Be Mine escrita por EloiseFeh


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente, como estão? Perdão pela leve demora da postagem, eu tive um pouco de bloqueio e precisei reorganizar as ideias da fic pra poder escrever. Mas estou aqui hoje! Fiquem com mais um capítulo leve, porém divertido, dessa história ♥



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De pernas erguidas acima do corpo, apoiadas em uma árvore enquanto deitava de costas na grama, Finn aproveitava a sombra das folhas enquanto Rey sentava-se de pernas cruzadas ao seu lado, lendo um livro qualquer que havia pego da biblioteca. Ambos esperavam por Poe, que ainda estava ocupado com seu treino na equipe de corrida.

 

— Ele sempre foi esquisito, Rey - disse Finn, acompanhando a linha de pensamento da amiga sobre o comportando incomum de Ben Solo nos últimos dias. - Quero dizer, o cara parece ser meio psicopata, sabe?

 

— A mãe dele não é Leia Organa? A Leia Organa? Senadora, diplomata… Tendo alguém assim como mãe, não acha que tudo é só… exagero? - raciocinou a moça, tirando os olhos do livros para encarar Finn.

 

— Acho que é exatamente por isso que ele se safa quando faz algo errado. Deveria tomar cuidado, pelo menos se a metade do que dizem for verdade.

 

— Eu não acho que seja… - confessou a moça, arrancando algumas gramíneas do chão. - Eu também não sei se acho que ele seja essa pessoa incrivelmente ruim que todo mundo pinta.

 

— Você realmente está simpatizando com Ben Solo? - Finn virou-se na grama para encarar a amiga.

 

— Ele ainda é uma pessoa, não é? Um adolescente que nem eu ou você - respondeu Rey com uma sobrancelha erguida e completou com um murmúrio: - As pessoas por aqui parecem se esquecer que a realidade delas não é a única existente…

 

Antes que Finn pudesse perguntar o que aquilo significava, Poe interrompeu a ambos. Suado por causa do treino, correu para abraçar os amigos, que o afastaram imediatamente com uma careta.

 

— Você é nojento - disse Rey, limpando o suor do amigo de seu rosto.

 

— Seu rosto tá horrível e nem por isso eu falei algo - retrucou Poe, sentando-se na grama. - Tem dormido esses dias?

 

Rey respondeu com uma careta.

 

— Tá tão ruim assim? - perguntou a moça.

 

— Não… - começou Finn.

 

— Com certeza - interrompeu Poe, recebendo um olhar severo do outro rapaz. - O que foi? É verdade! Rose é boa maquiadora, se estiver interessada em parecer menos… cansada.

 

Rey revirou os olhos para Poe, antes de perguntar as horas para Finn e se levantar para ir à próxima aula, deixando ambos os rapazes conversando no gramado.




{...}

 

As olheiras ganhas com o fim do semestre, tanto por causa de seu trabalho na oficina como também por suas obrigações de estudante, puderam ser escondidas atrás de uma leve maquiagem feita por Rose, graças à insistência da moça. Rey não sabia nada além do básico, então a ajuda era bem-vinda.  A nova amiga fazia questão de demonstrar que estava ali para lhe fazer companhia quando Finn ou Poe não estavam presentes e Rey tinha que admitir que, quando ela não podia monitorar sua turma de robótica, seu semblante ficava um pouco menos animado com a ideia de ficar sozinha.

 

Foi quando, sem nenhuma palavra ou cerimônia, Rey sentiu a presença marcante de Ben Solo ao seu lado, dividindo a mesa. Ela levantou a cabeça para encarar o rapaz, que apoiava os cotovelos na mesa e mexia no seu computador. Olhou em volta, verificando se a sala havia ficado de repente tão lotada que fez com que o jovem não tivesse outra escolha.

 

— Bom dia - cumprimentou o rapaz, dando apenas uma olhada de canto para ela, sua atenção ainda voltada para a tela.

 

Rey, desconfiada, voltou seu olhar para o próprio circuito integrado que programava.

 

— Bom dia - murmurou a moça, focada em seu trabalho.

 

O jovem Solo olhou-a de relance novamente, desta vez reparando o brilho incomum no rosto da moça.

 

— Tá usando maquiagem? - perguntou Ben, a sombra de uma risada passando pelo seus lábios.

 

— Cala a boca, não ria! - respondeu Rey, séria. - Rose insistiu que só esconder as olheiras não era o suficiente...

 

— Eu não tô rindo - defendeu-se Ben, rindo e recebendo um olhar ameaçador dela. - Só fui pego de surpresa, está diferente, bonita…

 

Rey suavizou a expressão, seus olhos arregalando-se em surpresa pelas palavras do rapaz. Ben percebeu o que havia dito e sua risada logo sumiu, dando lugar a um rosto sério e constrangido.

 

— A maquiagem, não você! - respondeu o rapaz, Rey erguendo uma sobrancelha com a escolha de palavras, mas se divertindo em silêncio com o embaraço do rapaz. - Quero dizer, não que você não seja… Quer dizer…

 

— Você não tem a mínima ideia de como falar com uma pessoa, não é? - perguntou Rey, dando um sorriso de canto.

 

Ben virou-se para frente, de cara fechada, e continuou a trabalhar novamente em seu circuito, sua postura ainda tensa e passando a mão no rosto, como se aquele gesto pudesse aliviar a vergonha que sentia naquele momento.

 

— Meu Deus, isso tá tão errado - disse Rey, olhando para o trabalho do rapaz. - Vai estragar sua placa se continuar soldando desse jeito!

 

Ela tomou a solda das mãos do rapaz, sem esperar por uma resposta de Ben, seu corpo esgueirando-se para seu lado da mesa enquanto ela tentava remediar os erros dele, deixando o rapaz levemente atônito com o ato.

 

— Ei! Eu não… Como sabe que estou errado? - perguntou Ben, erguendo uma sobrancelha, seu tom de voz transparecendo que não gostava de ser contrariado e corrigido.

 

— Eu trabalho numa oficina, esqueceu? Soldo coisas das mais delicadas até as mais pesadas desde que tinha doze anos…

 

Doze anos…, pensou Ben consigo mesmo, um pouco surpreso. Era verdade que ele ainda não conhecia Rey muito bem e a maioria de suas interações até o momento haviam sido pouco amistosas, ainda se tornava difícil para ele esquecer algumas das palavras que ela lhe proferiu. Mas no dia que a acompanhou, numa tentativa de quebrar uma das várias barreiras que haviam colocado entre si, Ben Solo pôde verdadeiramente ver como era a garota em seus momentos mais descontraídos. Ela conversava de uma forma que havia despertado no rapaz a vontade de conhecê-la ainda mais. Talvez apenas naquele momento Ben percebeu que, apesar do tempo que passavam juntos, havia ainda muito o que saberem um do outro.

 

Rey voltou para seu lado da mesa, sendo observada atentamente pelo rapaz. Ele inclinou-se desconfiado para olhar o circuito, em seu rosto se formou uma expressão emburrada e de ego ferido ao perceber o trabalho impecável da garota, que estampava um sorriso convencido nos lábios. O rapaz respondeu revirando os olhos e voltando-se para frente.

 

Quase não se falaram pelo resto da aula, Rey ouvia atentamente as instruções dadas pelo professor enquanto Ben focava-se mais na tela do computador. Era impossível para ambos não notar os olhares dos outros alunos em cima de si, perguntando-se o que poderia levar o arrogante Solo a abandonar sua zona de conforto e desviando o olhar rapidamente quando o rapaz olhava-os por cima do ombro.

 

— Vai estar livre hoje? - A pergunta inusitada veio de Rey, que continuou assim que o rapaz levantou os olhos da mochila em que guardava suas coisas. - Eu sei que não é nosso dia de estudos, mas eu tenho uma prova de Literatura essa semana, então quanto mais coisa eu adiantar pra ficar livre, melhor.

 

— Eu vou precisar ir direto para casa hoje - respondeu o rapaz, enquanto andavam na mesma direção. Apesar da sugestão inusitada que havia feito antes, no dia em que a acompanhou, Ben perguntou-se o quão estranho seria se ele fizesse um convite. A ideia o deixava desconfortável, como um arrepio na boca de seu estômago, mas não achava que era de todo ruim. - Podemos ir pra lá se quiser, ou qualquer coisa.

 

— Sério? Eu? Na sua casa? - Rey recebeu a ideia com uma risada.

 

O comportamento incomum do rapaz, na opinião de Rey, nada mais era do que uma tentativa engraçada de remendar todo o tratamento grosseiro que o rapaz já havia lhe demonstrado. Ela recebia com suspeita e humor as falas do garoto, mas se Ben Solo estava disposto a diminuir as barreiras que ambos haviam criado entre si, por mais que fosse difícil, Rey via-se na responsabilidade de fazer um esforço.

 

— Você é a que quer mais tempo comigo… - respondeu o jovem Solo, exibindo um sorriso irônico enquanto andavam pelos corredores. A postura relaxada e as palavras saindo mais descontraídas, já que não tinha o olhar da garota sobre si.

 

— Eu não… Eu não disse isso! - protestou Rey, colocando-se na frente do rapaz e o impedindo de prosseguir. Todos seus argumentos sobre derrubar barreiras sendo jogados   fora pelo tom de voz pretensioso do rapaz. - Okay, Solo, eu vou pra sua casa com a condição de que eu não precise ver o seu rosto pelo resto da semana. Satisfeito?

 

— Se está bom pra você… - Ben deu de ombros, não segurando uma leve risada.

 

— Você é… - respondeu ela, não completando a frase ao atravessar a porta para a parte externa.

 

Ben observou-a sair até que o sol repousasse nela, achando graça da atitude da moça.

 

{...}

 

— Eu não vou aí - respondeu Rey com firmeza. - Pode esquecer.

 

Ben Solo revirou os olhos com força, amarrando as mechas frontais de seu cabelo para que não ficassem no seus olhos. Ele estava sentado em sua moto, esperando a garota tomar uma decisão, enquanto ela continuava parada de braços cruzados na frente do veículo.

 

— Eu vim de bicicleta, sabia? - continuou a moça. - Posso muito bem ir com ela.

 

— Eu trago ela depois - replicou o rapaz, já perdendo a paciência. - Além disso, você não sabe o endereço.

 

Rey mordeu a bochecha, pensando no que responder. Alguns dos alunos passavam por eles, já seguindo para casa.

 

— Eu vou - disse por fim, mas sem sair do lugar.

 

— Ótimo! Meu Deus, que difícil… - O rapaz ergueu o capacete para ela.

 

— Mas eu piloto.

 

Ben soltou uma risada incrédula.

 

— Nem pensar! Não, Não… - Ben ria, mas a risada perdia a força conforme olhava para Rey, que continuava de braços cruzados e com uma sobrancelha erguida. Sua voz assumiu um tom mais sério. - Não! Absolutamente não!

 

— Eu sei dirigir! E eu não confio em você numa moto! - retrucou Rey.

 

— E eu devo confiar em você?!

 

— Pra variar, seria bom!

 

O rapaz soltou um longo suspiro, na esperança de que Rey percebesse o quão ridícula ela estaria soando para ele. Ela apenas continuava o encarando, até que o rapaz cedeu, revirando seus olhos ao descer da moto e entregando o único capacete que tinha para ela.

 

— Cuidado… - avisou o rapaz, mantendo certa distância ao sentar-se atrás dela.

 

Era estranho ver a diferença de tamanho tão de perto, mesmo ali era parecia minúscula comparada ao veículo e ao dono.

 

— Pode relaxar, por favor? Eu já fiz isso antes - respondeu Rey, um pouco irritada, antes de dar a partida.

 

Ben estava desconfiado, mas a garota realmente sabia pilotar. A motocicleta saiu veloz do estacionamento e o primeiro impulso de Ben foi se agarrar fortemente na cintura da garota, agradecendo em silêncio por ela não poder ver seu rosto avermelhado por conta da situação. Rey prendeu a respiração por um momento ao sentir os braços do rapaz em volta de si. Os braços e postura se relaxaram em torno dela conforme seguiam nas ruas, Rey obedecendo as instruções de direção com maestria e suavidade.

 

Próximos daquela maneira, Ben podia sentir o perfume dela, quase no impulso de afundar seu rosto naquele pescoço. Os próprios pensamentos o assustaram, deixando constrangido. Qualquer que fosse o efeito da garota em sua pessoa, era algo novo e intrigante para o jovem rapaz. Mas ele não sentia a mínima vontade de impedir aquilo, o que quer que fosse.


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Notas finais do capítulo

Talvez não tenha acontecido tanta coisa quanto o esperado, mas eu gosto de escrever capítulo mais leves assim e acho que é uma boa para mostrar como eles se sentem. Espero que tenham gostado, deixem seu review pra eu saber, e até a próxima! ♥



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