Aang encarava Zuko cheio de expectativa, aguardando ele dizer o que queria. Zuko respirou fundo outra vez e abriu e fechou a boca alguma vezes, tentando encontrar as palavras certas.

— Eu… Eu gos…

Vai, você consegue!, pensou ele.

— Eu te...

Não é difícil! Fala pra ele logo. Esse é o momento! Não, será mesmo? É, é sim. Mas e se eu estragar tudo? Mas se você ficar pensando assim, nunca vai falar nada. Abre o jogo logo, seu imbecil. Mas Aang merece alguém melhor. Não, pare com isso!

— Eu…

Eu gosto de você, Aang. E não só como amigo. Que droga, diz logo! 

O Senhor do Fogo não podia evitar travar essa mesma batalha interna, como sempre acontecia. Uma pontinha de preocupação e aqueles sentimentos negativos em relação a si mesmo insistiam em aparecer. Mas ele também acreditava que se sentiria bem mais livre e aliviado se contasse tudo, e que, mesmo que a possibilidade de o Avatar retribuir se mostrasse errada, a amizade dos dois não mudaria nem um pouco, porque Aang era uma pessoa maravilhosa.

Tentando bloquear a parte negativa ao máximo, Zuko respirou fundo mais uma vez.

Agora vai.

— Eu gosto–

Mas antes que ele pudesse concluir a frase, Momo e Klusa surgiram do meio das árvores e arbustos, apavorados. A vegetação sacudiu de novo, e atrás deles surgiram duas aves relativamente grandes, que pareciam querer caçar o lêmure.