Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 48
Velhos Hábitos


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Kevin Narrando

Sentei no bar e fiquei olhando para a cara do Danilo esperando um monte de mentiras e desculpas. Nos identificamos desde o início e ele mesmo disse ontem que era como eu... Então não iria sair nada da boca dele que fosse verdade porque eu sabia que agora ele estava com medo ou inseguro.

— Não posso mais viver com as ameaças da Diana. – ele falou baixo. – E isso é muito sincero.

— Tá. Mas eu sei que você vai fazer de tudo pra sair disso. Até mentir e inventar historinhas. Como já faz. Pergunta: Porque você se envolveu com ela?

— Proibido. – ele ficou olhando para a janela. – Não sou um exemplo de ser humano. – ele olhou em meus olhos. – Sou aquilo que você viu no seu carro no dia que me chamou pra fazer um favor a você. Transaria com uma velha por dinheiro. Esse sou eu. Você me entende né? – sorri maliciosamente.

— Por que você precisa de dinheiro e a sua irmã não? Ela pagou caro pra tentarem acabar com meu namoro.

— Por mais que eu seja parecido com você eu não sou tão esperto... Ela é muito mais manipuladora que eu. Na história do namorado ela saiu como coitada e eu com a minha ex sai como impulsivo agressor. Acha mesmo que os meus pais estão de boa com isso?

— Ok. – respirei fundo. – E os seus pais, que merda eles fazem?

— Tudo o que o seu pai faz e mais um pouco. – ele sorriu. – Só que eles são mais fortes... O seu pai é um só, eles são dois. Aliados... Confiáveis... Perfeitos. – ele deu de ombros. – Se juntar ao seu pai foi um erro, sujou o nome deles. O povo desconfia que seu pai no mínimo roube da família e quem vai se arriscar a fazer negócio com alguém assim?

— Foda-se. Não quero falar desse cara. – minha expressão com certeza mudou. – Por que vocês dois pararam com... O caso.

— Porque era errado. Ela não tinha consciência, mas eu tinha. Na verdade era esporádico. Até ela começar com essa loucura. Eu não podia fazer nada e tinha que ser dela.

— E por que ela namorou? Se ela era tão louca assim por você.

— Você quer ser policial né? No mínimo.

— Não. Chutou longe. – suspirei pesado. – Diz logo, não tô por sua conta.

— Ela quis namorar. E se apaixonou. Então a fissura dela por mim diminuiu ou mudou de foco, não sei. O fato é que você fez tudo renascer. Eu te odeio por isso.

— Agora ela te persegue de novo?

— Mais ou menos. Na verdade ela está me chantageando. Se eu não ajuda-la com você ela vai contar nosso caso para os nossos pais. E eu me apaixonei por Otávia, não posso ajuda-la.

— Para de mentir. Sei que não se apaixonou.

— Apaixonei sim. Por que acha que eu não queria que vissem as mensagens aquela vez? Pra não ficarem sabendo precocemente e estragarem tudo. Por que acha que eu voltei agora?

— Ah, que se dane. Que tenha se apaixonado então, mas você não foi sincero desde o início. Paixãozinha fraca essa hein?

— Você não conhece a Diana de perto. – ele passou a mão no rosto de uma forma nervosa. – Quero me livrar dela Kevin. Faço tudo que for preciso.

— O que ela tá pensando? Quais são as ideias dela agora?

— Ela só fala em Rafael. Ela acha que se tira-lo do caminho vai ter uma chance de se aproximar e com você frágil e sofrendo vai te conquistar.

— Sabe que ela precisa de uns dez psiquiatras né? – esfreguei os olhos bem inconformado. – Dá um jeito de mostrar aos seus pais que ela não está tomando os remédios.

— Não. – ele arregalou os olhos e pude sentir seu pavor. – Não consigo fazer isso. Diana é mais esperta que eu e ela vai descobrir, não tem como eu fazer isso.

— Sua irmã é sua fraqueza né?

— É só que ela me aterroriza. E se você soubesse do quanto a mente dela é doentia você também estaria aterrorizado.

— Se não for pra você seguir o que eu digo você serve pra que? – me exaltei. - A gente se fala. – sai de lá nervoso e fiquei mais nervoso ainda no final da noite quando soube que Arthur havia sido preso.

— O primeiro dia de aula nunca tem muita coisa então decidimos ir a um bar. – olhei Rafael e desviei o olhar rapidamente, meus braços estavam retos e as mãos a frente do meu corpo segurando os meus pulsos, no intuito de me auto controlar. – E então um cara ficou olhando para o Arthur e ele o questionou e o cara disse que ele era o filho do ladrão que iria vim roubar de Alela. Daí ele partiu pra cima dele. O dono do bar chamou a polícia, detido por agressão eu acho, não sei direito, eles não me deixaram entrar com ele. Explicaram todo o procedimento, mas eu estava nervoso demais.

— Ele tá preso por causa do Caleb?

— Não é bem preso. Ele tá na delegacia e vai passar por um processo.

— Por causa do Caleb? – ele não entendeu a minha pergunta.

— Não devia ter te ligado. – seu olhar estava um tanto abismado.

— Ia ligar pra quem? Pra mãe dele e fazê-la parar no hospital? Ou para o pai dele pra ele dar uma de herói mais uma vez? Que se dane. – fui procurar algum policial que me levasse até ele ou a alguém que conversasse sobre o assunto. Eu o encontrei em uma sala e não podia ficar com ele lá, ele estava dando depoimento. Ele me olhou completamente envergonhado. Havia apenas ele e um policial na sala. – De todos os motivos idiotas para você parar aqui, esse foi o pior. – olhei em seus olhos. – Vou pagar sua fiança. – sai sem que ele dissesse nada e fiquei a noite toda naquele inferno de procedimento burocrático do caralho.

Falei para o Rafael ir pra casa dormir porque ele tinha que acordar cedo pra trabalhar, na verdade insisti e não adiantou, ele ficou lá. Liguei pra Alice e contei o que era pra que ela pudesse conseguir dormir.

— Não é o que você tá pensando. Posso explicar. – meu irmão falou ao sair da delegacia. Ele iria fazer vinte anos no final do ano e estava dando satisfações como se tivesse doze. – Eu só precisava descontar a minha raiva em alguém... Ele deu azar de ser ele quem implicou comigo.

— Eu estou cansado, com sono e você tá me devendo dois mil reais. Amanhã vai buscar seu carro no pátio, eu não vou ficar pra mexer com isso, você estava em um bar bebendo e iria dirigir. Tirou mesmo a noite pra se foder né? – virei às costas e sai andando em sua frente. Ele e Rafael me alcançaram rapidamente e eu fui até Torres calado. Quando os deixei meu namorado insistiu pra conversar comigo, mesmo sabendo que não era o melhor momento.

— Vai ser sempre assim? – o olhei após sua pergunta.

— Assim como? – corrigi minha postura e tentei relaxar.

— Você fica nervoso com alguma coisa e não consegue falar direito comigo. Foi assim quando você chegou aqui atrás do Danilo sem dizer onde estava e hoje.

— Falar direito?

— Sim. Falar direito. – ele se alterou me fazendo ficar olhando pra ele. – Você consegue me tratar mal Kevin. Duvido que você faça isso com Murilo.

— É melhor irmos dormir e conversarmos depois.

— Não. Eu quero conversar agora. – respirei fundo. – Eu via vocês dois juntos. E eu nunca vi você tratando ele do jeito que você me trata.

— Talvez seja por que ele nunca tenha se exaltado tanto só por eu não dizer onde eu estava e também ele entenda as situações e momentos estressantes antes de tirar conclusões como essa.

— Vocês tinham o seu pai atrás de vocês, isso era estressante o bastante. Mas vocês se fechavam em um mundinho só dos dois. Com a gente não acontece isso.

— Como vai acontecer se você nem mesmo quer estar comigo? – ele olhou pra baixo. – Você não achou que seria legal me avisar que estaria em um bar?

— Você foi pra um bar e não me avisou e não respondeu a minha mensagem.

— É diferente. Não fui beber e me divertir, eu fui saber algo sobre o nosso namoro. E não demorei nem dez minutos. – ele me olhou e eu tentei entender seu olhar.

— Tá bom... Desculpa. Da próxima vez vou avisar.

— Se você pretende ficar em bares não devia ter um namorado. – falei sem olha-lo.

— Gosto quando demonstra ciúme.

— Não é ciúme. É lógica. – o olhei. – Já acabou? Está quase amanhecendo.

— O que eu quero que você entenda é que eu sei o jeito que você era com ele e você é tão diferente comigo, por quê? Digo... Parece que ele te deixava mais calmo e eu só pioro as coisas. – não sabia nem o que dizer mais. – Não esqueça que eu estava por perto o tempo todo Kevin, desde o início.

— Eu sei. – o olhei. – Não pretendo negar. Você tá certo. Fico mais nervoso com você. Perdão por isso.

— Quero saber o motivo.

— Murilo é mais sensível. Apesar do jeito meio foda-se dele, ele é muito sentimental. Você também é sensível, mas ele é mais, sei que você aguenta muita coisa. E também isso de você nem querer estar comigo automaticamente tá me deixando muito mais impaciente.

— Eu quero Kevin. – nos olhamos. – Só não consigo.

— Vamos dormir, por favor. Por pelo menos duas horas.

— Tudo bem. – ele tirou o cinto e eu fechei os olhos e suspirei não aguentando segurar mais o que eu queria falar.

— Preciso muito te dizer algo. – não o olhava, mas sentia seus olhos em mim. - Eu estou bravo comigo mesmo. – tomei coragem pra continuar. - Tem um cara na academia e a gente teve uma atração mútua. Eu ignorei, é claro. Mas aconteceu. Isso pega em um ponto muito forte em mim e não aconteceria se estivéssemos bem.

— Você quer terminar enquanto esse bloqueio não passa?

— Não. Isso não vai acontecer de novo, eu não vou deixar. Só precisava te contar.

— Você me transmite confiança. – nos olhamos. - Toda a minha exaltação ao não saber onde estava foi por você ter dito que tinha duas coisas urgentes pra resolver e eu me preocupo com você, mas quanto a isso... Eu sei que você não vai fazer nada. – esperava que aquilo fosse mesmo verdade, que ele acreditasse sempre em mim. - Mas claro... Independente disso meu ciúme sempre vai existir. – ele completou e sorriu. - Vou lá. – queria tanto impedi-lo de sair e leva-lo pra dormir comigo, algo tão simples que fazíamos antes e que agora era impossível.

— Isso é péssimo. Eu e Arthur e agora ele assim... Isso é um desastre. – Alice falou eufórica quando cheguei para almoçar em sua casa.

— Por que a gente não manda Arthur e Diana em um retiro espiritual? Claramente estão precisando.

— Não seja desrespeitoso. – ela franziu a testa e ficou me olhando com cara feia, dei uma risada.

— Você ficou abalada demais com a gracinha dele. – resmunguei.

— Claro, ainda sinto por ele... Aquilo. E eu passei um enorme aperto ao saber que ele estava preso.

— Podemos virar essa página?

— Hoje eu não ri de uma piada do Ryan. – ela disse e me olhou. – Todos riram, parecia bem engraçada. – respirei fundo.

— Começou então? – a olhei sério, ela concordou gestualmente.

— Tenho que andar com uma agenda para anotar tudo, minha médica mandou. Não estou com ânimo de sair pra comprar.

— Algo sem pauta e diferente? – ela me olhou e sorriu. – Deixa comigo.

— Não sei o que eu faria sem você. – ficamos nos olhando. Encarei o meu prato.

— Até que o seu pai cozinha um pouco bem.

— Eu ouvi isso Kevin. – ele disse descendo as escadas.

— E eu te ouvi descendo, só por isso comentei. – falei e ri.

— Sinto sua falta sabia? – ele me olhou. – Por que não vem aqui ficar comigo? Sei que já esqueceu o Murilo, não preciso mais te ajudar em nada, mas... Você pode fazer companhia pra esse velho abandonado. – sua risada me fez rir.

— Já sei de quem Alice puxou esse drama todo.

— Foi da mãe, acredite. Tenho que voltar ao trabalho. – ele beijou o rosto de Alice e fez carinho nela. – Qualquer coisa me liga tá?

— Tá bom pai. – tocamos nossas mãos e ele se foi.

— Tenho que ir também. Já estou quase atrasado.

— Você odeia isso, por que não recusa?

— Adivinha? – respirei fundo. – É óbvio né?

— Arthur. – ela suspirou e depois sorriu. – Você é um ótimo irmão.

— Sou ótimo em tudo fofa. – me levantei. – A noite venho te buscar pra ir a academia.

— Me buscar? – aquilo seria maçante.

— É. – respondi em um suspiro. – Já fui de manhã antes do trabalho, mudei o meu horário.

— Uau. Isso é por causa do carinha? – nem precisei responder. – Não precisa ter o trabalho de me buscar e trazer. - essa era a parte maçante.

— Eu mentalmente ouvi você me dizendo isso quando tomei a decisão. Deixa de ser idiota. – acho que minha expressão foi bem convincente já que ela não reclamou mais. Ou era a doença agindo.

Voltei para o inferno. E com inferno eu queria dizer uma reunião entre Caleb e o meu irmão. Entre as nossas funções normais tínhamos que lidar com as coisas que ele fazia e com toda nossa parte nisso.

— Preciso reconquistar a confiança dos meus aliados, principalmente do Eugênio.

— Você o roubou, ele não vai mais confiar em você. – falei sendo realista.

— Ok gênio, isso eu já sei. Agora pense em alguma coisa que ajude a reverter isso.

— Você não entendeu? Não tem como.

— Tem. – Arthur falou e eu dei uma risada de nervoso. – Se você abrir mão de alguma quantia que fará falta a você, ele vai ver com um ato de mudança.

— Que lindo. – resmunguei.

— Ou você pode simular uma emboscada e salva-lo, mas tem que ser algo muito bem feito para ele não desconfiar. – meu pai ficou o olhando admirado. - Se você se machucar vai ser melhor ainda.

— Você está empenhado. Gosto muito disso.

— Posso ir? – perguntei tentando não perder a paciência.

— Uma última coisa. – ele me olhou de um jeito estranho. - Você foi visto em uma clínica de psicologia. Explica.

— Você está me espionando de novo? – meu esforço se desfez e eu fui pra cima dele.

— Nós não somos conhecidos por ter doenças mentais. Você não pode ficar fazendo isso.

— Sou responsável por mim. E não estou ligando pra fama alguma, que inclusive a sua é de desonesto.

— Kevin... Não procure tratamento se não tem problema.

— Já disse, eu sou responsável por mim!

— O que deu em você, você manipula os pensamentos das pessoas agora? Quer dar uma de coitado problemático?

— Deu em mim que eu tenho uma vida e você não. Se afunda mais em fraudes e extorsões. Tchau.

— O que você foi fazer em uma clínica? – Arthur perguntou me alcançando.

— Eu tenho um namorado que não me aceita, o que você acha que eu fui fazer em uma clínica? – perguntei perdendo o resto de paciência que me restava.

— Como você está? – respirei fundo.

— Não se preocupa comigo. Vai lá dar mais ideias ao seu papai.

— Kevin eu já disse o motivo de estar fazendo isso. Por que não consegue me entender?

— Porque tentar se vingar de Caleb é um erro.

— Mas é o que eu preciso fazer.

— Perfeito, vou colocar na lista de afazeres de hoje aprender a lidar com isso, porque eu não consigo. – segui no estacionamento até o meu carro e fui pra casa. Ainda tinha o Danilo, mas hoje eu não queria saber dele e esperava não ser surpreendido com nenhuma trama de Diana.

Quarta feira, fim de tarde e eu estava saindo do trabalho com Arthur. Ele notou que eu estava mais estressado que o normal e mesmo não querendo tive que perguntar o motivo do meu incomodo.

— Por que o Rafael chegou tão cedo do trabalho? – ele me olhou e sorriu.

— O que tá pensando? Um encontro às quatro da tarde?

— Leva a sério Arthur. – suspirei ao ver meu humor piorando.

— Ele iria a uma obra com Ravi, então ele deve ter liberado ele mais cedo. Acontece às vezes. – o olhei desconfiado. – Tá, eu sei que não acontecia comigo, mas é que eu conhecia o serviço e aproveitava para fazer outras coisas depois. Não o compare comigo Kevin. E como você sabe que ele chegou mais cedo?

— Tenho o rastreador de GPS do seu carro.

— Ah é. – lembrou. – Você é um irmão tão preocupado.

— Você podia morrer. – franzi a testa. – E ele não teria um encontro porque ele tá em casa.

— Rafael tá fodido, você sempre vai saber onde ele tá. – comentou e riu. – Vocês dois me distraem de tudo o que tá acontecendo comigo. Como Alice está?

— Piorando. O ruim é quando ela não percebe. Por isso ela precisa de companhia constante.

— Acho incrível Murilo não voltar mesmo sabendo disso. E é incrível de um jeito muito ruim.

— Segundo a mãe é o sonho dele. Ele não conseguiria a mesma instituição aqui em Torres.

— Que seja, vou continuar não concordando. – parei em frente a sua casa e entramos. Ele foi para o quarto e eu fui para o quarto de Rafael, onde o encontrei estudando.

— É estranho dizer que acho você extremamente sexy quando tá estudando?

— Nem todo mundo nasce inteligente como você. – ele falou e sorriu. – Depois de dois dias resolveu aparecer?

— Na verdade foi apenas um dia, eu te vi segunda na delegacia.

— E ontem nem falou comigo. – ele respirou fundo e voltou sua atenção ao caderno.

— Desculpa. Estou tão estressado por trabalhar no hotel.

— Acho que vai ficar um pouquinho mais estressado agora... – ele se virou pra mim. – O pessoal do trabalho estava combinando de ir beber sexta, aceitei ir... Achei legal para eu me entrosar. – ele ficou me olhando esperando minha reação.

— Tudo bem. – sorri. – Não sou seu pai, eu não vou ficar brigando com você.

— Mas se você não achar legal eu não vou.

— Relaxa. – me sentei na cama. – Por que o Arthur não fazia esse tipo de programa com eles?

— Você ainda pergunta? Ele é fechado né Kevin.

— Pode voltar a estudar, vou ficar quietinho aqui até dar a hora de ir buscar a Alice para ir a academia. – falei e me deitei confortavelmente.

— Você mudou seu horário né? – concordei. – Não confia em você perto do cara?

— Claro que confio. Só acho que no momento estou vulnerável e o motivo principal é a falta de respeito. Pelo menos é assim que eu entendo, se você não vê nada demais temos pensamentos diferentes.

— Eu acho muito demais e você sabe disso. – ele falou sério e depois se virou.

— Não consigo me concentrar com você aqui. – ele reclamou depois de um tempo e eu dei uma risada baixa.

— Poderia sugerir que viesse aqui se deitar comigo, mas você não iria se sentir bem, então... Quer que eu saia?

— Não. Vamos descer, estou com fome. – claro que fizemos o que ele queria. Ravi estava chegando e como Arthur e a mãe estavam à mesa ele parou pra conversar e acabou fazendo um comentário que me deixou um pouco aborrecido.

— Como ele está indo? – meu irmão perguntou se referindo a Rafael.

— Muito bem. Mas... – ele coçou a cabeça. – As mulheres dão muito em cima dele, você era fechado e sério e eu não tinha esse problema. – sua respiração ficou pesada. – Ensine-o a não ser tão simpático. – ele sorriu. – Vou ir tomar banho. – ele beijou a esposa e subiu. Luna passava o olhar entre eu e Rafael, percebendo tudo o que acontecia.

— Você vai ter indigestão com o olhar do Kevin. – ela disse e riu.

— Tá toda felizinha né porque Arthur e Alice finalmente terminaram. – comentei maliciosamente e me levantei. – Tchau pra vocês. – sai antes que eu ficasse mais nervoso.

— Kevin. – Rafael me chamou e eu o olhei. – Não é o que você tá pensando.

— Será mesmo? – cheguei perto dele. - Pedi pra terminar se quisesse tentar. – falei baixo. - Quer saber, não vou discutir sobre isso. – sai rapidamente e a minha raiva era tão grande que eu errei mais uma vez, apesar de estar sempre tentando o contrário e principalmente apesar de saber que isso decepcionaria o Murilo e destruiria a Alice. Sem falar do meu irmão, se ele soubesse ele não iria mais nem querer saber de mim. Agora já era.

"A alma está escapando por esse buraco que está se abrindo"


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Notas finais do capítulo

Até amanhã ♥



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