Tempo de Escolha escrita por Val Rodrigues


Capítulo 4
Capitulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

Ola. Otimo Domingo



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Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; Eu o aconselharei e cuidarei de você.  Sl 32:8

 

Oito meses depois

O ano estava quase no fim aproximando o dia da formatura de Rafael e Maycon que se desdobravam para finalizar o Trabalho de Conclusão de Curso.

Para Rute e Lorena as coisas haviam melhorado significadamente. Aos poucos, Rute aprendia a lidar com a perda, enquanto o relacionamento de Rafael e Lorena se solidificava.

— Desculpa Lorena. Não vou conseguir chegar a tempo. Rafael falou chateado. Mais uma vez, precisava desmarcar um compromisso com ela para estudar.

— É o TCC novamente?

— Sim. Maycon esta aqui e vamos virar a noite finalizando este trabalho. Precisamos entrega-lo amanhã e o orientador pediu para modificar algumas coisas.

— Tudo bem. Boa sorte para vocês.

— Obrigado. Ele falou. _ Lorena. Chamou antes de desligar.

— Sim?

— A gente se fala amanhã?

— Claro. Tchau. Manda um Oi para o Maycon.

— Pode deixar. Ele suspirou jogando o celular com raiva na cama e encarou o amigo que já estava com o notebook ligado a sua frente.

— Não adianta olhar para mim assim, temos que fazer isso hoje.

— Eu sei. Vamos acabar com isso de uma vez.  Falou sentando a frente do seu próprio computador.

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— Parabéns meu amor. Estou tão orgulhosa de você. Carmem disse abraçando Rafael com um sorriso gigante no rosto assim que ele desceu da arquibancada.

— Obrigado mãe.

Todo vestido com beca e carregando o capelo em mãos, ele se aproximou de Lorena a erguendo e a girando no ar. Pega de surpresa Lorena se agarrou em seus ombros gargalhando.

— Enfim, formado. Disse quando ela já estava no chão.

— Parabéns amor. Você mereceu.

— Obrigado.

— Estão prontos para irmos? Carmem perguntou e Rafael acenou concordando e se despedindo dos amigos. Eles já haviam combinado de se encontrarem na sexta-feira seguinte para comemorar.

— Vamos. Chamou levando Lorena pela mão ate o carro. Com um sorriso gigante no rosto, Rafael dirigia vez ou outra olhava para Lorena que sorria de volta.

— Olha só para você, todo feliz. Lorena brincou e ele gargalhou.

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— Apreciando a paisagem? Rafael perguntou sentando-se na grama ao lado dela.

— Um pouco.

— Minha família é muito animada. Ele justificou dando de ombros e Lorena sorriu percebendo a animação deles ao conversar entre si. Pequenos grupos se formavam ao redor da piscina e da churrasqueira, rindo e brincando.

— Eles são divertidos. Concordou. _ E você devia estar feliz. Eles vieram pela sua formatura.

— E eu estou, mas sinceramente, é um pouco cansativo. Todos querem saber o que vou fazer daqui para frente e eu já respondi a mesma pergunta umas mil vezes.  Eles riram e ela acenou concordando. _ Alem do mais, quase não aproveitei a companhia da minha namorada. Ela sorriu e o beijou de leve.

— Nisso eu concordo. Disse colocando uma caixa na frente dos seus olhos.

— O que é? Perguntou segurando a caixa.

— Para você. Não vai abrir? Perguntou em expectativa.

Rafael intercalou o olhar dela para a caixa abrindo com facilidade, ele ergueu uma pequena placa de madeira em forma de globo na parte superior com a palavra Engenharia, o ano atual e seu nome gravados nela e instantaneamente um sorriso emocionado nasceu em seu rosto. Ele já havia ganhado vários presentes de sua família, de livros a relógios, mas aquele sem duvida, fora o que mais o tocou, talvez por ser o primeiro presente da garota a sua frente, que o olhava em expectativa e ansiedade aparente.

  _ Obrigado. Falou apertando o presente em uma das mãos e a outra segurando a mão dela. _ É lindo, perfeito para ficar na minha mesa no escritório.

— De nada. O sorriso no rosto dela também se alargou. Havia gastado dias e dias a procura do presente ideal para o momento. _ Que bom que gostou. 

Ele se aproximou dela parando a centímetros de seu rosto, tão perto que podia sentir a respiração dela batendo em seu rosto. E como uma cachoeira as palavras brotaram de seu coração.
— Amo você. Duas palavras tão simples, mas que havia esperado tanto tempo para falar. Contudo agora não mais, não havia duvidas ou receio. Ele queria que ela soubesse e queria poder ouvir dela também, por que ali em meio a toda aquela festa, ganhar o coração de sua garota e entregar o seu a ela, era o maior presente que ele podia receber.

Os olhos dela brilharam surpresos, mas havia algo mais ali, algo que ate então estava contido e que no momento despertava como se apenas agora houvesse espaço para desabrochar.

— Também te amo Rafael. Ela falou baixo e ele sentiu cada célula do seu corpo reagir. Com a mão livre, a puxou pela cintura em um beijo cheio de amor, carinho e paixão, tudo mesclado fazendo o coração de ambos arder em expectativa e bater freneticamente no peito.

..................................

— O que é isso? Maycon perguntou aparecendo de repente e Rafael tentou guardar a caixa antes que ele percebesse, sem sucesso. _ Wow, cara, isso é o que eu estou pensando? Perguntou tomando a caixa de suas mãos e analisando o objeto.

— Você acha que ela vai gostar? Rafael perguntou se dando por vencido. Maycon era do tipo que fica especialmente a vontade com as pessoas. Os dois se conheciam desde adolescentes tendo em comum o amor pela engenharia e conseguiram estagiar na mesma empresa quando começaram  buscar estágios na área. 

— Se eu fosse eu, com certeza gostaria. Brincou.

— Ainda bem que você não é ela. Falou tomando a caixa de suas mãos e ele gargalhou divertido.

— Serio cara, ela vai gostar sim. Falou serio encarando o amigo. _ Eu não sabia que as coisas entre vocês já estavam neste nível.

— Eu diria que estamos indo bem. Rafael falou e Maycon sorriu aplaudindo.

— Pronto para a nossa comemoração? Perguntou animado, mas antes que ele pudesse responder, o supervisor deles entrou na sala, em sua postura seria fazendo Maycon sentar-se ereto na cadeira.

— O Diretor quer te ver. Falou encarando Rafael. _ Vamos. Chamou e ele o seguiu laçando um ultimo olhar para Maycon que encolheu os ombros em uma linguagem muda de que não fazia ideia do que estava acontecendo.

— Entre. Ele ouviu a voz do interior da sala assim que seu supervisor deu uma batida leve na porta. _ Rafael, meus parabéns, soube que concluiu sua formação na Faculdade.

— Obrigado. Ele aceitou o cumprimento.

— Me diga, como anda o seu inglês? Perguntou indicando com a mão que sentassem e fez o mesmo do outro lado da mesa.

— Bem. Rafael respondeu se perguntando se aquilo era um tipo de teste.

— Que bom, por que você vai precisar dele. Anunciou e Rafael franziu o cenho sem entender.

— Como assim?

— Lembra da vaga de intercambio quem você pediu ano passado?

— Sim, eu não fui aprovado na época.

— Sim, mas agora que se formou surgiu uma vaga de pós-graduação e seu perfil atende todos os requisitos exigidos. E o melhor é que este programa é totalmente coberto pela Empresa. Rafael o olhou surpreso. _ Então, o que me diz? Pronto para ir a Londres?

— Eu não estava esperando por isso. Rafael respondeu ainda surpreso.

— As melhores oportunidades costumam chegar de repente. O diretor falou e ele o olhou. _ Bem, você tem ate segunda no primeiro horário para me dar uma resposta. Aqui esta o programa do projeto se você decidir que vai viajar. Rafael segurou a pasta como se sua vida dependesse disso e em parte dependia.

— O que ele queria? Maycon perguntou assim que Rafael cruzou as portas. _ Você foi demitido? Soltou e Lucas o encarou de forma seria. _ O que? Olha a cara dele? Você acha que é coisa boa?

— O que aconteceu Rafael? Lucas perguntou se aproximando e Rafael contou toda a conversa com o diretor.

— Meus parabéns!? A frase saiu mais como uma pergunta e Rafael e Maycon se entreolharam. _ A Lorena...

— Temos que ir a confraternização, já estamos atrasados. Rafael o cortou. Precisava de um tempo para pensar e no momento sua cabeça parecia prestes a explodir.

Grande parte do pessoal já estava no local combinado quando eles chegaram incluindo Samira e Lorena que deixou o sorriso morrer ao ver a expressão no rosto de Rafael. 

— Esta tudo bem? Ela perguntou levantando-se. Sem dizer uma palavra sequer ela a abraçou ignorando as brincadeiras dos amigos ao redor da mesa. Mais do que nunca, Rafael necessitava senti-la perto, por que mesmo sem querer, desde a conversa com o Diretor da Empresa sentia que a oportunidade de te-la em sua vida, começava a se esvair por entre seus dedos.  _ O que aconteceu? Perguntou novamente se afastando para olha-lo.

— Minha cabeça, parece que vai explodir. Ele respondeu parte da pergunta.

— Quer um remédio? Ou prefere ir para casa? Perguntou e ele buscou sua mão deixando um suspiro cansado sair dos seus lábios.

— Vamos ficar um pouco, se eu não aguentar, a gente vai para casa. Ela acenou concordando e eles sentaram-se lado a lado a mesa.

— Cinco anos, isto foi quase um casamento. Lucas falou e todos à mesa gargalharam. _ Se eu pudesse desejar algo para vocês esta noite, seria que cada um aqui pudesse realizar seus sonhos. Então a todos que buscam com garra e determinação, um brinde. Não sei se nossos caminhos vão se cruzar novamente ou não, mas eu brindo a isso. Aos sonhos e as oportunidades que virão de agora em diante.

O tilintar de copos foi ouvido. Alguns com vinho, cerveja e ate refrigerante celebrando mais uma fase de suas vidas.

— Você falou bonito. Foi inspirador. Maycon aplaudiu e os outros seguiram o mesmo exemplo.

Rodada após rodada, brinde após brinde, em uma noite regada de risadas e historias do tempo da faculdade. Um momento único onde futuros eram planejados, metas estabelecidas e sonhos regados.

— Vamos? Rafael chamou e Lorena acenou concordando. Despediram-se rapidamente e Rafael segurou-a pela mão enquanto a conduzia ate o carro estacionado na rua ao lado.

— Tem certeza que esta bem? Lorena perguntou quando as vozes animadas dos colegas dele ficaram para trás.

Parando a sua frente, Rafael a olhou intensamente.

— Quero te mostrar uma coisa.  Avisou e continuou a leva-la pela mão.

— Onde estamos indo? Lorena perguntou não reconhecendo o caminho.

— Já disse, quero te mostrar algo. O lugar não fica muito longe daqui, não vamos demorar a chegar.

— Esta bem. Concordou.

Enquanto ele dirigia imerso em seus pensamentos e conflitos interiores, Lorena o observava atentamente. Já se conheciam bem o suficiente para notar quando algo estava acontecendo e ela notou assim que pôs os olhos nele mais cedo. Suspirou olhando ao redor. Não era muito tarde, mas as ruas por onde passavam eram tranquilas.

Rafael estacionou em frente a um prédio e a olhou.

— Vamos.

— Para onde Rafael? O que estamos fazendo aqui? Perguntou sem se mover.

— Você confia em mim? Ele perguntou de repente. Os olhos buscando a verdade em seu rosto.

— Claro que confio. Lorena respondeu sustentando seu olhar e ele deu um pequeno sorriso, apertando sua mão.

— Então vamos.


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