Em meio ao Caos escrita por Val Rodrigues


Capítulo 3
Capitulo Três


Notas iniciais do capítulo

Cheguei... E mais um capitulo.
Mas antes, um Muito obrigada as lindezas Zezinha, Mariana, Drica, Roberta e Gysa Vocês não fazem ideia do quão animador e gratificante foi receber seus comentários. E é por isso que eu dedico este capitulo a vocês, de todo coração. Obrigada...

Bora la?



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Isabella observou seu pequeno garoto dormir. Com um sorriso triste no rosto, notou o quanto ele estava crescido. Não era mais aquele garotinho que amava brincar com a irmã ou que queria leva-la para todos os lados. Aos poucos, sem que notassem, ele foi se afastando de todos.
Por mais que quisesse culpar Edward pela revolta do seu filho, em seu intimo ela sabia, ela era a verdadeira culpada por ele estar assim.

FlashBack
— Theo, cuidado. Não vá derruba-la. Ela falou vendo Theo com seus oitos anos, segurando nos bracinhos da irmã e ajudando ela a dar seus primeiros passinhos.
— Não vou mãe. Vou cuidar dela.
Isabella sorriu sacando o celular e tirando uma foto dos dois, sentindo-se a mãe mais feliz do mundo.

 


— Mãe, a senhora esta chorando? Theo perguntou ao ouvir sua mãe fungar e só então ela percebeu que chorava.
— Não filho, não estou chorando. Disfarçou secando o rosto. _ Pensei que estivesse dormindo, não queria acorda-lo.
Theodoro a olhou esfregando os olhos e Isabella suspirou. Não importava o quanto ele crescesse, ainda era seu bebê.
— Theo, me desculpe.
— Por que?
— Por magoar você. Mas, eu quero que saiba que não importa o quanto seu pai e eu briguemos, eu sempre ia escolher ter você. Filho ter você e sua irmã, foram as melhores coisas que ja me aconteceram. E eu nunca, nunca, escolheria uma vida em que vocês dois não estivessem nela.
— Mas vocês estão se separando.
— É complicado filho.
— Vovô disse a mesma coisa.
— Por que é verdade. Sera que você pode me perdoar? Bella perguntou e ele acenou concordando. Com um sorriso gigante no rosto, ela o abraçou e o beijou repetidas vezes.
— Mãe, eu não sou mais um bebê. Reclamou do seu aperto.
— Para mim, você sempre sera meu bebê. Sorriu com a careta dele. _ Esta bem, vou deixar você voltar a dormir. Disse se levantando e indo ate a porta.
— Boa noite mãe. Theo falou e ela o olhou com carinho.
— Boa noite filho. Disse antes de fechar a porta e suspirar.
Atras dela, seu pequeno garoto, mantinha um sorriso no rosto enquanto se enrolava nas cobertas. As palavras da mãe, ecoando em sua mente.
.........................................

Isabella apertou o moletom em torno de si. O frio castigava a cidade e ela colocou as mãos nos bolsos tentando mante-las aquecidas.
Erguendo a cabeça, tomou uma lufada de ar e expirou. Por mais que estivesse congelando, precisava deste tempo, desta calmaria.
Ela parou olhando ao redor e sorriu reconhecendo o local. Fizera aquele caminho tantas vezes quando mais nova.
Expirando, recostou-se no parapeito da ponte e piscou notando uma lagrima em sua bochecha.

FLASHBACK
— Você falou serio quando disse que gostava de mim? Ela perguntou notando a proximidade dos dois e ele acenou concordando. Proximo demais. Pensou. _ Por que? Ha tantas garotas lindas aqui na cidade que dariam tudo para ficar com você, por que eu?
— Porque não você? Ele devolveu a pergunta e sorriu. O sorriso que ela mais amava. _ Você é linda Isabella, encantadora na verdade. Falou tocando a ponta do dedo gelado em seu rosto quente, as maças do rosto avermelhados pelo frio e pela proximidade dos dois. _ É tão linda que me faz querer beija-la. Falou e ela o olhou em expectativa, o coração aos saltos.
Devagar, ele eliminou a distancia entre os dois e a beijou. E naquele momento, ela sabia, seu coração era dele.

 

 

O toque insistente do celular a despertou das lembranças e ela suspirou atendendo.
— Alô.
— Bella. É tarde demais? A voz dele soou do outro lado.
— O que? Perguntou confusa.
— Eu deveria ter ligado antes, mas só consegui sair do Hospital agora. Eu te acordei?
— Não. Eu não estava dormindo. Respondeu compreendendo-o e começou a refazer o caminho da casa dos seus pais. _ Mas as crianças ja estão dormindo.
— Eu ja imaginava. Vou ligar mais cedo amanha. Eles estão bem?
— Sim. Falou e então lembrou da conversa com Theo. _ Edward, eu descobri por que o Theo estava tão arredio.
— Por que?
— Ele ouviu nossas brigas. E acabou entendendo que nos casamos por culpa dele.
— O que?
— Pois é. Eu conversei com ele agora ha pouco. Expliquei a situação, acho que ele entendeu, então vamos ver como ele vai reagir a partir de amanha.
— Isso é bom. Eu ligo amanha para falar com ele.
— Liga mesmo. Ele precisa ouvir isso de você tambem. É importante para ele. Pontuou.
— Entendi. Boa noite Bella.
— Boa noite Edward.
.......................................

Edward desligou o telefone observando a casa a sua frente. Casa que um dia fora sua, onde tivera uma esposa, seus filhos, casa onde ele almejava dar conforto a sua familia.
Devagar ele girou a chave destrancando a porta. Sabia que precisava entrega-la a Isabella, mas ainda nao queria dar o braço a torcer. Entregar aquela chave seria o mesmo que admitir que acabou, coisa a qual ele ainda nao estava pronto para fazer.
Andou pela casa notando o silencio a qual ele sempre buscara para se concentrar em seus estudos e trabalho, agora parecia sufoca-lo.
O quarto parecia grande demais, vazio demais. Exatamente como ele.
Seu olhar caiu em um porta retrato na escrivaninha no canto do quarto. Nela, Isabella segurava Lavinia no colo ainda bebê e Theo, sentado ao lado dela, o que mais lhe chamou a atenção foi o sorriso no rosto dos dois.
Ele lembrava daquele momento.
Ele mesmo havia tirado aquela foto a pedido de Alice, sua unica irma, ja que ela morava longe e queria ver os sobrinhos.

Lutando contra o sentimento estranho que crescia dentro de si por estar ali, ele tomou um banho e vestiu uma das muitas roupas que ainda tinham no guarda roupas e se obrigou a lembrar-se do motivo de estar ali: Apenas cuidando da casa, ja que Bella havia viajado. 
Os lençóis tinham o cheiro dela e ele se pegou fechando os olhos e inalando seu cheiro.
As lembranças povoando a sua mente.

 

Flashback:

Isabella tentou engolir o nó que se formava em sua garganta, em vão. Apertou as mãos uma na outra sem conseguir encarar seus pais. Ao lado dela no sofá, Edward permanecia quieto, enquanto sentia o olhar feroz de seu pai queimar sobre eles.
— O que ha na cabeça dos jovens hoje em dia? Charlie esbravejou se levantando e Isabella tremeu com o susto.
Edward tinha acabado de contar sobre a gravidez.
— Calma Charlie. Renne pediu contida, embora sua deixasse transparecer quanto estava desapontada.
Rene a olhou, os olhos avermelhados pelo choro.
— Sabe o que isso significa? Um filho na idade de vocês? Bella, eu sempre me orgulhei de você ser uma moça madura e responsável para sua idade. E agora, me aparece aqui contando sobre uma gravidez, quando nem ao menos sabiamos deste namoro.
Isabella prendeu o choro. Cada palavra como uma flecha afiada em seu coração.
— Desculpa mãe. Bella pediu sem saber o que dizer.
— Esta feito e não pode ser desfeito. A partir de agora, vocês precisam se concentrar em criar esta criança. Não é brincadeira, é uma vida, um ser humano que vai depender muito de vocês dois.
— Nós vamos nos casar. Edward disse silenciando o local. _ Eu vou me casar com ela. Repetiu buscando a mão dela que estava gelada e envolvendo na sua na tentativa de lhe passar conforto.
— Casar? Charlie repetiu. _ Quantos anos você tem rapaz? Acha que casamento é brincadeira? E vão viver do que? Você trabalha? Tem um emprego? Um lugar para morar?
— Eu tenho um trabalho. Ainda não ganho muito, mas podemos nos ajustar. Posso tentar conseguir outro que ganhe mais. Vamos nos virar.
— Se virar? Acha que eu criei uma filha para ve-la casar aos dezessete anos e "se virar"? Charlie perguntou visivelmente aborrecido e Edward calou-se, diante do argumento do futuro sogro. _ É muita irresponsabilidade.
— Pai, vamos conseguir. Bella se pronunciou pela primeira vez e Edward a olhou. Ate então ela parecia indecisa e amedrontada, mas suas palavras o encheram de esperança.
— Eu garanto ao senhor que vou me esforçar muito para dar a sua filha o que ela precisa, o conforto que ela merece.

 

 

Ciente de que o sono não chegaria, ele se levantou. Tomando um copo de água na cozinha, ele deitou-se no sofá deixando sua mente povoar as memorias de anos atrás.

 

 

FlashBack
— Você engravidou uma menina? Carlisle perguntou encarando-o, que permanecia sentado no sofá. Sabia que a reação do seu pai não seria boa e estava preparado para ela. _ Você viaja para passar as ferias na casa da sua tia e me volta com uma novidade dessas? Isso é uma piada Edward? Por que não tem a menor graça.
— Não é piada pai. Eu gosto dela, vamos nos casar.
— Casar? Você esta saindo do colegio agora, prestes a entrar na Faculdade de Medicina. Como pode pensar em Casamento?
— O senhor não ouviu o que eu falei? Ela esta gravida.
— Você é tão bobo assim? Como pode deixar uma garota te enlaçar com uma gravidez? Pelo visto ela pensou direitinho em tudo.
— Pai ela não é assim. Foi um acidente, nós nos descuidamos.
— Descuido? Em que planeta você vive garoto? E por isso você é obrigado a assumir um casamento? O que um garoto como você pode saber da vida? Eu não vou deixar você desistir de tudo por uma garota qualquer.
— Ela não é uma garota qualquer. Edward levantou-se erguendo a voz tambem. _ Pode me insultar, me xingar, sei que fiz besteira, sei que estraguei seus planos, mas deixe a Bella fora disso.
— Edward calma. Sua mãe pediu segurando o braço dele, tentando apaziguar a situação.
— É mesmo? Olha só para você. Esta ate me enfrentando por culpa dela. Você vai se casar? Case. Vai assumir um filho prestes a fazer dezoito anos? Tudo bem. Quero ver como vai fazer isso sem minha ajuda.
— Carlisle, por favor... Esme tentou e Edward viu seu pai respirar fundo. _ Vamos conversar sobre isso com calma. Sua mãe pediu e Carlisle a olhou.
— Certo. Você fez besteira. Carlisle começou com a voz branda e Edward se obrigou a sentar-se novamente. _ Mas você não precisa se casar. Existem outras maneiras de lidar com isso. Completou.
— Pai, eu não vou fugir das minhas responsabilidades, não foi assim que o senhor me criou. Carlisle o encarou. _ E quanto a outras maneiras, é melhor eu nem perguntar quais são. Não quero perder o respeito que sempre tive pelo senhor. Edward falou levantando-se.
— Você vai mesmo insistir nesta ideia Edward? Vai jogar fora o futuro brilhante que você poderia ter? Por que pode dar adeus a sua carreira na Medicina.
— Eu vou mostrar ao senhor que esta errado. Vou mostrar que posso fazer as duas coisas. Espere e verá.

Ele nunca contou a ninguem sobre a discussão com seu pai, mas todos os dias, esta lembrança o impulsionava a querer mais. O levava a provar que seu pai estava errado. Que ele poderia conseguir.
Foi com este pensamento em mente que eles se mudaram para morar em outra cidade, em um comodo unico, mas que ficava perto da Faculdade. 
Levou dois anos estudando para conseguir uma bolsa integral na Medicina. Trabalhando de dia, estudando a noite.
Apos alguns meses que Theodoro nasceu, Bella tambem começou a trabalhar, deixando-o na creche, para ajudar nas despesas. Ainda assim, os gastos eram muitos e ele se viu cada vez mais a necessidade de fazer hora extra, de trabalhar nos fins de semana, de estudar ate de madrugada.
Seis anos depois, ele finalmente se formou e apos ser efetivado no Hospital, puderam se mudar para um casa maior. Lavinia nasceu. E mais uma vez, ele recomeçou a estudar, buscando a especialização.
Ele viu sua esposa mudar. De compreensiva a irritada. De gentil e cuidadosa a distante e indiferente. Pensando ser uma fase, deixou passar, esperando as coisas acalmarem, mas agora tudo estava mais fora do lugar que nunca.
......................

Edward despertou com a campainha tocando e franziu o cenho bocejando, tropeçou ate a porta ainda sonolento.
— Bom dia. Acordei Você?

 


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Notas finais do capítulo

Um pouquinho sobre o Edward. As motivações dele...
O que acharam?
E quem sera na porta gente? Chutes.... Alguem se arrisca?
Bjs. Ate a proxima



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