Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 57
Novas posições assumidas


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥ (nem vou pedir perdão pela demora)
Foto do Kevin, citada no capítulo.



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Alice Narrando

Consegui juntar todos na biblioteca naquele início de sábado e agora Rafael ter ido morar na cobertura era um alívio, eu não o queria ali entre a gente.

— O que precisava dizer de tão importante Alice? – Yuri questionou embravecido.

— Sua raiva é com a sua mãe e não comigo. – o cortei imediatamente. – Temos que fazer alguma coisa em relação a Kevin.

— Se refere a ele estar trabalhando no hotel?

— Sim, mas não quero que ele saia de lá, só preciso me certificar que ele não vá virar o pai dele. – notei os olhares confusos e alguns até desacreditados. – Não sou louca por querer isso.

— Tá genia, mas como vamos fazer uma coisa dessa?

— Eu comecei a pensar... Como posso ter essa certeza? Só acompanhando o comportamento dele.  E tenho que fazer isso de perto. Em um treinamento insano durante essa semana comecei a pensar com a cabeça dele... Achei uma forma.

— Dá pra dizer logo então. – Ryan como sempre impaciente.

— Um de nós vai pedir um estágio a ele.

— Você acha que ele vai dar?

— Se for pra pessoa certa... – olhei para Yuri.

— Ah tá. Você tá querendo ferrar de vez com o casamento da minha mãe mesmo.

— Você é irmão dele Yu, ele nunca vai te dizer não.

— Alice não dá. Ravi é a referência de pai pra mim e ele já deixou claro que não concorda em seguirmos os passos do Caleb.

— É um pouco de egoísmo da parte dele já que o hotel é um negócio da família, não? – Larissa opinou. – Eu como filha do meu pai e herdeira não concordo com esse posicionamento. Todos o evitam por acha-lo, ainda que sem provas, desonesto, porém, ele dá a vida por aquele lugar e isso deve ser reconhecido. Não acham?

— Uau! – Ryan bateu palmas. – Temos uma advogada do Calebinho aqui. – não aguentei e ri, ele era engraçado sem querer ser. Ao contrário do Alexandre.

— Genia diz aí qual sua ideia agora que Yuri está irredutível a não participar.

— E se Otávia... – nem consegui acabar de falar.

— Eu sou filha do Ravi, você esqueceu isso? – ela me olhou nos olhos. – Nem em outra vida. Não vou magoar o meu pai.

— Por que não tenta você Alice? Pode até começar um cursinho... Você já faz de tudo para se manter muito ocupada mesmo.

— Como se Kevin não fosse desconfiar. De fato ele nem aceitaria. – suspirei frustrada. – Tem alguém... Alguém em quem ele confia bastante. Mas ele já provou mais de uma vez que não merece nossa confiança.

— É uma ótima opção. – Otávia opinou sabendo que eu falava de Danilo. – Ele tem motivos de sobra para querer estar no hotel, o pai não confia nele, ele precisa ficar longe da irmã o máximo de tempo possível e ainda tem o dinheiro... Se você procura-lo ele vai aceitar.

— Mas devemos pedir a esse cara que investigue Kevin? Não dá pra ter certeza se ele vai mesmo falar a verdade.

— Ele pode até nos trair contando tudo a ele.

— Além do mais ele vai querer algo em troca. – todo mundo falava ao mesmo tempo me deixando inquieta.

— Eu já disse, são as vantagens de estar lá. Essa é a troca. – minha prima respondeu como se todos fossem idiotas.

— Não sei mesmo se isso é o melhor. – desabafei por fim. – É o seguinte, você dois vão até Danilo e façam a proposta a ele. – decidi apontando para Ryan e Yuri.

— Genia chefona é para ir agora? – revirei os olhos.

— Sim. Agora.

— Nem a pau que o Yuri vai bater na porta daquela descompensada da Diana. – Giovana afirmou com veemência.

— Deixa de ser ciumenta garota! – Sophia a confrontou e todos nós ficamos em silêncio. Por pouco tempo.

— O Ryan pode ir sozinho. – o submisso do Yuri se manifestou se mostrando igualzinho ao irmão. Dei um sorriso. – Por que está sorrindo Alice?

— Você me lembrou Arthur. – admiti. Mas logo me recompus. – Então Ryan, já foi?

— Tá incorporando mesmo o Kevin hein? – reclamou enquanto se levantava.

— E qual vai ser o seu plano se ele estiver agindo igual ao pai? – respirei fundo.

— Primeiro a gente pega. O resto eu penso depois.

— Pensamos. – Otávia me deu apoio.

— Eu preciso mesmo de reforços. – sorri.

— Oi. – Rafael chegou e foi entrando. – Alguma reunião? Ou estão aqui atoa?

— Atoa. – falei rapidamente antes que dessem alguma mancada. Ele não podia saber. O seu envolvimento amoroso com Kevin dificultaria muito.

— Ainda está chateada com Kevin ou o entendeu de verdade? – se sentou e ficou me olhando.

— Entendi. Só... Tenho medo dele se deixar levar. Você não conheceu muito do Kevin antes. – desviou o olhar.

— Você está certa. Mas confie nele. Assim como ele sempre confiou em você.

— Esse papinho está me deixando enjoado. – Yuri saiu e eu olhei Giovana.

— Ele tá mal humorado assim por causa das brigas com a mãe. – explicou.

— Meu irmão está me ligando. – falei pegando o meu celular e sai da biblioteca.

“Alice eu preciso que pergunte uma coisa ao Kevin.”— ele falou assim que atendi.

— Por que você mesmo não pergunta Murilo?

“Você não sabe? Ele apagou o meu número.”— demorei a processar aquilo. – “Alice?”

— Então você não tem nada a perguntar a ele. Esquece o Kevin Murilo. – desliguei e sai da casa, indo andando até o hotel já que não era longe.

Ele me mandou esperar lá embaixo e isso só fez com que minha raiva aumentasse. Assim que ele desceu e me viu me conduziu até a garagem. Entrei em seu carro em silêncio.

— Já pode falar o motivo de estar com essa cara. – me olhou sério.

— Por que apagou o número do meu irmão Kevin? – cruzei os braços. Desviou o olhar, claro.

— Você já sabia disso, não? – franziu a testa.

— Não, eu não sabia. Acho que é a segunda vez que você faz isso não é? Olha Kevin... – o olhei. – Só soube por que ele queria te perguntar alguma coisa e seja o que for ele não vai mais perguntar, nem por mim e nem por ninguém.

— Alice pode ser importante.

— Não pode. Nada pode ser importante direcionado a uma pessoa que não quer você na vida dela.

— Você tem que entender... – o interrompi.

— Entender? Eu entendi demais. Entendi que você transformou o meu irmão de alguém alegre e divertido para alguém sem brilho nenhum. – ele ficou sem reação. – E eu poderia culpar o seu pai. Mas hoje eu vejo os dois quase que como a mesma pessoa, então... Sim, foi você. – ficamos nos olhando. – Vou ir embora andando. – antes de sair o olhei. – Não o procure. – ele segurou meu braço.

— Eu pedi pra não brigarmos.

— Isso foi antes de eu ficar sabendo que você o descartou como se ele fosse nada. E quando a coisa fica pesada vocês lembram que ele existe né? Eu não vou ver meu irmão ser tratado desse jeito e ficar quieta. Eu te amo muito, mas se eu tiver que escolher entre você e ele fico com ele.

— Você não tem que escolher entre nós dois. Eu não vou deixar você sair daqui até me entender. Alice é difícil admitir isso, mas o seu irmão ainda tem um efeito devastador em mim e o Rafael sabe disso. Eu precisei fazer isso pelo meu namoro.

— Efeito devastador? O mesmo que fez você destrata-lo tanto no natal e no ano novo? – passou a mão no rosto nervoso. – Não coloca o Murilo nas suas confusões. Ele nunca esteve confuso, nunca esteve completamente apaixonado por outro, sempre deixou claro que estava com o namorado por carência. Você se envolveu de verdade com Rafael e se quer mesmo respeitar isso devia começar não amando outra pessoa e acabando com essa pessoa desse jeito.

— Arthur disse que ele estava bem.

— Kevin solta o meu braço, eu quero ir embora.

— Se eu adicionar o número dele novamente você vai ficar menos brava comigo?

— Não eu não vou. E eu não quero que faça isso. O que você fez já tá feito. Quero que entenda que se trata de consideração.

— Eu tenho consideração por ele. Muita. Só precisava de uma atitude grande para demonstrar ao Rafa que eu...

— Não consegue nem dizer, porque o que você queria demonstrar não existe. – puxei meu braço com força. Ele saiu do carro e me puxou. – Vou gritar até chamarem os seguranças.

— Sei que o seu problema está afetando em suas atitudes. Mas por baixo das cicatrizes e da dor você sabe como é ter sentimentos bons. Não seja tão dura comigo. – desviei o olhar e fiquei um tempo em silêncio. Ele aproveitou o meu momento de vacilo e me abraçou.

— Você não entende. – o afastei. – É que a voz dele estava tão triste. Conheço Murilo. Ele não está bem.

— Dá o seu celular. – o entreguei.

— O que vai fazer? – ele começou a mexer e depois colocou para escutar.

— Ouvir o que ele tem a perguntar. – fiz um semblante de insatisfeita. Meu irmão atendeu e Kevin começou a questionar o que ele queria e então franziu a testa. – Ele tá bêbado. – disse após tampar o aparelho que eu peguei correndo.

— Murilo? – ao ouvir a voz dele vi que ele não estava alterado. Devolvi mais brava ainda.

— Eu sei o que estou falando. – discordou.

— Você sempre sabe tudo. – reclamei. Ele disse algumas coisas com o meu irmão e desligou. – O que ele queria?

— Saber se eu vou seguir carreira de modelo e se ele vai ter que ver minhas fotos por aí... - suas sobrancelhas se juntaram. – Ao que tudo indica me ver ainda o afeta.

— Por que achou que ele estava bêbado, pela pergunta?

— Não. Pela voz. – minha expressão entregou o quanto eu não concordava com aquilo. – Eu tenho certeza. Conheço a voz do Murilo quando ele bebe, pode ser pouco que mesmo assim muda.

— Que coisa mais imbecil. – ele ficou me olhando. – Tá indo pra casa da vó Isa? – concordou. – Então vamos.

— Ainda está com raiva? – procurou meus olhos.

— Um pouco. Quer dizer... Bastante. Mas vai passar.

— Estou preocupado com o seu irmão, talvez ele não esteja tão bem como faz parecer.

— Ele te ama Kevin. É normal ele não estar bem por um tempo. Não se preocupe. Só não o atinja mais com as suas atitudes. – fiquei bem séria. – Por favor. – falei mais em tom de ordem que pedido.

— Tudo bem. – suspirou.

Chegamos e todos ainda estavam na biblioteca, quando entramos notei que o Ryan já havia voltado, teríamos que nos encontrar pra ele dizer como foi com Danilo.

— Olha quem chegou. Agora só falta nosso priminho. – Alê debochou ao ver Kevin.

— E ele tá vindo aí. – ele respondeu enquanto ia até o namorado e o beijava. Depois ele olhou pra todo mundo. – Podem me dizer o que vocês estão tramando?

— Como assim? – ele me mediu com o olhar.

— Eu sinto... Um ar de armação... Uma mistura de falsidade com receio.

— Você sente demais.

— E você de menos. – ficamos nos encarando.

— É uma ótima coisa a se dizer a mim. – sai de lá entristecida, peguei impulso e nem vi que abriam a porta. Trombei em Arthur. Levantei os olhos e o olhei. Observei que Kevin me cercou por trás.

— Você me disse uma vez que as pessoas te viam de forma diferente, como alguém danificada. E eu não. Vai ficar magoada agora por eu não ter cuidado com isso? – ele questionou enquanto meu olhar ainda estava preso nos olhos de Arthur.

— Talvez ela esteja magoada demais com outra pessoa e descontando tudo em você. – Arthur examinou minha reação.

— Só pode ser, porque ultimamente estamos pior que um casal.

— Vão para o inferno os dois. – empurrei os braços do Arthur de perto de mim e enfim sai, indo para a área da piscina. Mandei mensagem para Ryan esperar um pouco e ir me encontrar lá.

— Ele topa. Vai procurar o Kevin amanhã. – se sentou ao meu lado. – Mas você viu que ele já tá desconfiado né?

— Jamais vai ligar uma coisa a outra. E aquele Danilo é um ator. Ele vai saber ser bem convincente.

— Ok chefe. – sorriu querendo rir. – Qualquer nova tarefa eu estou aí.

— Obrigada. – retribui o sorriso. – Como está sendo lá?

— Todos querem respostas de perguntas que Arthur não quer responder. Seria mais fácil se fingissem que não se importam.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa o assunto apareceu e Ryan saiu, fiquei olhando para ele de pé em minha frente.

— O que foi? – nem preocupei em disfarçar a irritação em minha voz.

— O seu pai me procurou. Você não quer iniciar o tratamento né? – fechei os olhos e respirei fundo. – Antes que diga que ele não tinha esse direito, lembre-se que eu fui seu primeiro e único namorado e que antes disso éramos inseparáveis.

— Você não tem mais esse lugar de importância em minha vida.

— Por que você não quer Alice?

— É agressivo. Não tem necessidade disso. Eu ainda tenho emoções. Eu estou bem. – ficamos nos olhando e lágrimas encheram os meus olhos. Sabia que eu não estava nada bem. Ele me puxou e me abraçou.

— Eu não devia ter ido. Eu prometo que eu nunca mais vou te deixar.

Não sabia como reagir, da mesma forma que eu queria continuar irritada e brigar com ele eu precisava dessa sensação única que era me sentir protegida em seus braços. Tudo o que eu queria era que esse pequeno momento durasse o tempo suficiente para que eu esquecesse tudo de ruim que ele fez.

Giovana Narrando

Entrei em casa e minha mãe conversava sobre alguma coisa com alguma das amigas dela ao telefone. E meu pai estava chegando. Fui para o meu quarto e quase dei um grito ao ver Yuri deitado na cama.

— O que você tá fazendo aqui? Minha mãe deixou você entrar?

— Sim. Ela não disse nada, só mandou te esperar aqui.

— Estava na academia. – sorri. – Ir ao mesmo horário que Kevin é até engraçado, ele treina com um ódio, acho que ele pensa que cada aparelho é a cara do pai de vocês.

— Por que ele tá indo lá ainda e não na academia do hotel, já que agora ele só fica lá?

— Por que ele não teria o Vinicius por perto? Não sei. – tirei meu tênis. – Vou tomar um banho. Você espera?

— É melhor eu esperar lá embaixo?

— Não, se minha mãe não disse nada. – dei de ombros. Prestei atenção em seu rosto e notei que ele estava triste. – O que aconteceu?

— O que você acha? – abaixou o rosto.

— Ela precisa de... – parei de falar. – Yuri não é normal ser tão implicante quanto a sua mãe.

— Agora ela tá trazendo a tona minhas ex namoradas. Todos os defeitos e todos os erros de cada uma.

— Quais? – franzi a testa confusa.

— Não foram namoradas na verdade. É mais Sophia. Logo ela. Eu tenho que ouvi-la detonando a mãe da minha filha! – suspirei ao sentir sua dor.

— Vem aqui. – o puxei para um abraço.

— Ela não vai fazer com que eu te perca né? – nos olhamos. Sorri docemente.

— Luna não é tão poderosa assim. Mesmo que ela se ache.

— Você tinha tantas escolhas melhores. – analisei seu olhar.

— Superamos o Alexandre né? – me afastei um pouco.

— Você superou? – abri a boca em espanto.

— É lógico Yuri! Tudo não passou de um mal entendido. Achei que sentíamos algo ainda, mas pude ver que não era nada disso.

— Então estamos oficialmente juntos não é mesmo? – ficou corado me fazendo sorrir.

— Não pela vontade da sua mãe. – dei uma risadinha. Depois o beijei. – Você é muito lindo. E eu preciso ir tomar banho.

— Acho que sua mãe nem vai notar se eu for com você. – arregalei os olhos. – E se ela perceber... Gosto de perigo.

— Isso. Tudo que precisamos. Nossas mães contra a gente. – sorri e não resisti, indo com ele para debaixo do chuveiro. Não me arrependendo nada depois.

Pelos meus cálculos, Luna teria ainda até o nascimento da filha de Yuri para ficar ranzinza e chata. Quando ela colocasse os olhos na neta eu tinha certeza que o bebê iria amolecer o coração dela e tudo ficaria bem mais fácil.

Murilo Narrando

Após aquele encontro desastroso, acordei um pouco mais cedo e preparei um café da manhã para Adam.

— Senti o cheiro do meu quarto. – disse ao se levantar. – Nossa isso é um banquete.

— Achei que merecia... – finalmente o olhei.

— Ah... – chegou mais perto. – Você não tem culpa de ser tão fofinho e lindinho. – apertou minhas bochechas me deixando com raiva. – Foi um sexo bom. Só não vai acontecer de novo. – se sentou á mesa.

— Como assim? – continuei finalizando aquilo.

— É óbvio né Murilo? Ele não teve respeito nem no nosso primeiro encontro com amigos, imagina daqui um tempo. Essa minha cabecinha já é linda, não precisa de enfeites. – dei uma risada da forma como ele falou.

— Come. – me posicionei perto da mesa para colocar a última panqueca. – Meu professor diz que a gente vê a falta de experiência na forma de segurar o saco de confeitar. – Comecei a decora-las. – Eu fazia assim. – mudei a minha mão. – Agora faço assim. – o olhei. – O que foi?

— Você fica ainda mais lindo quando está falando sobre o que gosta. Digo isso na inocência. É só uma admiração de amigo mesmo. – suspirou. – Espero chegar o dia em que eu falarei essas coisas e não precisarei me explicar.

— Não precisa. Somos amigos, não somos? – ficou me olhando por um tempo.

— Murilo... – colocou sua mão por cima da minha. – Vamos nos prometer que nunca vamos brigar por cara nenhum? – baixei os olhos.

— Acho que fico irracional quando se trata dele. - me referi a Kevin.

— Eu estou apaixonado! Você viu. Era muito fácil te culpar por ter atraído a atenção dele, mas preferi acabar com tudo. Porque eu acho que nossa amizade vale muito mais. É só você pensar quem esteve ao seu lado todo esse tempo. – começou a comer. – Isso aqui está muito bom.

— Igual a tudo o que eu faço. – sorri.

— Autoestima tá em dia. – dei um meio sorriso. Ele deu a ideia de irmos a um lugar que eu não conhecia e acho que minha expressão entregou isso. – É tipo um shopping. Tem a estrutura de um shopping. Cheio de lojas, tem um café maravilhoso e como você ama experimentar comidas, a gente pode almoçar em um restaurante italiano maravilhoso que tem lá.

Concordei de primeira, afinal quer me convencer de alguma coisa é só colocar comida no meio. Arrumamos e saímos de casa antes mesmo de Audrey se levantar. Deixamos um bilhete todo fofo e ela teria café da manhã pronto se acordasse a tempo. Isso que dava conversar com o namorado pela internet até tarde.

— Não é possível. – parei e segurei o braço de Adam.

— O que foi Murilo? Não tá passando mal né? – me olhou todo preocupado. Apontei para o painel na loja. As imagens trocavam e entre elas estava uma foto de Kevin. Não, não era mesmo possível. Passei as mãos nos olhos e tentei ver com mais atenção. Não existia alguém igual a ele no mundo. Era ele. Só podia ser ele.

— O meu ex namorado. Naquela foto. – mostrei.

— Mas são duas mulheres. – o fuzilei.

— Espera mudar. – respirei fundo por algumas vezes.

— Uau. Ele é muito gato mesmo. Eu quero essa jaqueta que ele está vestindo. Apesar de ser gritantemente hétero. Vem, vamos entrar na loja.

— Não. – permaneci no lugar. – O restaurante. Preciso de uma vodka.

Adam não entendia o motivo de eu não conseguir me desligar de Kevin. Talvez eu também não entendesse. Era algo que eu apenas não conseguia controlar. E eu cansei de lutar e fazer de tudo que eu podia para ter esse controle.


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Notas finais do capítulo

Devo deixar um post na madrugada se tudo der certo, caso contrário venho amanhã ou no meio da semana ♥



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