Be Mine escrita por EloiseFeh


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, desculpa a todos pelo atraso na postagem! Eu realmente fiquei muito ocupada com o trabalho e os projetos da faculdade e foram raros os momentos em que minha cabeça se encontrava boa pra escrever (mesmo olhando meu roteiro se tornava quase impossível alguns dias). E é isto, espero que possam me perdoar dessa vez ♥

Segundamente, desculpa pela postagem tarde ahah Eu sei que vem gente toda sexta/sábado olhar se tem capitulo novo e eu sou muito grata por todos vocês que acompanham, de verdade. Saber que tem pessoas que esperam um capitulo novo me deixam ainda mais motivada ♥ :)

Boa leitura



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 Rey não imaginava que um rapaz de aspecto tão indelicado morasse em uma casa tão acolhedora. A frente de tijolos vermelhos, as janelas feitas em madeira branca com suas folhas e venezianas em um tom de azul escuro e a pequena varanda com cercas e alpendres também no mesmo tom claro faziam com que Rey se sentisse estranhamente convidada a entrar. Como se soubesse que sempre seria bem-vinda ali.

 

Ben esperou que a garota descesse da moto para guardá-la na garagem. Ela ficou esperando por um tempo  antes de ele chamá-la para entrar, balançando o molho de chaves na mão.

 

Se por fora a sensação era acolhedora, por dentro Rey quase podia se sentir em casa. As paredes eram decoradas com quadros e algumas fotos de família. Rey admirou algumas em que uma jovem Leia Organa posava no meio de dois homem, sorridente. O mais baixo ela reconheceu ser Luke, com seus cabelos loiros e rosto gentil e feliz, era estranho estar tão perto da família do seu professor. Mas ela gostava da sensação.

 

O outro homem era o pai de Ben, Han Solo. Rey podia ver uma foto onde ambos posavam em roupas de casamento. Sorriam um para o outro, Rey não pôde evitar de pensar como eram um casal bonito. Perguntou-se se algum dia seria olhada ou olharia para alguém da mesma maneira.

 

Quando chegaram próximo às escadas, um discreto aparador de madeira decorado com alguns porta-retratos chamou a atenção de Rey. Seu rosto abriu um sorriso largo ao perceber que aquele era um espaço reservado apenas paras as fotos de Ben Solo, desde criança até algumas mais atuais. Um pequeno “altar” que toda mãe teria o prazer em montar. Rey deu um sorriso travesso e sincero, seus olhos brilhando com a versão mirim de seu colega de classe.

 

— Ah, meu Deus, olha isso… - Ela foi em direção a um quadro pequeno, onde um Ben no auge de sua infância sorria de orelha a orelha. - Você!

 

— Ei! Não! - Ben reclamou e tentou pegar as fotos da mão da moça, que encolhia a fotografia contra o peito enquanto o rapaz se dobrava sobre ela, claramente desesperado para que ela colocasse a foto no lugar.

 

— Espera, por favor! - Rey pediu entre risadas e colocou a foto do lado do rosto do rapaz. - Olha essas orelhas, você era tão fofo!

 

O rosto de Ben ficou ainda mais vermelho e seu primeiro instinto foi levar uma das mãos às orelhas,motivo de piada durante muitos anos, tocando-as levemente envergonhado.

 

— Ah, não faça essa cara, eu gosto das suas orelhas - continuou Rey, ainda absorta nas fotos, percebendo a expressão envergonhada do rapaz, e também assumindo uma coloração mais rosada em suas bochechas com a frase involuntária.

 

— Você tá sendo idiota, me dá isso aqui! - retrucou o rapaz, tomando o retrato de suas mãos, não escondendo o rubor diante das risadas da garota.

 

Rey pegou mais uma foto emoldurada, uma maior, onde Ben sentava-se feliz no colo do seu pai.

 

— Eu gostei dessa… - murmurou ela, tirando os olhos do homem na fotografia para o rapaz em sua frente, que arrumava a pequena foto de volta no aparador. Ela levou a fotografia até próximo do rosto do rapaz novamente. - Sabe, você realmente se parece com seu p…

 

— Não - Ben segurou seu pulso, afastado a fotografia do rosto, de repente bem mais sério.

 

Rey abaixou o olhar, envergonhada. Devia ter ido longe demais, visivelmente o pai era uma assunto delicado. Ben soltou seu pulso  e arrumou as fotografia, a garota pôde ver o olhar triste que repousou em sua face por um segundo. Aquilo a fez sentir-se mal.

 

— Me desculpa, eu não… - começou ela.

 

— É melhor a gente subir - interrompeu o rapaz, subindo as escadas.

 

Rey praguejou baixo, envergonhando-de cada vez mais de suas ações enquanto seguia caminho para o quarto do rapaz.

 

Diferente do resto da casa, que transbordava uma energia delicada e hospitaleira misturada com um cheiro de lavanda, o quarto de Ben Solo parecia ser um mundo à parte. O rapaz abriu as janelas para que um pouco de luz natural entrasse, a claridade inundou o cômodo escuro enquanto ambos faziam uma leve careta, esperando os olhos se acostumarem. Tinha um leve cheiro de perfume masculino também.

 

Rey olhou ao redor, as paredes eram em um tom de azul escuro, uma parte era ocupada com uma estante cheias de livros. Uma enorme cama e uma mesa bagunçada ficavam em lados opostos do quarto e um pesado saco de areia pendia do teto por uma corrente. A única coisa que Rey conseguiu pensar foi em como o quarto de Ben tinha mais metros quadrados que seu trailer.

 

Ben começou a arrumar a cama, juntando lençóis do chão e tentando disfarçar toda a bagunça enquanto Rey andava timidamente para olhar em volta.

 

— Leu todos esses? - perguntou ela, apontando para a estante.

 

— A maioria - respondeu o rapaz, Rey fez esboçou um pequeno “uau”.

 

Ele fez um gesto para que ela se sentasse em algum lugar enquanto ele organizava o cômodo e sua primeira escolha fora a cadeira à mesa de estudos do rapaz. Rey afastou um pouco a bagunça para apoiar os cotovelos e passou os olhos pela mesa. Passou seus olhos por cadernos de anotações preenchidos com a caligrafia bagunçada, porém legível, de Ben; livros se abarrotavam com post-its coloridos, Rey levantou as páginas um pouco e pôde perceber que eram mais anotações.Seus olhos repousaram sobre frascos de remédios, sua curiosidade fazendo-a pegar a embalagem para ler a composição do que ela julgou ser remédios para dormir. A bagunça aos poucos revelavam detalhes sobre Ben Solo que Rey nem conseguia imaginar.

 

— Então, onde paramos? - Ben perguntou, fazendo com que Rey se virasse.

 

O rapaz havia tirado o casaco e os sapatos, sentando-se de pernas cruzadas na cama com o notebook no colo. A camisa de manga curta exibia os músculos de seus braços, que Rey tentou não encarar. Ela estava tão desconcertada quanto ele estava à vontade.

 

A garota se aproximou da cama, arrastando os pés no chão para fazer a cadeira giratória se mover para entregar folhas de rascunhos para que o rapaz digitasse. Vez ou outra, ambos discutiam algum tópico de maneira tão fluida que esqueciam-se do objetivo de estarem ali. Rey começou a admirar Ben Solo, pela maneira como ele falava, pela forma como abandonava o aspecto tímido e recluso para expor seu ponto de vista. Começou, estranhamente, a achá-lo uma pessoa agradável de se estar por perto.

 

De modo similar, Ben não conseguia evitar os olhares sutis para a garota a sua frente. O modo como se inclinava quando se empolgava com algum assunto, o sorriso largo que deixou escapar ao citar um livro que havia lido, a gesticulação que fazia ao explicar algo. Ben não sabia quando haviam ficado tão próximos ao ponto de conversarem sobre outro assunto quando estavam estudando, mas gostava disso.

 

— Às vezes eu acho que Luke é um sádico… - comentou o rapaz, enquanto enviava mais um detalhado relatório para o seu tio e professor. Deitou-se na cama logo em seguida. A luz do fim de tarde entrando no quarto.

 

— Ele não é tão ruim… - respondeu Rey.

 

— É a nova aluna favorita dele, então é fácil defender.

 

Rey deu uma risada de canto, relaxando na cadeira e abraçando um dos cadernos.

 

— Por que você o detesta? - perguntou a garota.

 

Ben virou seu corpo na cama, a cabeça próxima da borda, fazendo com que encarasse Rey de perto. A encarava quase que de cabeça pra baixo e a garota se inclinava em sua direção, com o queixo apoiado em uma das mãos. O rapaz pensou por um momento, deixando com que seu olhar se perdesse no dela por um breve período de tempo. Rey apenas esperava uma resposta, fitando-o com um olhar tão sereno que ele nunca havia visto em ninguém.

 

— Digamos que… Ele criou uma imagem em torno de si e criou uma imagem para mim, de alguém que eu não poderia ser. Foi quando percebi que… ele também não era a pessoa que eu esperava ser - respondeu Ben, ainda olhando nos olhos da moça.

 

— Raramente a maioria das pessoas são… sabe, quem esperamos ser - comentou a moça.

 

— É… - murmurou o rapaz.

 

Naquele momento, Ben quase podia sentir seu coração saindo pela boca. A luz, a postura, os olhos dela, tudo ali parecia contribuir para que o rapaz se sentisse cada vez mais atraído pela moça. De um jeito que ele não queria, ou simplesmente não esperava. Perguntou-se naquele momento se ela também sentia-se assim. Se era apenas o efeito natural de se estar próximo de alguém tão naturalmente serena e expressiva quanto ela.

 

Seus olhares ficaram parados entre si por mais alguns segundos, antes que Ben Solo olhasse a hora de maneira quase inconsciente.

 

— Droga… - murmurou o rapaz, se levantando rápido e agitado da cama. Rey encostou suas costas na cadeira, surpresa com o gesto súbito do rapaz. - Não vai dar tempo de pegar sua bicicleta agora…

 

O rapaz olhou pela janela e xingou baixo, Rey não entendeu até ouvir o barulho da porta da frente sendo aberta e fechada.

 

— Ela vai me matar… - Ben murmurou, saindo do quarto como se Rey não estivesse ali.

 

A garota ficou confusa por um momento, mas pôs a bolsa no ombro e seguiu o rapaz, ouvindo a conversa que se dava no andar de baixo.

 

— Benjamin Solo, quantas vezes eu preciso falar pra que você me entenda? - a voz firme de uma mulher soou pela casa.

 

— Mãe, eu… foi só uma vez! E você pode se acalmar? Esse não é um bom momento…

 

— A única vez que você resolve escutar seu pai e é pra comprar essa estúpida, e perigosa, máquina. Eu pedi pra que você não a usasse nos dias da semana. Foram as única coisas que pedi: responsabilidade e moderação. Eu...

 

Rey surgiu na escada, observando a conversa entre mãe e filho. A mulher parou de falar assim que viu a garota que descia timidamente os degraus. Leia Organa parecia bem diferente vista de perto, igualmente bela como nas fotos, igualmente respeitável como nos livros.

 

A única coisa que Ben Solo queria agora, era se esconder.

 

— Oh… Eu não percebi que tínhamos visita - disse Leia, mostrando um sorriso constrangido. Rey sorriu igual.

 

— Essa é a Rey - disse Ben, não encarando nenhuma das duas - Somos…

 

— Colegas de classe - respondeu a moça, prontamente, segurando a alça da bolsa como se fosse correr dali a qualquer momento.

 

— Isso… colegas de classe - repetiu Ben.

 

Leia assentiu, subitamente espantada pela presença de uma garota, colega de Ben, em sua casa. Conhecia muito bem o seu filho para saber o quão reservado ele era. Rey, sendo capaz de ter conquistado a simpatia de seu filho, já era bem vista aos seus olhos.

 

— Quer ficar para o jantar? - convidou Leia, sorrindo de maneira convidativa.

 

Rey olhou rapidamente para Ben, que dividia olhar entre as duas mulheres. Não sabia se queria que ela ficasse, mas também não a pediria para sair. Leia observava a troca de olhares entre os dois jovens com um leve sorriso e interesse.

 

— Sim, claro - cedeu Rey, por fim. Era incapaz de dizer não para a figura gentil e maternal que Leia exercia sobre ela.

 

Ben olhou incrédulo para a garota, que apenas deu de ombros e retribuiu o olhar igualmente incrédulo. Leia apenas sorriu, pediu que Rey ficasse à vontade e pediu a ajuda de Ben. Para ambos os jovens, aquilo era muito mais do que o esperado para o dia.

 

{...}

 

— Isso faz tanto tempo… éramos crianças! Luke sempre foi mais calmo - contava Leia, sendo ouvida por uma Rey que sorria de orelha a orelha com as histórias. - Ele que me segurava quando eu queria entrar em alguma confusão.

 

Leia soltou uma risada ao lembrar da infância, o que fez com que o sorriso de Rey se alargasse. Ben Solo odiava a cada minuto a aproximação de ambas, comendo quase de cabeça baixa. A mais velha deixou escapar um suspiro.

 

— Sabe, é bom ter mais uma pessoa à mesa - confessou a mulher. - Os jantares muitas vezes são bem… silenciosos.

 

Ela apontou com os olhos na direção de Ben, dando um sorriso travesso. Rey soltou uma risada abafada antes da próxima garfada. O celular do rapaz tocou, fazendo com que o silêncio recém estabelecido no ambiente se quebrasse.

 

O número de “negócios” de Ren lhe fez descer uma gota de suor pela testa. Não corria o risco de ter o número salvo em seu celular, apenas o decorando. Com um movimento do polegar, desligou-o. Não sabia por quanto tempo mais precisaria ignorar as ligações, em sua silenciosa torcida para que o homem o deixasse em paz, mas não gostaria de pensar de novo no acontecimento da oficina. Na culpa sem explicação que sentiu.

 

— Tudo certo, Ben? - perguntou Leia, percebendo a demora com que o filho fitava a tela do aparelho.

 

— Ah… sim! Eu… - O rapaz havia voltado para si. - Lembrei que Rey deixou a bicicleta na escola, eu disse que iria buscar.

 

— Não precisa, eu posso… - respondeu Rey, enquanto Ben ainda se levantava.

 

— Tá tudo bem, eu volto rápido. O guarda me conhece, vai me deixar entrar.

 

— Certo, mas você pode levar um… - Leia disse, enquanto o filho deixava a mesa e saía de casa, suas palavras sendo interrompidas pelo barulho da batida da porta. - casaco.

 

Instaurou-se um breve silêncio entre as duas, sentadas em lados opostos da mesa.

 

— Ele… não costuma trazer pessoas aqui - disse Leia, chamando a atenção de Rey. - Fiquei um pouco surpresa. São realmente só amigos?

 

A garota corou com a pergunta.

 

— Nada mais que isso. Aliás, nem sei se essa é a palavra certa - respondeu Rey, tomando a iniciativa de ajudar a mais velha a arrumar a mesa. - Ele não é exatamente a pessoa mais fácil de se lidar. Sem ofensa.

 

A justificativa rápida fez Leia rir. Rey sentia um alívio toda vez que via a expressão da mulher em um aspecto mais amigável, tinha medo que a forte opinião que tinha sobre Ben Solo pudesse a ofender de alguma maneira. Mas Leia conhecia o filho como a palma de sua mão, da maneira que apenas mães conseguem. Rey supôs então que aquele era um ambiente seguro, a aura carregada que Ben trazia consigo parecia se dissipar em um segundo quando Leia estava presente. Era quase como se pudesse sentir o aconchego maternal que nunca teve.

 

— Meu filho é uma pessoa difícil, Rey. Como o pai. - Leia sorriu, o olhar distante ao se lembrar do marido. - Por mais que ele não goste da comparação. Solos não são mesmo as pessoas mais fáceis de se lidar.

 

— Ainda não tive o prazer de conhecê-lo.

 

— Trabalha como piloto, em voos comerciais - respondeu Leia. - Fica fora por semanas. Às vezes por meses. Confesso que gostaria que ele ficasse mais, talvez Ben gostasse também.

 

Com a reação do rapaz mais cedo, Rey duvidou da possibilidade. A garota não soube dizer por quanto tempo conversou com Leia até que Ben Solo voltasse. E, honestamente, poderia conversar com ela por horas. A mais velha percebeu seu desconforto ao falar de onde morava e sua fala sempre dava sutis sinais de que vivia sozinha, Leia pareceu compreender o quão delicada aquela questão podia ser para a mais nova. Respeitou seu silêncio da melhor forma que pôde, contou mais algumas histórias que envolviam Ben, fazendo com que ela se sentisse até mesmo mais próxima do rapaz.

 

O jovem Solo chegou a tempo de ouvir mais uma série de risadas, a entonação das duas lhe aquecendo o coração de uma maneira esquisita. Aquele lugar se assemelhando realmente com o ar de “casa” novamente, pensou o rapaz. Ambas as vozes começaram a cessar ao vez o rapaz, adentrando na cozinha com um sorriso quase imperceptível.

 

— Está lá fora - anunciou ele, apontando e virando-se novamente para a saída.

 

Rey colocou sua bolsa no ombro e, ao se despedir, recebeu um abraço caloroso de Leia.

 

— Se precisar de mim, sabe onde me encontrar - garantiu a mais velha.

 

A jovem agradeceu e se despediu. Ao sair da casa, não muito tarde quanto achou que era, pôde ver ainda algumas das primeiras estrelas que apareciam no céu. Ben Solo apoiava-se em sua bicicleta, esperando-a na calçada.

 

— Não sei se gosto da ideia de você e minha mãe serem amigas - confessou o rapaz, enquanto Rey ainda caminhava em sua direção. - Sério, a última coisa que preciso é de alguém para dar corda nas broncas que já recebo.

 

— Ela é legal - respondeu Rey. - E você bem que precisa de mais alguns esporros, Benjamin.

 

Ben Solo revirou os olhos, rindo juntamente com a moça que enfatizou o seu nome de batismo com ironia.

 

— Ela não é muito acostumada comigo trazendo pessoas aqui - Ben riu, mas de uma maneira não muito alegre. - Foi um pouco estranho.

 

— Ainda bem que ela não pensou que eu fosse, sei lá, sua namorada. Eu ia morrer só de pensar na possibilidade - Rey riu novamente.

 

— Sou tão horrível assim? - perguntou Ben, sorrindo, porém nervoso com a fala da garota.

 

— Quer saber? - A expressão de Rey suavizou-se, exibindo um sorriso descontraído. - Acho que não. Você até que é… uma pessoa legal. 

 

— Nossa, quanto que te doeu pra dizer isso? - retrucou ele, ainda sorrindo, mas dessa vez da expressão torta que havia surgido no rosto da moça.

 

Ficaram ainda alguns segundos em um silêncio confortável. Rey se colocou ao lado da bicicleta e, impulsionada por um preocupação desconhecida, deixando sua boca descontrolar-se novamente.

 

— Eu vi os remédios na sua mesa e eu sei que não é da minha conta - disse a garota, justificando-se rapidamente ao ver que o rapaz abrira a boca para respondê-la. A expressão de Ben havia assumido novamente um aspecto rígido, mas desarmou-se assim que olhou fundo nos olhos da garota. - Mas você não parece que tem alguém com quem conversar, e as caixas pareciam velhas e cheias e eu… Eu não sei. Olha, você sabe onde é minha casa, se quiser ligar pro meu trabalho, eu estou quase todo tempo lá também. Eu… não sei por que estou te falando isso.

 

Rey revirou os olhos, perguntando-se se ainda seria capaz de falar mais alguma besteira. Ben não soube como reagir além de dar o esboço do que seria um sorriso. Deixou ainda que seus pensamentos analisassem o dia, meditando no que havia impulsionado aquela declaração. Aquele havia sido um dia... bom para ele? Interessante, de fato, refletiu o rapaz. Bom ainda era discutível.

 

— Rey - chamou ele, fazendo a garota se virar. - Obrigado.

 

O sorriso em resposta havia sido o suficiente, Ben Solo não precisaria de mais nada. Não tinha nenhuma certeza do que sentia, não queria nomear também. A sensação nova e pulsante em seu peito quase o fazia pular, chacoalhou a cabeça diversas vezes pensando se estaria louco. Ren ligou novamente, a quinta chamada do dia, a quinta que ele rejeitaria. Não estava com vontade de estragar o que tinha restado da noite, pelo menos não naquele momento. É, pensou o rapaz, talvez tivesse mesmo sido um dia bom.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capitulo :) Fiquem felizes por saber que o próximo já está em desenvolvimento e talvez não atrase tanto hehe

Ah, e domingo passado eu fiz 19 anos :D Deixem um comentário de presente pra mim com sua opinião sobre a fic ou algo do tipo ♥
Adoro vocês gente, até a próxima!



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