Tempo de Escolha escrita por Val Rodrigues


Capítulo 3
Capitulo Três


Notas iniciais do capítulo

Boa noite...
Alguem por ai?



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Acima de tudo, porem, revistam-se do Amor, que é o Elo perfeito. Cl-3-14

— Então o que você tem em mente? Rafael perguntou girando a bola em suas mãos. Eles estavam no mesmo lugar da semana passada, com o intuito de ensinar Lorena a jogar boliche.

— No momento, preciso conseguir um estagio. Ela falou pegando a bola e mirando no alvo. _ Droga. Esbravejou quando mais uma vez a bola desviou do seu curso e derrubou apenas alguns pinos.

— Fica calma. Você vai conseguir. Rafael a encorajou.

— Já perdi a noção de quantas vezes tentamos.  Nunca vou conseguir. Falou desanimada se afastando da pista e voltando a mesa.

— Tem certeza que é só por causa do jogo que você esta assim? Ele perguntou sentando a mesa a sua frente.

Ela o olhou e balançou a cabeça negativamente.

— Você não entenderia. Falou levantando-se de repente. _ É melhor eu ir, não estou sendo uma boa companhia no momento.  Me desculpa.

— Por que? Por estar brava? Não se preocupe com isso. Lorena baixou o olhar encontrando o seu.

— Não te incomoda estar com uma pessoa mal humorada? Perguntou incrédula o encarando.

— Claro que sim, ninguém gosta. Mas todos nós temos os nossos momentos. Eu sou do tipo que prefere ajudar, se puder, a reclamar ou ignorar. Eles se olharam por um momento ante de Lorena sentar-se novamente deixando um suspiro alto brotar de seus lábios.

— Estou muito preocupada. Revelou encarando um ponto fixo na mesa.

— Com o que?

— Minha mãe. Acho que ela não esta conseguindo lidar com o luto. Quer dizer, eu sei que ela tenta, mas me parece que na grande maioria do tempo ela esta chorando. Tenho medo que ela adoeça, adquirir uma depressão ou algo do tipo. Ao mesmo tempo, eu não sei o que fazer para ajuda-la. 

— Acho que cada pessoa lida com o luto de uma maneira diferente. Talvez, se ela tivesse alguém para conversar, desabafar, ajudasse.

— Eu tento conversar com ela. Lorena falou como se fosse obvio. 

— Não estava falando de você. Sabe, eu comentei com minha mãe que nos reencontramos e ela mencionou que gostaria de vê-la. Talvez ajude.

— Podemos tentar. Lorena concordou o olhando. _ Obrigada e desculpa a explosão.

— Eu sempre soube disso. Ele brincou rindo. _ Esta carinha de anjo nunca me enganou.

— Hahaha. Muito engraçado. Estou morrendo rir. Tentou falar seria, mas acabou sorrindo no final. 

— Disse que podia contar comigo, não foi?

— Inclusive para me ajudar com o boliche? Perguntou sorrindo abertamente agora.

— Acho que posso tentar, embora seja uma tarefa árdua.

— Espere só. Eu vou fazer um strike só para arrancar este sorrisinho convencido do seu rosto. Falou voltando a área de boliche.

— Me surpreenda. Desafiou.

Após algumas tentativas, agora mais leve e concentrada, ouvindo todas as orientações dele, a bola acertou um strike. Boquiaberta, ela o abraçou pulando enquanto comemorava seu desempenho.

— Você viu isso? Perguntou animada só então notando a proximidade em que se encontravam.

— Pode apostar que eu vi. Ele respondeu baixo encarando fixamente seus lábios.

Um strike seguido de uma comemoração rompeu na ala ao lado e os dois se afastaram voltando a atenção ao jogo.

— Esta ficando tarde. Acho que é melhor eu ir. Lorena falou inda afetada pela conexão de momentos antes.

— Sim. Vamos. Rafael concordou igualmente afetado.

Sem saber direito o que conversar, eles fizeram o caminho em silencio. Os pensamentos de ambos por outro lado gritando.

— Chegamos. Rafael estacionou o carro e a olhou.

— Obrigada por hoje. Lorena falou apertando a bolsa ansiosa. Ele acenou concordando e deu a volta para abrir a porta do passageiro. O movimento os aproximando mais do que ambos previam e a sensação despertada momentos antes, voltando com força total.

Olhos conectados, lábios entreabertos ansiosos por um toque.

— O que esta fazendo? Lorena murmurou inebriada pelo perfume dele.

— Acho que ainda não quero que você vá. Ele disse próximo encurtando ainda mais a distancia. _ Eu vou te beijar. Avisou rompendo o curto espaço. Sua boca cobriu a dela e naquele momento ambos sentiam o tempo parar e girar na mesma proporção. Naquele momento, eles sabiam que nada seria igual.

Rafael ergueu a mão e tocou levemente a bochecha dela. Quente e macia ao mesmo tempo. Envolvida pelo toque, as mão dela subiram ao pescoço dele e este foi o sinal de que ele precisava para voltar a beija-la, desta vez, intensamente. Sem fôlego, ele parou o beijo ainda de olhos fechados, permaneceu ali, testas grudadas, respirações ofegantes, coração aos saltos no peito.

 _ Nossa. Lorena murmurou ainda aérea pelo beijo.

— Eu quis fazer isso à noite toda. Rafael falou entrelaçando sua mão na dela. _ Lorena, quer ser minha namorada? Perguntou em um rompante de coragem.

Os olhos dela se entreabriram encontrando os dele no caminho.

— Sim. Respondeu simplesmente. Ele sorriu deixando um beijo demorando em sua testa.

 _ Acho que é melhor eu ir agora. Ele disse sem mover um músculo sequer.

— Esta bem. Ela concordou da mesma maneira.

— Boa noite Lorena. Falou se afastando com muito custo.

— Boa noite Rafael. Respondeu se afastando do carro.

...................................   

— Para com isso. Marli deu tapa de leve na mão de Lorena que inconscientemente roia as unhas, apoiada na bancada da cozinha. 

— Estou ansiosa Tia. Ele esta atrasado. Falou olhando no celular mais uma vez.  

— Acabar com suas unhas não vai fazê-lo chegar mais rápido.

— Eu sei. Será que a gente deveria ter esperado mais tempo para marcar este almoço?

— Lorena, calma, respira menina. Marli aconselhou sendo interrompida pela toque da campainha. Lorena praticamente saltou da banqueta na cozinha arrancando risadas de sua tia, e correu para a porta.

— Oi. Falou abrindo a porta. 

Rafael estava lá, parado a porta, com um sorriso ansioso no rosto. Ao vê- la por um momento esqueceu do que iria fazer ali.

— Oi. Demorei muito? Desculpa o atraso, fiquei preso em umas coisas.

— Tudo bem. Entra. Ela falou abrindo mais espaço na porta. _ Faculdade? Ela estreitou os olhos em sua direção. Ele andava muito ocupado com a faculdade fazendo com o que o tempo dos dois juntos ficasse reduzido.

— Me pegou. Admitiu erguendo as mais em sinal de rendição.

— Não seja bobo. Brincou rindo.

— Olá. Marli veio ao encontro dos dois na sala. _ Eu sou a Marli, tia da Lorena. 

— Oi. Sou o Rafael. Falou apertando lhe a mão.

— Já nos conhecemos não é? Rafael a olhou pensando um pouco.

— Do hospital? Arriscou lembrando-se.

— Isso. Do hospital. Que bom que você chegou, está aí, já estava roendo as unhas de ansiedade. Falou com ar de riso e Lorena fez uma careta para ela quando Rafael também começou a rir.

— Tia pode chamar a minha mãe por favor. Falou tentando sair da situação embaraçosa. 

— Está bem. Concordou ainda rindo.

Lorena ficou a encara-la subir as escadas com o rosto queimando de vergonha.

— Eu também estava ansioso. Rafael falou e ela o olhou. Em sua expressão nenhum traço de diversão ou brincadeira. Ele procurou a mão dela e a apertou entre as suas. _ Quem não ficaria ansioso ao conhecer a família da namorada não é mesmo? Brincou e ela sorriu.

— Tem toda razão. É perfeitamente normal. 

— Você está linda. Falou e ela alargou o sorriso ainda mais.

— Você também.

Foi assim que Rute, ao descer as escadas com Marli ao seu lado encontrou os dois.

O som de passos despertando-os de sua bolha particular.

Lorena se virou na direção da escada e Rafael fez o mesmo pronto para cumprimentar sua futura sogra.

Rute parou no instante em que pousou os olhos sobre ele.

— Mãe, o Rafael chegou? Lembra-se dele? Lorena falou quando sua mãe permaneceu em silencio.

­_ Como vai dona Rute? Rafael falou simpático. Apertando fortemente o corrimão, as palavras ficaram presas em sua garganta.

— Você é o namorado? Balbuciou. Toda empolgação se esvaindo, dando lugar a lembranças dolorosas que ela queria esquecer.

— Rute, você esta bem? Marli perguntou preocupada quando ela não e moveu na escada. Preocupada, Lorena também se aproximou.

— Mãe o que foi?

— Fiquei tonta de repente. Ela falou levando a mão a testa.

— Vou pegar um copo com água para você. Marli falou já descendo o restante da escada.

— Não precisa Marli. Vou melhorar se eu me deitar um pouco.

— Mas você precisa comer alguma coisa.

— Mais tarde. Ela respondeu a insistência da irmã e olhou para Rafael. _ Fique a vontade Rafael. E desculpe não poder ficar para o almoço.

— Sem problemas dona Rute, posso voltar outra hora se for melhor. Sugeriu não querendo incomodar. 

— Imagina Rafael. Já esta tudo pronto. Marli falou se colocando ao lado da irmã. _ Vou acompanha-la ate o quarto e desço em um minuto para almoçarmos. Lorena fique com ele enquanto isso. Pediu e Lorena acenou concordando. Ela ficou parada observando as duas subirem novamente as escadas.

— Lorena. Rafael chamou e ela olhou com lagrimas nos olhos.

— Eu disse. Não sei mais o que fazer para anima-la. Em silencio, Rafael se aproximou e a abraçou apertado.

..............................

— Você sabia quem era ele? Rute perguntou assim que sentou-se na ponta da cama.

— Quem? O Rafael? Marli perguntou e ela acenou confirmando. _ Eu o reconheci quando o vi hoje. Por que?

—Nada. Eu vou descansar um pouco. Pode ir almoçar.

— Ele te fez lembrar do Miguel? Marli perguntou baixo, mas o suficiente para que as palavras ecoassem pelo quarto.

— Sim. Vê-lo me fez lembrar dos dias que quero esquecer, mas que ainda não consigo. No que a Lorena estava pensando quando o trouxe aqui sem nos avisar?

— Sabe o que lembrei quando o vi? Marli perguntou e Rute ergueu o rosto para olha-la. _ Das conversas com o Miguel. Ele sempre ficava esperançoso e com animo quando o grupo dele ia visita-lo. É disso que escolhi lembrar e aposto que a Lorena também.      

...........................

— Tem certeza de que foi uma boa ideia? Lorena perguntou segurando a mão de Rafael que apertava em retorno.

Após o ocorrido com sua mãe, eles conversaram com Marli que concordou com a ideia de Carmem vir vê-la e agora ambos esperavam na sala enquanto Carmem e Rute conversavam no andar de cima.

— Vamos esperar. Rafael falou.

— Bom, eu vou fazer um café. Estarei na cozinha se precisarem de mim. Marli falou levantando-se.

Uma risada nervosa escapou dos lábios de Lorena e Rafael a olhou.

—O que foi?

— Definitivamente esta não é a situação ideal para conhecer a família em um namoro.

— Não importa. Rafael a abraçou pelos ombros. _ Desde que você esteja neles, todos os momentos tem sido especiais ultimamente.

— Sinto isso também. Confessou. Rafael se aproximou a beijando lentamente.

— Vai ficar tudo bem amor. Finalizou com um beijo em sua testa. O coração de Lorena deu um pulo, não pela confiança que sentiu em suas palavras, mas pela pequena palavra em que ele finalizou a frase. “amor”. Uma palavra tão pequena, mas que parecia carregar um mundo de possibilidades e iluminava um futuro diante deles.


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Notas finais do capítulo

Que lindinhos né gente?



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