Nothing Holding Us Back escrita por Lo


Capítulo 4
Capítulo 4: Dazed and Confused


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Como vocês passaram a semana?
Espero que todos estejam bem!

Confesso que era para eu ter postado esse capítulo ontem de manhã, mas estava bem desanimada nessa semana passada e cheia de coisas da faculdade para fazer, então acabei me atrasando.

Boa leitura, conversamos lá embaixo!



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Capítulo 4

 “Sometimes the future changes quickly and completely  and we’re left with only the choice of what to do next. We can choose to be afraid of it, to stand there trembling, not moving, assuming the worst that can happen or we can step forward into the unknown and assume it will be brilliant.” 

— Mamãe, por que você está chorando? - Albus questionou assim que Ginny se aproximou dele 

— Porque às vezes os adultos choram, querido! Não se preocupe - ela respondeu com a voz tranquila, embora nada dentro dela estivesse tranquilo. — Vamos subir, meu amor? 

Ele assentiu confuso para a mãe, que ofereceu a mão para que ele segurasse. Os olhos de Ginny pairaram em Lily e James por poucos segundos, mas preferiu não dizer nada para não correr o risco de magoá-los também. A ruiva e seu filho seguiram para o quarto do menino, onde ela pegou uma troca de roupa e toalha de banho para ele, e seguiram depois para o quarto em que ela estava dormindo. 

Durante o banho, Albus não deixou de conversar com ela sobre seu dia, e tagarelou sobre todas as atividades, repetindo as que já havia contado e adicionando outras. Ela tentou ouvir o mais atentamente possível para tirar sua cabeça por um tempo do que havia acontecido naquela tarde. Após o banho, Ginny ligou a televisão do quarto, colocou no canal do Youtube que Al mais gostava de assistir e foi tomar banho. Aquela rotina era comum para eles, então não ficou preocupada em deixá-lo sozinho por alguns minutos. 

Debaixo do chuveiro, com a água e barulho do chuveiro para esconder, ela chorou ao ponto que alguns soluços escaparam de sua garganta. O coração já não estava tão acelerado quanto antes, mas a sensação ruim na boca do estômago continuava presente. Ali, sozinha, Ginny havia percebido que encontrá-lo havia trazido muitos sentimentos. Quando viu Harry, teve saudade. Os olhos verdes, a voz mansa com que ele falava com ela quando ainda namoravam, o sorriso torto que ele dava quando queria alguma coisa, e o apelido. Ninguém além dele a chamava daquela forma, e ouvir o apelido exclusivo sair da boca dele depois de tanto tempo a deixou um pouco feliz por ele ainda se lembrar. 

Também teve medo. Por mais que soubesse que aquilo poderia um dia acontecer, não esperava que fosse daquela forma. E isso a deixou confusa quanto às posições de Harry. O modo como ele falara com ela há alguns minutos mostrava que ele estava irritado com o segredo que a ruiva e a família dele haviam guardado por 8 anos. Ele tinha razão, até certo ponto. Ela não sabia o porquê, mas sentiu remorso ao lembrar-se novamente da discussão que tiveram. Não tinha como não se sentir responsável por Harry ser alheio à existência da criança, por mais que suas intenções tivessem sido as melhores. 

Mas não era apenas em relação a Harry que a ruiva estava confusa. Pensou por alguns minutos no filho, e em como ele reagiria às mudanças que provavelmente seriam impostas em um curto período de tempo; e também em Lily, James e Hermione, e o que a novidade faria com o relacionamento deles com Harry. Não queria de forma alguma que Harry os culpasse por nada. 

Quando terminou finalmente o banho, voltou ao quarto, onde encontrou Albus ressonando tranquilo na cama, ainda com a televisão ligada e o controle preso na mão pequena demais para que o objeto coubesse por completo; e Hermione sentada na poltrona próxima à janela, olhando para o céu já escuro. A morena a encarou assim que percebeu a amiga no quarto e sorriu levemente. Ginny pode notar as pálpebras inchadas e olhos vermelhos. 

— Como você está, Gi? - questionou com a voz baixa

— Você sabe, Mi - respondeu tentando sorrir. Sentiu os olhos ardendo novamente com a vontade de chorar a invadindo novamente — Me desculpe - pediu sem conseguir olhar a amiga nos olhos. 

— Você não precisa se desculpar. Eu apenas estou preocupada com todos vocês - falou calmamente. Ginny sentiu os braços da amiga a envolvendo com delicadeza, o que deu vazão às lágrimas que ela tentava segurar — Gi, eu sei o quão difíceis foram os últimos 8 anos. Eu estava aqui com você o tempo todo, mesmo quando eu não estava concordando com as suas decisões. 

— Eu só queria protegê-lo. Eu não conseguia imaginar nenhuma situação em que ele poderia ficar conosco sem estragar todos os seus planos, e eu o amava demais para deixar isso acontecer. - desabafou — Não queria magoar ninguém, Mi!

— Eu sei - Hermione disse compreensiva — Sem querer você se magoou, e magoou Harry não naquela época, mas agora. - a resposta veio com sinceridade, o que incomodou Ginny, mas ela ignorou por saber que era apenas a verdade. — Você teve a melhor das intenções, não precisa se culpar por nada, tudo bem? Não acho que teria alguma forma de acontecer tudo o que aconteceu e ninguém sair magoado disso, Gi.

— Eu não sei - murmurou incrédula — Você acha que Harry vai perdoar todo mundo? - indagou a ruiva. Hermione revirou os olhos para ela e sorriu 

— Claro que vai, Gi! É de Harry que estamos falando - Ginny sorriu para a frase da amiga, sabendo que o rapaz era uma das pessoas mais amáveis que ela já havia conhecido. 

— Por que nunca tivemos essa conversa? - perguntou à Hermione 

— Porque você nunca quis nem falar de Harry! - a ruiva revirou os olhos às palavras de Hermione

— Eu não tinha muitas formas de tirá-lo da minha vida, Mione! Al é um lembrete diário dele, eu não precisava de mais um motivo para pensar nele o tempo todo. 

— Eu sinto muito que isso tenha acontecido desse jeito - a morena disse num suspiro — Mas tudo vai se resolver, não se preocupe. 

Após a breve conversa, Hermione deixou o quarto. Por um momento, Ginny se sentiu sozinha demais com o silêncio que reinou após ela ter desligado a televisão. Ela nunca havia sentido aquilo, amava ficar no silência e ouvir seus próprios pensamentos com clareza. Mas aquele momento não era exatamente oportuno para isso. A ruiva sentou-se na cama, ainda com o roupão de banho e toalha na cabeça e acariciou os cabelos de Albus.

— Filho, vamos acordar, Al? - chamou baixinho, perto do ouvido do menino. Ele, que não havia dormido por muito tempo, resmungou antes de abrir os olhos verdes e encarar a ruiva

— Ah, mamãe, deixa eu dormir, por favorzinho - pediu com a voz ainda rouca 

— Se você dormir mais, não irá dormir a noite, querido. Porque não vai lá pra baixo ajudar a vovó com o jantar? - sugeriu 

— Eu posso jogar video game? - questionou com os olhos mais abertos e alerta 

— Depois do jantar, tudo bem? - determinou tranquilamente. Albus já estava acostumado àquela rotina, assim, não reclamou. Levantou-se em seguida e deixou o quarto, deixando Ginny sozinha e perdida em pensamentos. 

Harry, por sua vez, estava trancado em seu quarto, a um cômodo de distância da ruiva. Desde a conversa com seus pais, havia se acalmado o bastante para conseguir pensar mais claramente nas coisas. Sentiu-se um pouco envergonhado pelo comportamento que não tinha absolutamente nada a ver com a personalidade dele. Lembrava-se de pouquíssimas vezes em que havia gritado com alguém por raiva, ou durante uma briga. 

Preferiu pensar racionalmente e dar tempo ao tempo para que tanto ele quanto Ginny pudessem digerir a situação. Tentou, por alguns minutos, pensar em alguma ocasião em que ela pudesse tê-lo contactado para contar sobre a gravidez, mas nada veio a sua mente. 

Ele se lembrava muito bem, no entanto, da última vez que havia visto a menina. Fora no mesmo dia que terminaram o relacionamento. Pensar naquele momento o deixou estranhamento triste, porque se lembrava bem do quanto nenhum dos dois queria que aquilo acontecesse. Ginny havia sido a primeira menina a quebrar seu coração. 

— Harry? - a voz de James soou firme do outro lado da porta, seguida de algumas batidas leves na madeira. 

— Pode entrar, pai - Harry respondeu alto o suficiente para que ele o ouvisse. Permaneceu sentado na cadeira da antiga escrivaninha. 

— Sua mãe vai pedir para todo mundo checar se todos estão bem até essa situação se resolver - o homem mais velho falou brincalhão, assim que viu o filho. 

— Eu estou bem - Harry respondeu sorrindo levemente 

— Pense pelo lado bom, filho, os nossos genes maravilhosos estão sendo disseminados pelo mundo - James constatou sorrindo torto e Harry finalmente riu e revirou os olhos, o gesto fez com que ambos Potter se sentissem um pouco melhor. 

— Ele se parece bastante comigo, né? - inferiu com um sorriso

— Até no jeito! - respondeu categórico — Você vai amar conhecer tudo sobre ele, filho. Inclusive pode começar agora que ele está lá embaixo tagarelando enquanto a sua mãe faz o jantar. Inclusive, sua mãe achou que um bom jeito de começar a se redimir, seria fazer seu prato preferido hoje - brincou James. O clima agora estava um pouco mais leve para Harry. Os dois se levantaram e seguiram para fora do quarto em direção ao andar inferior da residência. 

— Ia falar que ela não precisava se redimir, mas já que ela quer tanto, tudo bem - Harry brincou, referindo ao strogonoff de sua mãe que era o melhor de todos. 

Enquanto seguiam para a cozinha, onde a voz de Lily e Albus eram audíveis, os dois conversaram brevemente sobre a viagem para a Inglaterra. James estava atônito e feliz quanto a decisão de Harry de voltar para casa. 

Ao chegarem na cozinha, os dois homens encontraram Albus com uma grande quantidade de coisas que não se quebravam na mão, levando em direção à sala de jantar. Lily estava rindo de alguma coisa que o menino havia dito antes deles chegarem. Não havia sinal de Hermione ou de Ginny, o que fez Harry pensar se elas teriam saído de casa. 

— Harry vai ajudá-lo a colocar a mesa, Al! - Lily informou. Harry sentiu-se envergonhado de repente. É claro que sua mãe usaria seus truques para fazê-los compartilhar alguns pequenos momentos e Harry pudesse conhecê-lo.

— Tá bom, vovó! - a resposta veio prontamente — A vovó não me deixa pegar as coisas pesadas, acho que ela tem medo de eu quebrar tudo - contou para Harry quando ambos seguiram para a sala de jantar com mais coisas que o menino carregava nos braços pequenos. Harry não pode conter o sorriso ao vê-lo participativo. 

Demorou alguns minutos até que estivesse tudo organizado. E durante o processo, ambos trocaram uma conversa leve. Harry, aparentemente, não conseguia conter a alegria de dividir aquele momento simples com o filho, já que não podia deixar de responder entusiasticamente ou sorrir para absolutamente tudo que ele falava. 

— A gente pode jogar video game depois da janta? A mamãe disse que só poderia ser depois - Al informou algo que Harry não informaria se fosse ele querendo burlar as regras. 

— Claro - respondeu ansioso para dividir aquela atividade, e ao mesmo tempo animado, pois mal se lembrava qual tinha sido a última vez que ele tinha usado um video game. 

— A mamãe não me deixar jogar se eu não comer tudo - o pequeno comentou, revirando os olhinhos verdes 

— E por que ela não deixa mesmo, Al? - a voz de Hermione soou brincalhona, vindo da entrada do cômodo. Harry riu para a postura autoritária que ela mantinha, apesar do tom de voz não dizer a mesma coisa 

— É que eu não gosto muito de comer legumes e coisas verdes - a resposta meio com tom de voz tedioso — É ruim, tia! 

— Mas é bom pra sua saúde - ela argumentou como se ele fosse crescido o suficiente para ter aquela discussão. — Por isso você tem que comer 

— Como você sabe, tia? Você não é médica, a mamãe disse que você é advogada - ele questionou, fazendo com que Harry não conseguisse segurar a risada. Hermione revirou os olhos teatralmente para o irmão 

— O Harry é! - informou ao menino e mostrou a língua numa atitude infantil. Os olhos do menino correram imediatamente para Harry, brilhando com a notícia 

— Sério? - perguntou curioso, e no mesmo instante o coração de Harry acelerou um pouquinho 

— Sim, Al! 

— Então me explica porque eu tenho que comer essas coisas ruins - pediu sério, e a frase fez Harry pensar quantos anos ele tinha. Hermione riu, e bateu no ombro do irmão, como se dissesse que o problema agora era dele. Harry, com toda calma do mundo, explicou o porquê, e no final, Albus pareceu satisfeito. 

— Mas eu ainda não vou comer brócolis - respondeu depois que Harry terminou. Ele não pode deixar de rir. 

— Se você comer o resto, já é alguma coisa, mocinho! - Hermione disse, ao aparecer com uma taça de vinho para ela e outra para Harry.

— Al, você pode ir chamar a mamãe pra jantar, querido? - Lily pediu, enquanto entrava na sala de jantar com um travessa na mão. Al assentiu e saiu correndo em direção às escadas. 

— Sem correr nas escadas! - ambas Lily e Hermione gritaram ao mesmo tempo e ao longe eles puderam ouvir a risada do menino. Não demorou muito para que Albus aparecesse novamente, dessa vez na companhia de Ginny. 

Harry não pode deixar de notar como ela estava linda. Os cabelos molhados e a mudança de roupa denunciavam o banho recém-tomado. Ela e Albus estavam de mãos dadas, e a ruiva sorria para algo que o menino havia dito. 

— Cuidado para não babar - Mione sussurrou perto do ouvido de Harry e deu risada. Harry revirou os olhos para ela e focou seus olhos na taça de vinho que estava à sua frente na mesa, e de repente ficou extremamente interessante. 

Ginny tentou conter a ansiedade ao ter que encarar todos novamente depois do escândalo daquela tarde. Sentiu-se um pouco envergonhada e ansiosa, por isso distraiu-se na conversa com o filho até chegarem à sala de jantar. Lily e James conversam tranquilos em uma das pontas da mesa. Hermione sorria sozinha para sua taça de vinho, como se algo muito engraçado tivesse acontecido. E Harry estava brincando com a taça entre os dedos, já quase vazia, meio perdido nele mesmo. Albus se encarregou de distrair a todos durante o jantar, de forma que Ginny não precisou se manifestar muitas vezes. Apesar de incomodada com o fato de que nem ela nem Harry dirigiram a palavra um ao outro, o clima estava gostoso. Não era como se a briga daquela tarde tivesse se estendido àquele momento, e isso a agradava um pouco. 

— Mamãe, posso jogar vídeo game agora? - Al perguntou alto o suficiente para que todos ouvissem. Ginny examinou bem os olhinhos que brilhavam em antecipação 

— Pode, Al! - ela sorriu docemente para ele, que comemorou imediatamente. 

— Vamos, tio Harry! - todos pararam de falar quando o menino chamou Harry para jogar. O moreno não pareceu estranhar o convite, e se levantou da cadeira, deixando para trás o guardanapo que estava em seu colo e a taça de vinho já vazia sobre a mesa. 

— Eu não acredito que você está me trocando! - James exclamou como se estivesse indignado. 

— Você não sabe jogar direito, vovô! - Albus respondeu arteiro e saiu rindo e gritando pela casa quando James se levantou para correr atrás dele. Quando os perdeu de vista, Ginny voltou seus olhos para Harry, e estranhou encontrá-lo olhando para ela. Ele estava sorrindo, provavelmente pela brincadeira de James com Albus, mas ela não conseguiu evitar de sorrir para ele também. 

Quando voltou sua atenção para a mesa, apenas ela, Lily e Mione permaneciam sentadas ali. Lily sorriu para ela com ternura, e estendeu a mão para que Ginny segurasse. Os anos de convivência eram tantos que a ruiva não poderia deixar de se sentir parte da família também. As três mulheres conversaram por alguns minutos sobre Albus. Mione comentou também que logo Ron, que agora era seu namorado, estaria de volta à cidade depois de três semanas viajando a trabalho. 

O relacionamento de Ron e Hermione já não era novidade na família, mas Gi se lembrava bem de quando o rapaz começou a trabalhar na empresa que Mione estava estagiando e eles acabaram se reaproximando. Mione havia ficado, primeiramente, receosa quando o ruivo a chamara pra sair, afinal, ela tinha gostado dele por tanto tempo durante a adolescência sem ser correspondida, que em algum ponto ao longo dos anos havia desistido de pensar que ele gostaria dela. Mas com o tempo eles acabaram se acertando, e se tornaram um casal maravilhoso. 

Ginny estava com saudade do primo, já que não o encontrava há mais de um ano. Eles sempre trocavam mensagem, e Ron amava levar Al para praticarem algum esporte juntos. Ela sabia que ele e Harry ainda eram amigos mesmo com a distância e que sempre saiam juntos quando o moreno estava em Londres, por isso Ron era mais uma pessoa que seria surpreendida com a notícia de que Albus era filho de Harry. 

Após algum tempo de conversa animada e leve, Hermione seguiu para a sala para tentar terminar de ler um de seus livros, enquanto as ruivas ficaram para trás na missão de organizar a cozinha. Ginny acabou lavando e guardando a louça, já que não achava justo Lily ter que fazer mais coisas. Lily a fez companhia por aquele tempo, até finalmente despedir-se da menina e seguir para seu quarto junto com o marido. A ruiva reparou que já se passavam das 22h, e então se dirigiu à sala, onde sabia que Albus e Harry estariam ainda jogando. 

— Acho que está na hora de alguém ir para cama! - ela disse tranquilamente, e atraiu 3 pares de olhos para si. Mione não demorou muito a desviar a atenção e voltar para sua leitura. 

— Ah não, mamãe! - Albus reclamou no segundo seguinte, como ela já esperava — Poxa, perdi - reclamou levemente irritado e esfregou os olhos em seguida, como sempre fazia quando estava com sono. 

— Vamos subir pra dormir, filho? - chamou novamente, já abaixada ao lado dele e acariciando os cabelos pretos e lisos — Harry não vai a lugar nenhum, tenho certeza que vocês podem jogar mais amanhã - afirmou, já olhando para o homem que estava a menos de um metro de distância dela. Ele olhava para os dois maravilhado com o jeito com que ela lidava com a criança. Harry não sabia o porquê, mas queria abraçar os dois juntos. 

— Promete? - Al insistiu, dessa vez olhando para Harry 

— Só se você me deixar ganhar! - o moreno brincou — Eu só ganhei uma vez, Al! 

O menino riu e concordou acenando a cabeça. Antes de subirem, Ginny pediu que ele colocasse os controles e as almofadas que estavam jogadas no chão no lugar adequado. Quando foi em direção a mãe, os braços estavam esticados, pedindo colo. Ela sorriu para a cena tão comum em seus dias e o levantou com certa dificuldade. Quando o pegava no colo podia perceber o quanto a criança havia crescido, e o quão rápido o tempo havia passado. 

— Dê boa noite à Mione e ao Harry, querido - pediu alto o suficiente para que ambos adultos ali a ouvissem também, e acariciou os cabelos do menino, que havia deitado em seu ombro. 

— Boa noite - o menino murmurou e acenou com a mão para a os dois. 

— Boa noite, Al! - Mione e Harry responderam em uníssono. Ginny acenou da melhor forma que conseguia para que não soltasse Albus em seu colo, e seguiu para o quarto da criança. 

— Mamãe, o dia foi legal, né? - ele afirmou com voz de sono, mas ainda acordado o suficiente para querer puxar papo. 

— Você achou, filho? - respondeu com uma pergunta, tentando se livrar de uma resposta. Ela não tinha tido um bom dia. 

— Foi! Eu brinquei bastante com o vovô, conheci o tio Harry e joguei bastante também - a resposta veio enquanto Ginny o ajudava a colocar o pijama, e então ambos seguiram para o banheiro para que ele pudesse escovar os dentes — Será que amanhã a gente pode chamar o Scorp para vir aqui? 

— Amanhã a gente vê, tá bom? - respondeu sem pressa. Quando ele finalmente se deitou, não demorou mais que 3 ou 4 minutos para que estivesse dormindo tranquilo após o dia cheio — Durma bem, bebê - sussurrou a ruiva e, em seguida, beijou a testa dele. Antes de deixar o quarto, ela arrumou as roupas jogadas, e deixou a luz do abajur acesa. Ao se voltar para a porta, assustou-se ao ver Harry encostado no batente, observando seus passos. 

Harry não pode se conter, e quis observá-los. Ginny murmurava alguma canção de ninar que ele não conhecia, enquanto estava sentada no chão, ao lado da cama acariciando os cabelos do filho. Ele não queria deixá-la nervosa, mas continuou ali, apenas encostado até que ela percebesse sua presença. Ele se afastou para que ela pudesse sair e fechar a porta do quarto. 

— Harry… - a voz da ruiva saiu como um sussurro, e Harry pode ver seu lábio inferior tremendo levemente. Vê-lo ali os observando tinha feito com que ela quisesse chorar novamente, mas não o faria. 

— Ele é encantador - ele disse calmo, e sorriu, olhando para a porta do quarto que já estava fechada. Ginny se sentiu acolhida ao perceber que ele falava com aquela naquele momento da mesma forma que ela se lembrava de anos atrás. 

— Sim, ele é - ela respondeu convicta — Eu sei que você deve estar bem chateado comigo - ela começou, tentando arrumar algo para dizer a ele. 

— Gin, nós dois estamos cansados e confusos - Harry disse com a voz baixa. A ruiva tentou não prestar atenção no apelido que ela amava — E eu quero muito ouvir tudo o que você tem para me falar, mas eu sei que agora não é o momento certo 

Um suspiro aliviado saiu dela ao perceber que ele não queria brigar, e então assentiu, concordando com o que ele dizia. Harry assistiu ela desviar o olhar dele e encarar apenas o corredor vazio na frente deles. Ela levou de repente os dedos à corrente que estava presa em seu pescoço e brincou com o pingente brilhoso. Harry sabia que ela estava ansiosa. 

— Obrigada, Harry - ela agradeceu de repente, após alguns segundos sem dizer nada. Os olhos azuis finalmente encararam Harry e estavam cheios de lágrimas que ela não queria derramar novamente. — Amanhã? - perguntou, referindo-se à conversa. 

— Amanhã - ele confirmou e sorriu torto — Boa noite, Gin. 

— Boa noite, Harry! - a voz dela saiu trêmula com a resposta. Ginny preferiu ficar ali parada até que ele entrasse no quarto e sumisse de sua vista. Só então ela respirou fundo e seguiu para seu próprio quarto, querendo mais que nunca deixar aquele dia para trás e viver cada dia de uma vez dali para frente.




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Notas finais do capítulo

E ai, gente? O que vocês acharam desse capítulo?

Gostaria muito de conversar mais com vocês e saber se estão gostando ou não! É um incentivo e tanto!

Estou ansiosa para tirar da minha cabeça tudo que estou pensando, então dependendo de como for a semana, posto o próximo capítulo um pouco antes!

Cuidem-se e fiquem em casa se puderem! ♥

Beijinhos



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