Nothing Holding Us Back escrita por Lo


Capítulo 5
Capítulo 5: For the first time


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!
Como vocês estão?

Cheguei trazendo um capítulo um pouquinho diferente!

Boa leitura, e encontro vocês lá embaixo ♥



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Capítulo 5

“For the two of us, home isn’t a place, it’s a person and we are finally home” 

Londres, Dallington High School, 7 de Setembro de 2010, 4:57 p.m. 

O suspiro de cansaço saiu alto da menina ruiva que estava se alongando enquanto esperava Hermione para irem até o vestiário. A treinadora dava instruções para as meninas que participariam dos jogos intermunicipais dali duas semanas, mas Ginny não estava muito interessada no assunto, já que não fazia parte do time que iria jogar. 

— Gin - a voz que já era conhecida soou atrás dela, fazendo com que a ruiva se assustasse levemente, mas logo se virasse para Harry. O suor estava escorrendo pela rosto do menino, e a camiseta do time de futebol estava grudada no corpo dele. A ruiva sorriu levemente enquanto voltava a se equilibrar em apenas uma perna para alongar a outra. 

— Oi, Harry! - respondeu sem conseguir conter totalmente a animação na voz. Harry se inclinou para baixo e deixou um beijo no rosto de Ginny, que sentiu a sensação já conhecida àquela altura despertar. É claro que ela já havia percebido as borboletas que acordavam em seu estômago quando ele estava por perto, e também o tanto que ela gostava quando ele a chamava pelo apelido que tinha inventado ainda na primeira semana em que haviam se conhecido.

— Um passarinho me contou que sexta é seu aniversário e temos a missão de fazer uma super festa - o moreno disse sério, o que a fez revirar os olhos teatralmente

— Ron é um linguarudo! - ela brincou, e ele riu do adjetivo escolhido. 

— Concordo, ele sempre foi! - confirmou com o sorriso no canto da boca que deixava Ginny um pouco atordoada — Mas a ideia não é ótima? 

— Só porque meu aniversário é meu dia preferido do ano - informou séria, fazendo ele gargalhar 

— Fala sério, Gin! Quantos anos você tem? - tirou sarro, e ela riu com vergonha. 

— Talvez 7, só pareço um pouco mais velha. Mas você também deve gostar muito de algum dia do ano - retrucou, tentando consertar 

— Gosto, do primeiro dia de férias! - respondeu divertido — Ron é ótimo com festas, não se preocupe. Já está indo pra casa? - perguntou dessa vez olhando para o chão. 

— Estava esperando a Mione para ir - informou, já olhando para a amiga que se aproximava deles 

— Eu ouvi meu lindíssimo nome. Oi cabeçudo! - dirigiu-se ao irmão, que revirou os olhos para ela e fez Ginny rir do comportamento dos dois 

— Você vai para casa agora? - a ruiva perguntou à Mione, que estava empurrando Harry levemente para o lado 

— Não, tenho que dar monitoria de matemática agora - a morena respondeu bufando levemente. Ginny às vezes ainda ficava indignada com a quantidade de atividades que a escola deles disponibilizava. Como os dois Potter eram ótimos na maior parte das coisas, isso fazia com que fossem gentilmente convidados a serem monitores para os alunos mais novos. 

— Você poderia me levar para casa, né, Harry? - pediu fazendo bico e olhando para ele fixamente. O menino sorriu para ela e Hermione riu encarando o irmão e a amiga 

— Claro, vou pegar as minhas coisas e te espero no estacionamento, tá? - Ele respondeu rapidamente e virou as costas, há indo em direção ao vestiário masculino. 

— Se você pedisse para ele te levar para marte, ele levava, Gi. Não precisava fazer aquela cara - Mione disse para a amiga assim que o irmão estava longe o suficiente para não ouvi-la. 

— Não seja exagerada - a ruiva respondeu tentando não ficar vermelha com a afirmação da amiga. Intimamente, aquela frase a fazia se sentir ansiosa só em pensar que talvez ele se sentisse da mesma forma que ela. 

— É sério, Gi! - ela disse já com o armário aberto no vestiário feminino — Ele é meu irmão, então eu sei algumas coisas sobre ele. Harry, nos últimos meses, só estava disponível para duas coisas: o treino de futebol ou estudar qualquer matéria que vá ajudá-lo a entrar na faculdade de medicina. Exceto por uma terceira que é às vezes sair com Ron. - pontuou tudo seriamente, olhando para a ruiva que se recusava a encará-la 

— Ele não deixou de fazer nada disso - Ginny contrapôs, tentando se esquivar. Ela sabia onde aquela conversa as levaria e não estava exatamente pronta para pensar no que exatamente aquilo que estava sentindo significava. Ignorar era a tática mais fácil para ela. 

— Realmente, ele não deixou - Mione concordou sendo sensata. Ginny a viu fechar o armário e encará-la de braços cruzados, com a toalha de banho presa na mão — Mas, do nada, a todo momento, ele está disponível para tudo o que você quer, desde que te conheceu. Eu gosto desse Harry - continuou sorrindo para as bochechas vermelhas da amiga — As únicas pessoas que não perceberam que tem algo acontecendo entre você e Harry são você e Harry 

— Acho que você tomou muito sol enquanto estávamos treinando, está ficando louca - a ruiva falou com uma falsa voz de preocupação, sorrindo para a morena que a olhava brincalhona. — Eu vou ignorar você - informou enquanto jogava a mochila sobre os ombros e fechava o armário com certa força. 

— Isso mesmo! Ignore os seus problemas - Mione respondeu um pouco mais alto para a amiga que já se afastava para sair do local. — Talvez eles desapareçam, ou talvez você se torne minha cunhada - ela gritou a última parte para que a ruiva a ouvisse claramente e riu quando a menina apenas respondeu com um aceno. 

Ginny precisou de um minuto parada atrás do prédio das quadras para recuperar a dignidade que Hermione tinha tirado dela. É claro que ela já havia percebido que ele a deixava ansiosa só por aparecer. E ela gostava de Harry, ele era divertido, o melhor amigo de seu primo, muito bonito, irmão da sua amiga, e a fazia se sentir com 14 anos dando seu primeiro beijo novamente. Exceto pelo fato de que eles nunca tinham se beijado. Mas nenhum dos dois provavelmente estariam morando ali no ano seguinte, e ela não queria que nenhum deles se machucassem por isso. 

Decidiu, mais uma vez, deixar para pensar naquilo depois e seguiu para o estacionamento, onde Harry estava encostado no carro preto do mesmo modelo que o de sua irmã, conversando com alguns meninos do time de futebol que faziam barulho demais. Ele ria de algo que havia sido dito, e tudo que a menina conseguiu prestar atenção fora em como ele ficava lindo sorrindo daquela forma. 

— Demorei muito? - a menina perguntou envergonhada, ao se aproximar e sentir alguns pares de olhos pararem sobre ela. 

— Não! Avisei o Ron que vamos comer alguma coisa primeiro - Harry informou já dando total atenção à ela.

— Nós vamos? Por que não me falou antes? Eu teria trocado de roupa! - questionou emburrada ao notar que ainda estava vestindo o short curto, camiseta do colégio para educação física e tênis. Ginny odiava usar tênis. 

— Você não precisa trocar de roupa, Gin, fica bonita com qualquer uma - as palavras saíram involuntariamente da boca de Harry, e ambos coraram assim que ele terminou de falar. Para contornar o clima estranho, Harry abriu a porta para que Ginny se acomodasse no banco do passageiro. Até que chegassem ao lugar que Harry queria ir, nenhum dos dois se lembrava mais que estavam envergonhados. Sentaram na pequena lanchonete onde Ginny já havia estado duas vezes com Hermione, pediram batatas fritas e milk shakes e conversaram por mais de uma hora sobre tantos assuntos diferentes, que acabaram se perdendo um pouco no tempo. 

Ginny não pode deixar de notar o quão à vontade ele a fazia se sentir. Depois de um pouco mais de um mês, Harry já fazia parte do seu cotidiano. Estava acostumada às brincadeiras de Harry e Ron, a acordar no sábado e encontrá-lo na sua casa; às brigas que ele e Mione tinham, mas eram apenas implicância; e a achar bonitinho o jeito como ele sempre brincava com os óculos quando estava em dúvida com alguma coisa. Ela não se lembrava de algum outro momento em que haviam passado um tempo tão longo apenas na companhia um do outro, mas com certeza gostava de como aquela experiência havia sido. 

— Gin, está tudo bem? - Harry perguntou depois de parar o carro em frente à casa dos Weasley e perceber a menina olhando vagamente para a rua 

— Está sim! Só estou um pouco cansada - tranquilizou Harry que a olhava preocupado — Obrigada por hoje, Harry! Foi bem legal 

— Na próxima vez podemos filmar para saber quem congela o cérebro primeiro - brincou, referindo-se à brincadeira com os milkshakes. Ela gostou de ouvir que ele pensava em uma próxima vez. Focou em apenas rir da brincadeira e se inclinou para beijá-lo na bochecha como despedida. 

— Até amanhã! 

— Até, Gin! 

Naquela noite a ruiva não conseguiu se concentrar nos estudos de forma alguma. Foi da escrivaninha para a cama, da cama para o chão, e de volta para a escrivaninha, sem ter sucesso em terminar de ler a página do livro que falava sobre expressão gênica. Era apenas o que ela tinha registrado. Pensou em ligar para Hermione, mas desistiu. Não queria falar com ninguém sobre o sentimento que ficara preso em seus pensamentos junto com o sorriso torto de Harry. Não desceu para jantar também, o que levou ao aparecimento de Ron entrando sem cerimônia em seu quarto.

— Não sei como que a minha mãe diz que o seu quarto é bem mais organizado que o meu - o ruivo esbravejou dando ênfase à palavra ao tropeçar nos tênis da menina que estavam jogados próximos à porta.

— Porque mesmo assim o meu ainda é bem mais organizado que o seu! - retrucou levemente irritada, o que o fez olhá-la com mais atenção. 

— É assim que você fala com seu primo preferido e que veio te trazer comida? - ele cutucou, mas ela apenas revirou os olhos e sorriu para ele, dando o braço a torcer 

— O que eu precisava mesmo agora era uma barra de chocolate bem grande - sentenciou emburrada. Ron a empurrou para o lado na cama e se deitou da mesma forma que ela: olhando fixamente para cima com os braços cruzados sobre o corpo 

— Quer conversar? - questionou, e ela negou com a cabeça — quer um abraço? - insistiu, recebendo uma confirmação ainda sinalizada com a cabeça. O menino passou o braço por baixo dela e apertou a prima nos braços com tanta força que ela acabou quase sem respirar.  

— Também não precisa me matar, Ron - brincou

— Você já estava na posição de defunto mesmo - a brincadeira surtiu efeito, já que Ginny gargalhou e sentou-se na cama, alcançando o sanduíche que ele havia trazido para ela — Espero que tia Molly tenha feito isso e não você 

— Nunca mais te trago comida, vai dormir com fome da próxima vez que não for jantar - falou falsamente ressentido — Mas sim, foi minha mãe quem fez - confessou, rindo 

— Posso saber porque você saiu falando para as pessoas sobre o meu aniversário? - perguntou ao lembrar-se da festa que Harry tinha mencionado 

— Achei que fosse uma boa desculpa para meus pais saírem de casa e nos deixar fazer uma festa - a resposta veio com uma piscadinha, e Ginny revirou os olhos 

— Tudo bem, mas só te autorizo me usar como desculpa porque eu amo comemorar meu aniversário - informou colocando seu dedo em riste contra o peito dele — No que você pensou? 

— Festa na piscina? - ele sugeriu, mas para ela soou mais como uma pergunta. 

— Na sexta não dá, né? - falou como se fosse óbvio 

— No sábado, né, tonta? 

A menina acenou concordando, e então eles passaram a conversar sobre o que precisariam organizar para que a festa acontecesse naquele fim de semana. Ginny surpreendeu-se ao perceber que Harry estava certo, Ron sabia como organizar uma festa. A conversa completamente aleatória com o primo, a ajudou a relaxar e tirar um pouco do que estava acumulado em sua cabeça. Mas bastou Ron deixá-la sozinha para que a inquietação batesse novamente. Dessa vez ela só conseguia pensar que inevitavelmente Harry estaria naquela festa. 

Os dois dias que seguiram aquela semana antes do aniversário de Ginny tinham sido conturbados para ela e Hermione, que precisavam estudar para uma prova extremamente difícil. A ruiva estava internamente grata por aquilo, já que pensar em Biologia não a deixava pensar em Harry Potter. Quando acordou na sexta, percebeu que havia dormido ainda meio sentada na cama, com o livro e um caderno em cima dela. Ao se levantar, pisou sobre o estojo jogado no chão e sentiu a leve dor no pescoço de quem havia dormido da forma errada. Porém, nada poderia tirar dela o amor pelo seu dia, e mesmo com dor e uma prova difícil iminente, a ruiva estava em um ótimo humor às 6 da manhã. 

— Bom dia, aniversariante! - ela ouviu Molly gritar alegre assim que entrou na cozinha já vestida para ir à escola. Sorriu para a tia e aceitou o abraço carinhoso da mulher. 

— Bom dia, tia! - respondeu com um sorriso no rosto. Os homens Weasley apareceram alguns segundos depois, fazendo barulho demais, mas que ela já estava acostumada. Abraçou o tio, e os gêmeos, primos mais velhos, que a tiraram do chão algumas vezes. 

— Feliz aniversário, ruiva de farmácia! - Ron desejou enquanto a abraçava apertado

— Olha quem fala! O rei do cabelo de salsicha. - retrucou birrenta, o que fez o ruivo revirar os olhos. 

Não se passaram muitos minutos até que ela e os primos saíssem de casa para a escola no carro de Fred, que havia resolvido lhes dar uma carona. Durante o caminho Ron falava sobre o assunto que ele não parava nos últimos dias: a festa. Já a menina tentava ler mais algumas vezes as questões que Hermione tinha formulado para que elas estudassem. 

— Feliz aniversário!! - Hermione desejou efusivamente ao finalmente encontrar Ginny no intervalo após a prova. As duas meninas se abraçaram alegremente e saíram em direção à aula seguinte, enquanto conversavam sobre o assunto que agora teria prioridade: a festa no dia seguinte. Hermione estava animada e passou a aula toda escorregando bilhetes com alguma pergunta para a amiga. 

— O que acha de irmos fazer compras hoje? - Hermione sugeriu enquanto eles caminhavam em direção ao refeitório no horário do almoço. 

— Mi, nós não precisamos de roupas novas para uma festa na piscina - ponderou, tentando ser razoável. 

— Tudo bem - a morena respondeu em um muchocho. — Quem é você e o que você fez com o meu irmão? - indagou dramática enquanto coloca o dorso de sua mão sobre a testa de Harry, fingindo procurar por febre. Ron e Neville, um amigo dos meninos, gargalharam com a brincadeira. Havia alguns dias que Harry não passava mais o horário do almoço correndo atrás de algum professor para lhe ajudar com alguma disciplina. 

— Você é muito chata, mini Barbie! - ele retrucou, usando o apelido de infância. Ela revirou os olhos para ele, que ignorou a irmã e voltou-se para Ginny sorrindo. — Feliz aniversário, Gin - desejou já abraçando-a. A ruiva assustou-se quando ele a levantou alguns centímetros do chão durante o abraço, mas aproveitou a sensação gostosa dele envolvendo-a carinhosamente 

— Obrigada, Harry! - agradeceu ainda entorpecida pelo susto e pelo perfume dele que havia ficado preso nas suas narinas. 

— Amanhã eu te dou seu presente, ok? - ele murmurou tão baixo que se ainda não estivesse próximos ela não teria ouvido. Entendeu que aquela era a intenção dele. Sentiu-se um pouco envergonhada e quando finalmente voltou a si, encontrou Ron e Neville gargalhando para algo que Hermione havia acabado de dizer mas ela não havia prestado atenção. 

— Vamos, eu adoro mamão com açúcar mas só isso não me alimenta - Hermione disse puxando Ginny pelo braço para longe da mesa. Mesmo confusa com a frase da amiga, a seguiu para que buscassem o almoço. 

— Cara, você precisa parar, está ficando feio - Neville disse para Harry assim que as meninas estavam longe o suficiente para não ouvi-los mais. O moreno franziu o cenho sem entender a que o amigo se referia. 

— Apaixonou e ficou burra - Ron murmurou revirando os olhos — Escuta, Harry, eu te conheço a mais tempo que você mesmo, e você precisa ou pegar logo a minha prima ou partir pra outra, porque realmente está ficando feio. 

Harry sentiu seu coração acelerar um pouquinho assim que entendeu a quem eles se referiam. Estava ouvindo a mesma coisa de Hermione há alguns dias. 

— Quem disse que eu quero pegar a sua prima? - indagou, usando a mesma tática que estava usando com sua irmã em todas as vezes que ela abordava o assunto. Os dois meninos riram assim que ele terminou a frase 

— Porque tudo o que você faz é Gin isso, Gin aquilo - o ruivo debochou dando ênfase no apelido, Harry riu, sem conseguir controlar o sentimento dentro de si. 

— Talvez eu goste dela - soltou as palavras sem pensar, caso contrário não o faria. 

— Diga algo que ninguém tenha percebido ainda - Nev pediu com a voz entediada e um sorriso irônico preso no rosto. 

— Não vou ser o cara chato que fica correndo atrás de uma menina que não quer nada comigo - explicou. 

— Fala sério, Harry! As bochechas dela ficam da mesma cor do cabelo de salsicha quando ela está perto de você! - Nev respondeu prontamente, e sentiu o tapa na nuca em seguida. 

— Apelido com o cabelo é só pra família - informou sério, mas nenhum deles conseguiu segurar a risada — Porém ele tem razão - sentenciou olhando, dessa vez, para Harry — Ela acha graça em todas as suas gracinhas, fica envergonhada toda vez que estão juntos e tem alguém perto. Se ela não está na sua, precisamos levá-la ao médico. 

A conversa com os amigos martelou na cabeça de Harry pelo restante do dia. Até aquele momento, ele não tinha certeza de como agir quando estava junto com a ruiva, mas sabia que absolutamente tudo nela o atraia intensamente. Harry, até aquele ponto de sua vida, nunca havia gostado o suficiente de ninguém. E embora de vez em quando tivesse saído algumas vezes com alguma menina que achasse bonita, nenhuma delas nunca tinham feito com que ele pensasse como seria ter um relacionamento com alguém. Mas Ginny tinha. E pensar naquilo o deixava relativamente envergonhado por não saber como se expressar. 

Quando ele a conheceu, achou que fosse apenas o fato de que ela era extremamente bonita e que ele, assim como metade dos alunos do colégio, apenas queriam olhar para a menina brasileira passando pelos corredores com os cabelos ruivos balançando. Depois ele se acostumou com ela visitando regularmente a sua casa, já que ela e sua irmã tinham se tornado unha e carne em poucos dias. A voz doce da menina fazia com que ele quisesse sempre prestar atenção em absolutamente tudo o que ela falava e quisesse fazer tudo que estivesse ao seu alcance para agradá-la. 

Harry aproveitou o restante daquele dia para tentar encaixar seus sentimentos em algo que seu cérebro pudesse pensar racionalmente e para fazer alguns exercícios de física que tinham que ser entregues na semana seguinte. Nunca foi tão difícil estudar física como naquela noite. Harry acordou tarde no dia seguinte, e como Hermione já não estava em lugar algum da casa, ele supôs que já tivesse ido para casa dos Weasley. 

A rua estava relativamente cheia com carros quando ele finalmente chegou. Conhecia a casa como se fosse sua própria, então seguiu para o jardim onde sabia que todos estavam. Cumprimentou algumas pessoas pelo caminho, mas antes de tudo queria, finalmente, falar com Ginny. Foi fácil achá-la. Estava gargalhando abertamente de algo que alguma das meninas de sua sala havia dito em meio a rodinha em que estavam. O sol forte batia em seus cabelos ruivos, fazendo-os brilhar e chamar mais ainda a atenção de Harry. 

— Harry! Que susto! - a ruiva gritou assim que ele a soltou do abraço repentino e ela pode finalmente ver quem era. Harry riu, sentindo-se finalmente nervoso novamente olhando para ela. — Não sabia que já tinha chego - disse com a voz um pouco mais alta que o normal, devido a música. O coração da menina estava acelerado por ele ter finalmente aparecido. Harry, por um momento, quis apenas beijá-la. 

— Acabei de chegar - respondeu enquanto assistia ela acenar para Hermione e se afastar das amigas para alguns metros de distância. Harry a seguiu — Eu trouxe seu presente! 

— Você sabe que não é uma festa de aniversário de verdade, não é? Não precisava comprar nada - falou envergonhada, e o menino só conseguiu sorrir para as bochechas que ficaram imediatamente coradas. Não conseguiu conter sua mão, levando-a ao rosto dela e acariciando a pele macia 

— Eu sei que não - informou enquanto ainda acariciava o rosto dela — Mas eu queria te dar algo que você pudesse se lembrar de algumas coisas que você ama - o coração de Harry martelava tão forte, que por um momento ele imaginou o que ela diria se pudesse ouvir. Levantou delicadamente a mão de Ginny e abotoou em seu pulso a pulseira que havia comprado para presenteá-la. 

— Oh, meu deus! Que linda, Harry - ela murmurou olhando encantada para os pingentes pendurados na pulseira. Harry achou graça do quão surpresa ele havia soado. 

— Eu sei que só nos conhecemos há um mês, mas eu aprendi que você gosta muito da London Eye - ele afirmou, puxando o primeiro pingente que era uma miniatura da roda gigante. Os olhos azuis dela alternavam entre o rosto dele e a jóia agora presa em seu braço — Que viajar é uma das suas coisas preferidas no mundo - puxou dessa vez o pingente com um avião — Que você ama usar salto, embora eu não entenda a necessidade de passar dor à toa. - brincou, mostrando a ela o sapatinho que a lembrava o da Cinderela. 

— É só pra ficar mais alta, não tenho culpa de não ter crescido tanto - ela respondeu rindo e Harry notou ela ficando na ponta dos pés que naquele momento estavam descalços. 

— Eu já disse, você fica linda de qualquer jeito - elogiou, e naquele instante não só ele corou, mas ele também. — Sei também que você sempre uma falta enorme do seu país - continuou, segurando a minúscula bandeira verde e amarelo — E por último, mas não menos importante, o quanto você gosta de cachorrinhos fofinhos— terminou rindo da voz que ele tentou fazer. 

— Harry, eu nem sei o que falar - respondeu sincera e finalmente o olhou novamente nos olhos. Estava tão maravilhada com o presente e com o cuidado que ele tinha tido em escolher cada coisinha ali, que não encontrou as palavras. Harry pode ver as lágrimas acumuladas nos olhos azuis 

— Achei que tivesse gostado do presente, não é pra chorar - o moreno brincou 

— Eu amei, muito obrigada! - agradeceu ainda encantada e esticou-se, ficando na ponta dos pés, para abraçá-lo. Harry a envolveu pela cintura e apertou em seus braços, gostando da sensação de tê-la ali novamente. 

— Você não tem ideia do tanto que eu quero te beijar agora, Gin - as palavras escaparam da boca de Harry assim que ela a soltou do abraço e encarou seus olhos. A ruiva sorriu para ele adoravelmente corada. 

— Estou esperando, Harry - respondeu, e ambos riram nervosos para aquele momento. Harry puxou o rosto da menina para o seu, finalmente colando seus lábios para o que seria o primeiro de muitos beijos que ainda trocariam. De algum lugar, os dois puderam ouvir os gritos e a bagunça que o beijo havia causado, e Ron gritando um “finalmente”. Aquilo os fez rir ainda grudados um ao outro, felizes por estarem exatamente onde queria: nos braços um do outro.




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Notas finais do capítulo

Gente, a fic ainda tem muito a se desenrolar no presente para Harry e Ginny, mas porque não nos apaixonarmos um pouquinho pelo passado desses dois?

Esse capítulo era pra ser um pouquinho mais para frente, mas achei que estava na hora de ter um capítulo tão Hinny quanto possível!

Espero que tenham gostado, e aguardo ansiosa para ler os comentários de vocês sobre o capítulo de hoje!

Beijinhos, e até o próximo ♥



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