Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 43
Afastamentos e Aproximações


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Alice Narrando

Quando Kevin me encontrou eu ainda estava aborrecida, então esperei me acalmar. Pedi a ele que saíssemos de lá. Ele me levou para o parque florestal de Torres.

— Não sabia que gostava desse lugar.

— Não gosto, mas sei que você gosta.  – ele respondeu e me olhou. – Desculpa se tá chateada, eu não te contei sobre Rafael porque na verdade não queria contar a ninguém, Arthur e Yuri que insistiram.

— Tudo bem. – nos sentamos na grama. - Se desculpando... Quem diria que você é um cara legal.

— Eu sou do mal. E eu gosto disso. – ele estreitou os olhos me olhando.

— Como você tá com isso tudo?

— Melhor que você com sua regressão. – dei uma risada. – Não estou brincando.

— Não quero falar sobre isso.

— Tá vendo? – ele me olhou.

— Sério Kevin, me diz como tá se sentindo.

— Você não quer falar do seu problema e eu tenho que falar do meu?

— Tá não fala. Só saiba que não dá pra todo mundo aceitar essa nova experiência numa boa Kevin.

— O Murilo aceitou. – nos olhamos. Dei um sorriso.

— O Murilo é devasso. – ele me olhou com raiva. – Não tente discordar. Ele transou trezentas vezes com a Fabiana lá em casa. Ele é devasso.

— Ser homossexual não tem nada a ver com isso.

— Mas ajuda, a pessoa de certa forma é livre.

— Rafael também era safado igual a ele.

— Ninguém era do nível do Murilo. Transar com um homem pra ele era como... Comprar um pão diferente. – ele riu. – Não leva a sério. Estou brincando. Só pra amenizar. – respirei fundo. - Meu irmão faz terapia. Ele me contou que é bem resolvido quanto a isso porque é algo que traz sentimentos bons a ele. O que ele não consegue lidar e que traz problemas é... Caleb. – o clima automaticamente ficou pesado.

— É, autoconhecimento é tudo.

— Já sei! Você devia fazê-lo ir a uma ótima terapeuta Kevin, pede a Isa uma indicação.

— Até que você não é tão idiota.

— Mulheres nunca são idiotas bebê. – falei e pisquei. – Espero que vocês consigam passar por isso.

— Falou a garota que termina quando deveria ter o namorado ao lado dela.

— Ninguém nunca vai me entender.

— E daí que você pode não sentir nada por ele? Ele sente por você Alice e não vai te abandonar.

— Não vou ficar com ele assim Kevin. Posso escolher?

— A vontade. Vamos embora? Esses mosquitos então me picando. – dei uma risada alta.

— Você é muito chato! – reclamei enquanto ele se levantava.

— Você é muito legal Linda. – ele debochou e eu decidi acompanha-lo. Ficar ali sozinha até que não seria má ideia, mas eu queria ir pra casa.

De tarde estávamos na casa dos meus avós, quase todo mundo estava lá exceto Kevin e Arthur, o primeiro eu não sabia o paradeiro e o segundo estava trabalhando com Ravi.

— Você não vai ser treinado por Arthur? – perguntei a Rafael.

— A partir de semana que vem. – ele respondeu e sorriu.

— Vamos fazer alguma coisa hoje a noite gente. – Sophia chamou animada.

— Reunir os seus pais e contar da sua gravidez é uma boa ideia. – Kevin disse entrando.

— O que você tá fazendo aqui? Ninguém te chamou.

— Não preciso ser chamado. – ele respondeu e depois me olhou. – Alice eu fiz uma pequena besteira e eu preciso que você conserte.

— Por que eu? – o encarei desconfiada. – Não tem a ver com Murilo né?

— Você tá doida? – ele olhou Rafael e depois voltou a me olhar. – Tem a ver com o medo que estou do seu namorado virar um boneco na mão do psicopata mais doente que eu conheço.

— Ele não é meu namorado.

— Foda-se. Anda Alice, vem comigo.

— Você só sabe aprontar. – resmunguei e quando chegamos lá fora ele me olhou de um jeito diferente. – O que foi? Não vamos a algum lugar?

— Não temos pra onde ir. – tentei tampar o sol do meu rosto. – Eu não fiz nenhuma besteira.

— Então explica isso. – coloquei as mãos na cintura.

— Queria ver se Rafael estava em casa. – comecei a rir. – Não ri. – ele pediu e fez uma expressão de chateado. – Eu não sei o que fazer. Só quero ficar perto dele.

— Que bonitinho. – apertei suas bochechas.

— Não tem nada de bonito Alice. – ele se encostou a seu carro. – Prometi dar um tempo e espaço a ele e não consigo manter distância. Que porra tá acontecendo comigo?

— Você o ama Kevin.

— Mas eu amo o Murilo e consigo me controlar.

— É diferente. Rafael ainda é seu. E vem, vamos entrar. Sou branca demais pra esse sol e você vai ficar perto dele indiretamente.

— Espera. – ele parou enquanto eu o puxava. – Não quero que ele se sinta mal com a minha presença.  – sua mão se soltou da minha.

— Kevin. – o olhei com tristeza.

— Não me sinto bem rodeando ele quando ele já deixou claro que não se sente bem em estar comigo.

— Como namorado, mas vocês podem ser amigos.

— Ele vai se sentir mal, vai ficar lembrando a gente junto, sentindo tudo aquilo que não quer sentir.

— Tá bom. Vai lá. Antes de você chegar por coincidência eu estava conversando com ele... Vou continuar. Se ele disser algo te conto depois. – beijei seu rosto e entrei.

— Já? – Giovana perguntou ao me ver entrando novamente. – Não demorou nem cinco minutos.

— É, foi rápido. – voltei a me sentar ao lado de Rafael.

— Fala pra ele que ele não precisa sair correndo quando me vê. – ele disse sem eu precisar dizer nada. Olhei pra ele.

— Não entendi.

— Percebi que ele tá correndo de mim.

— Eu estou correndo do Arthur, ele não está fazendo isso com você. Ele só tem medo de te deixar mal Rafael.

— Não tem motivo pra isso. Sei que tenho que resolver essas coisas dentro de mim, mas vê-lo fazendo isso é quase insuportável. – dei um sorriso.

— O Kevin é assim, mas ele se preocupa, e também sofre e assim que acontece ele foge. Não goste dele menos por isso.

— Parece que eu não vou gostar menos dele por nada. – ele suspirou pesado.

— Não entendo o que você tá passando, nunca passei por nada parecido... Como é? Como você se sente? – ele sorriu e seus olhos encheram de água. – Desculpa. Você obviamente não quer falar sobre isso. Nem somos tão amigos né?! Estou completamente errada.

— Não é isso. É que você fez o oposto de Otávia. Invés de julgar você tá perguntando como eu me sinto. É difícil acontecer isso. As pessoas só conseguem ver o escroto que odeia os gays.

— Se esse ódio existe ele tem que acabar Rafa. Eles são pessoas que apenas querem ser felizes. Não precisa se incomodar com eles. Se não te faz bem, não se envolva mais com Kevin, mas não alimenta esse ódio, acaba com isso.

— Conversei com a sua vó... – o olhei. – Ela foi psicóloga, queria que ela me ajudasse a entender um pouco isso tudo, fui falar com ela mesmo com medo dela ser preconceituosa, porque ela brigou quando Kevin dormiu em meu quarto.

— Não acredito que ela seja. – opinei.

— Não ela não é. Ela me contou que o episódio lembrou os tempos de putaria do marido, ela não gostou por isso. – dei uma risada.

— Lembro já ter ouvido minha mãe dizer algo do tipo... – brinquei. – Minha sorte é que se eu casar com Arthur, espera... – o olhei de lado. – Tem um tal de Rafael que o desvirtuou.

— Estou pagando agora sentindo isso tudo pelo irmão dele pode acreditar.

— E como foi a conversa com ela?

— Ela disse que toda essa raiva acontece por eu sentir que estou traindo os princípios divinos e estar indo contra o que uma pessoa que eu amo queria. Na verdade não é ódio, é raiva mesmo por querer ser como eles e não conseguir. – ele abaixou a cabeça. – Admiro tanto o Kevin. Mesmo com o pai que tem ele nunca pareceu se importar com nada disso.

— Antes de sabermos sobre ele nunca o vimos com ninguém e ele nunca ficou fingindo ser hétero. Ele apenas era na dele. Ele não escondia, mas também não parecia sentir necessidade de mostrar sua escolha.

— A gente nunca conversou muito sobre isso. Até porque pra ele e pra mim estava tudo bem. Quando ficamos a primeira vez ele se preocupou, achou que eu poderia ter uma reação negativa... Ele pensou que eu não iria querer mais. Mas eu quis. E queria cada vez mais. – ele se concentrou no nada lembrando os dois. – Estar com ele era diferente de tudo que eu já vivi, era como se eu me sentisse completo e... Parecia tão certo. Eu não me preocupei. Só continuei. – ele me olhou. – Jamais imaginei que algum dia eu iria enlouquecer desse jeito.

— Minha vó indicou que você faça um tratamento? – ele se assustou.

— Como você sabe?

— É óbvio. Você precisa de ajuda profissional. Ninguém pode te dizer o que fazer se não você mesmo. Tem que se conhecer primeiro pra depois saber o que você quer.

— Como você é tão esperta e muitas vezes tão boba?

— Não dá pra ser perfeita. E por enquanto eu ainda amo. – ri. – Pessoas que amam são bobas.

— É, eu acho que sei disso. – ele sorriu. – Kevin me ensinou como prestar atenção em duas conversas ao mesmo tempo, eles ainda estão decidindo aonde ir hoje a noite. O impasse são os enjoos de Sophia. Ela escolhe o cardápio. – arregalei os olhos.

— Você é um ótimo aluno. – falei surpresa. Passei a prestar atenção neles.

— Temos que esperar Aline, Arthur e Kevin. – Alexandre reclamou.

— Arthur se contenta com qualquer coisa, Kevin nunca vai se contentar com nada e Aline chegou ontem e já quer opinar? – Larissa revidou.

— Você só implica com ela! – Alê disse com raiva. – Se continuar fazendo isso vou me afastar de vocês com ela.

— Você não é nem idiota de fazer isso. – ela se levantou e foi pra perto dele. Ele se levantou e ficando a encarando.

— O que tá rolando? – Rafa me perguntou baixinho.

— Ciúme. – respondi e sorri.

— Continua pra você ver. – ele falou e ela foi pra cima dele, só que ele pegou o braço dela e pra isso se aproximou ainda mais e não sei se eu estava louca, mas eles quase se beijaram. Ele a largou e saiu da casa.

— Muita tensão por hoje. – Ryan falou e também saiu. – Decidam e me mandem mensagem.

— Gente eu só não posso sentir cheiro de comida japonesa e tailandesa, o resto... Acho que é tranquilo. – Soph falou e eu sorri, tadinha, era uma nova realidade que seria tão difícil pra ela.

— Tenho que ir, preciso experimentar alguns doces para o meu aniversário. Já está tão perto e eu não decidi nem a minha roupa ainda. – me levantei.

— Alice vai ser festa a fantasia, você tem que saber qual roupa usar desde quando decidiu o tema.

— Nossa é mesmo? – fiz cara de paisagem.

— Oi. – Arthur entrou e toda a minha vontade de ir embora se foi, o que era irônico uma vez que eu estava tão decidida. Ele subiu e eu olhei Rafael.

— Para com essa bobeira. – ele disse e sorriu. – Ele vai estar ao seu lado e é isso que importa.

— Mas ele merece uma vida normal. Com alguém normal. – suspirei. Era difícil alguém entender que eu não estava fazendo aquilo por egoísmo e sim por ele.

— Chega aí. – ele desceu e chamou o amigo indo para a cozinha.

— Vem também. – olhei o loiro com vergonha.

— Ele chamou você e não eu.

— Ah Alice nada que ele me diga ele não diria perto de você. – ele me deu a mão e eu fui mesmo com um pouco de receio. Chegamos e ele estava fazendo um sanduíche e pareceu estranhar eu estar ali. Sentamos à mesa.

— Preciso falar sobre seu novo emprego.  – ele disse e olhou o amigo. – Como você tá Alice?

— Bem. – respondi apenas. Ele veio e se sentou.

— Ravi odeia atrasos. Ele não é muito comunicativo, então não estranha se ele não puxar papo, é o jeito dele. Toda obra que você for com ele não faça mais que ele mandar. – ele disse olhando Rafael. – Depois te falo especificamente tudo o que você vai fazer.

— Ok. – ele respondeu e sorriu. – Vou... Subir. – ele se levantou e eu fiquei olhando pra ele.

— Se eu fizesse isso com ele e o Kevin ele não iria gostar. – comentei baixo.

— Ou iria. A gente nunca sabe o que a outra pessoa quer na verdade. – nos olhamos. Sabia que isso era uma indireta, já que agora eu deixei de estar tão distante dele.

— Não quero que pense que estou fazendo hora com você... – falei olhando para a mesa. – Só não consigo me manter longe muito tempo.

— Você não pode ficar fazendo isso comigo. Eu estou sofrendo muito Alice. – odiei o tom da sua voz tão magoado e triste.

— Você tá certo. – me levantei. Antes que eu fosse embora ele também se levantou e me abraçou.

— Continua. – ele disse baixinho em meu ouvido. – Se você se aproximar eu vou ficar bem.

Nossa vó chegou e nos olhou. Ela parecia bastante insatisfeita com o que via. E então ela pediu para conversar comigo. Respirei fundo pensando quando eu iria ter um pouquinho de sossego.

— Vó não faz isso. – Arthur a olhou. – Minha mãe não tem razão em nada que diz e eu sei que é sobre as coisas que ele fala que você quer conversar com Alice.

— Não tente adivinhar o que eu penso ou o que eu quero dizer. Vá se alimentar. – ela olhou para mesa. Depois entrelaçou nossos braços e me encaminhou para a área da piscina. Sentamos juntas em uma das mesas. – Quando eu vi essa casa pela primeira vez essa foi a parte que eu mais gostei... – ela olhou ao redor. – É até hoje. – nos olhamos.

— Sobre o que você quer me falar? Estou atrasada pra ir provar os doces do meu aniversário. – falei um pouco chateada.

— Não parecia com pressa ali na cozinha. – ela sorriu. – Sua pressa escolhe as pessoas que ela vai se apresentar, interessante.

— É difícil conversar com alguém que foi psicóloga tantos anos. – a encarei. – Pare de falar assim comigo.

— Por que está tão nervosa Alice?

— Sinto que está me julgando.

— Por que eu te julgaria?

— Pelas coisas que Luna já te disse.

— Pois bem... – ela respirou fundo e depois cruzou as pernas. – Minha filha não me disse nada de mais, só tá preocupada com o estado emocional do filho. E eu como vó também estou. Não é a primeira vez que o pego com os olhos tristes, suspirando pelos cantos, sem ânimo e com cara de choro. A gente se preocupa, é normal. Isso não significa que te odiamos Alice.

— E você já soube? – a olhei.

— Sim. Seu pai me contou. E se você puxou a sua mãe você terminou para que ele não passe por isso ao seu lado. – concordei. – É. – ela respirou fundo mais uma vez. – Só que a sua mãe era bem mais decidida que você. Pra se separar do seu pai ela até simulou uma traição, ela o fez odiá-la. Se quiser mesmo que ele não sofra e pra isso acha que precisa terminar, não fique fazendo dele seu porto seguro. Não é assim que funciona.

— O que tá sugerindo? Que eu fique com alguém? Eu nunca fiquei com nenhuma outra pessoa, além de Kevin que hoje eu nem conto como alguém.

— Eu não disse isso. O que eu falei é que não dá pra você empurra-lo e puxa-lo o tempo todo Alice. Liberte-o. – fiquei em silêncio. Ela deu uma risada baixa. – Sei que está pensando “e se ele arrumar alguém" ou ”e se ele me esquecer”, mas é pra isso que as pessoas terminam. Amadureça. Você já vai fazer dezesseis anos, tem idade suficiente pra saber o que é certo e o que é errado. E enrolar o Arthur desse jeito é errado minha filha. Ele é um garoto bom, é alguém que qualquer uma daria tudo para ter ao lado... – não consegui continuar segurando o choro. – Sei que Luna é insuportável e não foi isso que eu ensinei a ela, mas a educação que ela deu ao filho é de se admirar. Ser chata às vezes tem alguma vantagem. – ela bateu em meu joelho. – Já que ele faria qualquer coisa por você faça isso por ele. – ela deu um sorriso triste e se levantou.

— Se ele me ver chorando ele vai brigar com você, não quero isso. Vou ir embora pela garagem. – falei e sai quase correndo.

Depois dessa conversa eu não queria fazer mais nada. Não fui experimentar os doces e nem queria sair a noite, mas Kevin insistiu. Ele disse que se eu não fosse ele também não iria. Lá estava eu com ele.

— Chegou atrasado. – Ryan reclamou olhando pra ele.

— Esperando a linda, maravilhosa. – ele disse com raiva e me olhou enquanto eu entrava. Nos sentamos nas cadeiras que estavam vazias. Claro que não coincidentemente eram ao lado de Rafael e Arthur.

— Pede mais dois copos. – Larissa mandou ao tatuado e antes que ele falasse qualquer coisa o loiro a olhou e respondeu.

— Ele não toma refrigerante. – ele olhou o garçom. – Um suco de abacaxi com limão sem açúcar e muito gelo. E um copo. Obrigado. – todos ficaram olhando pra ele.

— Como você sabe o sabor do suco que ele gosta? – a sonsa da Gih perguntou.

— Eles eram namorados tapada. – Ryan deu um tapa na cabeça dela. – Quer dizer... Ainda são né? – ele ficou sem graça.

— Se você bater nela de novo eu vou te arrebentar. - Yuri falou e todos quase gritaram.

— Mas namoraram nem um mês, não dá pra saber gosto um do outro. E se sabe até esquece.

— Não esqueço nada dele. – Rafael falou sério. Kevin levantou as sobrancelhas e coçou a cabeça.

— Estamos em um lugar público, controle seus impulsos. Não iria querer que ninguém te escutasse.

— Acho que é bom que ele vá se acostumando... Estamos vendo claramente que ele tá tentando ir contra a algo que ele quer. – Sophia opinou.

— Ela está grávida. – Kevin avisou o olhando. – Não a ofenda.

Fizemos nossos pedidos e começamos um assunto qualquer, que não envolvia a luta pessoal de Rafael. Evitei olhar para o Arthur e fiquei mais na minha, mas eu sabia que ele conhecia até quando a minha respiração estava diferente e depois iria me perguntar por que eu estava estranha.

— Você tá exagerando... – Rafa reclamou e Kevin serviu mais uma concha de feijão. Dei uma risada. Se tinha alguém que eu não iria conseguir namorar era Kevin.

— Você só come o churrasco. Feijão tem ferro e faz bem pra saúde. – ele se explicou.

— Ele quer outro tipo de ferro. – o imbecil do Alê disse fazendo todos o encararem. Kevin o olhou e discordou sutilmente.

— Batata frita, toma mais, seu colesterol tá baixo.

— Você é muito idiota. – o loiro disse e deu uma risadinha. – Não fiquei desconfortável. – ele olhou Alexandre após sua fala. – Mas se você puder evitar essas piadinhas eu vou agradecer.

— Relaxa, ele só faz merda. – Lari disse e o olhou. Pronto. Os dois iriam começar a discutir e bem em frente a Aline, quem ele estava tendo um lance que até então parecia ir muito bem. Pelo visto não era só pra mim que as coisas estavam confusas e insatisfatórias.

Giovana Narrando

Yuri queria conversar comigo e toda vez que iriamos conversar eu tentava trazer assuntos idiotas e corriqueiros. Até o fiz me contar sobre Kevin e Rafael e no mesmo instante liguei para Larissa contando, o que não fazia nenhum sentido, mas era apenas para que ele não dissesse sobre o que eu sabia que ele diria.

— O nosso beijo ontem... Só quero fazer as coisas do jeito certo, da forma como você quer, mas... Preciso dizer que quero te beijar outra vez. – ele falou sem cerimônia parecendo perceber que eu fugia do assunto.

— Yuri... Vamos deixar isso pra lá por enquanto.

— Tudo bem. Mas eu precisava que soubesse disso. Caso você pense no assunto... – nos olhamos e ele sorriu.

— Você não vai desistir né? – ele riu.

— Não. – suspirei. – Um Montez não desiste. Veja meu irmão com Alice. – sorri.

— Então eu acho que sou bem sortuda. – suspirei apaixonadamente. – A sua vontade é a mesma que a minha, mas você sabe que temos que ser cautelosos... Sempre tive pavor de Diana desde a primeira vez que a vi.

— Ela não vai te machucar. – ele falou de uma forma que quase me convenceu.

— Pode ser. Mas a gente sabe o motivo real dela ter se aproximado de você? – ele ficou me olhando.

— Ei... Você não é tão sonsa quanto todo mundo diz. Isso é muito interessante. Ela não queria só ter informações ou me fazer brigar com meus irmãos. Tem alguma coisa maior por trás disso tudo.

— Sim, claro que tem. Kevin está envolvido demais no romance dele com Rafael e ele não consegue mais pensar como antes... Acho que vamos ter que ajuda-lo.

— Vou passar a noite montando teorias. – ele sorriu. Depois me puxou e me abraçou. – Posso te abraçar pelo menos?

— Um abraço rapidamente vira um beijo. – me afastei. Não seria fácil manter as coisas desse jeito, mas infelizmente era a única forma.


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Notas finais do capítulo

Até amanhã ♥
ps: Yuri virando um Kevin, cheio das teorias, já amo, meu bebê tá crescendo ♥ afinal Kevin vai ter que passar o bastão pq daqui uns tempos ele só vai ter cabeça para o Rafael, parei.
* hj dei folga ao Murilo, ele precisava descansar, rs (:



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