Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 10
Conversa de pai


Notas iniciais do capítulo

Olá! Fiquei sem postar o fim de semana pq fiquei sem internet! Isso não faz o MENOR sentido pra mim, em pleno 2020, mas a minha operadora disse que falhas nos fios da rua podem acontecer. Um técnico veio hoje as 09 da manhã e só resolveu agora! Se eu tenho a pior operadora? Não resta dúvida. Mas enfim... Nesse tempo afastada da "realidade" eu organizei muita coisa na história. Já prevejo surtos leves (ou nem tão leves assim) kkkkkkkkkkkkk
Boa leitura ♥



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 "Há sempre tempo de mudar o caminho que você segue."

Kevin Narrando

Quando eu mais precisava de concentração parecia que o meu pai adivinhava e tentava a todo custo tirar a minha paz.

— Então é isso? – ele ficou me olhando.

— Sim, é isso.

— Uma coisa é você decidir parar com o comércio no abrigo, outra é aqui.

— Não quero mais ter que lidar com isso. Você disse que eu podia fazer o que eu quisesse. E eu devo lembrar que eu já estou com o Kemeron por você?

— Eu disse que você ainda vai poder. Compliquei minha vida demais Kevin! – ele se jogou em sua poltrona.

— Não acho que você se arrependa.

— Posso morrer a qualquer momento, então sim, eu me arrependo.

— Vai lá jogar mais. Paga umas putas. Se droga, sei lá. Usa o que você vende. Sempre dá pra piorar.

— As hospedagens vão voltar ao normal segunda, sabe que tudo vai voltar a ser procurado né? – fiquei olhando pra ele. – Esses velhos são vorazes.

— E? – questionei e ele bufou.

— Não confio em ninguém Kevin! Você não entende. E você já tá acostumado, é discreto e sabe sair de qualquer situação.

— Se procurar no dicionário o significado da palavra perfeição vai estar escrito Kevin Morelli Montez!

— Se não fosse gay sim. Algo tinha que estragar né?

— Me insultando você tá só diminuindo a possibilidade que já é bem baixa de eu continuar em seu negócio.

— Por favor. E eu não sou de pedir.

— Você saiu da posição de exigência há muito tempo.

— Na verdade nunca exigi nada de você. Apenas fidelidade. E foi o que você menos deu nos últimos tempos.

— Acho incrível que quando você precisa de alguma coisa o jogo muda. A coisa muda de figura. O valentão que fala grosso dá lugar a esse rato acanhado.

— Se quiser eu posso tentar na grosseria.

— Você precisa de mim solto e não amarrado. – dei um sorriso provocativo. – É bom estar no comando, só pra variar um pouquinho. – me levantei. – A resposta é e continuará sendo não. – sai de sua sala rapidamente.

Fui até a casa dos meus avós paternos. Como já havia entardecido imaginei que encontraria todo mundo.

— Olá. – minha vó sorriu. Ela sempre me tratou bem, apesar de todos me julgarem – e eu realmente ser – como um capeta. Sorri para ela.

— Veio jantar? – minha tia perguntou me olhando.

— Não. Vim atoa mesmo. – ela saiu para a cozinha e vi Vinicius entrando. Ele estava conversando no celular e quase gritava.

— Que seja Gardan! Consiga o laudo médico, até um laudo dessa psicóloga se for possível. Qualquer coisa. E me envie. O mais rápido que puder. – ele desligou e pegou um copo de água na cozinha, voltou parecendo estar ainda mais nervoso.

— Você facilmente pararia no hospital tão alterado assim. – ele olhou pra mãe dele e depois olhou para a própria mão e viu o quanto estava apertando o copo. – Vinicius, calma.

— Como? Se a Raíssa não me deixa em paz! Se ela pegasse uma porra de um avião e fosse mesmo a Paris, seria bem melhor que ficar me azucrinando.

— O que ela fez dessa vez? – meu vô perguntou todo sério.

— Sabe que dia é hoje? Sábado! Sabe que horas são? Cinco e meia da tarde. A academia abre segunda. E eu tentei o dia TODO ir pra lá arrumar tudo e sabe o que ela fez? Ficou de meio dia até agora perturbando a minha cabeça por causa do Murilo. Eu não aguento mais. – ele não obteve respostas do pai.

— Ela está preocupada. Tenta entender o lado dela também.

— Mãe, eu já disse que ele está bem por mais de mil vezes. Ela insiste que ele não tá. E pra piorar aquele desgraçado deu uma crise de consciência ontem e ligou pra ela e falou até que a ama, ela cismou que o remédio tá fazendo mal a ele, que ele tá muito triste, ela tá convencida de que ele vai fazer uma besteira. Que foi uma despedida.

— Você já ligou pra ele? – olhei para o meu avô assustado por ele também cogitar a ideia.

— E ele atende? Ele disse que agora podemos conversar pelo Gardan e isso basta. Meu relacionamento com Murilo... – ele foi interrompido pelo pai.

— Seu relacionamento com Murilo sempre foi você mandar e ele obedecer. Nunca me meti Vinicius e nem opinei. Mas a Raíssa não está tão louca assim... Ele não tá bem mesmo. Nós dois tivemos muitos problemas no passado e eu sinto ver que o mesmo está acontecendo entre você e o seu filho. Você nunca teve um bom diálogo com ele. Tudo era gritaria e mandar, mandar, mandar. Você o repreendia e ele ia lá e fazia de novo e de novo. Lembro direitinho que essa obsessão dele com as garotas só começou porque você o reprimiu a primeira vez que o viu com uma menina. Você nunca soube usar muito bem sua autoridade de pai com ele. E eu não estou te julgando, a gente não cresce aprendendo a ser pai. Mas não massacre a sua esposa por estar tão preocupada com o filho de vocês.

— Kevin você pode ligar pra ele? – olhei para Vinicius.

— Poderia se não estivesse bloqueado. – ele deu um sorriso triste. – O único que ele atende é o Arthur.

— Cadê o Arthur? – ele olhou para a mãe que parecia meio sem jeito.

— Ele e Alice saíram... Olha, fica calmo.  Tenta entender o lado da Raíssa como já disse e repense as coisas que seu pai te falou.

— E se ele der alguma crise? E se os remédios realmente estiverem fazendo mal a ele? E se ele estiver se sentindo sozinho?

— Eu nunca concordei na ida dele pra lá. Não sei por que você inventou isso.

— Por que era o que ele precisava pai! E o que ele me pediu.

— Tem alguma coisa aí que não está me contando. – Vinicius olhou para o pai e depois me olhou. Ele ficou em silêncio por um tempo. – Quanto antes você disser é melhor. – ele continuou sem dizer nada. – Você acha que eu ainda não sei? É muito triste que invés de você ensinar o seu filho a enfrentar as coisas você o apoie a fugir.

— Hoje você quer mesmo me foder né?

— Se eu te bato é porque sei que você aguenta. - Vinicius foi até uma garrafa no canto da sala e se serviu. – Álcool cinco da tarde?

— Parece que tudo que fiz o tempo todo foi acabar com a vida do meu filho. – ele falou e deu de ombros. – Quem se importa?

— Pelo menos você errou tentando acertar, já certos pais... Um em especifico então. – ele se sentou na poltrona na lateral do sofá que Mark estava com Isadora. Eu continuava em pé encostado no braço do sofá maior.

— Você nunca soube lidar com...

— Tem alguma maneira de lidar com um psicopata? É isso que ele é!

— Kevin vá para o quarto de Yuri. – olhei minha vó.

— Ele não se importa mais se insultam o pai dele. – agora olhei para meu vô. – Você não percebeu o quanto ele mudou?

— Percebi lógico, mas o pai sempre foi tudo pra ele.

— Foi. Não é mais. – respondi de forma rápida.

— Você por acaso teria coragem de ir depor contra ele na delegacia? – encarei Vinicius.

— Enlouqueceu mesmo né? Só pode estar completamente louco.

— Eu pai? Você sabe que ele agride o filho dele? E eu tenho como provar.

— O jeito que Caleb cria o Kevin é problema dele. Da mesma forma que nunca interferi na sua criação com Murilo o mesmo vale para os dois.

— Como se eu espancasse meu filho.

— Como se não deixasse espancarem. – eles ficaram se olhando, minha vó estava paralisada e acho que eu também. – É muita coincidência que ele tenha passado um tempo com o avô materno e voltado cheio de cicatrizes? E logo na mesma época que ele mais dava trabalho em relação a Alice. Você não sabia mais o que fazer né? Pois talvez o Caleb também não saiba.

— Você não pode estar me comparando a esse cara.

— Se você fez o que acho que fez é mais semelhante a ele do que pensa.

— Só errei com ele por medo de decepcionar você.

— E o medo que ele tem de te decepcionar tá ferrando com a cabeça dele. Não é possível que você conheça tão pouco seu filho Vinicius.

— O que eu faço? – ele parecia ter dificuldade de fazer essa pergunta.

— Sinceramente não sei. Como eu já disse errei muito com você também. Criar filhos não é uma formula. Não é fácil.

— A gente sabe que ele tem que voltar. – ele olhou para a mãe após sua fala.

— Ele está lidando com muitas emoções ao mesmo tempo, talvez, não sei... – ele passou a mão no rosto e respirou fundo. – Ele quer ficar. Se eu o obrigo a vim vou virar um inimigo dele de novo.

— Oi. – Arthur entrou com Alice. Eles estavam de mãos dadas e ela logo soltou a mão dele.

— Que ótimo que você chegou! Liga para o seu primo.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não. Mas liga, por favor. Ele não me atende e eu preciso saber se ele está bem. - Arthur pegou o celular e ligou, se sentando em uma das poltronas. 

“Fala Arthurzinho.”— ele atendeu e parecia bem feliz.

— Onde você está? – Arthur perguntou parecendo estranhar o cenário e também estava com um pouco de barulho.

“Em um parque andando de skate.”

— Você sabe andar de skate?

“Como assim eu não sei? Me chupa Arthurzinho”

“Você tem a mania de mandar as pessoas te chuparem né?”— uma voz masculina um pouco distante perguntou para Murilo.”

— Você sabe que aí sinais obscenos são proibidos publicamente né?

“Arthur, me chupa de cabeça pra baixo. O que você está querendo?”

— Por que toda vez que te ligo você pergunta isso?

“Porque toda vez é alguma coisa. Da outra era saber se eu peguei alguém. O que é agora? Eu não estou com ninguém. Esse cara que está comigo gosta mais de mulher que eu. Quer dizer... Não sei bem se isso é mesmo verdade.”

“Pelo menos eu não gosto de nenhum cara.”— o amigo dele respondeu.

“Me chupa você também Phil.”

— Você não quer mandar as pessoas que estão passando te chuparem?

“Vai que alguma aceita. Acho meio arriscado. – Arthur riu. – Vai, diz logo.”

— Quero saber como você está.

“Quem está perto de você?”

— Os nossos avós em minha frente, inclusive é uma falta de respeito eles terem que presenciar essas suas manias.

“Aposto que junto deles está meu pai, minha mãe, Kevin, Alice... “

— Vou te mostrar a sala. – eu e Vinicius saímos quase correndo. Alice estava fora do alcance de visão, então não teria problema. – Satisfeito?

“Se bem conheço o Kevin... Ele pode ter se escondido em questão de menos de meio segundo.”— dei um sorriso.

— É? Ele e seu pai de mãos dadas né?

“Meu pai é atleta, sumir não é um problema pra ele.”

— Essa mania de perseguição começou agora?

“Se você está querendo saber dos efeitos colaterais pergunte diretamente.”

— Sim, eu quero saber Murilo.

“Apenas mudança no apetite ou alguma ou outra coisinha, nada relevante. Consultei com ele agora, o retorno. Ele manteve as dosagens.”

— E quando pretendia contar isso aos seus pais?

“Gardan sabe. Logo, meu pai sabe.”

— Murilo, você tem que conservar o contato com o seu pai.

“Ah tá. Então você ligou pra isso. Tchau Arthur.”

— Ele desligou. – ele falou e olhou para Vinicius. – Pelo menos sabemos que ele está bem. Parece o mesmo Murilo.

— Muito obrigado Arthur.

— Não foi nada. Sempre que quiser que eu ligue pra ele pode me falar, se eu não estiver aqui me liga que eu venho na mesma hora. De dia vou trabalhar com Ravi e a noite estarei em Alela na faculdade, mas se for urgente eu ligo de lá ou venho pra cá rapidamente.

— Você não existe. Como você é filho do Caleb?

— Não convivendo com ele, já disse. – ele sorriu. Depois me olhou. Fiz sinal negativo. Sabia que seu olhar me perguntava se eu tinha uma solução para Vinicius e Raíssa. Ainda não havia conseguido pensar em nada e seria muito mais complicado eu conseguir pensar em alguma coisa agora entendendo que Murilo estava construindo uma nova vida fora daqui e que isso poderia significar que talvez a gente nunca mais reatasse nosso relacionamento.

"Você ainda me intimida, me mantém na palma das mãos."

 

 


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Notas finais do capítulo

O Arthur é tão lindo.
Caleb é escroto e isso não é novidade.
As coisas que o Mark disse para Vinicius eu não sei se é mesmo assim (são conclusões dele).
Só umas observações: Isadora não sabia da desconfiança do marido sobre o avô materno de Murilo ter batido nele. / Raíssa tá louca. É isso. Kkkkkkkkkkkkk
Beijos,
até amanhã
estava com saudadee ♥



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