Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 67
Recomeços e Vinganças


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo explodiu a minha mente, rs, muita coisa inusitada.
Boooa leitura ♥



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Murilo Narrando

Tomar a decisão de não ligar para Kevin foi difícil. Pensava o tempo todo em voltar atrás... Em não me colocar em primeiro lugar e ajudar quando ele precisava, como eu sempre fazia. Mas lembrei da minha última crise, que mesmo ocorrida há certo espaço de tempo relativamente longo, ainda assim ela poderia ressurgir e talvez até em um nível pior... Eu não sabia. Não podia arriscar. Porém era inevitável sentir culpa. Eu me preocupava com ele acima de tudo.

— Você tá com aquela cara... – Audrey comentou após entrar em meu quarto. Larguei a caneta e passei a mão no rosto respirando profundamente. Tentava estudar há horas, sem sucesso algum.

— Qual cara? – me virei para ela e estiquei as pernas apoiando os pés na cama. Juntei minhas mãos na barriga.

— A cara de quem fez algo muito errado ou deveria ser já que se sente culpado.

— Problemas de Torres. – suspirei de forma branda. – Cadê o Adam?

— Sobre isso que vim falar contigo... É... Como foi pra você quando você ficou com um cara? – franzi completamente a testa. – Quero dizer... Não pergunto sobre a experiência propriamente dita e sim como você se sentiu.

— Arrebatado. – rimos juntos. – Inicialmente tomado por uma força maior que eu não sei explicar. Posteriormente... – pensei um pouco. – Confuso talvez. Por quê?

— É que nosso amigo está passando pelo mesmo. – entendi menos ainda. – Ele ficou com uma garota.

— O Adam? – perguntei como se aquilo fosse ridículo.

— Ele estava bêbado. Estou te contando porque sei que quando ele se recuperar ele virá te contar. Mas no momento... Estou com pena dele.

— Por quê? Ele tá confuso se é gay ou não?

— Não. Ele sabe que não é. – arregalei os olhos. – Ele gosta muito de homens Murilo, mas ele fica com mulheres quando ele fica bêbado. Não foi a primeira vez. E isso deixa tão claro que ele gosta das duas coisas. Só que ele insiste em viver nessa... – ela ficou um tempo pensando. Nos olhamos. – Não sei a palavra certa. Seria obsessão?

— Não sei. – suspirei. Joguei minha cabeça pra trás a encostando na cadeira. – Seria mais normal o contrário. – fiquei olhando para o teto.

— É. – riu. – Realmente. Por que será que ele é assim?

— Talvez ele não seja assim. Talvez apenas por repreender tanto esse lado dele ele fique com essa atitude. Eu no início pensei que eu fosse gay... Até ver novamente uma garota e deseja-la. Também cheguei a pensar que nunca ficaria com nenhum outro cara, até também querer ficar. Eu não sei como funciona com ele. – levantei o rosto e a olhei. – Cada pessoa é um universo entende? Não dá para classificar ninguém. Acho que ele gosta de homens e de vez em quando de mulher. Só isso.  – sorri.

— Cara como você tem transtorno de ansiedade generalizada? – fiquei sério instantaneamente. – Você leva a vida de um jeito tão leve, tão despreocupado... Não combina nada com você Murilo.

— Desculpa Audrey, mas eu odeio mesmo falar sobre isso.

— Exceto com a Paty né? – sorriu maliciosa. – Como vocês estão?

— Bem, eu acho. Ela disse alguma cosia? – ela riu me deixando ainda mais sem graça.

— Não, ela não disse. E hoje vocês vão sair?

— Ah... Não sei. – peguei meu celular para ver se havia alguma mensagem nova dela.

— É o que se espera né?! Todo fim de semana vocês saem. – chamavam na porta. – Deve ser ela. – se levantou. – Olha... Quando o Adam comentar contigo não diz que eu já havia falado, tá? – concordei. Pouco tempo depois Patrícia entrou sem ela.

— Ei. – se sentou em minha cama. – Vim aqui saber aonde vamos. Já tomei banho e sequei o meu cabelo e iria começar a me maquiar, mas... Primeiro eu tinha que decidir a roupa e pra decidir eu tinha que saber o lugar. – sorriu cheia de ânimo. – E aí? Ou você vai pular esse sábado? Tá cansado dos estudos? – olhou meus cadernos e livros.

— Um pouco. Não é bem por isso... Só que a ideia de sair não me parece tão boa. – admiti. Movi a cadeira e cheguei perto dela. – Será que ao menos uma vez podemos ficar em casa e fazer algo diferente? – procurei seus olhos.

— Eu não sei... – apertou os lábios.

— Se está tentando se distrair eu juro que te ajudo estando em casa.

— Não seria tão efetivo já que lá fora tem pessoas, luzes, cores e sons... É bem diferente Murilo. – suspirei.

— Você quer mesmo ir né?

— Só acho que não combina ficarmos em casa. – juntei as sobrancelhas.

— Como assim não combina Paty?

— Eu sei que amigos ficam em casa juntos... No entanto não amigos que se envolvem.

— Ainda estou tentando entender. – fiquei olhando em seus olhos.

— Pode ser romântico demais. – olhei pra baixo e afastei minha cadeira. – O que foi?

— Nada. Só estou cansado. – peguei minha caneta. – Bom... Então acho que você vai precisar procurar outra companhia hoje.

— Para. – me impediu de continuar apertando o botão do objeto em minha mão. – Por que tá ansioso?

— Eu não estou ansioso. – a olhei por alguns segundos. Ela riu de forma anasalada.

— Não. Só está balançando a perna sem parar e apertando essa caneta igual um louco. Não come a unha porque não as tem mais né? – olhou pra minha mão. – O que está acontecendo?

— Por que você quer saber? – ela demorou bastante pra responder. – Hein?

— Espera. Estou me acalmando. Caso eu diga o que estou pensando nesse momento vamos brigar.

— Pode dizer. Não vamos brigar.

— É um absurdo você me fazer essa pergunta. Eu quero saber porque me importo com você e já devia ter noção disso. – se levantou. – Tchau Murilo. – ainda sentado joguei meu corpo pra frente e segurei seu braço.

— Fica. Por favor. – olhei em seus olhos a fim de convencê-la.

— Pra que? – colocou as mãos na cintura.

— Para que eu possa desabafar e isso me fazer bem. – ela não resistiu a minha resposta e ficou. Deitei com ela em minha cama e contei tudo sobre o pedido da minha irmã e o que acontecia por lá.

— Então esse pai do seu ex que foi o responsável pelo fim do namoro de vocês agora tá tentando separa-lo do namorado e você é quem deveria impedir? – fez uma expressão de inconformada. – Não! Você o ama Murilo. Não deve se colocar nessa situação.

— Nem pensei nisso. A única coisa que eu não quero é estar nessa ansiedade desenfreada. E é tudo o que ele significa pra mim.

— Ah sim. – pareceu concluir um problema de matemática.

— Mas não é só isso que tá me deixando assim. – falei com bastante receio. Ela me olhou assustada. – Estou pensando muito em alguém e isso também tá me deixando bastante inquieto.

— Liga pra ele Murilo. Sei que vocês brigaram, mas tudo pode ser resolvido em uma conversa.

— Ele quem Patrícia?

— Deixa de se fazer de idiota. O Eliot. – voltei a encarar o teto.

— E por que seria ele?

— É quem eu vi você junto. Tudo bem se tem outra pessoa, você só não me contou.

— Por que não poderia ser você? – tentei olhar em seus olhos, contudo ela fugiu.

— São tantos os motivos Murilo. – falou baixo e de forma ressentida.

— Qual o principal? – ela não soube dizer. – Você tem que saber Patrícia.

— É melhor eu ir embora. – passei o braço em volta de sua cintura antes que ela tentasse se levantar.

— Não precisa dizer os motivos. Só saiba que nenhum deles está correto. – notei que sua respiração ficou pesada. – Agora que você já sabe em quem estou pensando pode escolher ir ou ficar. – tirei o braço e a deixei livre. Ela não se moveu. Após alguns minutos ela enfim começou a falar.

— Não vamos fazer isso. – a olhei. – Não vamos dizer coisas equivocadas e nem deixar de dizer nada. Não podemos Murilo. Faz muito mal a nós dois. Temos que ser abertos, sinceros e honestos um com o outro.

— Estou sendo.

— Não. Tem que dizer tudo. Não pode só dizer que está pensando muito em mim. Isso não diz nada. – me virei de lado e comecei a acariciar o seu rosto. Fiz com que ela olhasse em meus olhos e tentei dizer o que ela precisava saber através daquele olhar. Nada poderia ser mais significativo do que aquilo. E acho que ela entendeu porque os seus lábios vagarosamente tocaram os meus e um beijo que nunca havíamos dado antes se iniciou. Diferente de todos os outros esse era muito mais calmo, havia algo a mais ali, não apenas o desejo corriqueiro.

— Deixa eu te pedir uma coisa. – sussurrei com nossos rostos ainda colados. Seus olhos mostravam um misto de curiosidade e medo. – Faz amor comigo hoje. – poderia jurar que eu ouviria oposições e até alguns argumentos, só que eu estava imensamente enganado. Acabei entendendo que assim como eu, tudo o que ela mais queria e precisava era aquilo. E eu fiz cada segundo ser completo. O encaixe era o mesmo, mas o movimento era outro, a sincronia estava totalmente ligada às nossas emoções. Nossos olhares o tempo todo se encontravam e nem preciso dizer do quanto abusamos do carinho. A verdade era que éramos duas pessoas carentes que camuflavam o que realmente queriam com sexo casual e um relacionamento aberto. Mas isso logo mudaria. Depois de hoje, de toda essa experiência intensa, deu pra entender que precisávamos um do outro de forma mais completa, mais real e mais entregue.

Alice Narrando

Estava esperando o Kevin para uma de suas visitas noturnas. E não estava nada animada, sabia que ele iria reclamar sobre eu ter saído com Orlando.

— Oi. – ele se sentou em minha cama assim que chegou.

— Você parece mais feliz. – me olhou franzindo a testa.

— Agora você repara nas pessoas? – revirei os olhos. – Beijei Rafael hoje. É por isso. – seu olhar agora era sério. – Alice...

— Não começa. – pedi com a voz agressiva.

— Notei que Arthur estava tão feliz, pensei que estivessem bem. Por que você tem que ir atrás desse cara?

— Você fala como se eu tivesse algo com ele. – o celular dele começou a tocar e ele me pediu silêncio.

“Eu sabia que não dava para colocar um moleque para administrar meu negócio. Você está demitido Kevin. Sua inteligência incomum não é nada sem responsabilidade. E não pense que ficar sem trabalhar vai me fazer ficar aos seus pés.”— ouvi a voz do seu pai.

— Tudo bem. Demissão aceita. Agora poderia aparecer na cidade?

“Eu já sei que você transformou a minha casa em um puteiro gay e que está cheia de homens. O que você quer de mim?”

— Eu sei que está vindo pra cá amanhã, Diana me contou. Então não desista e venha rapidamente. É uma surpresa. – desligou e me olhou.

— A surpresa é... – concordou gestualmente. – Você é louco.

— Depois disso me livro de Diana e reato meu namoro.

— Você não vai contar o que o seu pai te ameaçou pra isso tudo nem mesmo pra mim?

— Só quero é esquecer isso tudo! – jogou o cabelo pra trás como tipicamente fazia quando se encontrava em situação de desconforto. – Vamos voltar a falar de você?

— Não tem o que falar Kevin. Já havíamos combinado de sair e eu fui. Passei a evita-lo, mas não dá pra ignorar a existência dele totalmente.

— Dá. Ah, mas dá mesmo. – me olhou indignado. – É nocivo ao seu relacionamento. Então dá. Dá muito Alice.

— Você é doente. – neguei com a cabeça. Depois o encarei bem incrédula. – Faria qualquer coisa mesmo pelo seu namoro né?

— Faria. Faria não, eu faço. Se por acaso um dia nos separarmos não vai ser por falta de esforço meu para fazer dar certo. – aquilo era forte demais. E eu não sei se um dia eu pensaria assim. – E você era exatamente igual a mim. – arregalei os olhos. – Antes de... – gesticulou. – Antes de regredir. Você perdoou o Arthur Alice. Ficou ao lado dele, o ajudou. Você fez algo surpreendente por ele. Algo que eu acho que ninguém no mesmo lugar faria. E se quer saber, nem mesmo eu. Eu não chegaria a esse ponto. E com isso você mostrou seu grande amor por ele e que de fato vocês dois sobrevivem a qualquer coisa. – me olhou espantado. – Por que está emocionada?

 - Parece loucura. Essa daí não sou eu.

— É sim. Você é a pessoa mais compreensiva e doce do mundo todo. E é por isso que eu sempre tenho vontade de estourar o seu cérebro. – dei uma leve risada enquanto enxugava as lágrimas. – Vou te pedir mais uma vez para se afastar do Orlando. – me olhou com carinho. – E peço isso porque me preocupo muito com você e Arthur.

— Não consigo ver motivo pra tanto afastamento. Mas tá bom Kevin. – respirei fundo.

— Tenho que ir. Estou com duas armações contra o meu pai, meu tempo está acirrado. Só você pra me fazer me desviar disso.

— Parece que você me ama muito. – brinquei sorrindo. Ele me abraçou de repente e pediu para que eu tomasse juízo. Logo ele. Acabei dormindo tarde e bem cedo já estava na casa da vó Isa com o pessoal.

— Vocês viram a foto que Diana postou há segundos atrás? – a fofoqueira da Sophia perguntou fazendo todos a olharem. – Kevin na cama. – mostrou o celular. – Tirando a carinha fofa de sono e os lençóis brancos impecáveis da cama dele... – se preparou para o comentário maldoso. – Me chamou muito a atenção o fato dele estar sem camisa e ela tirar a foto tão cedo. Dormiram juntos. E isso me leva a um questionamento... – todos ficaram em silêncio esperando que ela falasse. – Ah, qual é gente, vocês sabem.

— Seja como for não é da nossa conta. – dei de ombros.

— Voltou a defender o amiguinho. Algumas coisas estão começando a voltar ao normal...

— Mas foi ela que tirou a foto. – Gih comentou analisando seu celular. – Será que eles dormiram mesmo juntos? Será que... – se calou também deixando em aberto sua pergunta. Era muito difícil pra todas falar aquilo.

— Será que eles transam? É isso Giovana? – ela concordou timidamente e muito sem graça. Só Alexandre mesmo para dizer em voz alta.

— Eu acho que não, o Kevin não é gay? – Lari questionou com a testa enrugada.

— Mas ele já transou com ela uma vez. – Otávia lembrou.

— Pra salvar a pele do Murilo. E ele deve ter tomado alguma coisa, não é possível. – a opinião de Alê fez alguns refletirem.

— Ele já disse que tem um controle mental incrível, por que ele não controlaria o pau dele?

— Sério que esse assunto tá chegando nesse nível? – Otávia agora se retirou do debate.

— A cara da Alice é a melhor. – todos riram me olhando.

— Eu não falei nada. – me defendi.

— Cadê o Arthur hein? Vamos ficar esperando quanto tempo?

— Esquece ele e vamos voltar ao assunto, quem aqui acha que Kevin e Diana têm relações sexuais? – Kevin apareceu fazendo com que Alexandre ficasse pálido. Eles ficaram se encarando.

— Vamos lá, façam suas apostas. – incentivou com bastante deboche sendo o Kevin de sempre.

— O que tá acontecendo? – Rafael entrou com Arthur.

— Esse bando de idiota tá preocupado se eu transo ou não com a minha namorada. – falou as duas últimas palavras como se fossem falsas, e eram.

— A resposta é não. – o loiro afirmou categoricamente. Kevin o olhou e sorriu.

— Como você sabe? – ele encarou Sophia. – Estava lá com eles? – deu uma risadinha.

— Vamos parar com esse papo e ir logo ao assunto? – Kevin atendeu ao celular após a reclamação de Ryan e pediu para esperarmos um pouco, saindo da biblioteca. Rapidamente voltou e dessa vez acompanhado do garoto que ele estava andando pra cima e pra baixo. Olhei Rafael e vi que sua expressão facial mudou totalmente.

— E com ele Rafael? – Alê provocou. – Estava lá também?

— Quem é ele Kevin? – Soph fez a pergunta que todos nos fazíamos. Ele conversou alguma coisa com o garoto e eles ficaram se olhando.

— Se for pra ficaram de conversinha a gente volta mais tarde. – Rafael reclamou embravecido. Ele estava mesmo com ciúme. Pelo visto a hipótese dos dois terem um caso era muito real pra ele.

— Pois bem. – Kevin se virou. – Esse garoto ao meu lado é o Nícolas. – fez uma pausa dramática. – Arthur e Yuri, ele é nosso irmão. – absolutamente todos ficaram surpresos.

— O Kevin sempre tem que ter que uma abertura espetacular. Que palhaçada é essa? Comece a explicar isso direito! – Arthur se levantou indo para perto deles.

— O demônio procriou. Não tem muito que explicar. – Kevin afirmou com tranquilidade.

— Quem é a mãe dele, como você o achou?

— Então... Isso foi grande parte graças a Danilo. Se não fosse ele hoje eu não estaria livre. Rastreamos um pagamento que ele faz há anos e... – apontou para o garoto. – É pra mãe dele.

— Você tá livre? – Rafael focou na parte que apenas o interessava. Seus olhos brilhavam. Kevin gesticulou positivamente e foi o suficiente para o loiro correr até ele e beija-lo. O tal irmão dele olhava fixamente os dois.

— O que foi hein? – o loiro protestou com voz de quem estava irritado.

— O que foi o que? Eu não posso olhar? – o tal Nícolas mostrou logo que era atrevido.

— Devia saber que não pode falar assim, ele não é só meu namorado. É o melhor amigo do nosso irmão mais velho. E o nosso irmão mais velho... – eles olharam Arthur que encarava o garoto com a expressão de poucos amigos.

— Não quero briga. – levantou os braços.

— Então chega devagar. – meu namorado deu um aviso que era mais uma ameaça.

— Eu amo ter o Arthur por perto. Ele é muito o Vinicius em uma versão mais... – interrompi Ryan.

— Não compare o meu namorado com o meu pai. Isso me faz ter náuseas.

— É só não lembrar essa comparação na cama.

— Que cama? – Kevin colocou a mão na boca após a pergunta e depois riu. – Foi mal anjo.

— E qual é o plano? – Yuri mudou de assunto.

— Ele não o conhece. O que é de se esperar se tratando de Caleb. Vou ameaçar expor essa paternidade não assumida. Eu sei que ele vai me deixar em paz. Só que não vai ficar tão barato assim... Eu acho que eu estou muito vingativo ultimamente. – ele balançou a cabeça como se tivesse insatisfeito com ele mesmo.

Depois de discutirem mais um pouco todos ficaram curiosos sobre o garoto, perguntaram idade, cidade e o que ele fazia. Descobrimos que ele tinha a mesma idade de Kevin, ou seja... Foi na época que Caleb estava traindo Luna com Kira. Deve ter sido em uma das viagens a trabalho, já que a mãe dele não era daqui. Ele já havia concluído o ensino médio e estava estudando para entrar em uma faculdade federal. O dinheiro que Caleb enviava era muito bom segundo ele, mas não daria para custear os estudos dele até o final. O que deixou Kevin espontaneamente nervoso, ele repetiu por algumas vezes que ele não estava dando o que realmente devia. A manhã passou em um estalar de dedos e acabamos almoçando por lá.

— Então agora o Danilo é um dos nossos? – Ryan perguntou olhando para Kevin após o almoço. Estávamos na área da piscina e eu pensava seriamente em mandar meu pai trazer meu biquíni, já que o dia estava quente.

— Ele não precisava me ajudar. Não ganhou nada com isso. E não é de longe a primeira vez que ele me ajuda.

— Talvez ele goste muito de você Kevin, mas isso não muda o caráter dele.

— Não quero participar dessa conversa. – Otávia se levantou e saiu.

— Alguém tem que descobrir o que ele fez com ela.

— Você não é muito esperto?! – Soph o desafiou.

— Não é possível que só eu esteja pensando em uma hipótese...  – Ryan falou baixinho. E então ele olhou para o Kevin. – Parabéns. Parece que você acabou de converter mais um hétero. – sorriu de forma sapeca, quase rindo. Rafael travou o maxilar e seu namorado ficou sem reação. Não sabia se Ryan estava mesmo certo, mas senti que todos acreditavam nessa ideia... E se isso fosse mesmo real explicaria o motivo de Otávia querer se afastar tanto dele. Talvez ela seja esperta demais e tenha percebido antes de todo mundo. Eu nunca iria saber.


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Notas finais do capítulo

Queria poder dizer o dia certo que irei postar, porém não posso. Mas como sempre, será o mais rápido possível, quem sabe até amanhã ♥



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