Lightsabers Out escrita por Lady Liv


Capítulo 9
The Board Pieces


Notas iniciais do capítulo

SIM, VOCÊ ESTÁ LENDO CERTO---- EU ATUALIZEI.
(e não, não é o ponto de vista da Rey AINDA. Sorry pra quem eu prometi, hehe)

Agora eu honestamente não sou muito de notas iniciais ou ficar me explicando (todo mundo aqui tem uma vida, certo?) mas sinto que devo uma a vocês porque *foram 5 meses* sem postar! Well... alguns motivos comuns como pandemia, estresse, crise de ansiedade/inspiração me atingiram. Foi isso, pessoal. Enfim. Sem detalhes. Só queria dizer mesmo que saúde mental é muito importante e as vezes a gente precisa de um tempo pra organizar tudo. A fic vai voltar com as postagens regulares e eu presumi que ela vai ter 15 capítulos.... provavelmente. Obrigada a todos pelo apoio, até os leitores fantasmas, por lerem as bobagens que eu escrevo.
Tenho carinho por todos vocês e espero que estejam bem, em especial uma certa pessoa que me mandou mensagens nesse tempo afastada. Sim, você. Obrigada.

Sem mais delongas, o galinheiro Skywaler AHEM COF COF digo, a família Skywalker após a leitura do testamento, lembram do testamento? parece que foi ano passado ba dum ts e.e



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Demorou algum tempo, o suficiente para Hux encontrar sua bengala perdida, mas logo a família Skywalker cansou de gritar aos ventos e entrou para... gritar dentro de casa, aparentemente. Rose rolou os olhos, tanto que ela fez por uma manhã produtiva!

— Finn, vamos! – chamou, caminhando pela estrada de pedra. — Droga, porque estacionamos tão longe? – resmungou, tendo que apertar os olhos para encontrar o próprio carro e a viatura próximos ao portão.

Finn a seguiu, uma ruga de expressão entre suas sobrancelhas.

— Mas e o depoimento da Bazine?

— Acha mesmo que ela vai colaborar depois de tudo isso? Vamos ganhar mais indo pra delegacia.

— Denunciar o Ren?

— O que? Não, levar a treliça pro Beaumont é claro! Eu quero o resultado disso pra amanhã bem cedo!

— Mas- mas-

— Mas o que?

Finn parou, abrindo os braços de modo exasperado. — Eu sou a única pessoa com cérebro por aqui?!

— Perdão? – Hux se intrometeu, dizendo. Os dois o ignoraram.

— Como pode estar tão tranquila? Sua melhor amiga foi sequestrada-

— Ok, ‘tá exagerando-

— -levada contra a vontade própria, que seja! E você vai ficar parada aí?!

— Eu não acho que-

— Não tem que achar, Rose, tem que fazer! Rey precisa de nós!

— Não, não precisa! Ela precisa de espaço e de-

— Quer saber?! Deixa que eu mesmo vou-

— Você vai o que?!

— Ajudar a Rey! Isso não está sendo fácil pra ela e ainda mais agora que o Ren a levou pra sabe-se lá onde!

— Finn!

— Desgraçado, como ele ousa-

— Finn, não! – Rose gritou, correndo para alcança-lo. — Temos um trabalho a fazer! Para de tratar a Rey como se ela fosse uma criança! Ela podia ter saído do carro a hora que quisesse!

— ELA ESTÁ EM CHOQUE!

— ELA ESTÁ APAIXONADA! – as palavras lhe escaparam antes que ela pudesse controlar, o bolo crescente de frustração escapando de seu peito com todo aquele precioso tempo sendo jogado fora. Eles tinham que terminar a investigação! Essa era... sua última chance, Rose quase podia sentir. O modo que Chirpa havia lhe entregado o caso dos Skywalkers, sem ao menos pensar duas vezes, era claro que ele queria dar a ela uma ocupação após ter lhe arrancado a última. Pena seria tudo que ela iria receber se não o provasse o contrário agora. — Nós estamos tão perto, Finn, por favor! Isso é sobre você também! Quer mesmo voltar aos casos de trânsito? Escrever multas? Ter que deixar eles usarem o seu computador quando algo interessante acontece? Sempre nos deixam de fora, isso é um saco! Se esqueceram que somos detetives, caramba! Essa é a nossa última chance! Não posso deixar que vá atrás da Rey! Não quando sou eu quem precisa de você! – ela falou de uma vez, cansada.

Finn a olhou assustado por um momento.

E então-

— Apaixonada por quem?

— Aaaaargh! É sério que foi só isso que ouviu? – Rose quase implorou, mas vendo a expressão de desgosto se formando no rosto do amigo, suas esperanças se esvaíram.

— Você não pode estar se referindo a... a... não, Rose! Não posso acreditar!

— Se acreditando te faz cooperar nem que seja só um pouquinho, então sim! Quanto mais cedo aceitar, melhor!

— Mas... mas... Kylo Ren?!

— Sim.

— Não.

— Sim!

— Não! Isso... isso é loucura, Rose! Rey jamais iria- – ele subitamente se calou, os olhos se arregalando de modo quase cômico e era como se Rose conseguisse ver seu cérebro funcionando, as engrenagens colocando cada cena em seu devido lugar e o peso da assombrosa descoberta fazendo com ele o mesmo que fez com ela. — Ai meu DEUS!

Hux assentiu, colocando uma mão em seu ombro. — Sei como se sente, eu demorei tipo quinze segundos pra perceber.

— Ok, isso... isso realmente não importa agora! Finn?

— O que?

— Está comigo?

O rapaz grunhiu, coçando os olhos. — É, foi mal, é muito pra digerir. O que fazemos?

O que Finn estava fazendo era dar continuidade com a investigação de um lado enquanto Rose e Hux ficavam para resolver do outro.

Quando discutiram a situação em que estavam, chegaram à conclusão que se havia algum momento em que os Skywalkers precisavam ser vigiados, era agora. Se havia algum assassino entre eles, deveria estar furioso com a grande virada de Anakin Skywalker.

O único problema era que todos estavam.

Luke nem mesmo se importou quando os viu passando no corredor, muito vidrado na conversa com Yoda para manda-los embora novamente. Leia e Holdo analisavam opções com a assistente Aayla Secura, balançando a cabeça sempre que Kaydel fazia sugestões da internet. Poe era basicamente uma barata tonta, fingindo saber o que estava sendo discutido, e Mara Jade e Zorii pareciam estar em uma competição de xingamentos com Bazine Netal que... estranhamente, estava defendendo Rey. Diante disto, Rose franziu o cenho.

— E daí se viemos da mesma sarjeta de enjeitados? Demos a volta por cima! Mas vou te contar, não sabia que a Niima era capaz, ela sempre foi tão...

— Falsa. – Zorii completou.

— Sonsa? – Mara Jade sugeriu.

— Ingênua, na verdade.

Oh, certo. Defendendo o “golpe” dela.

— Sei o que está pensando. – atrás dela, Hux sussurrou aos pés de seu ouvido. Rose se arrepiou da cabeça aos pés, paralisando aonde estava.

— Hm, no que?

— “Que bom que o Finn não está aqui.”

Ela inclinou a cabeça para o lado, erguendo os olhos. O rosto dele estava a centímetros do seu, uma expressão ridiculamente esperta que fazia Rose querer estapeá-lo e prova-lo errado.

Droga, ela nunca conseguiria.

— E por que eu pensaria isso? – desafiou. Que bom mesmo que o Finn não está aqui, ela pensou, não ia querer ele me vendo derreter por um ruivo atrevido que nem você.

— Porque ele ficaria chocado com o modo que estão mostrando as facas.

— Sabres de luz.

— Ah sim, é o que ele diria, não é?

Rose deu de ombros, forçando sua atenção para a família. — Eles estão desesperados.

— Isso não é desespero. Isso é caráter. 

Quem? A detetive se perguntou. Estavam de olho em todos, mas quem. Quem entre eles teria coragem para um crime daqueles? Quem se aproveitaria? Quem teria a violência no coração?

Era difícil incluir um amigo de longa data como Poe Dameron nessa lista, porém inconsciente de suas próprias ações, ele mesmo já estava fazendo isso. Sua obsessão em sempre vencer Ren era intensa e se comprovou perigosa mais de uma vez, isso Rose não podia ignorar. Só esperava que ele não tivesse descido tão baixo. Pelo bem de Leia, que era mãe apesar de tudo. E também pelo bem de Finn.

Sentindo como se estivessem pisando em ovos, conseguiram trocar algumas palavras com Bazine Netal (bom, Hux conseguiu!), mas apenas o suficiente para confirmar tudo que ela disse no primeiro depoimento. Rose decidiu que não insistiria mais com a mulher e não, não tinha nada a ver com o fato de que ela estava dando em cima de Hux na cara dura. Francamente!

Foi um alívio quando chegaram à cozinha da mansão e encontraram Chewie e Maz Kanata comendo quietamente, prosseguindo com suas vidas como se nada tivesse acontecido.

— Ah, que bom que estão aqui! Estão com fome? Claro que estão! Não vou guardar essa panelada no freezer de novo! – a senhora não perdeu tempo em puxar dois pratos.

Rose sorriu. — Obrigada, me sinto bem menos culpada por ser civilizada agora!

— Primeira vez que viu eles discutirem?

— Chama aquilo de discutir?

— Você se assusta muito fácil, Tico. – Hux diz.

— Não finja que não ficou surpreso, Sherlock. Eu já vi muita baderna de perto e essa foi assustadora, – ela comenta, fazendo o casal rir e Hux balançar a cabeça. — A maneira que eles perderam o senso em menos de um minuto, correndo e se empurrando como se estivessem no jardim de infância- caramba! Rey que teve que literalmente fugir pra escapar! Quer dizer, os Skywalkers são uma família da alta sociedade, não é?

— Isso acontece com frequência.

— Todas essas brigas acontecem com frequência?!

— Não, Rey fugir com o Ben no meio das brigas. – Maz explicou, fazendo o queixo de Rose cair. — Ora, não me faça essa cara! Não é segredo nenhum pra quem presta atenção.

— Obrigado! – Hux exclamou, apontando com o garfo. Rose o ignorou.

— E... há quanto tempo eles são... o que eles são?

Maz se encurvou sobre a mesa, como se estivesse contando um segredo. — Eu tenho por mim que foi desde que começaram a jogar GO.

— GO... o jogo de tabuleiro?

— O jogo do Anakin.

— É o jogo das linhas. – Hux disse. Rose rolou os olhos.

— O jogo do Anakin. – Maz insistiu, corrigindo. — Mas não tem como ter certeza sabe, as vezes acho que nem eles sabem a resposta.

Chewie disse algo em russo e Maz assentiu, concordando.

— Sim, ele sempre foi bastante protetor quando se tratava da Rey.

— Protetor. Kylo Ren. – Rose repetiu, incrédula. Estavam falando da mesma pessoa?

— Algum problema, menina?

Todos! Rose se segurou para não dizer; a verdade era que Finn não era o único tendo dificuldades para entender aquele súbito relacionamento... bom, talvez não tão súbito assim, aparentemente. Céus, Rose tinha total certeza que Rey odiava Ren! Como aquilo havia acontecido? Ela foi tão desatenta com sua melhor amiga? E por que estava se sentindo tão mal quando foi Rey quem havia mentido- Ceeerto, talvez essa não fosse a palavra correta. Omitido, sim. Ela sabia que Rey conseguia omitir. Oh meu Deus, o que mais ela havia omitido?

No fundo sabia que a enfermeira não era de toda a culpa, a própria Rose estava distante já havia alguns meses, chegando a se chocar com a falta de ligações em seu celular e também-

— Ei, Tico.

Piscou, fitando Hux.

— Hm?

Foco, Tico.

— Oh! Certo!

— Sua comida vai esfriar.

— Ah.

— Tudo bem?

— É. Sim. Vai ficar.

Ele assentiu, porém seus olhos verdes continuaram a encará-la como se ela fosse mais um dos quadros de Anakin Skywalker. E ele estava pensando em alguma coisa; vendo alguma coisa.

— E vocês dois? – Maz perguntou, quebrando a atmosfera que havia se criado.

— Ahn? – ambos a fitaram confusos.

Ela riu. – Se viverem tempo o bastante, vão reconhecer o mesmo olhar em pessoas diferentes.

— É mesmo? – Rose retrucou, enchendo a boca propositalmente. Oh, ela podia sentir pra onde aquela conversa estava indo. Tinha esperanças que ninguém de fora fosse perceber.

— Me digam, o que estão fazendo com essa tensão toda?

— Hmm... empão... uh... umm...

A senhora apertou os olhos, esperando que ela engolisse. Rose fez questão de mastigar o máximo possível e até torceu para que Hux a salvasse... o que claramente não ia acontecer.

Se atreveu a checar o ruivo, e se deparou com o mesmo rubor que castigava suas bochechas subindo pelo pescoço e orelhas dele, e seus olhos, oh seus olhos, tão diferentes de um momento atrás. Uma mistura de expectativa e receio como ela nunca acreditou que pudesse haver em alguém tão confiante. Ele precisava de sua resposta tanto quanto a temia.

Rose fez o que pôde para sua voz sair tranquila quando respondeu: — Eu sinceramente não sei. Ele não me levou pra jantar ainda.

Precisando se afastar quando o celular tocou, Rose escapou para a área de serviço. Finn soava concentrado em conseguir resultados, mas ela reconhecia bem o mecanismo de defesa. Ele estava usando o trabalho como distração. Assim como ela.

Deixando sua preocupação pessoal de lado, pediu que ele entrasse em contato com o laboratório e a mantivesse informada. As provas que reuniram tinham o poder de conseguir mais dias na investigação... o que eles provavelmente precisariam. E embora não houvesse muito o que fazer naquele dia exceto de se preparar para o próximo, Hux e ela dariam mais algumas voltas pelo terreno da mansão. Só por garantia.

Desligando, quase pulou quando o cujo detetive empurrou a porta dos fundos com a bengala.

— O que ele disse?

— Tudo certo com a perícia.

— Ótimo.

— E aí, sobreviveu aos mexericos da Maz?

— Ela fez questão de expressar a frustração com o casamento do menino Luke com a Mara.

— Sério? Não consigo imaginar o porquê. – ela ironizou. 

— Eles se conheceram num hospital. – Hux contou, e algo na expressão dele fez Rose erguer a sobrancelha. — Interessante.

— Eu acho assustador.

Por nenhuma razão aparentemente, eles riram. Rose podia jurar que seu estômago estava girando e não tinha nada a ver com indigestão. Espere um momento-

Ele tinha sardas.

Sardas. (!!!)

Ela não se lembrava se tinha notado antes. Eram sutis, mas estavam ali. Ela conseguia ver, podia contar. Ela queria tocar.

— Vamos, Tico. – Hux chamou, descendo os degraus e andando pelo jardim inconsciente do desejo dela. Rose o acompanhou, sentindo-se relaxada pela primeira vez no dia.

...e ela devia saber que não ia durar!

Rose protelou ao máximo, porém nada que eles já não tinham visto antes apareceu. Eram o mesmo bosque, a mesma lama, as mesmas flores artificiais (céus, ela ainda estava incrédula com aquilo!) e até mesmo BB-8 parecia entediada embaixo de uma árvore, a bolinha que ela insistia em morder abandonada há centímetros de seu focinho.

O sol já tinha começado a se esconder quando Hux fez o caminho de volta para a mansão.

— Oh por aí não, por ali! – Rose exclamou, o puxando pelo casaco na outra direção.

— Por que?

Porque eu não quero dar de cara com o velho Palpatine na varanda!

— Confie na sua Watson, Sherlock. – Rose fez graça, e ele franziu o cenho, bufando uma risada.

Entrando pela frente, eles se aproximaram hesitantes da sala de estar. Já podiam ouvir a voz de Luke reverberando pelo corredor, e se depararam com a família nos exatos lugares de antes pelas últimas... quatro horas? Uma tarde inteira havia se passado e eles ainda estavam ali! Como peças de um tabuleiro, se recusando a se mexer; se recusando a aceitar.

Pobre Yoda sequer se esforçava em esconder sua insatisfação.

— Leia, não! Tem que haver mais opções aqui!

— Luke, tudo que Yoda mostrou está certo, não podemos fazer nada!

— Não! Não, eu não aceito!

— Quantas vezes eu vou ter que repetir? Se Anakin Skywalker estava em saúde física e mental quando fez as mudanças e todos confirmamos que ele estava-

— UMA MENTE SÃ FARIA ISSO?! – interrompendo Yoda, Luke explodiu. — Não, me diga! Você trabalhou lado a lado com ele, Yoda! Tudo que ele sempre quis foi o bem dessa família e agora ele nos deixa de fora?! Não acha isso estranho?!

— Jovem Skywalker, se não acreditava que seu pai estava em condições mentais boas o suficiente, deveria ter dito antes.

— Argh! O que importa o que eu penso?! O que ele fez é sinal de insanidade!

— Não legalmente, você não gostar do que ele fez não significa que ele estava ruim da cabeça.

Se contorcendo de raiva, Mara Jade reclamou: — Eu sabia! Eu nunca consegui engoli aquela garota! Tantas vezes que eu avisei pro Anakin, mas nãããoooo! Mara é louca, não é? Ninguém escuta a Mara nessa casa!

— Falar de si mesma em terceira pessoa acaba criando uma reputação. – Bazine diz, para a repulsa da ruiva.

— Não me venha falando em reputação! Não você! Zorii está é certa, você veio da mesma sarjeta que a Niima!

— Eu disse! – Zorii exclamou.

— Não me diga! Foi o que eu acabei de dizer!

Poe grunhiu, impaciente. – Dá pra vocês calarem a boca?! Não estamos aqui pra difamar a Rey! Chega disso! Estamos aqui pra achar uma solução e conseguir nossa herança de volta!

— E se pra conseguir nossa herança de volta precisemos difamar a garota? – Bazine perguntou, fazendo Poe gaguejar. — Ora, ora, temos um hipócrita entre nós.

Rose apoiou-se na parede, massageando o próprio pescoço. Atrás dela, Hux se sentou na poltrona com um suspiro igualmente enfastiado. A lareira os mantendo aquecidos era o único conforto que poderiam ter naquele lugar.

Que bom mesmo que Finn não estava ali! Rose não conseguiu não pensar, se ela própria já sentia grande desapontamento em ver Poe agindo daquela forma, não queria nem imaginar a reação de Finn. Ou até a de Rey.

— Yoda, que tal influência indevida? – Holdo sugeriu, sua voz um tanto esganiçada denunciava sua perca de compostura durante o dia. Os cabelos dela tão bagunçados quanto a última vez que Rose acordou de ressaca.

— É, que tal influência indevida, que tal?!

— Você ao menos sabe com o que está concordando, rapaz?

Poe não se abalou, admitindo: — Não, mas soa uma boa opção.

— Não, não é. – Leia discordou.

— Por que? Seria o que eu estou pensando? – Mara Jade perguntou.

— Bom, se está pensando que a Rey pode ter manipulado o meu pai de algum jeito-

— -e se aproveitou, seduzindo ele pra-

— Amy!

— Ah Leia, só estou sendo realista! É assim que os casos funcionam na maioria das vezes e você sabe!

— É, mas esse não é um simples caso e você sabe.

— Não, é pior! Está acontecendo com a gente dessa vez!

— Eu acho que vale a pena tentar. – Zorii expressou, erguendo a mão.

— Isso é uma péssima ideia! – Yoda tentou erguer a voz cansada que lhe restara. — Vocês iam precisar de uma evidência forte pra isso então podem esquecer! Todos vocês! Não podem chegar e simplesmente “ela acabou adorada por ele, Meritíssimo! Com muito trabalho e bom humor!”

Ouvindo passos se aproximando, Rose tirou a atenção da sala, piscando ao ver Finn surgir pela porta. Oh não. Ele não estava com uma cara boa.

— Finn. – Rose respirou, surpresa. Controlando sua ansiedade, ela disse baixinho: — Não achei que fosse te ver hoje, o que aconteceu?

Seu parceiro não perdeu tempo e tirou do casaco a fita da gravação de segurança que Jannah havia os entregado.

— A fita ‘tá zuada.

— O que?

— Passei horas com a Lusica tentando concertar mas ela não conseguiu absolutamente nada! Não temos o vídeo.

— Mas isso é...

— Impossível?

— Estranho.

Finn bufou. — Muito estranho, você quer dizer.

Ela desviou o olhar para Hux, que já a fitava pensativo. Em sua mão, descansava um pires com uma xícara personalizada e uma colher de chá. Sem querer, Rose perdeu o foco. Quando ele havia conseguido aquilo?

— Você é folgado hein? – incrédulo, Finn tirou as palavras de sua boca.

— Tente negar algo para a sra. Kanata e depois conversaremos, Trooper.

Suspirando, Finn revelou para Rose: — Esse caso está me deixando louco.

Rose ergueu a sobrancelha, só o caso?

— E o artigo de assassinato? – subitamente, Holdo sugeriu. Os dois se voltaram para a sala, e Rose não tinha um espelho no momento, mas sabia que o olhar horrorizado de Leia Skywalker refletia o dela.

— O que?! Não, agora já chega! Não vou ficar aqui ouvindo isso!

— Leia!

— Você está indo longe demais, não estou te reconhecendo!

— Eu só quero achar uma solução!

— Não há solução! Você quer usar o artigo de assassinato?! Eu nem quero pensar nessa possibilidade! Eu vou pro meu quarto.

— Leia! – Luke chamou, mas a mulher já subia as escadas, Rose se sentindo tentada a ir com ela. Luke se virou para Holdo, confuso. — O que é o artigo de assassinato?

— Basicamente se alguém é condenado por matar a pessoa, não ganha herança nenhuma.

— Não só condenado, até se for considerado culpado pela morte em uma corte civil, – Yoda completou, e vendo a expectativa crescer nos olhos daquelas pessoas, tratou de continuar: — Só que o Anakin cometeu suicídio.

Rose sentiu antes de acontecer, o estranho silêncio a alertando dos olhares caindo sobre ela- espere, não. Atrás dela.

Hux.

Sentado em frente a lareira, as brasas iluminando seus traços ruivos e sua expressão tediosa, e ele quietamente girava a colher de chá em sua xícara como o retrato perfeito de um gentleman.

Mara Jade limpou a garganta, as mãos na cintura quando passou por Rose e Finn como se eles fossem invisíveis. — Detetive Hux, disse que a investigação estava em andamento, fez questão de dizer isso... há mesmo suspeitas de assassinato?

— Muita coisa permanece obscura, sra. Skywalker. Assassinato é a minha teoria.

— Hmmm.... Niima?

— Não eliminei nenhum suspeito.

Luke bufou, balançando a cabeça. — Bom, é melhor você escolher um logo! E Yoda, você é um inútil!

— Obrigado. Aayla, vamos. – de modo rápido, Yoda e sua assistente juntaram suas pastas e praticamente correram para fora.

— Só tenho uma resposta pra isso, ela tem que desistir da herança.

— Exatamente!

— Ela tem que desistir sim!

— Quem ela pensa que é?

— Uau, vocês querem mesmo colocar a culpa na enfermeira, não é? – a voz de Bazine se sobressaiu sobre as outras, e Zorii caçoou:

— Não que você vá entender, nós só queremos o que é nosso de volta!

— Nosso vírgula! Você não se encaixa aqui, querida.

— Zorii está comigo, Bazine. Ela se encaixa comigo. – Poe defendeu, passando o braço pela cintura da mulher. Bazine rolou os olhos.

— O que convenhamos não é algo que dê pra se orgulhaaaar.

— O que, hein? – com uma coragem que surpreendeu Rose, Zorii desenlaçou-se de Poe, batendo de frente com a mulher. — Não está com a gente, está contra a gente! Magoada porque o vovô sempre te deixou de fora? Todo mundo sabe que ele nunca gostou de você! Ou será que é porque a gente expôs o seu coleguinha pra polícia, ahm?

— Ah, faça-me favor! Não se vanglorie quando estava choramingando pra não abrir a boca!

— Alguém tem que ter autopreservação por aqui!

— Você nem sabe o que essa palavra significa.

Zorii pareceu pronta para rebater quando Poe a puxou, colocando-a atrás de si.

— A última coisa que o Kylo fez foi brigar com o Anakin por causa de herança, realmente achou que íamos deixar você acobertar aquele monstro? – ele perguntou, a tensão crescendo com suas palavras. Luke, Mara Jade e Holdo parando o que estavam fazendo para dar atenção a cena que se desenrolava. Rose podia sentir Finn e Hux fazerem o mesmo atrás de si. Todos esperando a bomba estourar.

Porém Bazine apenas avaliou Poe de cima à baixo, respondendo inexpressiva: — Não sabe o que está dizendo.

— Não sei?! Ele matou o próprio pai! Han Solo, o homem que me ensinou tudo sobre aviões, ele era o meu pai também! – Poe argumentou, e apesar de sua fala parecer sensível, não havia emoção alguma em sua voz. — Se há algum assassino nessa história toda, não é a Rey!

— E você acha que é o Kylo.

— Não perca tempo o defendendo, priminha. Ele é o único capaz.

— Todos aqui são.

— Até você? – Zorii perguntou, quase inocentemente.

— Espera, está tentando colocar suspeitas em mim? Eu não acredito no que estou ouvindo... sabe Zorii, já que estima tanto assim a verdade, deveria manter seus olhos abertos em outra pessoa.

— E de quem você está falando agora, sua vaca?

— Do Poe, é claro.

— Eu?!

— Obviamente você também não passou despercebido por mim aquela noite, querido. Você foi o primeiro a ir embora. Todo mundo viu. O que não sabem é pra onde você foi.

— Escuta aqui-

— Aposto que nem a Zorii sabe.

— Ora essa, pra onde eu fui?! Pra bem longe de você e do Kylo pode ter certeza!

— E dela também, eu imagino. – apontando para Zorii, Bazine sorriu vitoriosa. Era o sorriso de um caçador que finalmente capturava seu animal exótico (pelo menos, essa era a impressão que Rose tinha- ou talvez fosse apenas o casaco de zebra).

De qualquer forma, Poe piscou confuso.

— Vai me fazer falar é? Tudo bem! – Bazine disse, olhando ao redor e exclamando para todos ouvirem: — Enquanto o vovô se suicidava, o correto e honesto Poe Dameron estava na farra!

Zorii arregalou os olhos. – Poe?

— Não que seja uma surpresa é claro. É bem óbvio.

— O que?! Não! Não acredite nela, Zorii!

— Tem razão, até porque o meu marido não tem partes em boates na cidade, eu acabei de inventar isso! – Bazine ironizou, voltando-se para Zorii enojada. — Ele te largou numa festa de família e foi se divertir... acha que vai ser a primeira vez? Ou melhor, acha que foi a primeira vez? O que me dá mais pena é que você já desconfiava, não é?

— Bazine! Cala a boca!

— De um lado, dinheiro. Do outro, o peso do chifre-

— EU MANDEI VOCÊ CALAR A BOCA! – Poe explodiu, se inclinando sobre a mulher... que fez o mesmo.

— E POR QUE EU DEVERIA?! PORQUE EU ESTOU MENTINDO? DIGA A VERDADE, ENTÃO! Espera, deixa eu pensar, NÃO TEM! Agora cadê o peito estufado de herói, hm?! Quer bancar o detetive pra cima do Kylo- comece por você mesmo!

— POE! – Zorii gritou, socando o braço do homem. Ela estava tremendo. – É verdade, não é?! Você nunca me disse pra onde você foi!

— Eu não estava na farra, Zorii! Eu nunca faria isso com você!

— Quanto drama. – Mara Jade resmungou.

— Eu não vou ficar aqui ouvindo isso! – Luke falou, estressado. Mara Jade o acompanhou quase hesitante, querendo ver no que a discussão ia dar.

Holdo foi a próxima, chamando pela filha uma única vez antes se sair da sala. Kaydel meramente a ignorou, afundando-se no sofá com olhos vidrados no celular.

E então-

Poe decidiu mostrar as facas.

— Se quer tanto saber, pode perguntar ao Finn! Ele sabe que estou falando a verdade!

— Ao Finn? – Zorii engasgou-se.

— A ele? – Rose apontou.

— A mim? – Finn repetiu.

— É, estávamos juntos aquela noite, lembra?

— Estavam?!

— O que?

— Eu...

Rose encarou o amigo com uma sobrancelha erguida, e do outro lado da sala, Kaydel tirava os olhos do celular pela primeira vez.

— Fazendo o que? — a jovem perguntou, os dois homens imediatamente respondendo:

— Nada!

— Ata. – Bazine riu, fitando as próprias unhas.

— Nada! – Poe repetiu, vermelho. — Só fomos dar um passeio, a festa estava tão caída que-

— Você admite?! – Zorii exclamou, chocada. — Acha que eu que estou caída, não é? Por isso foi atrás de outras garotas com o seu amiguinho? Poe...

— Meu amor-

— Você está me traindo, Poe?!

— O que? Não!

— Poe!

— Hipócrita, mentiroso, infiel... a lista só está aumentando, ah! E eu tomaria cuidado, casal 20! Um rosto bonito nem sempre escapa de tudo... ou permanece. – Bazine falou com um falso ar sábio, se levantando e os deixando para trás. Poe e Zorii a ignoraram, voltando a discutir.

Se virando para ir embora, Rose franziu o cenho ao notar apenas a presença de Hux.

— Cadê o Finn?

Ela o encontrou do lado de fora, encostado à viatura e observando um céu sem estrelas.

— Ei, você está bem?

— É, sim. Não. Não sei, na verdade.

Rose cruzou os braços, encolhendo-se quando uma brisa fria passou por eles. – Tem sido um dia estranho.

Finn riu.

Após algum tempo, ele voltou a dizer:

— Então... o Poe acabou de me usar como álibi.

— Pois é. – Rose assentiu, hesitante.

— Não que fosse mentira, e não é como se fosse um segredo mas-

— Finn.

— Rose, se o caso for pro júri eu vou ter que depor a favor do Poe. Eu vou ter que me afastar por envolvimento direto com as testemunhas, sem nenhuma gratificação. E se ele for considerado culpado... – ele se calou, parecendo arrependido pelo seu breve momento de incerteza. — Quer dizer, não tem como ele ser culpado, certo? Suspeito sim, mas culpado é...

— Finn.

Ele suspirou, passando a mão pelo próprio rosto. — Eu não tenho mais certeza de nada.

Os Skywalkers. Rey. Poe. Até mesmo Kylo. Pessoas que eram facilmente classificadas preto ou branco como peças de um tabuleiro agora provavam ser algo... a mais. Rose entendia sua frustração. Era difícil dar o braço a torcer. Difícil se admitir errado.

— Sabe, Hux e eu estávamos conversando hoje mais cedo. – ainda assim, Rose tentou contornar. – Ás vezes... quando as pessoas estão desesperadas... elas acabam... mostrando... as facas. Tenho certeza que o Poe só estava tentando acalmar a Zorii, ele não pensou nas consequências. Ele não pensou que isso poderia prejudicar seu trabalho.

Ele não pensou em você, ela quis dizer, mas soava pesado demais.

— Espadas.

— O que?

— Mostrando as espadas, não as facas.

Rose riu. — Você é tão nerd.

— É, eu sei. – ele sorriu, não era grande como costumava ser, só que ao menos estava lá. Rose contou como uma vitória.

Finalmente, Hux resolve se aproximar.

— Tudo certo, eu imagino.

— É isso aí, tudo resolvido! Amanhã é a prova de fogo! – Finn anunciou, perguntando antes de entrar na viatura: — Quer uma carona, folgado?

Olhando para Rose, Hux parece indeciso. Caso Finn não tivesse chegado, ele e Rose teriam ido embora juntos. Ela tenta não pensar muito no que aconteceria depois disso.

Hux por outro lado, parece ter pensado naquilo bastante.

— O que foi?

— Nada.

Ela o encarou, esperando paciente.

— Eu ia te chamar pra jantar. – ele revelou, fazendo o sorriso dela sumir em puro choque. — Só que temos muito o que fazer amanhã, e... você precisa de uma boa noite de sono.

Rose piscou, vendo-o abrir a porta sem mais nem menos. Oh, espere um momento senhor! Institivamente, se colocou entre ele e a viatura, fechando a porta com as próprias costas. Hux apoiou-se em sua bengala, surpreso.

— Ou só de uma boa noite. Não preciso de sono. – ela flertou, sentindo uma súbita adrenalina acelerar seu coração com as próprias palavras. Sua mente trovejando a mesma pergunta repetidas vezes, o que estou fazendo? O que estou fazendo? O que estou FAZENDO?!

Hux sorriu de canto, apertando os olhos. — Precisa sim.

— Não me analise.

— Impossível.

— Deixa eu adivinhar, porque é um detetive e é isso o que faz?

— Não, porque é tudo o que venho fazendo desde que te conheci. – ele murmurou, ficando tão perto que ela jurou que ele fosse beijá-la. Sua boca seca em antecipação.

E ele o fez.

Na testa.

E talvez ela tivesse passado muito tempo presa ao trabalho, sem se importar com encontros ou relacionamentos, mas tinha total certeza que nenhum de seus antigos namorados jamais a fez corar desse jeito.

— Até amanhã, Tico.


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Notas finais do capítulo

e é nesse momento que os Roux vem me atacar MUAHAHAHAHA

Eu só queria que vocês soubessem que ninguém nessa família é santo e por ninguém eu quero dizer NINGUÉM. mesmo assim, mil perdões por fazer o Poe tão babaca, eu realmente gosto dele mas preciso de babaquisse nessa fic e.e

eu não fiquei 100% satisfeita com esse capítulo, acho que trabalhei demais nele ou sei lá. é difícil manter um conteúdo bom.

ah, olha que coisa linda essa fanart reylo AU!KNIVES OUT: https://pbs.twimg.com/media/EjqQnyrXgAghscL.jpg eu fiquei apaixonada
e essa manip também: https://www.instagram.com/p/CDwZ2S4gSi7/?igshid=rh1pw4yke4j9



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