Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 34
Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥
* acho que a narração do Rafael era feita na outra versão, mas ela precisava ser feita aqui.
*Foi mal pelo capítulo grande.



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Alice Narrando

Acabei de me arrumar e fui até o quarto do meu irmão. Deitei em sua cama e fiquei observando enquanto ele escolhia qual perfume passar.

— O que foi? – ele se deitou ao meu lado.

— Como você tá com esse namoro do Kevin?

— Feliz por ele conseguir enfim seguir em frente.  – o olhei.

— Você seguiu Murilo? – ele respirou fundo.

— Talvez eu nunca siga. E que diferença isso faz? Fui eu que sai correndo daqui e namorei a primeira pessoa que me deu carinho.

— Não é assim e você sabe. Já te disse que você queria protege-lo.

— Isso não importa mais. – ele se virou pra mim. – E você, como está? Nem fala mais com Arthur.

— Nem sei. Acho que estou evitando pensar nisso porque se eu pensar eu sei que vou sofrer.

— Ele te ama Alice. E tá preocupado com o que pode acontecer com você.

— Ele não saiu mais com nenhuma garota? – ele riu.

— Não. Uma vez foi o suficiente para fotografarem e falarem. Sabe como é ser um Montez.

— Dá pra parar isso antes que seja tarde demais?

— É o que estamos tentando. – ficamos um tempo em silêncio. – Vamos? Papai já nos chamou duas vezes.

A virada de ano era quase como o natal, ás vezes alguém faltava, mas esse ano não foi o caso. Pelo contrário, tinha gente a mais... Principalmente a família da casa ao lado. Sem falar no pai de Rafael e em Aline.

— A noite começou tensa. – Soph disse puxando a mim e meu irmão assim que chegamos. – Arthur parece estar se estressando com o pai dele.

— Vamos lá. – Murilo disse me dando a mão.

— Você acha mesmo que consegue me atingir com isso?  - ouvimos Caleb o questionar.

— Eu não. Mas ele consegue. – Arthur afirmou e vimos Kevin aparecendo mais diabólico que nunca.

— Olá papai. Deixei um presente pra você em cima da sua mesa de trabalho. – ele sorriu. – É um presente um tanto perigoso. E que faria um estrago considerável. Se eu fosse você iria até lá. Não deixe o tempo passar, tic tac. 

— O que você está aprontando? – ele pegou o braço de Kevin com força.

— Vai lá descobrir. Ou acesse suas câmeras e veja, o presentinho brilha e o cronômetro também. – ele puxou o braço.

— Seja o que for você deve se cuidar Kevin. – ele o ameaçou.

— Você é um, nós somos dois, acho que é você que tem que se cuidar. – Arthur respondeu e Kevin saiu andando. Fomos atrás dele.

Ficamos lá fora, onde estavam todos nossos amigos. Alê se sentou ao lado de Kevin e o sujou de farelo de torta, ele ficou o olhando de forma irritada nos fazendo rir.

— Minha calça é preta caralho. – sua reclamação fez a atenção de todo mundo continuar em cima dele.

— Vem cá que eu limpo. – Rafael falou arrancando um sorriso dele. Ele foi até o namorado que bateu as mãos nas pernas dele e lançou um olhar apaixonado. Encarei meu irmão que tentava ignorar a cena.

— Você usa um número maior que o seu? – Soph o perguntou assim que ele se sentou novamente.

— Não. É que a minha cintura é fina e minha bunda é grande. – ele respondeu dando risadinhas.

— Ele fica muito engraçadinho quando bebe. – falei o olhando.

— Tive que começar a beber pra enfrentar aquele demônio. – ele olhou pra dentro. – Ele já foi né?

— Foi. Eu o ouvi dar uma desculpa para a sua mãe que se esqueceu de desligar algo no trabalho.

— Ele vai ter que desligar. E vai surtar por não conseguir. – Kevin disse e riu.

— O que você acha que ele vai fazer quando ver que a bomba é falsa?

— Se a ameaça contra ele está direcionada aos filhos ele não vai acreditar que é fruto dela. Então primeiro ele já vai saber que é coisa minha e do Arthur. E quando ele ver que é falsa... – ele nos olhou. – Ele vai descontar.

— Quem sabe antes ele não tem um ataque cardíaco e morre?

— Papai noel não existe anjo.

— Podemos nos juntar? – Diana perguntou com aquele jeito horrível dela. Danilo se sentou sem cerimônia. – Kevin você me pediu em namoro e sumiu. Não estou entendendo. – Yuri estava ao lado dela e não parecia incomodado com aquilo. Ainda havia isso.

— Tira o meu irmão da coleira primeiro. – eles ficaram se olhando.

— Diana pega um pouco de vinho pra mim escondido do papai, sabe que ele me vigia. – Danilo disse e a garota saiu um pouco emburrada. Yuri foi atrás.

— Eu vou socar seu irmão pra ele acordar.

— Escutem. – Danilo começou a falar. – Diana é pior que remédios ou droga, ela entra na mente da gente e nos controla de uma forma totalmente irracional. Se alguém não para-la agora ela vai acabar com a vida do garoto, ele é muito ingênuo e tá completamente seduzido por ela. – ele olhou pra trás. – Não tenho tempo. Sei que não confiam em mim. Mas ele confia. – ele apontou com a cabeça para Kevin.

— É. Ele é doente igual a você. – Ryan falou e riu.

— Quase matei minha ex namorada por que... – ele respirou fundo. – Porque minha irmã fazia coisas horríveis e eu não enxergava e quando Kelly me confrontou de uma forma mais furiosa as coisas saíram um pouco do controle. Poderia contar em detalhes, mas ela tá vindo.

— Irmãozinho. – ela o entregou a taça.

— Preciso sair daqui. – Larissa disse saindo. Alê foi atrás dela.

— Kevin o seu pai chamou um esquadrão antibombas até o hotel, parece que ele recebeu um objeto suspeito. Os seus tios ainda não sabem de nada, mas eu estou indo até lá. – a mãe de Kevin disse e ele parecia querer rir.

— Vai? E se for algo perigoso? Você é louca?

— Você não se preocupa com ele?

— Mãe ele já contactou quem é necessário. Não foi?

— Nossa! Eu tinha medo que se tornasse frio como ele, mas vejo que você já é bem pior. – ela saiu e eu notei que ele ficou abalado, mas durou apenas alguns segundos.

— Ele tá jogando. Ele chamou o esquadrão pra poder nos prender Arthur. – eles se olharam.

— Filho da puta.

— Vocês colocaram uma bomba no trabalho do pai de vocês? – Diana perguntou os olhando.  – E a psicopata aqui sou eu? Mesmo?

— Diana chega aqui. – Kevin a chamou e ela foi imediatamente. Ela se curvou e ele a pegou pela nuca e disse algo em seu ouvido.

— Não. Você é burro. Vocês precisam de mim. Todos vocês. Sei de tudo. Graças ao Yuri. Ou posso me juntar aos inimigos e fazer mal a... Quem eles querem mesmo?

— Encoste um dedo nela e eu te mato. – ele se levantou nervoso e ela segurou seu corpo.

— A princesa Alice tem tantos defensores. É o irmão, o namorado, o cunhado... Quero entender o que ela tem de tão especial. – sua mão veio em meu cabelo e Kevin deu um tapa nela.

— Tá louco? – Danilo quase gritou.

— Tenho que para-la antes que ela a machuque.

— Então recue por ela. – eles ficaram se olhando. - Não Kevin. A namorada do seu irmão ser tão importante pra você me deixa confuso. Como várias outras coisas que acontecem aqui também.

— Você e a sua irmã me deixam muito mais que confuso se quer saber.

— Vamos Diana, acho melhor mantermos um pouco de distância. – ele foi levando a irmã e claro que Yuri foi junto.

— Ele quis me dizer que não estava falando sério. – Kevin falou e respirou fundo. – Pelo visto era o que a irmã dele queria ouvir.

— Como ele quis te dizer?

— Com o olhar.

— Ah, coisa de psicopatas. Vocês deviam fundar uma irmandade.

— Estamos em vantagem ainda, Yuri não sabe que agora o alvo é Rafael. – ele falou e olhou o namorado.

— O que foi? – perguntei ao ver que Lari havia voltado, mas estava um pouco mal.

— Eu e Alê terminamos. Bela forma de começar o ano não?

— Mas você não acha que foi melhor assim?

— Credo Alice! Não é todo mundo que termina e fica bem igual a você sabia? – ela disse um pouco mais alto e todos nos olharam.

— Não fala isso Larissa, você não sabe o que tá acontecendo com ela. – Arthur reclamou e ela emburrou mais ainda. Sai dali, eu não precisava ficar discutindo com ela. Quando notei todos estavam aqui dentro também.

— Vinicius o seu filho e a sua filha são tão lindos, eles combinam tanto. – o pai de Danilo e Diana disse olhando nós dois.

— Ela herdou os olhos amarelos dele, mas eu herdei toda a graciosidade da minha mãe. – meu irmão respondeu e sorriu.

— Quis dizer que eu não sou gracioso? – meu pai se fingiu ofendido.

— Você tá mais pra ogro mesmo. – Kevin se posicionou ao meu lado e entrelaçou nossas mãos, não entendi, mas senti que alguma coisa aconteceria.

— Murilo eu estava no auge antes de você nascer e vou continuar nele até depois de sua morte.

— Isso não faz nenhum sentido pai. – ele riu e avisou que iria procurar nossos amigos. Kevin nos olhou antes que saíssemos do lugar.

— Alexandre entrou em uma câmera que deixamos lá no hotel... Era o que eu previa. Eles acessaram as filmagens da entrada e elevador, eu e Arthur estávamos lá. Ou seja, estamos realmente encrencados, mesmo que a bomba não seja real isso é tentativa de terrorismo. A gente pensou em se entregar, mas ele vai fazer de tudo pra piorar as coisas. Vamos fugir.

— Como assim fugir Kevin? – meu irmão perguntou em estado de euforia.

— É só por um curto tempo.

— Como eu e o Rafael vamos ficar seguros sem vocês aqui? – perguntei e ele desviou o olhar. Arthur chegou até a gente e segurou meu rosto e me beijou, sem nem saber se eu o corresponderia.

— Eu te amo. Estou fazendo isso para poder te proteger. Preso eu não vou conseguir. Vamos Kevin. – antes que eles dessem um passo Caleb entrou pela porta.

— A brincadeira de vocês foi longe demais. – ele disse de forma ríspida. – Eu tive que dizer que temos uma brincadeira BOMBÁSTICA de fim de ano e eu me esqueci... Porque estou debilitado e não tomei meus remédios. – Kevin riu. – Você tá rindo de uma doença?

— Estou rindo de você doente.

— Agora com certeza vai correr um boato na cidade que eu fiquei gagá. Tudo em defesa dos meus filhos.

— Por que chamou o esquadrão se sabia que era coisa nossa?

— Não sabia. Qual é o nível de perturbação mental de vocês dois? Sabiam que tenho várias pessoas que querem minha morte? Que eu ando com um segurança disfarçado atrás de mim? E o mesmo ocorre com vocês, por isso eu sei cada passo que dão. Deixem de ser idiotas. Eu não sou o inimigo aqui. – ele saiu e os dois se olharam. Agora as coisas ficaram ainda mais estranhas e com certeza muito mais difícil.

Rafael Narrando

Não sabia o que havia acontecido, mas Caleb chegou e disse algo aos filhos que mexeu com eles. Agora Kevin desabafava... Com Murilo. Eu rodava em círculos com essa história. Sempre seria ele. Por mais que eu tivesse alguma importância era ele o escolhido. Ele seria quem ele abraçaria se algo muito ruim acontecesse. Queria gritar para ele notar o quanto era doloroso eu ter que ver aquilo. E eu não tinha nem o meu melhor amigo para desabafar já que ele estava tão atordoado quanto o irmão.

— Você não parece estar curtindo a festa. – olhei o dono da voz.

— Olha cara eu não te conheço, não faço questão de conhecer e não quero papo contigo.

— Prazer, Danilo. – ele suspirou. – Sei que tá mal por aquilo. – ele afirmou olhando Kevin e Murilo. – abaixei o rosto tentando me conter. – Não fica assim. Os dois tem ligação parental... Uma proximidade que pode ser maior que a de vocês dois. Talvez ele ainda não esteja a vontade para te inserir nos dramas familiares.

— O que você sabe sabre isso?

— Nada. – ele sorriu. – Mas alguém que gosta muito de você sabe tudo. E ela pediu para eu vim falar contigo. – ele se virou e ficamos lado a lado apoiados no muro baixo olhando a paisagem noturna. – Vou te contar um segredo para que possa confiar em mim. Otávia e eu estamos... Meio que nos conhecendo melhor. Ninguém sabe. E por enquanto é melhor não saberem. Porém ela disse que você é muito confiável.

— Ela confiou em mim até demais. – revirei os olhos.

— Ah, eu sei disso. – ele riu. – Não vai voltar a acontecer... Né?

— Não mesmo. Fica tranquilo. – o olhei. – E a gente achou que você era perigoso. - dei uma risada anasalada.

— Posso ser e isso tudo fazer parte de um jogo. – fiquei analisando suas expressões. – Não é. Errei muito no passado por achar que devo defender minha irmã até o fim. Ela me controla, mas... Controlava, até uns dias atrás. Tudo mudou quando Otávia entrou em minha vida. Nunca conheci ninguém igual a ela. Por isso eu sei o que você tá passando, se eu a visse daquele jeito com um ex que parece que foi tão especial... Meu coração sangraria.

— O meu está. Só não dá pra ver. Sabe... Minha atitude normal é sempre fugir. Agora eu não posso.

— Ele tá olhando pra cá. Quer que ele sinta o mesmo que está sentindo? – ele perguntou olhando em meus olhos. Nem respondi e ele chegou mais perto fingindo dizer algo em meu ouvido. Menos de dois segundo Kevin estava a nossa frente.

— O que você está falando no ouvido do meu namorado? – ele o perguntou de forma séria.

— Ele é seu namorado? Achei que fosse aquele. – Danilo apontou para o Murilo.

— O que pensa que tá fazendo? – ele teve a coragem de me questionar.

— Eu não sei. Mas você tá fazendo a única coisa que me prometeu que não faria.  – fiquei olhando em seus olhos. Danilo saiu e ele se posicionou onde ele estava.

— O meu pai...

— Eu não quero saber. Você não quis me contar antes e não precisa me contar agora.

— Rafael...

— Não. Eu servia só pra sexo e te fazer rir. Agora eu sirvo pra tampar alguns buracos e estar a sua disposição... Só que ele tá aqui né? Então não precisa tanto de mim. Olha Kevin eu estou cansado disso. Cansado de sofrer. Corre atrás dele vai... É serio. Não vou ficar com você.

Ele nem tentou me impedir porque sabia que estava errado. Agora ele iria bancar o triste e o Murilo iria consolar e os dois acabariam ficando. No fim esse era o desfecho ideal. Esse era o certo. Quando duas pessoas estão predestinadas a ficarem juntas não adianta outras pessoas entrarem na história, elas vão retornar ao mesmo caminho custe o que custar.

Murilo Narrando

Kevin tentava entender a fala do pai de qualquer jeito e no meio disso Rafael brigou com ele. Quando eu o vi eu notei que ele não estava nada bem.

— Sai de perto de mim. – ele me empurrou com força. O motivo era eu. Por que as pessoas se espalharam logo agora? Procurei Arthur incansavelmente e o encontrei em seu quarto com Alice.

— O que vocês estão fazendo?

— Conversando. – ele respondeu como se fosse óbvio.

— Se o pai ver isso ele não vai pirar? – perguntei a minha irmã.

— A porta tá aberta. O que foi? Você veio agitado.

— Arthur... Vi de longe Rafael brigando com Kevin e ele passou por mim muito mal. Eu to preocupado porque o motivo sou eu. Ele até me empurrou quando tentei aborda-lo.

— Não sei como esse namoro vai funcionar. Rafael é ciumento. Você foi especial demais na vida do Kevin e é primo dele, não vai desaparecer.

— É que Kevin estava conversando comigo... Por algum tempo. Ele tá criando teorias sobre Caleb. Antes ele disse o que achou daquela fala dele sabe?! Ele devia ter feito isso com Rafael né?

— E ele não tinha pensado nisso?

— Obviamente não. Ele não iria querer brigar com ele. Depois que acabarem de conversar você o procura e tenta fazer os dois se acertarem?

— Relaxa Murilo. Se eles acabarem terminando não vai ser culpa sua. É o Kevin que tem que se resolver com ele e com o que sente por você.

— Tá bom. – deixei os dois sozinhos e tentei me tranquilizar, mas não durou muito tempo. Na hora da contagem regressiva Kevin não estava presente e depois disso ninguém sabia dele. Como eu não vi Rafael eu imaginei que estavam juntos se acertando ou já haviam se acertado, mas estranhei ao ver o loiro sozinho.

— Vocês dois estavam juntos? – perguntei e ele me encarou de uma forma que pareceu não gostar muito da pergunta.

— Qual é a sua Murilo?

— Só quero saber por que não vejo o Kevin desde que brigaram. Estou começando a ficar preocupado. O carro dele ainda está lá fora, ele não foi embora. E também não está aqui, já revirei a casa toda.

— Tentou ligar pra ele?

— Um monte de vezes. Desligado.

— Parece coisa do Caleb. Kevin diria isso. – Sophia concluiu após nos reunirmos.

— Não é. Ele pediu bandeira branca. Ele mesmo disse isso. Ele não é o inimigo, lembra? – Rafael me olhou após minha fala.

— Como se ele fosse muito confiável.

— Decida Arthur, se você confia nele diga que Kevin pode estar em perigo. Talvez ele possa ajudar.

— Ele só fala mentira e usou o Kevin a vida toda. É um criminoso que só pensa em dinheiro, nunca vou confiar em meu pai. Nunca.

— Então quais são as opções? Kevin pode aparecer morto. Ou nunca mais aparecer.

— Eu vou dizer como vai ser. Eu vou me colocar em perigo, eles vão me pegar também, Alexandre coloca um gps em mim e vocês mandam a polícia até o local.

— Como se fosse simples. Eles vão tirar tudo de você Arthur!

— Se Rafael e Kevin terminaram ele pode apenas ter saído pra andar sozinho pra pensar gente, calma. Não é melhor procurarmos?

— O Kevin nunca faria isso sem pelo menos me avisar. Ele saberia que eu iria me preocupar. – Arthur falou ficando ainda mais nervoso.

— Ele tá apaixonado. Pessoas apaixonadas não pensam.

— Gente... Espera. Vocês estão tão focados nos inimigos do Caleb que nem notaram... Cadê a Diana?

— Não faz sentido. Como a Diana iria levar o Kevin? Ele é mais forte que ela.

— Se ela tivesse ajuda... Cadê o Yuri?

— Ele não faria isso.

— Vou achar o Danilo. – Otávia saiu e voltou rapidamente com ele.

— Achamos que sua irmã está com Kevin. Ele sumiu já tem muito tempo, o carro dele tá aí fora e o celular desligado.

— Uma festa seria a oportunidade perfeita pra ela prendê-lo em um porão da sua casa e nunca mais soltar. Ela é louca!

— Calma gente. Deixa que ele fale o que acha.

— Desde quando a gente confia nele?

— Desde quando o Kevin confia.

— Sim, ela tá com ele. Mas ela não tá prendendo ninguém. Ele foi espontaneamente.

— De novo o Kevin tá querendo bancar o herói.

— Acho que não. Ele tá ferido demais. Ela viu uma fraqueza, uma oportunidade de fazê-lo achar que se tudo dá errado mesmo então a companhia dela não era algo tão ruim assim.

— Você viu os dois saindo juntos e não fez nada? – Otávia o questionou.

— Acredite em mim seria pior se eu tentasse fazer. Também não posso bater de frente com Diana agora. E o Kevin não me escutaria, a dor ensurdece as pessoas.

— E onde eles estão? Na sua casa?

— Não. Fui até lá e não tem ninguém. Eles saíram. Estão de carro com Yuri.

— Vamos andar pela cidade Arthur. Uma parte vai com você e outra com Murilo. Eles não devem estar longe.

— Preciso que saibam de uma coisa. – todos o olharam. – Vocês já o perderam.

— O que? – quase gritei com ele.

— Ela está fazendo de tudo pra ser a melhor companhia do mundo todo. E tá distraindo, sendo legal, fazendo com que ele ria e se sinta bem. Ele vai lembrar apenas que foi ela quem tirou a dor dele nessa noite. E nada que vocês disserem vai afasta-lo dela. Diana é extremamente manipuladora e muito ardilosa. Falo com a experiência de quem saiu de um ciclo de manipulação de muitos anos.

— O amor é maior que qualquer manipulação. – Rafael falou e olhou pra mim. – Quem ele ama está aqui. – ele suspirou. – Ele vai acorda-lo disso.

— Acho melhor não irmos todos. – Arthur falou e parecia bem decidido. – Apenas eu, não há nenhum perigo.

— Quero ir, preciso saber se ele está tão controlado assim por ela. – Rafael exigiu.

— Não acho legal. É perigoso. Se ele te ver a causa da dor vai voltar e ele pode se apegar ainda mais a estar ali e não querer sair. – olhamos Danilo.

— Você não pode ir sozinho! – minha irmã exclamou.

— Não vai. – falei e suspirei. – Vamos.

— Você vai comigo? – ele me olhou e olhou para Rafael.

— É o Kevin. – fomos para o carro rapidamente antes que algum dos nossos pais perguntasse alguma coisa. A sorte é que as festas de ano novo eram extensas.

— Obrigado me ajudar. Não quis dizer perto do Fael, mas sabia que você era a única pessoa seria capaz de fazê-lo acordar de qualquer manipulação.

— Não diz isso. – respirei fundo. – Ele tá no caminho certo para ser amado por Kevin.

— Qual é esse caminho?

— Não sei, mas... Ele o deixou mal hoje de um jeito que eu vi poucas vezes. – nos olhamos.

— Ele tem que parar de se prender ao amor de vocês dois se quiser que dê certo.

— Vamos parar de conversar e observar as ruas.

Quase não havia nada aberto. Principalmente pela hora e pela data. Mas um bar estava e ali estavam eles.

— A diversão acabou. Vem Kevin. – Arthur falou saindo do carro.

— Você devia ouvir essa piada que o Yuri inventou é muito engraçada. – ele disse mostrando que estava bêbado.

— Vem logo, anda. – nunca vi meu primo tão bravo. Ele o pegou pelo braço ignorando todas as reclamações de Diana.

— Você nem deixou eu pagar a conta. – Kevin reclamou enquanto eu me sentava com ele no banco de trás. – Mumuh. Lembra quando eu cuidei de você no abrigo? Agora você cuida de mim.

— Não vomita em mim, por favor.

— Arthur anda devagar aí.

— Não vou nem brigar com ele hoje. – meu primo falou e respirou fundo.

— Ele brigou com o namorado, pega leve. – pedi.

— Brigou? Brigou não. Terminou. – ele falou e ficou me olhando. Eu queria rir, mas não podia. – O que foi? Terminou mesmo.

— Cala a boca Kevin.

— Custo a me apaixonar, quando me apaixono... Já chegou? – ele iria abrir a porta. Diziam que bêbado era igual criança e eu não acreditava.

Assim que chegamos subimos com ele, Arthur que era o rei da paciência deu banho nele e o deitou no quarto de hóspedes. Estava acabando de coloca-lo pra dormir e Rafael apareceu.

— Disseram que é melhor eu ficar longe, mas só queria saber se ele tá bem. – ele falou baixo após me chamar na porta. Imagino o quanto devia estar sendo difícil pra ele isso e me ver no lugar que devia ser dele.

— Vai ficar. – ele deu um sorriso triste e iria sair. – É por causa de vocês dois que ele tá assim. Amanhã conversa com ele. Não existe mais nada entre nós Rafael.

— O problema todo é como ele me fez me sentir. Você não poderia entender, não é aquele que não é amado. – ele olhou pra baixo. – Só que hoje quando pensei que ele poderia ter sido sequestrado... Não sei se consigo viver mais sem ele. Talvez a gente converse, eu não sei. Vou lá, obrigado por cuidar dele.

— Nossa não tá com raiva?

— Sei que ele iria querer isso. – a tristeza dele era tão forte que eu consegui sentir em mim. Deixei que ele fosse. Peguei a coberta e tampei Kevin. Sentei ao seu lado e comecei a fazer carinho em seu cabelo. Vi que ele dormia.

— Eu te amo tanto. – falei sabendo que ele não poderia ouvir. – Mas eu não te mereço. Ele merece. – beijei sua testa. – Quero muito que vocês dois sejam felizes. Por isso eu preciso ir embora. – uma lágrima caiu em meu rosto. Sabia que dessa vez eu magoaria muito a minha família. Muito mesmo. Mas não dava mais pra ficar aqui e eu não conseguiria evitar os meus amigos e nem queria isso. A única pessoa que conversei foi Arthur, com quem chorei durante horas. Arthur não era grande apenas no tamanho, ele costumava carregar o peso de todo mundo nas costas e isso fazia dele maior ainda. E agora eu contava com ele para segurar a barra com meu pai, minha mãe e minha irmã.


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Notas finais do capítulo

Até amanhã ♥



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