Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 47
Acostume-se com isso


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥
* a narração do Rafa é na outra versão, mas por questão de estrutura tive que colocar aqui. (: se não iria bagunçar meu cronograma! ♥
* demorei, mas valeu a pena... ♥



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Alice Narrando

Esperava mais de uma sexta feira do que faltar a academia – por pura preguiça, preciso acrescentar – e ficar consolando o Kevin.

— Vocês dois ficaram a quinta sem se falar, lógico que hoje ele te procuraria. – falei me referindo a ligação de Rafael que ele rejeitou.

— Não quero mais falar dele. – o olhei e ri. – O que foi?

— Você passou as últimas duas horas falando dele.

— Agora eu parei. – fiquei olhando pra ele. – Tô falando sério. Vamos falar de você, tá usando a agenda que eu te dei?

— Aquele caderno de couro com a minha letra dourada banhada a ouro na capa? – perguntei e estreitei os olhos. – Por que você é tão exagerado?

— É onde você vai anotar suas emoções, no mínimo tinha que ser algo que iria durar. – ele sorriu antes de pegar seu celular. - Arthur mandou mensagem, ele não vai a faculdade. Parece que o amiguinho dele também não foi, lembro que ele iria sair com o pessoal do serviço. Vamos pra lá, eu e ele queremos falar algumas coisas pra todo mundo. – assim fizemos.

— Você podia me contar sobre ter sumido quarta feira. – o olhei com cuidado. Ele estava evitando aquele assunto, mas eu sabia que era importante.

— Você ainda vai saber. Todos vão. Agora vamos entrar. – ele desceu e eu suspirei, sem ter outra opção.

— Estamos desconfiados do Danilo então queremos armar uma emboscada pra ele. – Arthur falou e olhou Yuri. – Por esse motivo Otávia nem sabe que estamos aqui. E no mínimo ela deve estar se encontrando com ele agora.

— Ela vai se sentir traída, isso vai dar ruim.

— Quando vocês fizeram isso pelas minhas costas usando Alice estava tudo bem né? – ele perguntou insatisfeito.

— Vai direto para a emboscada. – Ryan sugeriu com sua impaciência usual.

— Vamos falsamente dar um voto de confiança a ele e deixa-lo participar de tudo e um amigo do Kevin que Diana já usou pra atingi-lo vai procura-lo e fazer uma proposta. Vamos ver se ele é leal.

— Sem mais detalhes é isso.  – Kevin completou a fala do irmão. – Quanto menos souberem é melhor. Agora vamos para o pior assunto. – eles se olharam.

— Caleb está entrando em ação para tentar reverter ou pelo menos minimizar os danos de todas as atitudes dele – Kevin o interrompeu.

— Eu sugeri a morte, mas ninguém me escuta.

— Como eu dizia, a preocupação prioritária é reconquistar a confiança dos aliados e principalmente Eugênio, mas eu preciso da ajuda de vocês.

— Mas em que? – Larissa perguntou um pouco espantada.

— Vocês vão participar de alguns processos, como distração. Mas, por exemplo, Ryan e Alexandre passarão um dia todo vigiando a rotina de Eugênio. Por enquanto é isso, mas vamos ter tarefas diferentes. Se precisarmos de uma grávida temos Sophia, alguém pra fazer papel de sonsa Giovana é excelente e pra seduzir... – Arthur respondeu e a olhou.

— Geralmente a minha irmã faria isso. – ela não gostou da ideia.

— Mas ela está grávida agora. – ele respirou fundo.

— Vocês confiam mesmo em Caleb? Estão ajudando ele.

— Não. E por isso nossas ações estão no nome da Alice a partir de agora. – ele respondeu e eu fiquei sem reação.

— Isso nos protege do nosso pai. – Kevin acrescentou.

— Por que a Alice? – Ryan perguntou curioso.

— Mesmo que aconteça dela se esquecer disso, ela foi a primeira garota que ele amou e a prima especial dele e agora ela é... O meu encosto preferido.

— Você não quer outro encosto Kevinho? Só que já aviso que vou transferir o ativo antes de você piscar os olhos.

— Por que eu esqueceria? O meu problema está ligado a emoções e não a memória.

— Você disse que poderia piorar. – eu e ele nos olhamos.

— Cala a boca Kevin. – pedi baixo. – Não concordo com isso, nem assinei papel algum.

— Assinou sim. Eu cuidei disso. – tinha que ser ele. – Podem voltar a fazer... Nada. – ele ironizou e riu. Vi que rejeitou uma chamada mais uma vez.

— Kevin. – cheguei perto dele. – Atende. Ele está te ligando já tem horas. E nos últimos minutos eu notei que tem ligado com mais frequência. – ele fez um semblante aborrecido e atendeu. – E aí. – ele guardou o celular e ficou me olhando.

— Vou busca-lo no bar. Tá bêbado demais. – dei um sorriso.

— Por que ele não ligou para o Arthur?

— Arthur. – ele o chamou e quando ele chegou eu percebi que ele evitava me olhar. – Rafael te ligou pedindo pra busca-lo?

— Não. Por quê?

— Ele tá com o seu carro?

— Tá, o que aconteceu?

— Vem comigo. Ele tá bêbado. – ele praticamente ordenou e depois me olhou. – Pede o Yuri pra te levar em casa, tenho certeza que eu vou demorar por aqui.

— Tá bom. – concordei e sorri. Torcia para que saísse alguma coisa disso ou que pelo menos eles se reconciliassem.

Murilo Narrando

Consegui ir para a república antes de o Eliot chegar ao hotel para o trabalho, esse era o plano e por ser minha maior vontade achei que não daria certo, só pra variar um pouquinho.

— Regras da casa. – Audrey disse assim que entrei, Adam me olhou querendo rir. – Nada de barulho após as vinte e duas, são regras do condomínio. Não me incomodem porque estou estudando ou falando com meu namorado. Agora seja bem vindo. – ela deu aquele sorriso meigo dela.

— Você pode ficar no quarto que era do Apolo ou o outro. – Adam me levou pelos quartos. Acabei ficando no maior. – Ele deixou algumas coisas dele aí, deixa em qualquer canto. – concordei.

— Foi a aula hoje? – ele respondeu positivamente.

— Precisa ver cada cara gato que entrou naquele colégio.

— Para. – o interrompi. – Você quando começa falar de homem é tão cansativo.

— Você é tão chato Murilo.

— Deve ser porque estou aqui pra estudar e não conhecer caras gatos.

— Você pode estudar e conhecer caras gatos. – ele sorriu.

— Já conversamos sobre despesas, regras de convivência – apontei para fora, mostrando ser de Audrey essa parte. – O que mais precisa ser dito?

— Sua chave. – ele me entregou e suspirou. – Quer que eu te ajude com as roupas?

— Agradeceria. Mas vamos fazer isso amanhã, hoje estou cansado. – Adam saiu e eu tomei um banho e dormi. No outro dia acordei cedo e me arrumei para ir a aula.

— Por que essa pressa? Você não tá atrasado. – olhei Audrey e respirei um pouco.

— Vou ter que ir da escola para o curso, não me programei.

— Eu vim aqui pra estudar. – Adam zombou de mim.

— Come devagar Murilo, você vai passar mal. – a olhei e sorri docemente.

— Você lembra mesmo a minha irmã.

— Por que tem que chegar mais cedo?

— Preciso passar no hotel antes da aula. – olhei meu celular. – Tenho que ir, o carro chegou. - engoli o café.

— Compra uma bicicleta pra você, tá dando uma despesa do caralho para os seus pais.

— Eu vou fazê-lo comprar um carro pra mim aqui. – falei e dei um sorriso grande.

— E a gente vai caçar caras com o seu carro?! – ele passou o braço pelo meu ombro me impedindo de sair.

— Para de falar de homem!

— Não sou hétero, quer que eu fale de que? Tchau Murilo.

Cheguei no hotel e dei de cara com quem eu menos queria. Ele parou e ficou me olhando, eu não sei o motivo, mas fiquei sem reação e também fiquei olhando pra ele.

— Não sabia que tinha voltado. – olhei pra baixo.

— Não voltei. Só vim pegar uma coisa com Gardan.

— Por que não consegue olhar em meus olhos? – levantei os olhos, mas olhei para o lado. – Namorar comigo amando outra pessoa e me mostrar isso te deixa tão envergonhado assim? – finalmente olhei em seus olhos. Sua voz era calma e carinhosa.

— Sei que te magoei Eliot. Não pretendia fazer isso.

— Eu sei. Eu me magoei me colocando nessa situação. Sabia de tudo desde o princípio não é mesmo? Por que você foi pra clínica?

— Por que eu tinha medo de ficar sozinho e ter uma nova crise.

— Eu estava tão bravo aquela época, tão enciumado e ferido. Mas você sabe... Eu faria tudo por você. Não precisava ter ido, eu iria cuidar de você, mesmo de longe.

— Não dava. Eu não podia ficar sozinho. Mesmo com alguém os meus pensamentos me perturbam e me controlam, imagina sem ninguém.

— Fiquei louco quando eu soube. – seus olhos se encheram de água. – Queria ir te ver e não podia.

— Preciso ir. Já estou atrasado pra aula.

— O que ele tem de tão especial? – ele só podia estar brincando. – Só quero saber.

— Por que essa pergunta assim do nada?

— É uma curiosidade.

— Ele é diferente de tudo. Talvez seja isso que ela tenha de tão especial.

— E você pra mim é diferente de tudo. Que coisa. – sorri após sua fala risonha. – Vá. Não quero te atrasar mais.

— Como sua mãe está?

— Diferente do que você disse a sua mãe quando voltou... Bem. – balancei a cabeça negativamente enquanto sorria.

— Diga a ela que tenho saudades.

— Ela vai gostar de saber disso. Mas é algo simples de resolver... Pode visita-la quando quiser. Não vou me iludir por isso.

— Por que se iludir? – ele deu uma risada baixa e envergonhada.

— Tá bem claro que eu me arrependi do que eu fiz.

— Também tá bem claro que eu não o esqueci. Não superei. E não quero te ferir de novo. Bom dia Eliot. – sai antes que eu não conseguisse nem entrar no colégio. Sabia que era a  melhor decisão.

Rafael Narrando

Alegria. Era isso que eu sentia. Ria de tudo e de todos. Sem sentido nenhum. A bebida fazia isso e eu amava. Mas não era o suficiente. Por que eu estava sempre pegando meu celular e ligando pra ele. E o tempo todo o meu pensamento era apenas um, Kevin. Quando ele enfim atendeu e concordou em me buscar eu fiquei alegre de verdade. Não era efeito do álcool, essa sim era a real felicidade. Dava pra distinguir a diferença mesmo estando um pouco bêbado.

Vi seu carro parando e me levantei da mesa, me despedindo dos poucos caras que ainda estavam por lá. Quando me aproximei vi Arthur com ele.

— Chave. – ele me pediu e eu dei. Entrei e ele me olhou.

— Você nem tá tão bêbado assim.

— Tô. – sorri. – Por que você tá me evitando?

— Só vim te buscar. Não quero conversar.

— Anda devagar se não vou vomitar.

— Meu carro já foi sujo com o seu sangue, agora vai ser com seu vômito? Vai faltar o que?

— Posso ejacular se você quiser. – respondi e ri. Ele me olhou insatisfeito.

— É. Você tá mesmo bêbado. – ele respirou fundo como se aquela observação fosse ruim.

— Não foge do assunto. Você tá correndo de mim. Não quero ficar com mulheres Kevin, não dou em cima de ninguém. Se eu sou simpático é porque meu pai me deu simpatia.

— Não se dá simpatia Rafael.

— Dá o que pra pessoa ser simpática? Educação? – ele me olhou bem bravo. – Você acha sexy quando me vê estudando e eu acho sexy quando você fica bravinho assim. Aliás, noventa por cento das coisas que você faz são sexys. Como você consegue ser assim?

— Você pode ficar caladinho até a gente chegar? Já tá chegando. – fiquei quieto antes que ele ficasse bravo de verdade. – Vou entrar com você. – ele disse ao parar e saiu do carro, sai também e passei pela frente correndo até ele.

— Viu que me magoou e tá tentando consertar? – perguntei depois de abraça-lo.

— Não. Já iria fazer isso. Você se magoou? Eu estou magoado há dias.

— Eu não sou culpado. Você tirou suas próprias conclusões. E tá errado. Por isso eu deixei você pensar um pouco, mas nem assim você conseguiu entender.

— Não tem que ser simpático com ninguém. E se derem em cima de você tem que deixar bem claro que tem namorado.

— E o ciumento sou eu? – me soltei dele e fui em direção a porta, mas ele me virou de volta.

— Estou falando sério Rafael. – olhei em seus olhos.

— Tá bom. Vou contar pra um fofoqueiro de lá que você é meu namorado, ele vai espalhar rapidinho. Nenhuma mulher vai dar em cima de mim. Nunca mais. – ele não gostou muito do que ouviu, mas não falou nada. Subimos para o meu quarto e eu fechei a porta.

— Vou tomar um banho, você me espera né? – ele se deitou na cama e ficou me olhando.

— Claro. Escove os dentes, não quero beijar sua boca cheirando a bebida.

— Como você sabe que vai me beijar?

— Sempre sei de tudo, esqueceu?

— Mas isso você não pode saber. É algo que está acontecendo dentro de mim e... – ele me interrompeu.

— Você demonstra que quer me beijar o tempo todo e agora que bebeu vai se deixar levar. Anda logo Rafael, não tenho a noite toda.

— Já te falei sobre o seu jeito estúpido. – ele deu uma risada safada. – Imbecil.

Quando sai do banho deitei ao seu lado enrolado na toalha, ele estava mexendo no celular, tirei o aparelho da sua mão e inclinei-me para frente, apoiando minha mão em seu rosto e unindo nossos lábios em um selinho demorado. Ele fechou os olhos e devolveu na mesma intensidade, puxando meu rosto o máximo que conseguia para que nós continuássemos unidos. Deu início ao beijo, pedindo passagem para a língua educadamente. Entreabri os lábios, cedendo, enquanto acariciava o seu rosto com delicadeza. Nossas línguas se movimentavam sem pressa e sem vontade nenhuma de se separarem. Nem parecia que não nos beijávamos há dias. Eu amava a sensação de ter os lábios de Kevin pressionados aos meus. Era algo que me acendia dos pés a cabeça. Que percorria uma maratona por cada pedacinho do meu corpo. Nunca conseguiria explicar como era bom e ao mesmo tempo confuso explodir em um milhão de sentimentos só por estar o beijando. Sentir o coração bombear não apenas sangue, mas também alegria, alívio e paz. Uma paz interior gigante.

— Chega. É melhor pararmos. – abriu um sorriso sem graça. Acabei arfando quando rompemos o beijo. Ele encarava os meus lábios com toda certeza avermelhados e para finalizar, deu-me um breve selinho. Nós estávamos tão próximos que a ponta de seu nariz encostava-se ao meu. Ele acariciou suavemente o meu rosto com o polegar.

— Por quê? – perguntei, olhando para ele com expectativa. Kevin encaixou sua mão na curvatura de minha nuca fixando nossos olhares. Soltei um riso baixo. – Você é inacreditável.

— Eu só quero ver esse sorriso voltar a aparecer nos seus lábios. – balancei a cabeça, ainda um tanto quanto surpreso. – E se continuarmos o arrependimento vai te corroer mais tarde. Não é isso que eu quero.

— Eu odeio quando você faz isso. – declarei, espalmando minhas mãos em seu peito. Ele entreabriu os lábios em surpresa, pressionando seu corpo com mais força contra o meu. – Odeio quando é tão sensato e age com a razão.

— Não sou sempre assim. Na realidade mesmo eu sou um monstro. – seu olhar ficou sombrio. – Mas é claro que você odeia. Tá louco pra chegar mais perto ainda de mim. – retrucou, fazendo-me rolar os olhos e soltar uma risada um pouco controlada. Ficamos conversando sobre qualquer assunto que não fosse esse e tentei manter minha boca longe da dele. Mas não durou muito tempo.

— Kevin... Eu realmente quero. – sussurrei. – Muito.

— Pensei que você nunca mais fosse querer isso. – seus olhos entregavam o quanto ele ainda estava com medo da minha reação depois.

— É só essa vez. – falei baixinho tentando convencê-lo e não dei tempo para que ele pensasse. Ele parou de me beijar de repente.

— Não. Não estraga tudo. – pedi, fazendo com que ele esboçasse um sorriso rapidamente.

— Calma. Só ia mandar você trancar a porta. – dei uma risada e fiz o que ele sugeriu. E era melhor mesmo. Eu estava mais afobado do que gostaria, afinal, essa era a primeira vez em bastante tempo e eu não deixaria que os meus problemas o afastasse agora. Lembrei de Murilo. Ele tinha os seus encantos, os seus dons, talentos e especialidades. E, eu? Eu tinha o meu jeito de estragar tudo. Tinha também o meu jeito de negar os sentimentos e me meter em furadas. Então, lá estava eu, quando deixei de fazer isso tudo, quando não neguei ao que sentia, me vi em meio ao dilema de não ter coragem de estar com quem eu amava. Isso era inconcebível.

Não fomos interrompidos como eu tinha certeza que não seriamos. A única coisa que eu conseguia pensar era que ninguém nunca saberia me guiar e me levar para outro lugar como Kevin. Estava tentando normalizar minha respiração quando notei que ele estava me olhando.

— Já estou desacostumado. – sorri após minha fala ofegante.

— Como está se sentindo? – desviei do seu olhar.

— Um pouco dolorido talvez. – ri.

— Não é isso que eu quero saber. – ele disse com a expressão séria. Pensei por alguns segundos. Virei para o seu lado e o abracei.

— Só não sai de perto de mim, se não a culpa vai surgir. Não quero que isso tome conta de mim agora.

— Eu nunca quis sair do seu lado. – ele fez carinho em meu cabelo e beijou o topo da minha cabeça. - Quando eu fiquei com o primeiro cara eu entendi que nasci assim, foi mais fácil pra mim. Desculpa se não consigo compartilhar do seu conflito. – olhei pra cima e encarei seus olhos.

— Você nunca me contou sobre isso. – e então ele me contou tudo o que eu não sabia sobre sua homossexualidade.

— Por que você disse que Deus não está nem ai se eu sou gay ou não? – perguntei me lembrando da nossa conversa.

— Porque o amor dele por você não esta condicionado a isso, é um amor incondicional. – meus olhos se encheram de água. – Ele não quer saber se você se relaciona com A ou B Rafael, Ele só quer fazer parte da sua vida e quanto mais você o procura, mais você vai conseguir se aproximar Dele e entender isso.

— Kevin? Você... Não... – eu o olhava completamente surpreso.

— Não pareço religioso? – ele deu uma risada. – É outra coisa sobre mim que ninguém sabe. Procurei a religião quando... Ele se foi. – abaixou o rosto. – “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” e ele me aliviou. – ele ficou me olhando. – Mas antes disso e eu ele já nos relacionávamos... Só não tão intimamente.

— Acho que hoje eu te amo um pouquinho mais. – o olhei admirado.

— Só não conta pra ninguém. Não é que eu tenha vergonha disso, é só que... Tenho essa coisa com a minha mente e eu me descontrolei tanto por um sentimento... Aquela época foi muito difícil pra mim. – sussurrei um “Shhh”.

— Ninguém sabe do que você mais gosta de fazer, sabe? – sorrimos juntos. – Sou confiável, fica tranquilo. Por falar nisso, o meu vaso está a salvo ou você o quebrou por raiva de mim esses dias?

— Jamais faria isso. – sua risadinha me deixou em dúvida.

— Kevin... – ele me olhou desconfiado. – Dorme comigo.

— Faço qualquer coisa que você quiser. – sua resposta surgiu de forma espontânea e amorosa. Aquela noite certamente entraria para a lista das nossas noites mais especiais.

— Não me trata como uma mulher, não me deixa parado no escuro esperando uma mensagem sua. – Kevin pediu pela manhã assim que sai do banho para ir para o trabalho. Dei uma risada.

— Não é assim que se trata uma mulher. Ou pelo menos não deveria ser. – ri mais ainda, já que nunca fui um exemplo nisso.

— Eu chutei, não sei, não durmo com mulheres. – apertei as suas bochechas e mordi seu queixo.

— Que sorte a minha então. – estranhou toda a minha proximidade. – Vi que você estava falando com seu amiguinho. – segurei o sorriso de ciúme.

— Vamos comigo até o bar que ele trabalha. Você vai ver que não tem nada. – fiquei olhando pra ele e pensando naquilo. – Por favor, Rafa.

— Antigamente você me chamava de Rafs. – falei e sorri.

— Hoje acho mais carinhoso Rafa. Eu tô falando sério, se eu não posso fazer nada sobre isso tudo que você sente deixa pelo menos que eu tente acabar com esse ciúme bobo?

— Tudo bem. – sorri. – Agora vai embora se não eu não vou conseguir acabar de me arrumar.

— Depois eu sou estúpido. - me lançou um olhar de desaprovação e grudou nossas mãos, fazendo a careta de “acostume-se com isso”. – Eu te vejo hoje a noite então?

— Tenho aula esqueceu?

— Não. Mas eu estarei aqui te esperando quando chegar. Tchau.

— Bom trabalho pra você também. – quase gritei ao ver que ele já havia saído. Idiota. Por certo eu passaria o dia todo pensando em quando chegaria em casa a noite.


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Notas finais do capítulo

Juro que volto mais rápido dessa vez ♥



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