Nothing Holding Us Back escrita por Lo


Capítulo 6
Capítulo 6: From the bottom of my broken heart


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!!

Voltei com o novo capítulo e vocês não tem ideia de como eu estava ansiosa para postar ele para vocês. A julgar pelos reviews, vocês também estavam ansiosas para lê-lo!

Ele está ENORME! Pensei em dividir em dois, mas acho que iriai ficar um corte muito brusco no meio do capítulo, então acho que ser grande é um bônus mesmo!

Vejo vocês lá em baixo, boa leitura! ♥



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Capítulo 6 

“Sometimes we defy others expectations, and occasionally we rise to meet them. But the constant is being true to ourselves. We do what we have to do, when we have to” 

Londres, 14 de Julho de 2019, Casa dos Potter, 8:21 a.m.

A manhã de domingo chegou preguiçosa para Ginny Weasley. A ruiva, que acordou sobressaltada com as batidas na porta de seu quarto, sentou-se na cama rapidamente e buscou pelo celular para olhar a hora. Respirou fundo e tentou controlar o coração acelerado pelo susto. 

— Pode entrar - falou mecanicamente, tentando organizar seus pensamentos e sentir-se realmente acordada. Para sua surpresa, quem entrou no quarto foi Harry, o que a fez sentir-se levemente desconfortável pela roupa que estava usando e como seu rosto e cabelo deveriam estar. 

— Eu te acordei? - perguntou apenas para ganhar tempo, pois estava óbvio que sim. Ginny apenas assentiu — Eu volto mais tarde!  

— Não tem problema, Harry. - respondeu enquanto puxava discretamente um dos travesseiros para colocar na frente de seu corpo — Está tudo bem? Aconteceu algo com Al? - indagou preocupada 

— Não, ele está bem! Na verdade, meus pais queriam levá-lo para passear, ele está pedindo para ir ao zoológico. - ela ouviu atentamente às palavras de Harry, esperando que ele disse para que estava ali — Ele queria que fossemos também, mas pensei que poderíamos conversar neste tempo, o que você acha? - a pergunta soou retórica para a ruiva, e era exatamente daquela forma que Harry a fizera, apenas não queria soar mal educado e dar a ela o espaço que precisava. 

— Acho que precisarei descer para convencê-lo de que não poderemos ir ao passeio também - ela respondeu deixando implícito que poderiam fazer o que ele estava sugerindo. 

— Não será a tarefa mais fácil do mundo - Harry sentenciou, dando, pela primeira vez desde que entrara no quarto, um sorriso. — Vou te dar alguns minutos, desculpe a invasão - pediu gentilmente e ela apenas sorriu como resposta. Acompanhou Harry com os olhos até que ele deixasse o cômodo e ela estava novamente sozinha.

Havia se passado 5 dias desde que Harry e Ginny tinham combinado de conversar “amanhã”, mas nenhum dos dias que se seguiram deram alguma oportunidade para que eles pudessem sentar-se em um ambiente calmo e pudessem conversar. Harry foi paciente e deu a Ginny o espaço que ela precisava, e, ao que aparentava, ambos estavam na mesma página de que aquele assunto não poderia ser tratado na frente de outras pessoas, especialmente Albus. Não naquele momento.

Embora os dias tivessem sido calmos, cheios de momentos em que Harry queria fazer tudo o que Albus propunha, Ginny passara quase todo tempo que estava sozinha procurando palavras e refazendo todos os últimos 8 anos em sua cabeça. Era uma sequência recorrente e incontrolável de situações boas e ruins. Nada, no entanto, parecia ser suficiente para que ele pudesse dizer a Harry. 

Mas era a cada momento que ela assistia Harry e Albus fazendo alguma coisa juntos e a forma e paciência com que o homem conversava com a criança e respondia a todas suas curiosidades, que a deixavam tranquila o suficiente para saber, de alguma forma, que tudo ficaria bem no final das contas. Ela havia, naturalmente, sonhado com os momentos que eles teriam juntos e o que Albus acharia de Harry. Mas a realidade superava e muito suas expectativas. 

Forçou-se, após alguns minutos de preguiça na cama, a se levantar e tomar um banho rápido para acabar de acordar. Encarou por algum tempo seu próprio reflexo no espelho do banheiro, e apesar das manchas levemente roxas ao redor dos olhos a incomodarem, decidiu que aquele não era o momento de se preocupar com maquiagem. Deixou o quarto alguns minutos depois, penteando os cabelos ruivos e longos com os dedos enquanto descia para a sala, de onde era possível a voz de seu filho. 

O menino estava animado, ela reconheceria aquela voz de qualquer lugar em qualquer momento. Falava com James sobre os animais que veriam no zoológico. Lily, que estava arrumando algumas coisas na mochila do Barney que Albus sempre carregava para cima e para baixo, olhou para Ginny assim que percebeu sua presença e sorriu, fazendo a menina sorrir de volta com sinceridade. 

— Mamãe! - Al gritou alguns segundos depois e correu na direção dela

— Bom dia, meu amor! - desejou pegando-o no colo e enchendo seu rosto de beijos. A brincadeira fez a risada da criança ecoar alto pela casa, deixando todos sorrindo com a cena — Bom dia, Lily, Jay! 

— Mamãe, a gente vai pro zoológico! O vovô disse que vai me deixar passar a mão no leão! - o menino disparou a falar antes que Ginny pudesse ouvir a resposta de James e Lily. Ela riu quando viu Lily olhar para o marido reprovando o que tinha dito à criança. 

— Eu sei, Al! Mas não tem como passar a mão no leão, se não ele vai te morder bem aqui - brincou e mordiscou o braço dele que estava mais próximo de sua boca, fazendo-rir. 

Ela o colocou no chão, já que não aguentaria mais segurá-lo por tanto tempo, e abaixou-se para conversar com o menino 

— Al, a mamãe não vai poder ir ao zoológico com vocês hoje, querido - a ruiva disse de uma vez, já sabendo exatamente o que ele iria responder 

— Ah, mas por quê? - o menino questionou já fazendo um bico gigante. Ginny quis rir, mas manteve-se séria 

— Porque eu tenho algumas coisas para fazer hoje, filho. Não posso sair. - falou calmamente e acariciou a bochecha dele — Acredite, estou triste porque não posso ir com você. Mas quero que você vá com a vovó e o vovô e se divirta muito. Você pode me contar tudo depois, tudo bem? - ele torceu o nariz por alguns segundos, chateado com a mãe, mas a chateação não durou muito. 

— Vovó, a gente pode tirar um monte de fotos para a mamãe ver? - questionou, já soando levemente animado novamente. 

— Claro que podemos, Al! - a ruiva respondeu sorrindo para ele. 

— Cadê o tio Harry? - Al perguntou ainda para Lily que estava mais próxima a ele 

— Harry também não pode ir hoje, querido - a avó afirmou, olhando diretamente para os olhos verdes. 

— Mas aí podemos tirar mais fotos ainda, assim você mostra para a mamãe e para o Harry, o que acha? - James interveio antes que o menino protestasse mais uma vez. 

Ginny o observou atentamente depois disso. Albus não costumava fazer birra, e ela odiaria que ele começasse a aprender. Mas não se passou mais que 5 minutos até que ele voltasse a ficar elétrico novamente. A ruiva ajudou Lily e James a colocar algumas coisas no carro e a prender Albus no banco de elevação do carro de James. Ele continuava animado conversando com o avô. Lily, antes de entrar no automóvel, parou por um tempo e olhou firmemente para Ginny. 

— Confie no Harry que você conheceu, Gi. Ele ainda é o mesmo, eu prometo. - pediu. Ginny reconheceu o olhar de uma mãe desesperada, e o carinho que ela tinha por Lilian fazia com que ela se sentisse envergonhada pela situação novamente. 

— Obrigada, Lily! - agradeceu com a voz trêmula e sorriu amarelo para ela, antes que entrasse no carro. 

— Tchau, mamãe! - Al gritou no banco traseiro do carro, e ela acenou para ele, ainda meio perdida com as palavras da ruiva. 

Seguiu para dentro da casa com as pernas inexplicavelmente bambas. Ginny sabia que Hermione não estava em casa naquele dia, já que tinha saído com Ron na noite anterior quando ele voltara finalmente de viagem. O que significava que ela e Harry estavam sozinhos. O nervoso bateu de repente. 

Obrigou-se a pegar um copo de suco e um pedaço de bolo, sabendo que ainda era muito cedo para que ela ficasse até o horário do almoço sem comer. E apesar do estômago ter reclamado da comida, ela apenas ignorou, imaginando que fosse consequência da ansiedade. Após comer, seguiu até a sala e sentou-se encolhida no sofá. 

Harry, por sua vez, estava em seu quarto desde que havia deixado o quarto de Ginny. Apesar de querer muito conversar com ela, ele estava ansioso. O Harry de 18 anos poderia jurar que havia se apaixonado por ela no que em que colocara os olhos na menina dos cabelos vermelhos e sorriso lindo, ainda que tivesse demorado um pouco para admitir para ele mesmo. E o Harry daquele dia só conseguia pensar no quanto ele queria que eles não tivessem simplesmente ignorado tudo o que sentiam quando partiram cada um para um lado. 

Quando finalmente deixou seu quarto, notou a casa em completo silêncio, o que o fez deduzir que seus pais e Albus já tinham saído para o passeio. Ginny estava sentada no sofá da sala, com os braços em volta das pernas e o queixo apoiado no joelho. Encarava a parede branca à sua frente em completo silêncio, perdida em pensamentos que Harry daria tudo para saber. 

— Você não costumava ser tão quieta assim - o rapaz brincou, quando já estava próximo à ela, fazendo com que a ruiva se assustasse à voz inesperada. Ela estava tão concentrada em si mesma que não o havia percebido. 

— Quando você tem uma criança em casa, aprende muito be a apreciar esses momentos de quietude - respondeu sincera — Principalmente porque, se a criança está quieta demais, ela está aprontando, acredite. - Harry apenas riu da constatação. 

— Albus não me parece o tipo de criança que apronta assim - replicou enquanto sentava-se ao lado dela no sofá. 

— Ele tem seus momentos - respondeu simplesmente, deixando propositalmente o silêncio preencher o ambiente. Ginny sentiu seu estômago revirar em nervosismo, mas respirou fundo por um tempo. Harry a olhava tranquilo, apenas observando as pouquíssimas sardas aparentes na pele clara dela. — Harry, antes de qualquer coisa, eu gostaria de te pedir desculpas. - pontuou quando finalmente conseguiu formular uma frase coerente — É difícil falar sobre tudo o que aconteceu, confesso, mas eu sei que você merece saber cada detalhe porque você não teve a menor chance de escolha no meio de tudo isso. E a culpa é exclusivamente minha. 

Quando terminou, ela percebeu a leve falta de ar causada pela fala descontrolada. Sentiu também os olhos úmidos e ardentes, e soube que eram lágrimas se acumulando. O fato não passou despercebido por Harry. Ele quis segurar sua mão, mas não tinha certeza se poderia fazer isso, portanto manteve-se da forma que estava.

— Está tudo bem - Harry respondeu simplesmente, procurando acalmá-la. 

— E eu vou chorar, eu queria ser forte o suficiente para não chorar, mas não sou - avisou já limpando algumas lágrimas e rindo da própria situação em seguida. 

— Eu posso lidar com algumas lágrimas, Gin - Harry murmurou tão calmo que ela estranhou, mas apenas assentiu e puxou mais ar que seus pulmões tinham capacidade de aguentar. 

— Quando nós terminamos, eu não tinha ideia de que estava grávida. Estava de volta ao Brasil e você, àquele ponto, já devia ter ido para os Estados Unidos. Demorou algumas semanas para que eu percebesse que algo estava errado, acho que porque, por um lado eu estava feliz de estar de volta em casa, com a minha família, mas por outro, eu estava completamente destruída por tudo ter simplesmente acabado - deu uma pausa, tentando organizar melhor cada situação em sua cabeça. Como Harry não indicou que a interromperia, ela continuou. 

“Foi perto do final de Agosto que eu percebi que minha menstruação estava atrasada. E atribui aquilo à mudança na rotina, retorno ao colégio e ao país. Mas mesmo depois de alguns dias, eu não menstruei. E eu nunca tinha sentido um pânico tão grande na vida, Harry. Fiz todas as contas possíveis na minha cabeça, mas nada encaixava. Eu não tinha ninguém no Brasil que fosse próximo o suficiente para que eu pudesse recorrer em uma situação como aquela. E, bom, recorrer à minha mãe estava fora de cogitação. Então eu liguei para a única pessoa que vinha à minha cabeça” 

— Minha irmã - Harry completou e a ruiva apenas assentiu. 

São Paulo, 29 de Agosto de 2011, Casa de Ginny, 10 a.m. 

— Eu estava em uma prova! Que merda está acontecendo? - Mione disse rapidamente assim que, finalmente, atendeu à vigésima terceira ligação via Facetime. 

— Mi, eu acho que estou com um problema - a ruiva respondeu aflita já quase derramando lágrimas de desespero. 

— O que pode ser tão sério assim que você precisava me ligar mil vezes? - Hermione questionou tranquila, e pela câmera Ginny conseguia vê-la encarando as unhas, completamente alheia aos seus pensamentos. 

— Eu acho que estou grávida - respondeu de uma vez. O rosto de Hermione se voltou imediatamente para a tela do celular, os olhos castanhos iguais aos de James se arregalaram instantaneamente. 

— O quê? - ela gritou, perdendo totalmente a compostura que sempre carregava consigo — Não! Não é possível, como isso aconteceu? - questionou ainda desesperada, mas tentando manter a voz mais baixa 

— Você quer mesmo saber como aconteceu? - Ginny respondeu irônica e sem a menor intenção de ser educada com a melhor amiga naquele momento. Mione revirou os olhos teatralmente. 

— Você nem tem certeza, Gi! Porque não fez um teste ainda? - perguntou bem mais calma, embora seu rosto ainda denunciasse o grande problema que tinha nas mãos. 

— Porque eu estou com medo - a ruiva choramingou e abraçou os joelhos próximos ao corpo, deixando o celular preso entre eles. Seu coração estava palpitando tão forte que mal conseguia respirar. — Mi, e se eu realmente estiver grávida? Minha mãe vai me matar! - exclamou desesperada. Os olhos azuis estavam cheios de lágrimas que escorriam pelas bochechas da menina. 

— Sua mãe não vai ser a única a matar alguém, Gi, isso eu prometo. - ela brincou, tentando fazer com que a amiga risse, mas não teve sucesso. — Onde você está? 

— Em casa, faltei à escola sem que minha mãe soubesse e estava tentando falar com você a manhã toda! - explicou 

— Você vai fazer o seguinte - respondeu Mione, tomando o controle da situação — Vai levantar a bunda do chão, lavar o rosto, ir à uma farmácia e comprar um teste de gravidez. Depois vai voltar para casa, fazer xixi em um palitinho e me ligar de volta, ok? 

Ginny respirou fundo. Era por aquele, e muitos outros motivos, que ela sabia que Hermione era a pessoa certa para ajudá-la. Não se passaram 5 minutos até que ela saísse de casa com um pouco de dinheiro no bolso e o celular na mão rumo à farmácia mais próxima. Todo o percurso de ida e volta não durou mais que 25 minutos. Exatamente 35 minutos depois de desligar o telefone, a ruiva clicou novamente sobre o nome da melhor amiga até seu rosto aparecer novamente na tela do celular. 

— E ai? - Hermione questionou apreensiva. Ginny estava sentada no chão do banheiro de seu quarto esperando os 5 minutos mais longos de sua vida se completarem. 

— Estou esperando - respondeu mecanicamente. Ela mal conseguia respirar, e a ansiedade a fazia querer vomitar. Ou seria a gravidez? — Mi, você vai ficar do meu lado, não vai? 

— Claro que vou, Gi!  - a resposta veio doce e com um sorriso nervoso — Eu queria estar ai pra te abraçar agora - completou sincera 

— Eu também queria que você estivesse - as meninas sorriram uma para a outra em cumplicidade. Em seguida, a ruiva encarou novamente o relógio de ponteiros que tinha preso ao pulso e suspirou — Você pode olhar para mim? - pediu esperançosa — Eu fecho os olhos e viro o celular. 

— O que é negativo? - a morena perguntou antecipadamente

— Uma linha - respondeu simplesmente 

— Ok! - Hermione disse firme e esperou que Ginny fechasse os olhos e virasse o celular para o dispositivo pequeno que estava sobre o balcão do banheiro. Hermione sentiu o estômago revirar quando olhou bem para a imagem projetada na tela de seu celular. Não conseguiu dizer nenhuma palavra sequer. 

— Mi? - ouviu Ginny chamar ainda com os olhos fechados e voltar o celular de volta para ela, abrindo os olhos azuis. O que encontrou foi a imagem de Hermione com o rosto molhado de lágrimas e então não pode conter as suas próprias, com tudo dentro de si desabando de uma só vez. 

— Eu sinto muito, Gi! - a morena murmurou com a voz embargada pelo choro. Ela apenas imaginava no que aquilo implicaria não só para a melhor amiga, mas também para sua família. Ginny deixou seu corpo escorregar pela parede e deixou as lágrimas tomarem conta de si em um choro desesperado. 

***

Harry remexeu-se no sofá, incomodado com a narração e tentando entender como teria sido para ela, aos 17 anos, passar por aquilo. A confusão de descobrir estar grávida de um ex namorado que morava em outro país. O medo do que iria acontecer daquele momento em diante e como aquilo mudava drasticamente tudo que ela tinha planejado até o momento em sua vida. Era, sem dúvidas, uma responsabilidade imensa que não deveria acontecer naquele momento. Pensar em tudo aquilo e tentar colocar-se no lugar dela com a idade que tinham o deixou aflito. 

— Aquele dia eu achei que fosse enlouquecer com tantos sentimentos juntos - a ruiva confessou após alguns segundos de silêncio e secou várias lágrimas que corriam livremente pelo seu rosto. Harry finalmente criou coragem de segurar a mão dela entre a sua e acariciou o dorso da mão que era muito menor que a sua. Ginny sentiu todo seu corpo reagir ao toque carinhoso e delicado que ela já conhecia, mas há tantos anos não sentia. Olhou para os olhos verdes iguais aos de seu filho e suspirou. Ele continuava sério, mas não parecia bravo. — A Ginny de 17 anos não conseguia naquele momento entender o que a situação significava por completa e tudo parecia uma tempestade em um copo d`água - completou 

— Eu imagino - o moreno murmurou complacente e deixou que ela continuasse quando se sentisse confortável. 

— As semanas que se seguiram foram um grande período de aceitação. Mione me ligava sempre que possível e mandava mensagem o tempo todo perguntando se eu estava alimentando o sobrinho dela direito - contou e acabou rindo ao se lembrar da loucura de sua melhor amiga. Harry sorriu, imaginando exatamente sua irmã fazendo aquilo — Eu passei algumas semanas escondendo tudo de todos lá e Mione escondendo de todos aqui. Mas isso não a impedia de, todos os dias, me pedir para te ligar. - quando começou aquele assunto, Ginny não conseguiu olhar para Harry. Mas ele aguardava ansioso por cada palavra que ela diria a ele. 

“Eu pensei sobre isso muitas vezes, para ser sincera. Mas sempre que eu pensava, imaginava o que você estaria fazendo e o que eu atrapalharia. Em um primeiro ponto, era uma questão momentânea mesmo. Pensava se você estaria em uma aula de uma matéria importante, ou se estava em algum bar se divertindo com seus amigos, ou se estava estudando para uma prova. Depois de tornou algo muito maior, quando Mione começou a me perguntar o que eu faria quando o bebê nascesse. Eu não parava de pensar em tudo o que eu vi você fazer para entrar naquela faculdade. E olha que o que eu tinha visto não era um terço do que eu sabia que você tinha sacrificado da sua vida para chegar naquilo que você queria. Foram muitos dias com isso tudo na cabeça, e por fim, eu não tive coragem nenhuma de te ligar.” 

Harry sentiu seu estômago revirar. Ouvi-la explicar o que havia pensado poderia até fazer sentido, mas ele jamais concordaria que aquilo era justo. E quando pensava em justo, não se referia somente a poder ser pai de Albus desde o começo, mas principalmente a como ele, Harry, tinha tido todas as oportunidades possíveis e Ginny não. E aquilo ele nunca poderia entender.  Ginny continuou. 

“Mione ficou brava comigo por alguns dias quando eu tentei explicar que não iria te contar sobre a gravidez. Na minha cabeça, aos 17 anos recém completados, eu não tinha o direito de destruir a sua vida. Eu te amava demais para sequer conseguir pensar que se você tivesse que carregar responsabilidade comigo, você provavelmente deixaria a faculdade. Levou um tempo para que a Mi entendesse o que eu queria, mas consegui convencê-la a não contar nada a ninguém” 

— Você também teria uma responsabilidade muito grande, Gin! Ainda mais sozinha - Harry comentou tentando explicar a forma como ele pensava. Ela apenas sorriu para ele e deu de ombros. 

— Meu psicológico estava abalado demais para pensar nisso. Eu sentia sua falta, o tempo todo - confessou — Tinha um bebê crescendo em mim, e obviamente, meu corpo estava explodindo em hormônios. E para ajudar, eu não tinha ideia de como contaria para os meus pais e, muito menos, o que faria quando o bebê nascesse. 

— Você chegou a pensar em abortar? - Harry questionou com muito cuidado. Ela viu os olhos verdes inquietos, mas ele mantinha a mesma postura de 15 minutos atrás.  

— Não - respondeu sincera — Porque, primeiro, eu não conseguia deixar de sentir muitas coisas boas por aquele bebê. Segundo, depois de um tempo eu me acostumei com a ideia, mesmo sem saber o que fazer. E terceiro, é quase impossível fazer um aborto seguro no Brasil. Eu não tinha dinheiro e nem conhecimento o suficiente para discernir o que seria seguro ou não. - Ginny pontuou tudo que veio à sua cabeça. 

— Fico feliz que não tenha pensado nisso - Harry acrescentou e sorriu levemente para ela.

— Bom, àquela altura, já era final de outubro. Eu estava com 21 semanas de gestação e havia consultado um médico algumas vezes pelo convênio do meu pai, porque sabia que ele não iria me perguntar nada sobre as consultas. - informou calmamente, e Harry sorriu para ela, aprovando a escolha — Eu não tinha ganhado tanto peso, e Mione sempre brincava que quando ficasse grávida ela tinha que ser como eu, que só havia crescido a barriga - Ginny riu, lembrando-se da brincadeira da amiga 

— É a cara de Hermione dizer algo assim - Harry completou, mas logo calou-se deixando que ela continuasse. 

— Mas isso não tornava fácil esconder a gravidez da minha mãe, então eu só tentava me esconder dela o tempo todo. Até que um dia ela entrou no meu quarto de repente e eu estava trocando de roupa. - ao lembrar-se do dia, a ruiva sentiu os olhos ardendo como em momento algum desde que havia começado a narração. Mas obrigou-se a continuar 

“Ela surtou completamente. Começou a gritar muito e dizer que eu era uma vadia que não merecia tudo que ela sempre tinha me dado, que ela jamais aceitaria uma puta dentro da casa dela. E eu fiquei completamente sem reação, apenas chorando por alguns minutos diante do ataque dela. E aí ela veio na minha direção para me bater, dizendo que ia me ensinar a não ser mais uma vagabunda.” 

— Gin, respira fundo - Harry pediu, a interrompendo preocupado, já que ela chorava tanto enquanto falava sobre a mãe que ele já não sabia o que fazer. A ruiva puxou o ar com força, o que fez os soluços em meio ao choro piorarem. — Puxa o ar devagar, Gin - Harry disse calmamente e colocou a mão nas costas dela, acariciando gentilmente a região. 

— Você pode pegar um pouco de água para mim? - ela pediu baixinho assim que conseguiu formar uma frase inteligível. Harry levantou-se imediatamente e seguiu na direção da cozinha, olhando o tempo todo para trás para certificar-se que ela estava relativamente bem. 

Ginny respirou devagar e profundamente algumas vezes enquanto Harry estava na cozinha. Enquanto se acalmava, pensou como nada daquilo estava sendo o que ela pensou que seria. Harry estava calmo e carinhoso, e em momento algum tentou questionar o que tinha acontecido, apenas entender alguns pontos. Enquanto secava as lágrimas do rosto, pensou no quanto Lily estava certa ao dizer que ele ainda era o mesmo Harry, apenas mais maduro. Aquilo fez seu coração se apertar um pouquinho em saudade. 

— Você está bem? - Harry questionou preocupado ao oferecer o copo com água para ela

— Estou - respondeu com a voz firme, mas suas mãos ainda tremiam — São muitas lembranças e algumas não tão boas - confessou, e em seguida colocou o copo na mesa de centro à sua frente 

— Vamos deixar para terminar depois, Gin? - sugeriu olhando para os olhos vermelhos e inchados da ruiva 

— Eu estou bem, Harry! - repetiu dessa vez olhando nos olhos dele. Algo dentro dela quis sorrir para a preocupação que ele estava demonstrando, como ela sentia falta daquilo. Dele. — Eu disse que seriam algumas lágrimas, não tantas, desculpe - pediu rindo um pouco da situação. Harry sorriu verdadeiramente para ela e sentou-se novamente ao seu lado 

— Contato que nenhum de nós se afogue aqui, está tudo bem - ele brincou e os dois riram. 8 anos depois e Harry sabia exatamente como acalmá-la. 

— Bom - começou com uma pausa, pronta para continuar a narração — No fim das contas, deu pra perceber que a briga foi muito feia, né? Discutimos muito e dissemos coisas uma pra outra que eu prefiro não repetir - contou olhando para Harry. Ele havia colocado a expressão séria no rosto novamente — Isso aconteceu pela manhã e ela me disse que eu tinha até o final da tarde para tirar minhas coisas daquela casa e desaparecer. No desespero, liguei para o meu pai. Eles tinham se divorciado uns dois anos antes da minha viagem, não sei se você se lembra - comentou casualmente e Harry assentiu, indicando que se lembrava da informação — Eu pedi desculpas a ele, contei casa coisa que tinha acontecido e perguntei se eu poderia ir morar com ele.  Ele, claro, após o escândalo da minha mãe, não me colocou para fora. Ouvi um bom tanto sobre irresponsabilidade, mas ele cuidou de mim. 

— E sua mãe? - Harry questionou curioso 

— Ela brigou com meu pai também. Um pouco mais do que eles já brigavam normalmente. Depois que eu saí da casa dela, nunca mais voltei. Todas as vezes que nos encontramos foi por acaso, e ela apenas me cumprimentou como quem cumprimenta um conhecido qualquer na rua - a frase soou extremamente magoada — Eu terminei o ano letivo meio aos trancos e barrancos com tudo isso, né? Mas consegui me formar. 

“Em dezembro eu já estava com 30 semanas de gestação. Depois de tudo que aconteceu com a minha mãe, Mione deixou de me questionar sobre várias coisas. Acho que ela teve medo que eu fosse realmente enlouquecer com tudo o que estava acontecendo.” 

“ Nos meses restantes, organizei toda a minha vida em torno do meu bebê. Eu já sabia há algum tempo que seria um menino, mas quis escolher o nome apenas quando eu o segurasse pela primeira vez. Nós montamos o quarto dele ao lado do meu na casa do meu pai, finalizei todas as minhas consultas pré-natal, e Mione me prometeu que daria um jeito de ir para o Brasil na época em que o parto estava programado.” 

“Claro que quando ela inventou de ir ao Brasil no meio do ano letivo, sua mãe proibiu imediatamente. Mione passou dias tentando convencer Lily e James, mas eles foram irredutíveis. Por motivos óbvios. Então a forma que ela encontrou, foi contar tudo a eles. E essa parte eu não sei exatamente o que aconteceu e nem como ela os convenceu a não ligar imediatamente para você. Mas uma semana depois ela desembarcou em São Paulo. Quando ela chegou, eu estava com 39 semanas completas, e três dias depois entrei em trabalho de parto. 

São Paulo, 13 de Fevereiro de 2012, Hospital das Clínicas, 11:15 a.m. 

— Mi, eu não consigo! Eu estou com medo - Ginny murmurou para a amiga mais uma vez depois que a contração havia passado. Ela estava em trabalho de parto há quase de 2 horas. 

— Gi, por favor, respira! Vai dar tudo certo! - Hermione respondeu sorrindo docemente para a amiga. Mas naquele momento, quando olhava para a morena, Ginny só conseguia pensar em Harry e seu sorriso. 

Muitas pessoas tinham tentado prepará-la para aquele momento. Mas não era o que ela tinha pensado. Nada do que ela poderia imaginar se assemelhava à dor que estava sentimento, agora a cada 3 minutos. Apesar do sofrimento, ela só conseguia desejar que seu bebê tivesse alguma coisinha que lembrasse Harry. 

— Mi, vai procurar aquela enfermeira, por favor? - pediu ofegante, com o restante de forças que tinha após a contração longa. Mione soltou a mão da ruiva e saiu do quarto. 

Retornou com a enfermeira simpática em seu encalço. A moça sorriu docemente para Ginny, aferiu os sinais vitais dela e verificou os do bebê antes de fazer o toque para verificar a dilatação. 

— Ainda falta um pouquinho, querida - disse enquanto jogava as luvas no lixo e inclinava-se sobre a pia para lavar as mãos. — O que acha pedirmos para o anestesista subir e te avaliar? 

— Por favor! - Ginny implorou com os olhos brilhando. Lhe parecia extremamente estúpido recusar o alívio para a dor naquele momento. 

Depois de alguns minutos o médico apareceu para avaliá-la e proceder com a peridural, que diminuiu consideravelmente a dor. Ela conseguiu descansar por mais algumas horas enquanto Mione e seu pai se revezavam para distraí-la. Ora a ginecologista aparecia para avaliá-la, ora a enfermeira. Mas foi apenas às cinco da tarde que a médica sorriu para ela e disse que estava na hora de empurrar. 

— Mione! - Ginny murmurou ofegante nos poucos segundos que ela tinha entre a médica pedir que ela empurrasse e um descanso — Eu preciso do Harry aqui, por favor, Mi! - implorou com as lágrimas escorrendo livremente pelo rosto, juntando-se ao suor. 

— Gi, olha pra mim! Está tudo bem, você consegue fazer isso! Eu estou aqui com você! 

— Não, Mi! Porque eu não o chamei? Como eu vou fazer isso sem ele? Eu estou sozinha! - exclamou desesperada ainda chorando. A angústia aumentava esmagadora no peito dela, que sentia as forças se esvaindo. Tudo o que Ginny queria era que Harry estivesse ali segurando a sua mão. 

— Seu pai está lá fora te esperando, eu estou aqui, você está aqui e esse bebê está aqui, Gin! - ouviu Hermione dizer de uma vez, e o apelido soou errado na boca dela, mas trouxe paz — Nós vamos contar até três e você vai fazer muita força - a menina ditou olhando para a enfermeira para pedir a confirmação de que poderia dizer aquilo. A moça consentiu, e ela então se voltou para a amiga — Eu estou cansada de esperar para ver o meu afilhado! - ela continuou firme, mas soou um pouco mimada, o que fez a ruiva rir em meio ao choro — Vamos, um, dois, três!

Ginny segurou a mão de Hermione, fechou os olhos e imaginou que Harry estava ali vendo seu filho nascer e segurando a sua mão. Foi com essa última esperança que empurrou com toda a força que achou dentro de si, e seus ouvidos puderam finalmente ouvir seu bebê chorando pela primeira vez. O corpo dela amoleceu, exausto e os soluços saíram altos quando a médica a entregou o pacotinho azul. Todos os problemas desapareceram naquele momento. 

***

Harry se mexeu inquieto no sofá mais uma vez. Ele conhecia a antiga Ginny o suficiente para saber que ela não teria problemas em lhe contar cada detalhe do que havia acontecido. Para sua surpresa, a Ginny de 8 anos depois e que estava sentada a alguns centímetros dele, aparentando fragilidade como ele nunca havia visto, também não tinha. Ouvir sobre aquele dia doeu e foi extremamente difícil. Ali, sentado, ele desejou desesperadamente que sua irmã tivesse ligado. Independente de seus desejos atuais, ele sabia que o que estava feito, estava acabado. Levou seus pensamentos para o que estava repetindo para si mesmo há dias: ele estava formado em algo que, sem dúvida nenhuma ele amava. Tinha um filho lindo, esperto, inteligente e saudável e agora poderia cuidar dele em todos os momentos necessários ou não. 

Ginny o observava em completo silêncio. Harry bagunçou os cabelos nervosamente e a encarou de volta. A ruiva não conseguiu entender que tipo de sentimento ele cultivava naquele momento. Harry alcançou o copo de água que estava sobre a mesa e simplesmente o bebeu. A ruiva tirou os olhos dele por algum tempo e encarou as próprias unhas, envergonhada com as circunstâncias. Assustou-se levemente quando Harry estendeu a mão, pedindo a dela. Olhou para os olhos verdes e ele sorriu levemente. Deixou então sua mão entrar em contato com a dele novamente, e o carinho gostoso fez com que ela finalmente continuasse a narração. 

— Albus nasceu no dia 13 de Fevereiro de 2010, às 5:43 da tarde. Ele tinha 47 centímetros e pesava 3 quilos e 600 gramas - informou tudo que ela se lembrava naquele momento, e Harry sorriu. Qualquer mãe sempre se lembraria daquelas informações. — Seus pais foram nos visitar três dias depois e então ouviram o meu lado da história toda. Assim como Hermione, eles não concordavam com o que eu queria, mas acho que também tiveram os motivos deles para aceitar. - Harry apenas assentiu, lembrando-se da conversa que já tivera com os pais. 

— Você só cuida do Al? - perguntou curioso 

— Não. Eu passei aquele ano apenas com ele e estudei para o vestibular. No ano seguinte comecei a cursar jornalismo durante a noite, enquanto meu pai cuidava dele para que eu pudesse estudar. 

— Era o curso que você queria - ele adicionou tranquilamente, deixando-a surpresa por ele ainda se lembrar. 

— Sim! - respondeu sorrindo — Depois de 2 anos de faculdade, eu comecei a estagiar em uma editora, então passava apenas as tardes com Al durante a semana. Fui efetivada na empresa quando me formei, e hoje ainda trabalho para eles na área de tradução. Seus pais me ajudaram muito, eles e meu pai nunca deixaram faltar absolutamente nada para mim ou para ele. Mione foi nos visitar no Brasil duas vezes, mas no restante, fomos nós que viemos para cá. 

— Ele fala inglês perfeitamente, é incrível - Harry disse em um tom de voz orgulhoso, o que fez Ginny rir um pouco
— Ele cresceu aqui e lá, e fiz o possível para manter o contato com as duas línguas. Quando ele entrou para a escolinha, decidimos que seria legal uma escola bilíngue onde ele pudesse praticar ainda mais. - ele assentiu, ouvindo atentamente ao que ela dizia e pensando o quanto aquela ideia era a cara de sua mãe. — Harry, eu sinto muito por te arrastar por tudo que aconteceu. Foi o melhor que eu consegui pensar com a maturidade que eu tinha 

— Eu não posso dizer que me agrada, Gin. Você sabe que não - a resposta veio sincera — Mas, de qualquer forma, por mais que eu preferisse que as coisas tivessem acontecido de uma forma diferente, elas já aconteceram. Pelo que eu vi nos últimos dias, você tem sido uma mãe incrível - ele elogiou e ela sorriu abertamente para ele, feliz — E eu preciso aprender a ser pai, e Albus a ser meu filho - terminou deixando implícito o que ele queria. 

— Albus não poderia ser um pai melhor - Ginny respondeu e sorriu — Obrigada, Harry, por ser esse cara incrível! 

Harry levantou-se do sofá com um peso gigantesco fora de suas costas. Estendeu a mão para Ginny, pedindo que ela se levantasse também. Seu coração martelou contra o peito quando ela se apoiou nele para fazê-lo. Ele olhou para ela com um carinho tão grande que não conseguia explicar. Sentiu vontade de acariciar o rosto levemente inchado pelas lágrimas, mas não o fez. Inclinou-se para beijou e beijou a testa dela com carinho. 

— O mesmo vai para a mãe dele - falou finalmente — E agora, eu quero que você suba, lase esse rostinho choroso e volte para nós irmos almoçar! Tem um monstro comendo tudo dentro de mim - ele brincou e fez ela gargalhar. Em seguida, ela virou as costas e subiu as escadas graciosamente, deixando-o sozinho por um tempo.




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Notas finais do capítulo

Como está o coraçãozinho de vocês??

Gente, quero contar que esse foi um dos capítulos que eu mais gostei de escrever até agora! Foram 14 páginas do Word de muito amor.

Acho que, em primeiro lugar, eu amei escrever esse capítulo porque eu queria muito colocar todo sentimento possível nele. E, em segundo lugar, porque ele marca um ponto bem importante da nossa história!

Agora eu quero saber de vocês: o que vocês acharam?? Estou super ansiosa pelo retorno de vocês!

Beijinhos e até o próximo!! ♥



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