som da respiração de Satine ao seu lado, nem o choro das crianças encolhidas atrás da porta. Apenas silencio, um silencio incomodo.

O homem sentiu-se flutuando novamente, mas dessa vez, não sentiu a opressão da nevoa sobre si. Sentia apenas paz e tranquilidade, além de um singelo formigamento pelo corpo.

Então, começou a ouvir um som vindo de longe. A principio não conseguiu identificar, mas conforme o som se aproximava, percebeu que trava-se de alguém chamando por ele. A mesma voz que sempre o chamava, como se o guiasse para a superfície em meio à águas turbulentas do mar.

— Obi Wan! — Gritou o rapaz quando viu que o ruivo abriu os olhos. — Consegue me entender?

A cabeça do Jedi ainda estava doendo, mas pelo menos sua visão voltara ao normal e ele conseguiu reconhecer alguns dos rostos que o encaravam com evidente preocupação no olhar. Vagarosamente, apoiou-se nos cotovelos e olhou ao redor, absorvendo com um pouco de lerdeza onde estava e o que tinha acontecido.

— Anakin. — Sua cabeça latejou e ele colocou a mão direita sobre os olhos, protegendo-os da claridade. — O que aconteceu?

— Se eu te contasse, não acreditaria em mim mestre. — O rapaz suspirou aliviado.

— O que quer dizer? — Obi Wan sentou-se devagar e descobriu os olhos. Estalou o pescoço e piscou varias vezes — Me sinto como se tivesse sido jogado um triturador de lixo espacial, meu corpo todo esta doendo. — Ele levantou o braço direito e espantou-se com a aparência arroxeada e inchada do membro. — Mas o que?

Anakin colocou-se de pé e empurrou impacientemente seu velho mestre, para que voltasse a se deitar sobre a maca.

— Não se preocupe, acredito que em alguns dias seu braço volte ao normal. Alias — Ele piscou e sorriu. — Tem sorte de que não foi preciso amputar.  — Anakin engoliu em seco quando o ruivo o fuzilou pasmo. — Você foi envenenado e estava delirando, não sabia o que fazer. A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi cortar seu braço fora.  Assim ficaríamos iguais — O rapaz levantou sua prótese mecânica e a girou, como se fosse um troféu.

Um delírio, essa era a explicação para tudo o que tinha vivenciando enquanto estava inconsciente. De fato, nada daquilo tinha sido real, exceto talvez um detalhe. Um detalhe que o ruivo jamais poderia admitir ser real, por mais que ansiasse desesperadamente por isso. Já fazia algum tempo desde que deixara de imaginar como teria sido sua vida se tivesse deixado a Ordem Jedi para poder ficar com Satine e tendo passado por essa experiência, ele lembrou-se com nostalgia da época em que ele serviu como guarda costas dela. Uma das melhores épocas de sua vida sem duvidas.

Eles teriam sido felizes? Será que Satine estaria disposta a largar tudo para viver uma vida simples ao seu lado, longe de seu povo e de tudo que lhe era familiar? Ele com certeza estaria disposto, se ela estivesse também. Pena que, assim como seu delírio, aquilo não era possível. Ambos tinham deveres a seguir, uma missão a cumprir. Não poderiam, nunca, ceder aos seus desejos.

— Delirando? — Uma expressão de desapontamento surgiu em seu rosto, seguida por uma expressão de completa compreensão. — Então foi tudo um sonho. Nada daquilo foi real.

— Você ficou desacordado por algumas horas mestre. Foi um verdadeiro pandemônio para tira-lo do meio do campo de batalha — O rapaz suspirou. — Apesar de tudo, tenho a sensação de que você teve bons sonhos, a julgar pelo seu sorriso. Com o que você sonhou afinal?

 Mantendo sorriso bobo nos lábios, Obi Wan fitou o amigo e deu de ombros. Não contaria a ele, obviamente, pois se contasse, jamais teria paz novamente. Manteria isso apenas em sua mente, como uma lembrança do que poderia ter sido.

— Você não faz ideia.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Gostaram? Não gostaram? Podem me dizer kkkkk Me contem se acharam meio confuso....Minha ideia era variar entre a realidade e o delírio de Obi Wan
Brisei demais? Não sei, talvez um pouco kkkk mas acho que ficou bom n

Ficou bem maior do que eu imaginava kk juro que não pretendia


Aguardo ansiosa as opiniões dos meus queridos leitores. obrigada pela presença e por estarem sempre por aqui viu.
Que a foça esteja com vocês.

Bjs e até o proximo.



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