Love is in the air escrita por Alina Black


Capítulo 77
Assassinato




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Alguns dias depois eu aproveitei uma parada rápida em Paris para jantar com meu irmão como não nos víamos com muita frequência eu sentia a falta dele mesmo que não nos víssemos sempre eu era muito ligada a Matt e o fato de estamos em lugares distintos em nossas carreiras e vidas pessoais não mudava o carinho e amor que sentíamos um pelo outro.

— Como estão Liam e Sarah?

—Estão ótimos, Liam está adorando a escola e os professores o amam, enquanto a Sarah deixou claro que terei que trazê-la na próxima vez em que nos encontrarmos, caso contrário ela nunca me perdoará.

Sorri – É verdade faz tempo que não a vejo, da próxima vez que eu vir vamos combinar um passeio em família.

—Certo, ela vai adorar principalmente se o Jake estiver junto, ela ainda tem milhares de perguntas sobre trabalho de pilotos acho que o sonho dela é que ele ofereça um passeio a ela a algum dia mas não sei se tenho coragem de pedir isso a ele, mas pode ser minha sugestão de presente de aniversário.

— Eu pensei exatamente nisso, e Jacob vai adorar, ele adora ver as pessoas felizes – Falei brincando com meu garfo sobre a mesa – a proposito falando em Jacob tenho muitas coisas para te contar.

— Opa! Disse ele cruzando os dedos debaixo do queixo.

— Nós vamos morar juntos em Nova Iorque.

—Parabéns, posso pedir emprestado durante as férias?

Eu sorri e ele me olhou desconfiado – Tem mais?

— É que estamos grávidos!

— Você está gravida?

—Sim, essa é a segunda novidade.

Simon sorrio largamente – Meus parabéns , você esta vivendo a melhor fase da sua vida, o que mais eu poderia querer como irmão mais velho e protetor?

—Tem mais uma coisa.

Matt me olha desconfiado – o que mais?

Com a mão espalmada sobre a mesa eu brinco com a pedra no meu anel de noivado – Jacob quer casar comigo em breve e eu vou dizer sim.

Matt franziu a testa- Me perdoe por dizer isso mais...embora você esteja gravida não estão sendo um pouco apressados? Quero dizer vocês se conhecem a alguns meses, eu sei que ele é legal, carinhoso, gentil e tudo mais e não vejo defeitos dele, e também me causou uma ótima impressão e fico muito feliz em recebê-lo na família, mas casamento é um passo muito grande – Disse ele me olhando com um semblante de preocupação – Acho que papai e mamãe dirão o mesmo, espere mais um pouco hm.

Suas palavras me atingem tão profundamente que eu fico sem fala, eu sabia que ele não estava me dando um sermão, sabia que ele sempre me dava bons conselhos e me orientava e que tinha as mesmas duvidas que eu quando se tratava do Jake, mas eu havia mudado de ideia, eu sabia que Jake era o homem dos meus sonhos, porque eu deveria esperar? Em nenhum momento passou pela minha cabeça que Matt e meus pais poderiam ser contra, afinal de contas só eu sabia o que eu realmente queria. Era tão difícil assim de acreditar na certeza de meus sentimentos? Pelo jeito sim.

Olhei para meu irmão mordendo meu lábio, eu sabia que ele não estava errado e meu lado racional concordava com ele, mas havia uma outra parte de mim que me acalmava, tirava minhas dúvidas e transcendia toda a razão, quem tinha certeza de que nós éramos feitos um para o outro? Como explicar isso sem parecer uma louca inconsequente?

— Você ficou chateada com que eu disse?

— Não é isso, obrigada por cuidar de mim e se preocupar, levarei seu conselho em consideração eu prometo – Meus lábios se curvaram – Mas não posso prometer que vou segui-los.

Matt abafou uma risadinha – Se concordasse comigo imediatamente eu não a reconheceria, você sempre soube o que quer da vida, esse é um dos seus pontos fortes, sempre admirei sua capacidade de seguir seu próprio caminho.

Matt e eu demos a mão sobre a mesa e ele sorriu largamente.

...

La estávamos nós nos últimos preparativos para mais uma viagem a Xangai, Jacob e eu ainda não havíamos nos mudado para nosso novo apartamento como tínhamos planejado por causa da papelada, mas em breve estaríamos em nosso aconchegante ninho de amor.

Leah, Patrick e eu chegávamos ao aeroporto e olhávamos para a porta automática a nossa frente quando vemos a grande movimentação de pessoas seguindo em diversas direções, mais uma vez havia policiais armados em todas as partes, Leah pegou no braço de uma amiga de outra companhia aérea e ambas seguem para a outra saída, a mulher parecia nervosa e falou algo para Leah que a assustou, a outra mulher a tirou dos braços de Leah enquanto ela retornava e parava ao lado de Jacob e de mim.

— O que está acontecendo?

— Se eu entendi direito ela me disse que um dos membros da tripulação foi assassinado – disse Leah seguindo na direção do balcão, impulsivamente Jake e eu a seguimos, porém fomos parados por um policial – Nós trabalhamos aqui e temos que nos preparar para o embarque – explicou Leah.

O policial deu um passo para o lado e negou com a cabeça bloqueando nossa passagem.

— Vou ligar para o Chefe! Disse Jacob pegando seu smathphone – Só ele pode nos informar o que está acontecendo.

Olhei para ele sem saber o que dizer, angustiada e preocupada com o que realmente estava acontecendo.

Me senti aliviada quando Jacob recebeu uma comunicação oficial poucos segundos após sua ligação, mas meu alívio desapareceu logo em seguida quando o rosto dele fica pálido, ansiosa segurei sua mão – o que está acontecendo?

Jacob afastou o aparelho do rosto branco como um fantasma -Foi o Paul...ele foi encontrado morto aqui no aeroporto.

Leah e eu trocamos olhares chocadas.

— Paul? Murmurei incrédula – Paul está morto?

Não conseguia acreditar naquela notícia, minha ultima lembrança de Paul era ele alegre e saudável, ele havia dito que nos veríamos em breve no reencontro de volta ao trabalho e Jacob estava dizendo que ele estava morto, me sentia dentro de um pesadelo.

Leah levou ambas as mãos trêmulas a cabeça – O que? Se isso é uma piada Jacob saiba que é de muito mal gosto.

— não é piada Leah – respondi com um tom de voz mais sombrio do que eu gostaria de responder em choque.

— Eu não esperava.

Jacob olhava para nós duas ainda pálido, imóvel, com o rosto congelado feito uma estátua, e branco como uma neve.

— O que disseram exatamente? Murmurou Leah;

Ele nada respondeu manteve-se em silêncio;

— Jacob – insistiu Leah.

—Jake! Murmurei me aproximando novamente dele e segurando sua mão, seus dedos estavam tão tensos que quase não consegui entrelaçar nos meus mas o contato físico pareceu trazê-lo de volta para nós.

Jacob olhou para nós duas e balançou a cabeça inconformado – o encontraram morto no banheiro masculino a menos de uma hora – disse ele com a voz trêmula como suas mãos e sem seu entusiasmo característico – Ele tem... – Ele colocou a mão sobre as pálpebras escondendo os olhos – com a garganta cortada, os peritos estão no local do crime com a polícia.

Eu levei minha mão tapando minha boca segurando um grito de horror e Leah apertou os punhos com tanta força que os nós de seus dedos ficaram brancos – Já sabem que fez isso?

— Não sei  - respondeu Jake – Adam não me contou.

Olhei para Jacob, quando ele tratava o chefe pelo primeiro nome era porque algo estava errado, obviamente aquela notícia trágica era muito mais difícil para ele do que para nós duas, desde que Jacob havia se juntado a nós na empresa eles dois eram um time e passavam horas e horas voando juntos, eles eram grandes amigos.

Meus olhos se encheram de lagrimas quando vi o rosto desesperado de Jacob, então segurei sua outra mão, embora eu estivesse chocada não era nada comparado ao que ele estava sentindo, eu precisava apoiá-lo.

Jacob passou a mão no rosto tentando se recuperar – Paul era um cara legal, talvez tenha descoberto alguma coisa que não deveria ou reagido a algum crime.

— Isso soa mais como você – disse Leah – Se jogar no perigo para salvar uma donzela, Paul não faria isso.

Um discreto sorriso surgiu nos lábios dele.

— Não podemos descartar nenhuma possibilidade.

Eu concordei com a cabeça – tudo é possível, espero que peguem quem fez isso.

Olhei ao nosso redor e dei um passo em direção de Jacob me aconchegando nele e apesar de sua tristeza ele passa os braços em volta do meu corpo para me consolar – Não se preocupe anjo.

O que aconteceu com Peter retorna a minha mente, não era todo os dias que aquelas coisas aconteciam.

— Vamos esperar para ver – Disse Leah como sempre cética.

Continuamos tentando colher mais informações quando vimos Jasper se aproximar e parar do lado do policial que estava controlando o acesso ao aeroporto, ambos trocaram algumas palavras, a conversa durou um minuto enquanto nós o observávamos e o segurança fez um gesto de aprovação permitindo que ele viesse em nossa direção.

— Eu estava procurando por você.

— O que você está fazendo aqui? Perguntou Leah – Você sabe o que aconteceu?

— Você estava lá – Perguntei.

Ele apenas acenou com a cabeça arrasado – Sim eu cheguei uma hora mais cedo e estava tomando meu café quando a polícia começou a interrogar toda equipe, agora eles pediram para que eu os chamassem, venham.

Após acompanharmos Jasper esperávamos por Jacob que estava com a policia fazia algum tempo sendo interrogado em um dos escritórios do andar de cima, não consegui evitar de roer as unhas e em seguida esfregar compulsivamente a alça da minha bolsa, tentei focar minha atenção nos aviões decolando através da janela mas apenas me senti mais ansiosa. Leah que Jasper haviam ido buscar algo para comer e já tinham dado seus depoimentos retornaram e Leah me entrou um chá gelado.

— Toma isso vai te fazer bem.

Eu aceitei agradecida pois minha garganta ainda estava apertada de nervosismo – obrigada – respondi com dificuldade, minha mente estava distante, Leah que era um pouco mais conformada e calma do que eu me olhei preocupada.

—Não precisa se segurar, beba, é sério vai te fazer bem.

Mas para agradecer do que qualquer coisa levei o copinho plástico aos lábios tomando um gole do chá, Jasper se sentou ao meu lado, quando eu pensava que ele não diria nada como sempre ele começa a falar e me assusta – eles só fizeram perguntas de rotina, não vão acusá-la de nada, não precisa ficar assim, só querem saber mais sobre o Paul.

Leah ainda de pé a minha frente concorda com a cabeça – Eles também perguntaram onde estávamos a uma hora, para você é mais fácil ainda pois vão confirmar sua resposta já que vai bater com a do Jacob, mas como Jasper disse são perguntas de rotina.

— Okay – balancei a cabeça- eles só estão fazendo o trabalho deles.

Tomei um gole do chá e respirei fundo.

— Enfim, tadinho do Jake! Murmurei – Está a quase uma hora lá dentro.

—Ele passou mais tempo com o Paul do que nós – Disse Leah – Por isso faz sentindo essa demora, ele pode dar muito mais informações do que nós.

—Sim, mas deve ser muito mais doloroso para ele do que para nós.

— Eu nem conheci ele direito – disse Jasper – acabei de entrar no time.

— Verdade- disse Leah olhando para ele – Você ficou cinco minutos – Em seguida olhou para mim – Então não deve demorar com você também Nessie.

Meus olhos se movem entre os rostos de Leah e Jasper – o que vocês acham? Pergunto tentando me distrair – Quem o matou?

— Se eu soubesse já teria denunciado o assassino – Respondeu Leah e Jasper deu de ombros.

— Não faço ideia.

Eu olhei para o meu copinho de chá e girei a colher de açúcar mexendo o líquido suspirando, de repente a sala onde os policiais estavam realizando o interrogatório se abriu e Jacob saiu, sua exaustão era visível em seu rosto enquanto ele caminhava devagar sem o seu habitual sorriso.

Meu coração apertou.

Eu precisava reunir forças o suficiente em mim mesma para apoia-lo, imediatamente me levantei e caminhei até ele me livrando da angustia e me concentrando no desejo de aliviar sua dor, ele abriu os braços e eu entrei neles me pendurando em volta do seu pescoço – Acabou?

—Sim, eles me fizeram muitas perguntas, me sinto como se tivesse sido nocauteado.

—Você conseguiu responder tudo? Perguntou Leah.

—Não- negou ele- Paul era muito reservado, não sei muitos detalhes sobre sua vida pessoal fora que desde que Nessie e eu estamos juntos tem me sobrado pouco tempo, não o via fora do horário de trabalho a muito tempo e eu não estava aqui na hora do crime, não acho que ajudei muito.

Eu entreguei meu copo de chá pela metade a ele e automaticamente ele pegou sem perceber, senti vontade de chorar.

Jasper apontou o queixo na direção da porta – Eu acho que é sua vez.

Olhei para a porta e havia uma policial com um caderno nas mãos gesticulando educadamente para que eu me juntasse a ela, olhei para Jacob tentando juntar um pouco de forças.

—Boa sorte Nessie – sussurrou ele abrindo um discreto sorriso para acompanhar suas palavras de encorajamento, pouco, mas um pequeno passo na direção do seu eu habitual.

— obrigada – Respondi entrando na sala.


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