As Lendas dos Retalhadores de Áries escrita por Haru


Capítulo 23
— Primeira dança




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— Primeira dança

Hanzuki anunciou publicamente sua aposentadoria do cargo de líder da Terra de Áries e a da vida de retalhador. Já com seu substituto em mente, ele convocou todos os doze ministros para uma reunião e os juntou em torno de uma grande mesa dourada para testar a compostura do seu escolhido. Não que estivesse com dúvidas. Tinha a mais absoluta certeza de que o nome em sua mente era o melhor em que poderia pensar, de que ele honraria a confiança que lhe foi depositada. No entanto, manteria segredo por mais algum tempo. Só os trouxe ali para deixá-los saber que já sabia quem o sucederia.

Uma dupla de retalhadores acompanhava cada ministro, e para atuar como guarda-costas daquele com o qual vieram, eles aguardavam de pé atrás da cadeira na qual ele se sentou. Todos estavam sob o juramento de não compartilhar com as pessoas de fora um só tema dos que foram abordados ali. Com uma duração de aproximadamente quatro horas, a reunião, para a alegria de Kin, que àquela altura estava quase dormindo em pé, já se encaminhava para o término. Ela não prestou atenção em muita coisa, então nem se quisesse espalharia o que escutou ali. 

À direita de Hayate, Arashi não só prestou atenção em cada palavra dita, como também analisou todas elas e tirou conclusões. Ele estava certo de que sabia quem herdaria o cargo e temia as consequências que isso traria para o mundo, concordava com Hanzuki, achava sua escolha muito mais do que acertada, o seu medo, porém, se centrava na reação dos demais. Em especial na de Hizashi. Algo no ministro de Altair e em Yuna, a única retalhadora atrás da cadeira dele, o deixava preocupado.

Sutilmente cutucou o braço de Kin com o cotovelo para acordá-la. A loira, totalmente desorientada, olhou rápido em volta, se situou, esticou a camiseta branca, a saia cinza, a jaqueta jeans escura e se recompôs. Ninguém notou seu cochilo, por sorte Arashi a despertou a tempo. Teria sido uma baita bola fora. Poucos minutos após, o ancião deu finalmente a reunião por concluída. Hayate, Arashi e ela desceram juntos trocando palpites e opiniões sobre os temas mais relevantes tocados nas discussões. 

A meio caminho da fronteira da cidade, numa solitária estrada de barro, porém, foram parados por dois guerreiros que nem presentes nas conversações estavam. Dois rapazes. O mais alto, mais robusto também, dono de cabelos e olhos castanhos hostis, deu um passo a frente, os fez parar e, em tom áspero, os inquiriu:

— São de Órion, não são?

Kin, nada contente com o modo dele de falar, tomou a frente da situação:

— Quem é que quer saber?!

Hayate pôs a mão em seu ombro e com um gesto de cabeça a fez recuperar a calma. Em seguida, buscou a identidade no bolso do paletó negro, ao pegá-la foi até eles e a mostrou aos dois. O mais alto nem quis olhar, deu um tapa em sua mão e o teria socado no rosto se Arashi não tivesse entrado na frente e contido seu punho. O retalhador de elite e o pretenso agressor de Hayate trocaram olhares. 

O outro aproveitou a aparente distração de Kin para atacá-la, mas a guerreira esquivou-se de seu soco, moveu-se para o lado e o chutou no rosto, forçando-o a retornar para o local de onde saiu e recuar com o parceiro. 

— Vejam, eu não sei o que vocês têm contra nós, mas é a última vez que eu vou pedir com gentileza... — Agora era Hayate quem falava. — Deixem-nos passar.

Os dois deram risadas. Seguindo sua política de sempre cumprir uma ameaça, Hayate, antes de seus guarda-costas fecharem os olhos, percorreu todos os cinquenta metros que o separava de seus oponentes, nocauteou os dois com um só soco no estômago de cada e voltou para o ponto de partida. Ao olharem novamente, sem nada entender, Kin e Arashi só viram os dois valentões que travavam a saída despencar no chão feito sacos de lixo.

Incrível, pensaram conjuntamente, maravilhados, os retalhadores de elite. Dois lutadores daquele nível... num piscar de olhos, nenhum deles havia visto algo assim antes. Deram-se conta de que nunca presenciaram o verdadeiro poder de Hayate. Arashi sabia por que tamanha agressividade vinda daqueles desconhecidos. Muita gente, assim como ele, devia imaginar que Hanzuki fosse indicar Hayate como seu sucessor na liderança da Terra e, como alguém já disse, é impossível agradar todo o mundo. 

Hayate checou o pulso dos homens que derrotou para ter certeza de que eles estavam vivos. Seus guarda-costas, por sua vez, permaneciam parados onde estavam. Olhavam-no com espanto. Claro, sabiam que ele era forte, mas jamais passou por suas cabeças que fosse tanto.

— Vamos, não fiquem aí me olhando assim! — O Ministro de Órion os exortou. Detestava o modo que as pessoas reagiam quando mostrava sua força. — Kin, pode voltar para o Reino de Órion, termine os preparativos da festa. — A retalhadora respondeu à sua ordem com um aceno de cabeça. — Arashi, preciso que venha comigo. — O garoto concordou, mas Hayate os deixou a sós, sabia que Arashi precisaria de uns segundos com Kin antes de ir.

Kin ajustou a gola e os botões de ferro da jaqueta jeans do guerreiro glacial, o beijou e fez um pedido:

— Tenta voltar a tempo do baile. 

— Tá. — Confirmou que tentaria. — Não dance com nenhum bonitão na minha ausência. 

— A primeira dança vai ser sua, bonitão. — Segurou na mão dele, prometeu e o deixou ir. 

Em uma situação normal, ela mesma teria ido com Hayate, mas na noite anterior deu à organizadora do baile sua palavra de que participaria da arrumação da festa que ocorreria a algumas quadras de sua rua, portanto não podia deixar de ajudar e muito menos de comparecer. Não estava reclamando. Tá, para ser sincera, preferia não ir, passar a noite em casa, mas seu irmão e as meninas precisavam daquilo para distrair a cabeça, principalmente Haru. Fazia menos de um mês desde a morte de Mari, então era natural que ele estivesse deprimido, confuso, e já que lutar, fazer besteira e ir preso não o ajudou, talvez aquela festa o fizesse parar de pensar nisso por umas horas.

No fundo, tinha a esperança de que aquilo a desanuviasse também. Sentia a falta de Mari o tempo todo e queria chorar o tempo todo. 

O local, uma imensa quadra de concreto a céu aberto. As horas, quase vinte da noite. O piso foi todo forrado com um grande lenço vermelho esticado de ponta a ponta, as caixas de som, duas, enormes e pretas, estavam encostadas nas pequenas paredes do fundo da quadra, atrás delas, caso chovesse, acoplaram um teto ejetável, e nos fios que seriam encapados pelo teto ejetável instalaram as lâmpadas douradas. Em uma só mesa, de vários metros de comprimento, se encontravam todos os comes e bebes da noite. Tudo estava à espera dos convidados. 

 Perto da entrada, Kin recebia os convidados. Ela estava deslumbrante em seu longo vestido dourado de seda e alças finas. Optou por prender os cabelos, amarrando-os para trás, por não usar saltos e por apenas salientar o rosado da boca com um gloss labial. Todas comentavam a beleza de sua pele, que luzia de tão radiante. O negro de seus olhos parecia mais profundo. Seu sorriso, vai ver pela pontada de tristeza que residia em seu coração, não estava igual, reservava certo mistério.

Vários dos retalhadores de elite estavam ali. Entre as exceções estava Arashi, claro. Seu namorado ainda não chegou de seja lá para onde foi com Hayate. Seu irmão, ainda que bem depois do horário combinado, veio de braços dados com Naomi, Yue, com argumentos que Kin nunca desvelaria sozinha, trouxe Sora.

Aquela era uma das poucas vezes que Kin via Naomi usando uma cor que não fosse a preta, a francesa escolheu um vestido igual ao seu, só que vermelho. Soltou os cabelos negros e jogou metade de uma franja na frente da testa, passou um forte batom rubro nos lábios e pôs sandálias nos pés. Yue, sem dizer nada às duas, escolheu a cor violeta para o vestido e calçou sapatos com saltos, Sora era muito mais alto que ela. Os rapazes foram todos de blazer negro, camisa branca e flor vermelha na lapela. 

Haru gentilmente conduziu Naomi para o centro da quadra. A música tocava suave, os sons dos passos dos dançarinos ao redor do chão abafavam seus cochichos nos ouvidos dos parceiros, de modo que nada se ouvia além das canções e dos graves das caixas de onde elas saíam. O rosto de Haru estava quase tão corado quanto o vestido da garota que veio com ele. Os dois tinham exatamente a mesma altura. 

— Você tá muito bonita hoje. — Finalmente arranjou coragem para elogiá-la, ainda que o tenha feito sem olhá-la nos olhos. 

— Só hoje. Entendi. — Naomi resolveu brincar um pouco com ele, achando que assim o tranquilizaria. Quando notou que surtiu efeito contrário, riu e disse: — Tô brincando! Você também tá muito bonito. Só precisa relaxar um pouquinho. 

A três casais de distância deles, Sora girava Yue, impressionando-a. Jamais passou pela cabeça dela que ele fosse tão bom dançarino. Se o chamou ali, foi para não perdê-lo de vista, para saber que ele não estava provocando confusões, mas precisava admitir, ainda que nunca em voz alta, que a noite estava agradável. De terno ele até que parece gente, concordou, do seu jeito, que o Raikyuu era um cara bonito.

Depois de dias enchendo bastante a paciência de Kenichi, Mahina finalmente arrancou dele a promessa de ir com ela ao baile, mas esperto e sisudo como era, ele deu seu jeito de driblá-la. Estava sentado lá em baixo sozinho, numa pedra na frente de um cercado de ferro olhando as estrelas e os pinheiros com um dos braços contornando o joelho. Nunca esteve tão pensativo. Também nunca esteve tão bem arrumado. Usava um blazer cinza, perfume no pescoço e, provavelmente pela primeira vez na vida, cabelos penteados.

Pensava no que aconteceu com Mari. Nunca nem cogitou a ideia de um humano fazendo por outro o que ela fez naquele ônibus, especialmente por um bando de desconhecidos. Há meses não tirava os feitos dela da cabeça, aquilo o comoveu profundamente, tocou uma parte de seu ser que ele próprio não sabia que estava viva. Ela o mudou. Por exemplo, antes de saber o que ela fez, ele jamais teria aceitado ir a uma merda de um baile. 

Kenichi também daria a vida por alguém do seu reino, mas o faria por dever, porque foi moldado, treinado para isso. Mari, pelo contrário, não tinha essa obrigação para com ninguém, era uma simples civil. Então, por quê?, ele tentava entender. O que leva um ser humano a pensar mais nos outros do que em si mesmo?, ele achava que a resposta dessa pergunta jamais lhe viria, mas, por mais que tentasse, não podia evitá-la. Escutou o que se parecia com um pé pisando na grama atrás de si. Virou-se para ver de que se tratava. Era Mahina. 

— Não se esqueceu de nada?! — Ela cruzou os braços e o indagou. Estava uma beldade naquele longo vestido rosa bebê de uma alça. Havia escorado os cabelos negros curtos para trás querendo tornar o rosto mais visível, sombreado os olhos para destacar o verde escuro de nascimento que tinha neles e enfeitado as orelhas com brincos prateados. 

Kenichi respirou fundo e saiu da pedra na qual se sentara para pensar.

— Tem razão. Foi mal. — Andou até ela e lhe cedeu o braço. — Vamos acabar logo com isso. 

Acabou de descobrir um jeito de encontrar a resposta de sua pergunta. Pela primeira vez na vida abriria o coração para algo além do sentimento de dever cumprido, para, quem sabe, a amizade e o companheirismo. E quem melhor do que Mahina como a primeira a receber essa chance dele? Ela não era só a pessoa mais bondosa que ele conhecia, como vinha tentando conseguir isso todos esses anos. 

Gray foi para a festa acompanhado de três garotas: uma ruiva, uma morena e uma loira. Nenhuma delas via problema nisso. O pior era que, sozinho no meio delas, ele conseguia, de certa forma, dançar com todas. No canto do salão perto de Kande e Shin, Kin só conseguia pensar em como ele era patético. E se algum casal do Reino de Órion tinha metade da química que Yue tinha com Sora. 

Kande não parava de rir. Num vestido de gueixa negro repleto de flores vermelhas, com os cabelos lisos castanhos escuros presos num coque atrás da cabeça, ela se sentia idiota porque faltou bem pouco para aceitar ser a quarta garota e se queixava disso: 

— E pensar que eu poderia estar ali, cruzes!

— Bom, as garotas são bem bonitas, isso nós temos que admitir. — Kin relevou. — E você não precisa do Gray para dançar, vai pra pista com o Shin aqui.

— Ele deve ter vindo com a Emi. — Contra-argumentou Kande. 

— Emi saiu em missão. — Shin pôs as mãos nos bolsos do blazer vinho escuro e as informou, depois ofereceu o braço às duas: — Vamos? 

Kin educadamente rejeitou a oferta:

— Ah, não, obrigada, eu já prometi minha primeira dança pra alguém. Mas podem ir!

Kande não queria deixá-la sozinha:

— Tem certeza? Posso esperar aqui com você. 

— Tenho, vão! — Disse, mas nenhum dos dois queria abandoná-la, então os apressou: — Mas vão logo, em vinte minutos vamos escolher o rei e a rainha!

 Andou até o maior dos aparelhos de som e alterou a música, selecionou um estilo mais lento, depois foi até a mesa dos quitutes e pegou algo para comer. Ficou feliz quando, dali, notou que todos estavam se divertindo. Sorriu, deu uma colherada no pudim de chocolate, encostou na mesa e esperou dar a hora de contar os votos. Ficou ainda mais contente quando olhou para Haru e viu que ele estava rindo. Comemorou em segredo. Missão cumprida. Não foi a responsável pela ideia da festa, mas foi a mais participativa na realização dela e fez tudo por Haru.

Yue ajustou os grampos coloridos para prender melhor acima das orelhas os cabelos do lado esquerdo da cabeça e deitou o rosto no ombro de Sora, decidiu se deixar conduzir totalmente. Ele deu uma risada. 

— Tenta não dormir. — Sussurrou o Raikyuu. 

— Tenta não ser um babaca só hoje. — Ela retrucou. Sua pálpebra esquerda estava tingida com uma cheirosa sombra rosa clara, seus cílios, levemente pintados de roxo. Seus lábios eram rosados de nascimento, ela não quis pôr nenhum batom, brilho ou gloss. Estava encantadora. 

— Hum... isso vai ser difícil. — Deu um rápido passo com ela para a direita. — Presta atenção. Em alguns minutos seremos eleitos rei e rainha do baile. Eu aposto em nós.

Yue levantou o rosto do ombro dele, o olhou e perguntou: 

— Votou na gente? 

Sora, como se fosse óbvio, respondeu:

— E em quem mais eu votaria? 

— No Haru e na Naomi! Eu te disse!

— Disse? — Não acreditou nela. Lembrou, então, que estava se olhando no espelho no instante que ela disse e que por isso se distraiu, então riu e se desculpou: — Ah, foi, desculpa! Eles ainda têm chance...

Sua parceira fechou a cara e revirou os olhos. Logo quando estava começando a mudar a visão que ela tinha dele, ele foi e deu uma dessas. Egocêntrico e metido como ela o achava. Haru, por outro lado, apesar da pouca idade, se manteve maduro, cavalheiro e responsável. Naomi não achava aquilo certo. Ele era apenas uma criança, um menino, e se estava se comportando como alguém com muito mais idade do que realmente tinha, era porque as circunstâncias, a vida, estava exigindo muito dele. 

Kin montou no bloco de concreto próximo da saída, ficou de pé sobre ele e chamou, com o microfone, a atenção de todos para si. A contagem dos votos estava feita e ela queria anunciar o resultado. Para a decepção de Sora e Gray, entretanto, o casal vencedor foi Haru e Naomi. Uma chuva de aplausos se seguiu ao aviso. Kin chamou os dois até onde ela estava, os coroou, desceu e, batendo palmas, deixou-os sozinhos no bloco acenando para a multidão. Amou a felicidade que viu estampada no rosto de Haru. 

Uma explosão chacoalhou os alicerces da quadra e interrompeu o momento. Kin disse a todos que ficassem onde estavam, que não era nada, e foi sozinha checar, seguiu voando solitária para a direção na qual sentiu a energia proveniente da detonação. Ela deu em um imenso campo baldio bem longe de onde ocorria o baile, aberto às estrelas e aparentemente abandonado. Avistou uma grande mancha redonda negra debaixo da fumaça. A conhecia bem, há uns anos quase morreu pelas mãos do responsável por aquela coisa.

Levantou, semicerrou as vistas e olhou em volta com desconfiança. Havia um lado seu que queria estar certo sobre quem era o sujeito por trás daquilo e um outro que desejava estar errado, o que torcia para estar certo ansiava por uma revanche contra o desgraçado, o que pedia para estar errado, por sua vez, sabia que aquele retalhador foi um dos mais difíceis com os quais ela já teve que lidar e previa que muitas vidas se perderiam caso ele retornasse.

Investigou a arena de ponta a ponta. Não encontrando nada, voltou para a quadra onde o baile estava acontecendo. Estava vazio. Se podia chutar, diria que todos a desobedeceram e, preocupados, saíram para checar o que estava rolando pelo reino. Ninguém se importou com ao menos desligar o som antes de sair. Quando ia fazer isso, porém, ouviu passos na entrada. Olhou para lá por cima dos ombros. Arashi

— Você me falou que a festa acabaria às onze... — Disse o guerreiro glacial, com uma gravata negra em mãos. Vestia, além disso, um terno negro, uma camisa social abotoada branca e um par de sapatos pretos, mas tinha os cabelos desarrumados. Apesar deste último detalhe, estava absolutamente lindo. — São dez horas, eu fiz o possível pra chegar agora.

Kin esticou a mão para ele, sorriu e disse:

— Fica tranquilo, você chegou na hora certa. Vem.

Ele pegou sua mão, a girou trazendo-a para perto de si, encostou seus narizes e fez uma pergunta: 

— Guardou a primeira dança? 

— Como o prometido. — Kin, sorridente, redarguiu. 

Apoiou o rosto no peito do retalhador, deixou uma das mãos em seu ombro, pegou a outra mão dele com a que estava livre e, ao ritmo vagaroso da romântica música que soava, curtiu o momento. Sabiam que nos dias que viriam o reino enfrentaria uma tremenda barra, que nas horas que futuramente compartilhariam juntos estariam arriscando as vidas para proteger os habitantes de Órion, portanto precisavam aproveitar. 


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