As Lendas dos Retalhadores de Áries escrita por Haru


Capítulo 21
— Fique esta noite




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— Fique esta noite

Uma vez, quando tinha quatro anos, Kin perguntou à sua mãe porque sempre chovia em funerais. Ela lhe respondeu que os anjos, a mando de Deus, lavavam o quarto no qual o novo morador do céu passaria a eternidade e que a água que caía vinha dessa faxina. Se sua mãe estivesse viva hoje, Kin perguntaria por que não caiu uma gota d'água no gramado do cemitério onde Mari foi enterrada. Na tarde daquele dia, foi enterrado o ser humano mais generoso e altruísta que ela já conheceu. 

Kin não disse uma palavra o dia todo. Não derramou uma lágrima antes, durante e nem depois de enterrarem o caixão onde puseram o corpo de Mari. Nem expressou tristeza. Chegou no cemitério, parou num lugar, não saiu mais dali, ouviu as preces atentamente, recebeu os pêsames e foi para casa. Tudo com o automatismo de um robô. Sua mente, como o seu rosto, estava vazia. Se havia gente triste em volta dela, ela não saberia dizer. Não reparou em ninguém. 

 A volta para casa foi ainda mais estranha, ela fez silêncio e ficou impassível o caminho todo. Aquilo estava preocupando Arashi. No percurso, ele lhe fez duas perguntas, ela, quieta e com a mesma feição, em resposta para as duas, apenas balançou a cabeça. Achava que era hora de saber o que Kin tinha. A deixou na dela no cemitério porque pensou que ela voltaria ao normal quando o velório acabasse, mas, como constatou, estava errado. 

Enfiou as mãos nos bolsos da calça social negra e a observou usar as chaves para destrancar a porta. A viu deixá-las cair. Jogou as abas do paletó preto para trás e se agachou para ajudá-la a catá-las, ela as pegou antes, finalmente escolheu a certa, cravou-a na fechadura e abriu a porta. Lá dentro, acendeu as luzes, atirou a jaqueta negra em cima do sofá e esticou, com a ponta dos dedos, o vestido preto de alças finas que usava. 

— Eu tô tonta de sede. — Pronunciou, enquanto se dirigia para a cozinha, suas primeiras palavras naquele dia.

Arashi afrouxou a gravata cinza escura, desabotoou as mangas do paletó e pediu:

— Senta aí, eu pego água pra você. 

Kin colocou a jaqueta no colo e fez o que ele falou. Ele, rápido, voltou com um copo de vidro transparente cheio d'água, ela agradeceu, bebeu tudo em segundos e o olhou sentar-se na mesinha a sua frente. Sentiu, de repente, a mão gélida dele parar sobre seus dedos. 

— Que foi? — Como se tudo estivesse normal, perguntou. 

— Me diz você. Ficou calada o dia todo. — Arashi amavelmente retrucou. 

— Sério? — Ela não acreditou. Pelo seu olhar, a surpresa era genuína. Com um gesto surdo de cabeça, Arashi respondeu que sim. — Tá. O que você espera que eu diga? 

— O que você quiser. 

Uma lágrima brilhou nos olhos de Kin. Ele encarou isso como uma deixa para sentar ao seu lado e lhe abraçar, ela, então, chegou mais perto dele e deitou o rosto em seu peito, onde, sem nada dizer, chorou por vários minutos. Arashi, nesse tempo, acariciava seus cabelos com tanto cuidado que parecia achar que ela ia quebrar. Entendeu porque Kin não expressou emoção nenhuma a tarde inteira. Todos os retalhadores de elite estavam lá, e por ser sua líder, ela não conseguia demonstrar os sentimentos na frente deles. 

Em gratidão por sua companhia num momento tão difícil, deu um beijo demorado na bochecha dele.

— Não me deixa sozinha hoje. — Foi tudo o que pediu. 

Como resposta, ganhou um selinho na testa e uma promessa:

— Nunca. 

Eles passaram a noite inteira no sofá, não saíram dele para nada. O silêncio foi presente quase em todos os momentos. Haru não deu as caras hora nenhuma, ele assistiu o enterro e, quando terminou, simplesmente saiu e não disse a ninguém para onde ia. Naomi e Yue também. Se podia chutar, diria que as duas estavam com ele. Não podia condená-lo por não estar ali pela irmã. Ele era só um garoto, estava sofrendo e não sabia como lidar com isso, pelo menos com as duas por perto não se meteria em problemas.

Arashi tinha razão sobre Yue e Naomi estarem com Haru, mas errou feio quando pensou que as duas bastariam para salvá-lo de se meter em problemas. Assim como a irmã, ele passou o dia reprimindo os sentimentos, só que no caso dele um abraço e umas palavras carinhosas não seriam o suficiente para fazê-lo expressá-los. Para piorar, ninguém chamaria de saudável a maneira que ele escolheu para libertar as emoções — e, diga-se de passagem, naquela noite o coração dele era o ringue de um combate de confusões, medos e raivas.

Haru estava indo para a estação de trem onde Sora e os arruaceiros ficavam. Queria lutar. Que fique registrado que as duas fizeram tudo o que podiam para dissuadi-lo daquele empreendimento, que, andando vários metros na frente delas, o ruivo se fazia de surdo perante suas palavras. Uma pequena correção: fizeram quase de tudo. Yue puxou para trás o vestido negro de Naomi e a fez parar, permitindo que a distância entre elas e ele aumentasse. Teve uma ideia. 

— Por que parar? — Foi a pergunta da francesa. — Podemos acabar perdendo ele de vista. 

Yue fechou a cara quando, pela quarta vez naquele dia, sua tiara roxa clara caiu sobre seu nariz. Ajeitou-a, soprou da frente da boca os fios azuis claros de seu cabelo que vieram com ela, respirou fundo e disse:

— Você pode pará-lo! Vá até lá, sozinha, e peça pra ele desistir disso!

— Eu não entendi. Por que você acha que eu tenho esse poder? 

Pediu perdão em pensamentos a Haru e o caguetou: 

— Porque ele gosta de você! Você é a primeira paixão infantil dele, vai lá e diz pra ele voltar! 

Mesmo não acreditando muito que daria certo, ela foi até ele tentar. Não custava nada. O problema era que não sabia por onde começar, achava bobo ou clichê tudo em que pensava. Refletiu sobre o que gostaria de ter escutado quando coisa parecida lhe aconteceu, o momento em que seu pai lhe disse adeus e entregou-se à morte para salvar o Reino de Órion da destruição pelas mãos do monstro Hoderi retornou como um filme em sua cabeça, então se deu conta de que nada do que dissesse aliviaria a dor que ele estava sentindo.

O que mais precisou, mas não teve, foi da companhia de alguém que a entendesse e lhe doasse o ombro para chorar. Se queriam convencê-lo a dar meia volta e ir para casa, teriam de fazê-lo ver que era disso que ele necessitava e que era exatamente o que teria nelas. 

O alcançou. Ao contrário do que Yue pensava, ele não a notou na hora. Naomi precisou falar alto para chamar sua atenção:

— Eu te entendo. Quando eu perdi meu pai... — Haru só parou de andar para ouvi-la quando ela iniciou essa segunda frase. — Eu fiquei muito triste e com raiva. Eu não queria me sentir triste e nem chorar, então fiz de tudo pra me sentir mais irritada do que triste porque a fúria era mais fácil de expressar... Aí recorri à violência. Mas isso não solucionou meu problema, porque a tristeza continuava lá, só esperando eu me acalmar. Eu sabia que uma hora teria que confrontá-la, mas eu tinha medo disso porque eu estava sozinha. Você não está. Você tem a Yue, tem sua irmã, o Arashi. Tem a mim. — Concluiu. Lhe mostrou um sorriso tímido quando ele olhou para trás, estendeu-lhe a mão e disse: — Vem, vamos voltar para o Reino de Órion. 

Para o seu azar, Sora deu as caras. Ele pulou da calçada para os trilhos, avançou alguns metros na direção deles e riu. Sabia que Haru estava vindo.

— Seja bem vindo, amigão! Mi casa es su casa! — O cumprimentou. Pulou de volta para a calçada, apontou com a cabeça a direção da qual estava vindo e o convidou: — Vem, eu vou te apresentar pra minha galera e aí poderemos ir ao que interessa!

 Haru abaixou a cabeça e sentiu os punhos tremerem. Retirou o paletó preto, a gravata negra, jogou-os na calçada, subiu nela e se despediu da amiga:

— Foi mal, Naomi. 

Sora pôs o braço em torno dos ombros dele e o levou consigo. Yue, minutos após, chegou, a olhou e não precisou que ela lhe dissesse o que aconteceu para saber que não havia conseguido pará-lo, tocou seu ombro de leve e disse que estava tudo bem. Só o que lhes restava fazer era apoiá-lo e ajudá-lo caso ele precisasse. Temiam não tanto que ele se machucasse, quanto no que aquilo poderia transformá-lo. Haru era um garoto bom, de coração puro, mas não sabia nada da vida e, portanto, ainda era influenciável e maleável. 

No caminho, o Raikyuu conversava com ele.

— Você tá diferente, eu sinto um pouco de negatividade em você. — Disse. — O que houve? 

 — Minha mãe morreu. — Admitiu, sem perder a seriedade. — Mas eu não quero falar disso. Não quero falar.

— Você veio ao lugar certo! Aqui, a gente não fala. — Sora, empolgado, o exibiu a seus amigos e seus amigos a ele, eles, em resposta, urraram como animais. 

O garoto não esboçou reação, conservou na face a mesma expressão vazia de antes, estalou o pescoço, os punhos e se misturou com eles. Furiosa, Yue deu um empurrão em Sora e o insultou:

— Você não toma jeito mesmo, não é?!

— Ah, agradeça por ele ter vindo a mim, se não fosse por isso aqui, ele poderia estar com problemas de verdade! — Sora retrucou. 

Naomi concordou e argumentou:

— Ele tem razão. Melhor o diabo conhecido do que o desconhecido. 

— Tá vendo? Assistam e divirtam-se um pouco. — As convidou, deixou-as ali e foi para a plateia. 

Muito se discutiu sobre quem lutaria com Haru primeiro, mas ele não dava a mínima. Não tinha medo de ninguém. Só queria sentir ódio o suficiente para esmagar a dor que emanava os primeiros raios em seu peito, para não ser forçado a ficar cara a cara com seu sofrimento. Pouco importava quem trocaria socos com ele, não ligava nem para perder ou vencer. Se ficava cinco segundos parado, as lembranças de Mari o afligiam. Vamos logo com isso, os apressava em pensamentos, rosnando de raiva.

O escolhido foi um rapaz sete anos mais velho que Haru. As garotas não gostaram nada disso, Sora e Haru, pelo visto, não estavam nem aí. O ruivo saltou para os trilhos e passeou calmamente para longe dos espectadores. No percurso, algo no teto do túnel chamou sua atenção, então deteve os olhos nele por alguns instantes. Estava cheio de rachaduras e muita poeira caía de dentro delas, poderia usar isso em seu favor caso tivesse problemas. Lembranças de Mari o tomaram de assalto. Cerrou os dentes e grunhiu de ódio.

Mais alto que Haru, mais velho, mais corpulento e, obviamente, mais maldoso, o selecionado desceu para começar a luta. Haru parou de andar quando sentiu o ferro dos trilhos vibrar por causa da colisão com os pés dele, se virou e o encarou. A distância entre eles era de exatos vinte metros. O mesmo vento que abanou os cabelos castanhos escuros do arruaceiro sacudiu as mechas ruivas do garoto de Órion, o âmbar dos olhos do lutador mais novo e o verde dos do mais velho refletiam-se mutuamente. 

Todo o chão que os afastava foi percorrido em meio segundo. O guerreiro mais alto atacou o menor com um cruzado de direita, ele se agachou, encheu o punho de força e o nocauteou com um só gancho no queixo. Os espectadores, estupefatos, se calaram. Haru analisou um por um. De repente, vários gritos de celebração explodiram no ar. Sora, sempre sorrindo, o aplaudiu, depois gesticulou com a cabeça num pedido de que retirassem o perdedor da arena. 

A próxima concorrente foi uma garota, Haru nem por isso hesitou, a derrubou com um soco. Depois dela vieram dois lutadores, após os dois vieram duas, por fim, Sora voltou a mandar um por vez. Alguns acertaram um soco ou outro, a maioria, porém, nem isso conseguiu. Ninguém chegava aos pés de Haru. As lutas pararam uma hora depois do início e, batendo todos no mesmo lugar, o melhor que os inimigos do Orioniano conseguiram foi deixar um inchaço no lado direito do rosto dele.

O problema, para Yue e Naomi, nunca foi ele se machucar, elas sabiam que ele era forte. Elas não queriam que aquilo o mudasse. 

— Isso é tudo o que os seus amigos podem fazer, Sora?! — Haru esticou os braços e os provocou. — Eu tô decepcionado! E entediado!

Os arruaceiros, ofendidos, se irritaram. Sora cruzou os braços e deu uma risada. Nada contente com a forma dele de falar, Yue vociferou sua súplica:

— Haru, você já lutou, já extravasou a sua raiva, vamos voltar pro reino!

— Você e Naomi podem voltar, se quiserem. Eu não saio daqui enquanto não tiver uma boa luta. — Haru manteve os olhos em Sora a cada palavra proferida, nitidamente o desafiava. 

Yue deu a tiara na mão de Naomi, soltou o tamanco marrom dos pés, pulou para os trilhos e avisou:

— Então eu vou ser sua próxima adversária. 

— Não. — Sora discordou. — Eu vou. Foi pra isso que ele veio. Não foi, Haru? 

— É isso mesmo. — Haru confirmou. — Depois, sim, eu vou pra casa. 

— Eu não teria tanta certeza. — O Raikyuu, passando por Yue, o contradisse. 

Haru, sorrindo, se dirigiu à Yue: 

— Volta pra lá, isso aqui não vai demorar.

Ela, percebendo que a outra opção era retornar pro Reino de Órion sem ele, deu um salto mortal para trás e parou ao lado de Naomi. O esperariam. Sora, a vinte metros de Haru, verificou as horas em seu relógio de pulso. 

— Em quarenta segundos um trem vai passar por aqui. — Achou bom advertir Haru. Deu um peteleco no relógio, ergueu a guarda e o chamou: — Sem hesitar? 

Mostrando que não tinha nenhuma intenção de pegar leve, Haru partiu para cima dele e o atacou com seu soco mais forte. Sora, para segurá-lo, teve também que empregar toda a força, e enquanto o parava foi um metro para trás. Haru andou um passo em sua direção, desferiu um soco com a mão livre, Sora o pegou de novo e ergueu a perna para chutá-lo no estômago. Haru pôs o joelho na frente do chute, tomou impulso no pé dele, flutuou meio metro e tentou chutá-lo no queixo com a perna livre, mas Sora soltou suas mãos e recuou. 

Houve uma colisão de punhos que fez todo o túnel tremer. Depois dela, teve início uma troca de golpes na qual Haru mais defendia-se do que atacava, e na qual, para se desviar um direto, o ruivo foi forçado a parar de se esquivar e usar a mão. Prendeu o pulso de Sora entre os dedos, desestabilizou-o empurrando-o para o lado, girou e quase acertou o pé na cara dele, mas ele se esquivou recuando, pulou e contra-atacou com um soco. Haru pôs os braços na frente do golpe, Sora se apoiou nele e caiu lhe chutando, mas atingiu seus braços de novo.

Haru tentou pisoteá-lo, Sora saiu da frente do pé dele com uma cambalhota para trás, ficou de pé, encheu o punho direito de força e tentou acertá-lo com um direto. O garoto de Órion se escudou com os braços, o Raikyuu, usando ambas as mãos, o atacou com vários outros seguidos, mas Haru parou todos com os braços. Em um deles, o ruivo recuou, se atrapalhou,  perdeu o foco, Sora atravessou sua guarda com um soco e o golpeou no nariz, o atirando no chão. 

Sora sorriu para ele. Haru ficou de pé em um salto, atacou-o com um direto de esquerda, um de direita, outro de esquerda, mais um de direita, Sora bloqueou todos com os braços, desviou um pisão dele com a mão, Haru fintou, desconcertou Sora e o esmurrou na boca, fazendo-o cair e sangrar. Eles riram um para o outro. Haru ofereceu a mão para ajudá-lo a levantar, Sora a pegou, levantou e o cabeceou no nariz, de onde sua vítima esguichou sangue. O jovem de Órion se recompôs, o atacou com três socos, o Raikyuu se defendeu de todos eles, ganhou um murro na barriga e revidou com um cruzado, o qual pegou a cara do alvo em cheio. 

 Um começou a rondar o outro, os dois estavam feito animais encarando a presa. No minuto que ia atacar, Sora ouviu um som bem ao longe, olhou para o lado e alertou seu oponente: 

— Vamos parar por alguns segundos, o trem tá vindo. 

Contudo, só ele voltou para a calçada. Haru ficou parado onde estava. Suas amigas, sem entender, chegaram mais perto, ele foi mais para o meio dos trilhos e pacientemente aguardou o trem. As garotas ouviram a locomotiva se aproximar e compreenderam o que ele planejava. 

— Haru, sai daí, o trem tá vindo! — Naomi gritou. 

Vendo que ele não estava dando ouvidos a ela, Yue ameaçou: 

— Se você não sair daí, eu vou descer também!

— Não! — Ele retrucou. — Eu quero tentar uma coisa, não desce!

Elas aguardaram para ver o que era. Haru deu as costas para a direção da qual o comboio vinha, e quando ele chegou, quando ele estava a centímetros de atropelá-lo, girou rápido e o socou com toda a força. A locomotiva parou na mesma hora, sua traseira subiu quase um metro e meio e ela inteira tombou para a esquerda. Houve silêncio. O túnel foi todo tomado por nuvens efêmeras de fumaça, as garotas e os companheiros de Sora correram para ver como os passageiros estavam. Felizmente, ninguém se feriu.

As autoridades foram acionadas e levaram Haru preso. Ele deveria passar dois dias atrás das grades, mas na manhã seguinte Kin e Arashi vieram e pagaram sua fiança. No entanto, Haru se recusou a sair do banco branco de concreto onde dormiu, Naomi foi lá fora avisar Kin e Yue, sentada do outro lado da sala, ficou parada encarando-o de braços cruzados. De repente, levantou e foi com calma até as grades negras atrás das quais ele estava. 

 Haru mexeu a cabeça para o lado e a fitou.

 — A sua irmã está lá fora. — Disse-lhe. — Ela também tá sofrendo muito. Está péssima. Se você não vai se levantar daí por você mesmo, nem por mim ou pela Naomi, levante-se por ela. E não se esqueça que, mesmo estando tão mal, ela levantou hoje por você. 

O garoto voltou os olhos para o teto e respirou fundo. Percebeu que Yue tinha razão. Se sentou, agarrou a gravata, colocou o paletó nas costas e saiu do banco. Sentia-se pronto para ir embora. Yue entendeu isso e chamou o guarda. Durante a espera, mostrou um sorriso fraco para o amigo, como que parabenizando-o pela decisão. O homem veio, abriu a porta da cela e o ruivo saiu, mas, quando passou por ela, recebeu um forte abraço. Haru relutou no início, mas cedeu, retribuiu o gesto. Naomi tinha razão, ele precisava daquilo. Quando menos esperou, estava chorando com o rosto deitado no ombro dela. 

Adeus, mãe

Fim.


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