Gravity Falls: Um Verão Nunca Esquecido escrita por Sweet Aeryn


Capítulo 8
Capítulo 8: Mabel Conselheira


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é basicamente uma série de diálogos. Tentei explicar algumas coisas e não deixar muitos pontos soltos. Espero que algumas dúvidas sejam esclarecidas aqui (apesar que acho que outras podem surgir).



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— E aí decidimos que todos os anos seriam assim. Pelo menos até o fim do ensino médio. Não pensamos direito no que fazer depois.

— Nossa Grenda! Não sabia que as coisas estavam indo tão bem e que você e o Marius ainda estavam juntos depois de cinco anos. Eu quero ser madrinha do casamento!

— Eu também quero! Podemos ser nós duas, não é Grenda?

— Calma meninas, calma. Primeiro ele tem que me pedir em casamento hahahaha.

As três amigas riam enquanto caminhavam na orla do lago de Gravity Falls. Grenda parou de uma vez, fazendo Mabel e Candy baterem em suas costas.

— Meninas olhem! É a Pacifica Northwest - Grenda apontou para o cais. Pacifica estava sentada na ponta do deck com os pés descalços tocando a água.

— Gente... Eu acho que ela está chorando - Mabel se preocupou - Acho que é melhor falarmos com ela.

— O que?! É da Pacifica que estamos falando, Mabel. Você se esqueceu das coisas que ela fez para te humilhar?

— Mas Candy... Ela parece estar muito mal. Não é certo que ela fique sozinha e triste só por que cometeu erros no passado, não é?

— Talvez você tenha razão... Mas Grenda e eu precisamos ir embora de toda forma. Temos que preencher uns formulários que o colégio nos mandou, algo sobre o próximo semestre. Você se incomoda se seguirmos?

— Tudo bem, eu vou tentar conversar com a Pacifica. Até mais meninas, me mandem mensagem mais tardeeee!

Mabel se despediu de Candy e Grenda e respirou fundo. Dirigiu-se até o cais e parou ao lado da jovem que chorava ali.

— Oi Pacifica.

— Mabel? - Ela rapidamente enxugou o rosto com as mangas do vestido tentando esconder as lágrimas.

— Você não parece muito legal. Quer conversar?

— ... Isso pode parecer estranho mas... Acho que eu quero. Você parece a pessoa certa no momento certo.

— Quer ir até a Cabana do Mistério? Podemos fazer chocolate quente e você me conta o que está acontecendo.

— NÃO!

Mabel quase caiu no lago com o susto que tomara.

— Me desculpa Mabel, mas não acho que a cabana é um bom lugar para conversarmos, podemos ficar aqui mesmo? Tenho medo que o Dipper apareça por lá e...

— Espera... O Dipper? Mas qual o problema dele aparecer? AH! ELE TÁ ENVOLVIDO NISSO NÃO É?

Pacifica suspirou e concordou com a cabeça.

— Mabel eu não sei bem por onde começar. Sempre fui a filha perfeita, herdeira da família Northwest, mas poucas pessoas conheceram meu verdadeiro eu e a realidade que eu vivia na minha casa. Seu irmão foi o único que conseguiu se aproximar um pouco disso naquela festa que eu abri os portões da mansão para o povo da cidade.

— Nossa foi uma festa incrível hahahaha err.. cof cof... desculpa, continua.

— Aquela noite foi especial para mim e o tempo que passei com seu irmão foi um dos melhores que eu já tinha tido. Desde então tentei me abrir um pouco mais só que cada vez que eu dava um passo para frente meus pais apertavam as rédeas e me puxavam dois para trás. Achei que vocês voltariam no verão seguinte e esperei ansiosamente para poder passar mais tempo com Dipper. O que bom... Não aconteceu. Eu acabei aceitando que provavelmente não o veria mais e deixei isso de lado. Foram alguns anos bem difíceis mas... Vocês voltaram. E tudo ficou estranho dentro de mim. Eu queria estar perto dele e sei que, lá no fundo, sempre quis.

Pacifica apoiou a mão em seu peito, próximo ao coração. Os olhos de Mabel brilhavam de empolgação.

— Na festa ficamos a maior parte do tempo dançando juntos.

— O QUÊÊ? E EU PERDI ISSO? MEU IRMÃO FINALMENTE COM UMA GAROTA E EU NÃO VI? Arg, desculpa de novo. Não vou mais te interromper, eu prometo - Ela passou os dedos em pinça por cima dos lábios, indicando que não falaria mais. Pacifica riu e prosseguiu.

— Eu pretendia contar a ele como me sentia naquela noite mas... Bom, você sabe né, os lobisomens coisas estranhas, enfim. Acabei perdendo a chance e também a coragem. Só que aí seu irmão me convidou para encontrá-lo no fliperama e eu acabei demorando muito para responder, mas acabei indo da mesma forma. Foi aí que...

Ela pausou por um instante, dando espaço para um pesado silêncio.

— Quando cheguei ao Fliperama e o vi com outra garota, aquela que trabalhava na Cabana do Mistério quando seu tio ainda era o dono. Eles estavam se beijando.

— O QUÊÊÊÊ?

— Eu não consigo entender Mabel... Sei que não temos nada, mas por que ele me chamaria para conversar se estava acompanhado por outra pessoa? Acho que foi idiotice minha pensar que ele tinha gostado de passar aquele tempo comigo na festa.

— Ah Pacifica... O Dipper é um idiota. Ele passou aquele verão completamente obcecado pela Wendy e acabou levando um fora. Foi muito difícil para ele superar, inclusive quando ele tentou foi muito estranho. Eu sempre peguei no pé dele com isso mas achava, de verdade, que ele tinha superado mesmo. Mas sabe... Desde que voltamos para a Califórnia ele nunca se relacionou com ninguém. Acho que no fundo ele ainda sentia algo pela Wendy e por isso não dava bola para nenhuma outra garota. Quando voltamos pra cá acho que a Wendy se interessou por ele também e eu meio que... Err... Encorajei ela um pouquiiiiinho. Me desculpe Pacifica, eu não sabia como você se sentia.

— Você não tem que me pedir desculpas Mabel. No fim das contas não importa o que eu sinto se ele não sentir o mesmo, não é?

— Eu sei que ninguém quer ouvir isso mas... Talvez seja melhor deixar para lá e esquecer.

— Você deve estar certa Mabel. Me sinto um pouco melhor, obrigada por ter conversado comigo. Você não é tão ruim assim, eu devia ter percebido isso no passado e virado sua amiga.

— Naquela época você era muito mesquinha! Acho que gosto mais de você hoje.

As duas riram e se levantaram. Pacifica calçou suas botas bege. Inspirou fundo, prendeu o ar alguns segundos e depois expirou lentamente.

— Preciso voltar para casa. Podíamos sair outro dia para dar uma volta pelo shopping, o que você acha?

— Com-bi-nado!

***

Já era fim de tarde quando Mabel retornou para a Cabana do Mistério.

— Oi Soos! Oi Melody!

— MABEL! - Dipper apareceu do nada, como mágica.

— Ah oi.. Dipper - Ela o encarou com os olhos semi-cerrados, julgando-o.

— Arg por que você tá me olhando assim? Não importa, eu preciso muito da sua ajuda, vem comigo - Ele segurou o braço da gêmea e a puxou escada acima. Entrou no quarto, colocou a irmã sentada em uma das camas, fechou a porta e se sentou na cama oposta.

— Mabel eu sei que isso vai parecer muito estranho vindo de mim, mas eu to com um problemão e preciso da sua ajuda. Sei lá você é uma garota e já namorou com uns 20 caras diferentes, acho que posso confiar em você.

— Onde você está querendo chegar? Alguma coisa com a Wendy é? - A garota cruzou os braços e inflou as bochechas, irritada com o irmão por ter agido de forma a machucar o coração de outra pessoa.

— Não Mabel! Não é a Wendy. É a Pacifica.

— O quê? - Ela descruzou os braços, perplexa e confusa.

— Mabel eu to afim da Pacifica.

— ... O QUÊÊÊÊ?! Nossa eu to meio cansada de gritar isso hoje.

— Calma, calma. Deixa eu explicar, tá legal? Uma noite no verão que estivemos aqui eu e a Pacifica lutamos contra um fantasma lenhador que quase matou todo mundo, mas ela acabou nos salvando. Eu acabei passando muito tempo com ela naquela noite e percebi como ela era legal e diferente do que parecia. Ela começou a ser cada vez mais legal comigo depois disso e ela passou de uma garota chata e mimada para uma garota bem bacana pra mim.

— E era por isso que você recusava todas as garotas que vinham atrás de você?

— Acho que lá no fundo, depois daquela noite, eu comecei a substituir o buraco vazio da Wendy pela Pacifica sim, só não tinha percebido. Essas coisas, comigo, funcionam um pouco diferente do que com você. Eu nunca fui muito cobiçado, digamos assim. Você sempre recebia cartões de dias dos namorados e eu era o motivo de piada por não receber nada. A Wendy foi minha primeira paixão real e foi realmente difícil esquecer, mas eu esqueci, colocando aos poucos outra pessoa no lugar. Mas foi muito doloroso receber um "não". Acabei ficando com medo do que poderia acontecer se deixasse um sentimento assim crescer de novo. Não queria passar por outra rejeição. Por causa disso decidi que não queria mais esse tipo de problema na minha vida por um tempo e então não quis me abrir para ninguém.

— Tudo bem, mas... O que mudou?

— Nada mudou. E esse foi o problema. Aparentemente o sentimento que eu tinha não desapareceu, só ficou em estase dentro de mim. Quando voltamos para cá eu confesso que estava nervoso para vê-la, sem entender o por que, mas quando a vi... Percebi que tudo voltou a fluir. Engraçado como nosso corpo é inteligente e entende as coisas, enviando respostas e estímulos, antes mesmo que sejamos capazes de racionalizar a respeito, né?

— Buuuuh, conversa de nerd - Ela atirou um travesseiro no irmão - Volta pra história!

— AI! Certo... O problema é que... Eu queria passar mais tempo com ela e acabei a chamando para se encontrar comigo hoje no Fliperama. Acontece que eu estava lá e a Wendy apareceu. Estávamos jogando Fight Fighters juntos e de repente...

— VOCÊS SE BEIJARAM E A PACIFICA VIU.

— É a gente... NÃO, EPSPERA! A gente não se beijou, a Wendy me beijou!!! Eu não queria mas fui pego de surpresa. E... Como você sabia disso?

— Ai não, ai não... - Mabel estava completamente perturbada. Ela levantou da cama e andava de um lado para o outro, passando a mão nos cabelos, seu olhar percorria todo o quarto, do chão ao teto, de parede a parede, porém sempre evitando os olhos do irmão - Dipper eu acho que interferi na sua vida amorosa e acabei te causando alguns probleminhas.

— O que, como assim? Explica isso direito.

— Ah Dipper... Wendy me contou que estava interessada em você e eu meio que... Encorajei ela. Mas só um pouquiiiiiinho.

— Espera aí...

— Mas essa não é a pior parte - Ela sentou novamente na cama e abraçou o travesseiro, como se estivesse se preparando para um acesso de fúria do irmão - A Pacifica gosta de você, Dipper. Acho que vocês dois se apaixonaram naquela noite no Solar Northwest, mesmo que não tivessem percebido na época o que era aquele sentimento. Eu a encontrei quando saí hoje do shopping e ela me contou isso.

O semblante do rapaz se tornou terno.

— Ela... Sente o mesmo por mim?

— E aí ela me contou que viu você com a Wendy e eu disse que você era um idiota e que ela devia te esquecer. Errinho bobo, né?

Um silêncio constrangedor tomou conta do quarto. Os irmãos se encaravam. Mabel estampava um enorme sorriso dissimulado e Dipper ficara inerte. Aos poucos alguns músculos do seu rosto começaram a se contrair, como uma forma de espasmo.

— Você... você... você... você... você... você o quê...?


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