Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 49
Igual a todos


Notas iniciais do capítulo

* brinquei de sumir né? kkkkkk
* caso haja erros é o sono, sorry :(
* amando Letícia e Arthur *O* tudo que começa com putaria eu amo
booooooa leitura ♥



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Kevin Narrando

Não acreditava que o Yuri estava logo me procurando para desabafar, com tanta gente mais apropriada. Mas segundo ele Alice estava passando por muitos problemas e Arthur ocupado demais. Então obviamente sobrou pra mim.

— Você vai ficar mesmo olhando com essa cara de cínico? – dei um sorriso.

— Irônico, sarcástico, debochado e agora cínico? São tantos adjetivos que vocês me dão que eu fico um pouco confuso. Como você quer que eu fique?

— Foi um erro ter te procurado não foi?

— Essa é a chave. E você já sabe a resposta. Posso ir agora?

— Kevin. – ele fez uma expressão de coitado que, mesmo que não partisse o meu coração, e não partiu, me obrigou a escuta-lo.

— Então anda logo. Daqui a pouco o Rafael chega.

— Vocês estão bem? – ele sorriu e eu continuei sério.

— Estamos aqui pra falar de você.

— É a Giovana. – ele se sentou ao meu lado.

— Aí já é demais. – me levantei. – Você não vai pedir conselhos em um relacionamento com aquela acéfala, vai?

— Ela já te ajudou muitas vezes, você podia se lembrar disso antes de insulta-la? Foi ela que conseguiu te tirar da crise que você deu quando o Rafael levou um tiro.

— Os instintos naturais de um animal é gritar mesmo. – ele me olhou mais nervoso ainda. – Foi mal. Eu estou estressado.

— Se você não me falasse nem iria perceber. O que tá pegando?

— Ainda vai pegar. – me sentei novamente. – Vai. Diz o seu problema.

— A gente estava se envolvendo... Ela quis ir com calma por causa da Diana e eu decidi me afastar porque percebi que ela ainda ama o Alê.

— E ele a ama. – falei o óbvio.

— É. – ele respirou fundo e ficou um tempo em silêncio.

— Qual é o problema Yuri?

— Não consigo parar de pensar nela. Tinha conversado com Alice e ela me disse se não era justo Giovana tentar esquecê-lo comigo, mas... Sinto que estou me intrometendo na história deles.

— Só me diz que história? Eles terminaram já tem mais de seis meses.

— Mesmo assim... – ele abaixou o rosto. Queria ser tão humano àquele ponto. Eu não era.

— Conversa com o Alexandre. – me levantei. – Deixa as coisas bem claro pra ele. Se te dói lutar por ela, diz a ele que quer fazer isso e só ele te impede. – ele se mostrou bastante pensativo. – Agora me deixa ir. Preciso deitar na cama do meu namorado e sentir o cheiro dele. – suspirei. – Espero ter te ajudado. – sai antes que ele dissesse mais alguma coisa.

No outro dia fiz o meu trabalho e evitei contato com o meu pai. O que eu fazia eu já sabia fazer antes e trabalhar com aquilo, por mais que não fosse o que eu queria, era automático pra mim, então não havia muita dificuldade nisso, meu maior problema mesmo era apenas ele.

Era sábado, o dia em que eu e Rafael iríamos ao bar em que Luiz trabalhava, no caminho notei que ele estava um pouco inquieto, mas eu não quis comentar nada porque seria pior. Chegamos e eu o olhei.

— Se quiser embora em qualquer momento me fala e a gente vai tá? – falei com a voz mansa. – Só não faça show, por favor, sabe que eu odeio isso né?

— Vamos logo. – ele nitidamente estava desconfortável e desconfiado.

— Até que enfim você o trouxe aqui. – Luiz falou o olhando. – Então você é quem fisgou o Keu, achei que depois do gostosão do ex empresário não haveria mais ninguém. – riu escandalosamente, como sempre. – Estou só brincando. Pra quebrar o gelo. Prazer, Luiz, mas pode me chamar de Lulu se quiser. Eu te vi tão rápido na festa aquela vez. Vocês ainda não estavam juntos né?

— Não. Não estávamos.

— Vim falar com você sobre a Diana. – o encarei.

— Aquela louca? Ela aprontou outra?

— Ainda não. Mas preciso de um favor seu. – expliquei tudo a ele.

— Claro. Eu faço. Mas não sei se ele vai cair nisso.

— Não custa tentar. Qualquer coisa você vai estar protegido pelos meninos.

— Tá. A gente combina tudo direitinho então. Vou trabalhar. – ele saiu rapidamente.

— Viu? – olhei em seus olhos. – Sentiu algum clima?

— Ele não consegue te olhar por muito tempo e é um cara fácil de disfarçar expressões faciais... Vocês podem não ter nada, mas ele claramente é louco por você.

— Para com isso Rafael.

— Ele só não dá em cima de você porque sabe que não tem chance, já que tem um padrão de caras que você gosta. – meu silêncio o incomodou, então ele suavizou sua expressão e acariciou o meu rosto. – Não importa o que ele sinta.

— Parece até que estou em um sonho. – coloquei minha mão por cima da sua. Ele a tirou rapidamente.

— Não posso pensar em te perder. – seu olhar estava na mesa.

— Tudo bem. Você não vai. – nos olhamos.

— A gente sabe que sim, é questão de tempo.

— Você tá tentando. Pra mim é só isso que importa.

Quando saímos de lá notei que ele estava diferente. Não era por causa do Luiz. Eu tinha certeza disso. Tentei entender e não consegui, só me restou questionar.

— O seu sorriso está diferente... – falei enquanto mantinha o olhar na estrada. – Isso significa alguma coisa que eu deva me preocupar? – reparou minha expressão tensa.

— É só que... – riu parecendo se divertir. – Aquele é um bar gay?

— Não exatamente. Mas por trabalhar o Luiz e mais um funcionário gay acaba atraindo o público... Por quê?

— Os caras não paravam de te olhar e eu pude notar o quanto sou sortudo.

— Que caras? Como eles eram? – perguntei rápido de forma preocupada.

— Eles estavam te olhando com desejo Kevin, não com vontade de te matar. – suspirei.

— Já te disse que você me distrai demais? - soltei o ar, apertando minhas mãos no volante. – Com o pai que eu tenho e com várias coisas que estão acontecendo... Só devo ficar atento.

— Eu te distraio? – sua risadinha me fez revirar os olhos.

— Você odeia que eu faça aquilo de sair do lugar que estou, mas você faz isso comigo sabia? Saio da realidade, vou pra outro lugar. – o olhei. – Queria morar lá pra sempre.

— Isso foi uma declaração de amor? – ele arqueou as sobrancelhas com um sorriso no rosto.

— Entenda como quiser. – sorri de volta.

Ao chegarmos o olhei e o que eu mais queria era entrar e dormir com ele, mas sabia que não era possível.

— Eu te vejo amanhã? – ele perguntou antes de sair.

— Não sei. Você quer?

— Todos vão estar aqui. Você também vai estar, ou não? – fiquei olhando pra ele bem incrédulo.

— Boa noite Rafael.

— Boa noite. – parecia que ele não havia percebido o quanto me magoou e isso era outra coisa que me machucava profundamente.

“Tá acordada?”— mandei mensagem pra Alice que respondeu na mesma hora.

“Estou. Assistindo filme com meu pai e minha mãe. Ela chegou hoje e ficamos animados.”

“Só perguntou se estava acordada. Posso ir aí?”

“Claro. Aconteceu alguma coisa?”

“Estou indo.”— guardei o celular e fui. Quando cheguei encontrei a família reunida na sala. Acabei tirando meu tênis e me deitando no enorme colchão com eles.

— Já tá acabando. – ela me avisou baixinho. Concordei serenamente. Não me importava. Ali era o lugar que eu mais me sentia bem. A família dela era o único conceito de família verdadeiro que eu conhecia. E estar no meio deles ao mesmo tempo em que me deixava triste ao ver o quanto eu me esforçava para acreditar em meus pais desde novo e tentava fazer daquilo um lar perfeito, também me dava paz e conforto.

— Não acredito que ela foi inocentada. Ela era uma pedófila! – Alice reclamou se mostrando indignada quando o filme acabou.

— Mas filha, se passaram muitos anos, ela fez um acordo.

— Acordo inválido. Ela tinha era que ser presa.

— Amor ela entendeu que era doente e começou a se tratar e nunca mais violentou ninguém. Isso que importa.

— Além disso, o cara não a estuprou? – entrei na conversa. – Ele se vingou.

— Vingança não cobre justiça. Se o Murilo estivesse aqui ele iria ficar do meu lado.

— Claro que ia. – a mãe dela falou e os olhos dela se encheram de água. – Bom... – ela respirou fundo. – Vamos subir e deixar vocês dois sozinhos.

— Atrapalhei o seu momento com os seus pais? – perguntei a olhando.

— Não. A gente iria dormir depois do filme. E pela sua voz suave... Rafael.

— Não o entendo. Perguntei se eu o veria amanhã e ele disse que eu estaria lá com todos como se eu não fosse especial, sabe? Que porra de brincadeira de mau gosto é essa?

— Foi uma pergunta normal Kevin. Ele vai te ver como ele sempre vê quando estamos lá ue... Já entendi. – ela suspirou e deu um sorriso triste. – Você tá querendo ser tratado como namorado. Já tá ficando pesado tudo isso né?

— Não.

— Você tá estressado. É sim. Deve ser difícil admitir.

— Estou assim porque ele agiu daquele jeito.

— E ele agiu daquele jeito porque tá com problemas em relação a namorar você. Não acha melhor dar um tempo?

— Não gosto disso. Pra mim terminar é muito sério. Se eu fizer isso dificilmente vou voltar atrás. Por isso estou tentando o máximo que eu consigo.

— Não adianta nada dar o seu máximo se for um bloqueio que ele não vai conseguir ultrapassar. Como ele está indo na terapia?

— A gente não fala muito sobre isso. A gente mal se vê Alice. Eu que fico atrás dele. Se dependesse dele nem nos veríamos.

Ela disse mais algumas coisas tentando me animar ou me fazer refletir, não sei bem. O fato é que eu realmente estava muito estressado. E no domingo nem sai de casa. Na segunda acordei pior ainda.

Arthur Narrando

Achei que estava levando as coisas de uma forma saudável e natural, mas o que eu fiz foi apenas tampar o sofrimento do fim do meu namoro com a ocupação da minha vingança contra o meu pai. Eu estava dando o meu sangue naquilo. Passava o dia todo trabalhando para ele pra isso, estudava pensando nisso e quase não dormia. Os finais de semana também não eram diferentes.

— Por que você ficou com seu celular desligado ontem? – perguntei assim que Kevin parou na porta de casa.

— Entra logo. – o olhei e entrei.

— Não vai responder? – ele não disse nada. – Eu te liguei um monte de vezes. Fui lá Caleb disse que estava dormindo, você estava com a porta trancada.

— Tirei o dia pra dormir. Devia fazer de vez em quando. – pelo tom de voz dele eu preferi nem questionar mais nada. Na hora de ir embora foi pior ainda. Cheguei em casa, comi alguma coisa, tomei um banho, me arrumei e sai com Rafael para irmos a faculdade.

— O que há de errado com Kevin? – perguntei e o olhei de relance.

— Por quê?

— Por ontem. – respirei fundo. – E hoje ele estava nervoso e me ignorou. E ele estava muito calado.

— O Kevin é calado Arthur.

— Você brigou com ele. – nos olhamos. Ele negou gestualmente. – Às vezes fico com dó dele... Como ele pode ter se apaixonado por um cara como você?! Era claro que não se sentiria bem com isso.

— Quer dizer que sou culpado?

— Não. – falei rápido. – Jamais Rafael. Você não é obrigado a se sentir bem em estar com ele. – um suspiro pesado surgiu. - Mas como vocês estão?

— Ah... Eu me aproximo quando consigo.

Aquilo era intenso e complicado demais. Chegamos e assim que entramos na sala meu olhar foi pra onde eu evitava as duas últimas semanas. Letícia. Ela soube que eu estava solteiro, porque temos trabalho em grupo uma vez na semana e comentaram alguma coisa sobre eu estar desanimado ou triste, tentei desconversar, mas acabei contando que havia terminado um namoro. O que não era de se esperar de um cara tão fechado quanto eu, mas talvez no fundo eu quisesse que ela soubesse.

— Você vai sair com todo mundo hoje? – Rafael perguntou me olhando assim que se sentou.

— Hoje? Segunda? – franzi a testa.

— É. – ele deu de ombros. – Eu vou.

— Você tá lembrando que namora né?

— E é por isso mesmo que eu vou. Preciso relaxar Arthur. – ele se virou pra frente. – E aí você vai? – seu olhar estava em Letícia.

— Isso não vai rolar.

— Por que não?

— Por que me lembra de quando eu tinha Alice e ela fazia absolutamente tudo por mim, até passar por cima dessa quase traição. – seu olhar não saiu do meu.

— Você nunca vai esquecê-la né?

— Já te disse que não. – o professor entrou e paramos de conversar. No fim ele acabou saindo mesmo e eu fui porque fiquei com medo dele não conseguir um carro pra ir embora.

— Você me usou como desculpa, queria estar aqui. – ele disse baixo e riu. – Só vai com calma. Já tem muito tempo, lembra?

— Vou ter que falar de novo que eu não vou fazer isso? – alguém chamou nossa atenção e começamos a participar da conversa.

Aquilo começou de novo. Evitava olha-la, mas quando eu a olhava eu via que a atração que sentíamos ainda estava intensamente existente.

— Oi. – ela aproveitou que Rafael havia ido ao banheiro e se sentou no lugar dele. – Agora podemos conversar né? – prendi meu olhar em seu sorriso. Ela deu uma risadinha. Fiquei olhando em seus olhos. – Se você quiser a gente pode sair daqui. – não aguentei o seu tom de voz e a forma como ela me encarava sugestivamente. – Acho que estou sendo muito rápida e direta. – agora seu rosto demonstrava vergonha.

— Não tem como negar. – sorri.

Ela estava mais sexy do que nunca. O cabelo extremamente sedoso brilhava, caído em seus ombros e braços. A pouca maquiagem deixava evidente a beleza do seu rosto, enquanto as covinhas ao redor de seus lábios deixavam-na ainda mais sensual. Ela sorria daquele jeito. Do jeito provocante. Do jeito que sabe que irá surtir algum efeito. Ah. Seus sorrisos, tão cheios de promiscuidade e significados. Suspirei. Ela me encarava fixamente, esperando alguma fala ou uma resposta. Sentia que não precisava dizer nada. Já devíamos ter saído dali. Mas eu não conseguia. Meus músculos se contraiam toda vez que ela ousava fazer um movimento. Comecei a reparar em sua roupa e em como eu a tiraria com facilidade. Parecíamos pouco nos importarmos com todos ao nosso redor. Ela estava mais interessada em me sorrir daquela maneira e eu em devora-la com os olhos. Mordi meu lábio sem ao menos perceber. Rafael voltou e sentou no lugar dela, também não percebi. Eu neguei com a cabeça e girei a cadeira que estava sentado, pondo-me de frente para ela. Eu havia acabado de tomar uma dose de whisky puro, eu não estava no meu melhor momento. O calor contido em meu corpo aumentou. Minhas mãos quentes e um pouco suadas envolveram sua cintura por baixo da blusa. Um calafrio fez um caminho rápido em toda a minha espinha. Senti sua boca tocar meu pescoço, depositando um breve beijo ali. Meu corpo reagiu com outro arrepio, estremecendo embaixo de seu toque. Sua língua se moveu até o lóbulo de minha orelha e seus dentes se prenderam sobre ela, dando uma leve puxada. Outra onda de calor. Outro arrepio. Um longo suspiro.

— Você não pode correr de mim para sempre Arthur. – afirmou com malícia. E certamente eu não podia mesmo.

Luiz Narrando

Como combinei com Kevin, lá estava eu fazendo a minha parte para ajuda-lo com a Diana e o irmão dela. Eu o abordei na saída da escola e ele ficou de me encontrar de tarde aqui nessa praça, só que estava calor, fazia um sol enorme e nada dele.

— Foi mal a demora. – ele chegou e se sentou no banco mal me olhando. – O que você queria? – eu estava tranquilo, aquilo pra mim não seria difícil, eu não conhecia esse cara, poderia engana-lo sem pena.

— Quero o Kevin. – falei sem vacilar. - Sua irmã me procurou para acabar com o namoro dele, dei uma de bonzinho com ele, mas nada disso adiantou. Não chamo a atenção dele e pra ter a chance de chama-la preciso acabar com esse namoro. E preciso da sua ajuda.

— Por que eu te ajudaria? – como Kevin avisou ele era desconfiado.

— Eu sei que quer se livrar da sua irmã. Posso fazer isso acontecer.

— Como você sabe? – mais uma pergunta.

— Estou há alguns bons passos a frente dela, sou amigo dele. Ele me contou. Ele pensa que eu estou o ajudando...  Então tem sido muito útil me mantendo informado sobre tudo que está acontecendo. – seu olhar mudou de desconfiança para interesse.

— Me conta o que sabe.

— Por enquanto apenas que você quer se livrar da sua irmã. Essa garota é mesmo um pé no saco hein? – bufou após minha fala.

— Diana está disposta a me deixar em paz se eu for um espião pra ela e pra isso tenho que trair o Kevin e todos eles. Bom... Eu estava bem disposto a entrar no jogo deles se precisasse, mas estão se afundando. Eles estão enrolando, acham que Diana não é tão perigosa assim e eu vivi anos esse perigo. Se eu ficar com eles eu não saio dessa. Prefiro ser um traidor. O que você tem em mente? – sorri vendo que ele mordeu a isca. É, ele era um traidor. E nem demorou muito. Aliás, não demorou quase nada.


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Notas finais do capítulo

Essa semana tá puxada (acordo daqui 4 horas inclusive kkkkkkkkk), mas eu vou voltar mais rápido, juro ♥



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