Be Mine escrita por EloiseFeh


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, sou eu de novo! ahah Passei o dia tentando postar mas a internet não colaborou, então perdão pelo capítulo meio tarde ♥
Mais uma vez, obrigada a todos, eu adoro vocês
Boa leitura ♥



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Quase que em um ato automático no momento em que não tinha mais nada para fazer, Ben se viu estacionando a moto na entrada da garagem de Hux. Não haviam trocado nenhuma palavra desde que Ben sugeriu que o ruivo deveria procurar alguma ajuda, mas ainda era amigos. Não exatamente do tipo que se resolviam logo, mas Ben não tinha mais ninguém e não suportava ficar em casa. Armitage atendeu a porta e não escondeu sua cara de surpresa.

 

— Que se dane, entra logo - disse o ruivo, irritado, sabendo que Ben não sairia dali.

 

— Seu pai está em casa? - perguntou o moreno, mais por precaução do que por qualquer outra coisa.

 

— Meu pai é muita coisa, Solo. Presente não é uma delas - respondeu Hux com acidez, fazendo seu caminho até o porão enquanto Ben o seguia. - Falando em pai, o seu me ligou. Não anda dormindo em casa?

 

— Foi só uma noite... - disse Ben, sentando-se no sofá assim que Hux fechou a porta.

 

Tão silenciosa como sempre, Millicent começou a rodear os pés do rapaz, cheirando-o um pouco e se afastando antes que o rapaz pudesse tocá-la. A gata laranja subiu na cama e se aconchegou no peito do dono, que havia se deitado com o celular em mãos.

 

— Sua gata estúpida parece que me odeia… - disse Ben, sem ter muito o que dizer.

 

— Chame ela de estúpida de novo e eu garanto que faço esse olho roxo durar mais tempo.

 

Ben levou a mão ao olho dolorido.

 

— O que aconteceu? - perguntou Hux. - Seu pai ficou puto ou…

 

— O quê? Não! - interrompeu Ben, rapidamente. E visivelmente preocupado. - Ele nunca faria isso.

 

Até mesmo Ben se surpreendeu com as palavras de defesa a favor de seu pai. Mas era a verdade. Han Solo nunca havia levantado a mão para o filho, não era assim que as coisas eram resolvidas em sua casa. O fato de seu amigo sugerir uma coisa dessas fez seu estômago se retorcer e o encarar preocupado.

 

— Como seu pai reagiu naquele dia? - perguntou Ben, sem saber muito bem o quê perguntar.

 

— Ah, você sabe, da mesma maneira de sempre - respondeu Hux, com uma risada. - Eu o segurei antes que ele pudesse fazer alguma coisa. Ele vai me deixar em paz por um tempo até processar o fato de que posso me defender.

 

— Sinto muito…

 

— Não preciso da sua pena, Solo - Hux soltou um suspiro, olhando para o teto. - É a última coisa que preciso agora.

 

O ruivo voltou a ficar quieto, como sempre, e Ben o encarou por alguns momentos. Hux com certeza havia falado bem mais do que queria e estava se odiando por isso.

 

— Eu tô procurando apartamento - disse Hux em um suspiro, largando o celular para olhá-lo. - Conhece alguém que tenha um quarto disponível ou continua sendo inútil?

 

— Você que é um inútil - retrucou Ben, irritado. - Pode parar de ser um idiota uma vez na vida? Céus… Cadê a Phasma quando eu preciso, ela pode colocar juízo na sua cabeça…

 

Ben começou a desbloquear o celular, em busca do número da amiga. Phasma tinha certamente mais paciência que ele para lidar com o ruivo, sempre teve. Era seu plano B quando Hux começava a ficar chato, e já fazia um tempo que não a via também.

 

— Ela não tá falando comigo! - bradou Hux, fazendo o moreno parar.

 

— O quê?

 

— Phasma, ela… Eu devo ter falado alguma coisa, eu não lembro. Ela não me respondeu depois disso.

 

— Não lembra?

 

— Eu tava bebendo, Solo! - Hux soltou um suspiro longo, abafado. Por um lado, Hux sabia que Ben estava certo: tinha um problema. Por outro, ele negava isso com todas as forças. - Eu… acho que liguei pra Rose também, não sei. Ela só me desbloqueou pra mandar uma lista de psicólogos. Não falou mais nada depois disso.

 

Ben olhou para o amigo, um poço de raiva e orgulho. Meses, talvez até semanas antes talvez ele não tivesse ligado, Armitage Hux poderia morrer e Ben apenas lamentaria a perda de uma carona. Mas estava se importando demais com tudo ultimamente. Ele se importava com sua mãe, se importava com sua reputação e seu nome, se importava profundamente com Rey, tanto que doía, e a conhecia há bem menos tempo que Hux. De certa forma, sentia que o ruivo era sua responsabilidade. Mas não sabia ao certo como ajudá-lo. Estava tão perdido quanto ele.

 

— Como soube que gostava dela? - perguntou Ben de repente, mais para tirar um pouco do clima pesado do que qualquer outra coisa. O amigo fingiu não entender. - Da Rose, vamos, não se faça de inocente.

 

Hux deu de ombros.

 

— Eu só gosto - respondeu o ruivo, Ben pôde jurar que viu um pequeno sorriso. - Ela é inteligente, divertida e boa. É a única pessoa que me faz querer ficar sóbrio quando está perto, assim não corro o risco de perder nada. Não me olha assim, você perguntou!

 

O moreno ergueu as mãos em rendição, não escondendo a risada abafada.

 

— Eu acho que gosto da Rey… - confessou Ben, dessa vez fazendo o amigo se sentar. Seu rosto estava pensativo. - Acho que realmente gosto dela.

 

— Meus parabéns, você é oficialmente a última pessoa a saber - riu Hux, em deboche.

 

— Como?

 

— Phasma me disse que você tinha sumido com a garota na festa da Paige e você é tão óbvio que chega a dar enjôo - respondeu Hux com uma careta, mas seu rosto logo deu espaço a uma expressão maliciosa. - Foi por isso que dormiu fora de casa?

 

— Não aconteceu nada! - retrucou Ben, fazendo o ruivo rir. - De verdade, não aconteceu nada.

 

— Eu acredito. Você vai morrer virgem se depender das suas habilidades de flerte - completou Hux com uma risada.

 

Ben levantou o dedo do meio e revirou os olhos e  acabou se surpreendendo com a súbita realização de que aquela era a primeira vez em muito tempo que não sentia vontade de socar o rosto do amigo, já devia estar acostumado, mas não deixou de ficar orgulhoso consigo mesmo. Pensou em aproveitar o bom humor, não iria durar muito tempo.

 

— Anda - disse o Solo, levantando-se bruscamente e jogando um casaco qualquer no rosto de Hux.

 

— O que você pensa que está fazendo?! - respondeu Armitage, com um certo tom de revolta pela peça de roupa jogada com força em sua cara.

 

— A gente vai procurar um apartamento - continuou Ben, recebendo um olhar surpreso e confuso do ruivo enquanto o amigo vestia o casaco. O moreno fez uma careta. - Esse porão fede a cigarro barato.

 

— Eu não…

 

— Não quer a minha ajuda, é, eu sei - interrompeu o Solo. - Isso não significa que não precise, seu ingrato.

 

Hux olhou para o amigo, assumindo uma postura defensiva enquanto tentava decifrar o que estaria por detrás do comportamento do amigo. Ben evitava olhar em seus olhos e a marca roxa deixava seu aspecto ainda mais miserável. Seja o que o que estivesse acontecendo, devia ser sério. Armitage soltou um suspiro.

 

— Primeiro, eu não fumo coisa barata - começou o ruivo, indo em direção às escadas enquanto acendia um cigarro.

 

— Isso vai te matar antes do trinta…

 

— Tomara. E, segundo… Obrigado.

 

As palavras saíram baixas e rápidas, quase cuspidas, mas Ben conseguiu ouvir. Sabia que aquele provavelmente era o maior esforço que Hux havia feito para ser gentil, não havia sido criado com o conceito de gratidão. Ben Solo abriu um sorriso presunçoso, ainda que surpreso, enquanto acompanhava o amigo.

 

{...}

 

— Eu não entendo… - disse Finn, cansado e já fazendo uma careta.

 

— Só move essa vírgula umas duas casas - Rey apontou um equação no caderno, deixando um resquício de graxa na folha já desgastada de tanta fricção da borracha. - E refaz a conta.

 

— Mas o cálculo não tá certo? - perguntou Poe, apontando para o mesmo local, ergueu uma sobrancelha e olhou para Rey em dúvida. Tinha certeza que estava certo.

 

A garota limpou as mãos em um pano e ajustou o boné.

 

— Errou o sinal bem aqui em cima, que fez que esse outro cálculo desse errado - respondeu a garota, apontou mais uma vez para o caderno, certa do que estava afirmando.

 

Poe trocou um olhar preocupado com Finn.

 

— A gente tá ferrado… - disse o rapaz.

 

— Espera, vocês copiaram as respostas um do outro? - perguntou Rey, recebendo a resposta positiva dos amigos juntamente com um sorriso amarelo dos dois. Ela soltou um suspiro. - Vocês se merecem…

 

A visita havia sido inesperada, mas era uma surpresa bem-vinda. Poe e Finn mostravam-se um total desastre em qualquer coisa que envolvesse física e, por mais que eles fossem da turma mais avançada, era Rey quem os socorria na maioria das vezes. Ela tinha um talento para encontrar detalhes despercebidos, muito útil e conveniente para a inabilidade dos amigos com equações.

 

Crescendo na rua e conseguindo um trabalho como mecânica já bem nova, Rey sabia o quanto detalhes eram importantes. Uma vírgula trocada, um cálculo incerto, poderia fazer um motor explodir ou um prédio desmoronar. Desde cedo havia aprendido as consequências de pequenas e grandes ações, mesmo que não fosse muito boa em medí-las da maneira correta.

 

Infelizmente, não soube muito bem medir bem todas as consequências das decisões que havia tomado recentemente. Mas tudo era uma questão de escolha. Trabalhar até tarde, estudar depois, dormir pouco e repetir tudo de novo. De novo tentou se confortar, teria que aguentar apenas mais um pouco.

 

— Rey - a voz de Finn a despertou. - Tudo bem?

 

Ela olhou para os amigos, prevendo que estava encarando vazio a sua frente já há algum tempo

 

— Tô ótima! Eu só tava pensando - Ela abriu um sorriso. - Então, os dois idiotas vão me pagar um lanche pela aula grátis ou…?

 

— Você é interesseira - acusou Poe, fechando o caderno e o guardando na mochila.

 

— Você pediu minha ajuda! Eu nunca disse que ia ser de graça - respondeu a moça, erguendo o queixo em vitória.

 

Andando de forma animada, quase como se nenhuma preocupação pesasse em suas costas, Rey retirou o cinto de ferramentas da cintura. A peça era realmente pesada, dando significado ainda maior para a leveza que sentia ao desprendê-lo de seu corpo. Ela limpou as mãos e jogou o pano para um canto qualquer. Retirou o boné, prendendo-o na calça e seu cabelo castanho acobreado ganhou vida com os vários fios soltos e rebeldes sendo iluminados pela luz do sol quando saiu da oficina.

 

Ela estava incrivelmente destruída. Mas ainda era o sorriso mais brilhante em quilômetros quando agarrou-se aos braços dos amigos, um de cada lado, guiando-os até uma lanchonete próxima enquanto ria alto das piadas.

 

— Vocês dois precisam mais do que uns dez minutos de aula se quiserem passar em física - disse Rey, com a boca cheia enquanto comia um hambúrguer.

 

Finn e Poe estavam a sua frente, igualmente acompanhado pelos próprios sanduíches. Não havia muito movimento na lanchonete e Rey havia conquistado a simpatia do dono quando mais nova, recebendo vez ou outra um lanche grátis nas noites em que encontrava morrendo de fome.

 

— Se até você reprovou na última prova, acha que a gente tem chance? - perguntou Finn.

 

— Eu não reprovei por não saber! Eu… dormi no meio da prova e deixei de resolver metade… - respondeu Rey, envergonhada, colocando o canudo de seu copo na boca e encolhendo-se no assento estofado.

 

— O quê? Sério? - perguntou Poe. - O que tá acontecendo, você costuma ser tão atenta…

 

— É o que eu pergunto, mas ela não me diz - disse Finn, olhando para amiga um pouco preocupado e chateado. - Confia na gente?

 

— Finn, vocês são meus melhores amigos, claro que eu confio! Mas… Não tá acontecendo nada, eu só tô cansada - assegurou a moça.

 

— Você precisa de uma pausa - afirmou Poe, com um sorriso. - Quando é seu aniversário?

 

— Nem pense nisso! - Rey advertiu, mesmo sabendo que tirar uma ideia da cabeça de Poe era algo impossível.

 

— Ok, a gente descobre depois - Ele sorriu para Finn e o abraçou.

 

Rey se divertia os observando. Não eram tão demonstrativos quanto ao seu relacionamento, mas a troca de olhares, os abraços, as risadas e toda a interação fazia com que seus amigos se tornasse um casal fofo de se olhar. E sentiu, sem querer, um pouco de inveja.

 

Nunca havia olhado para alguém daquele jeito. Mas quando pensava na possibilidade apenas um nome e rosto aparecia. E Rey gostaria de se livrar disso. Ben Solo era complicado, ela era complicada. Mas isso não a impedia de querer estar perto dele, de querer abraçá-lo, de ficar horas conversando e conhecendo-o. Seus amigos odiariam a ideia da mesma maneira que odiavam o jovem Solo. E ela não conseguia ver nenhum mal naquilo, além de suas próprias inseguranças e incertezas sobre o assunto.

 

— Pede mais um - disse Finn, apontando para o lugar no prato onde o hambúrguer recém devorado se encontrava há poucos minutos. - É o pagamento adiantado, eu ainda preciso de ajuda com uma lista inteira de exercícios.

 

Rey se debruçou sobre a mesa e segurou a mão dos amigos, abrindo um sorriso largo de felicidade tanto pela companhia quando por ter ganhado mais um lanche.

 

— Eu não sei o que seria da minha sem vocês - disse ela, sorrindo para eles.

 

— Bem chata, isso eu garanto - respondeu Poe, antes de voltarem a conversar animadamente.


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Notas finais do capítulo

Aguardo vocês no próximo! Deixem seus reviews, sabem que amo ler ♥ E finalmente meu semetre está acabando, posso focar um pouco mais na fic e isso tá me deixando bem feliz! Enfim, obrigada pela leitura!
Até o próximo!



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