O Servo escrita por The Mistoclis
Qiyana sai de seu quarto usando o ohmtatl como um bambole. Isso causa raiva as suas irmãs que a tanto tentam dominar a arma para poder controlar os elementos, enquanto a jovem brincava com o objeto e era a mais forte entre todas, mesmo sendo mais nova.
Novamente, o movimento dela ao andar é tão gracioso que prende minha atenção enquanto tento olhar para frente. Descemos as escadas com ela ainda usando a arma de forma incoerente até chegarmos no pátio de treino no centro do castelo.
O pátio foi feito para os membros da família real treinarem o dominio sobre os elementos. Ele é feito no chão de terra, com várias arvores ao redor e um lago no meio. Qiyana ainda brincando começa a andar sobre a água a congelando a cada passo. Ao chegar no meio do lago, as árvores se curvam como se a reverenciassem. De uma das arvores surge um galho que a sobrepoe. Qiyana pega o ohmtatl no meio de um dos movimentos circulares e o ergue. O galho da arvore se agarra ao objeto circular e começa a o levantar. Qiyana se puxa para cima ficando sentada no meio do aro. A água do lago começa a se erguer e formar a figura de dois tritões segurando tridentes como se fossem guardas do castelo olhando aos arredores. Das folhas das árvores que voam ao redor da moça, alguns punhados se juntam e assumem a forma de fadas ninfas, que voam ao redor de Qiyana a reverenciando.
Qiyana espirra.
Tudo é desfeito e qiyana começa a cair do alto com seu ohmtatl girando ao redor sem ela conseguir agarra-lo.
Saio correndo em direção a ela e me jogo no lago para tentar alcança-la. Mas algo chega antes de mim.
Um galho de arvore em formato de uma grande mão corta o vento e a segura no meio do ar. O ohmtatl fica preso em um dos dedos como se fosse um anél folgado.
—Eu já mandei não abusar dos treinos! Você é talentosa, mas não tem concentração.
O imperador de Yun Tal se aproximava com seu cetro apontado para frente. Ao invés de usar arma, o imperador usava o cetro como simbolo de comando, e não de força. Assim como o ohmtatl de Qiyana é usado como simbolo de graça e agilidade.
—Eu só espirrei.
—E isso quase custou sua vida.
—Eu não ia me machucar.
—Quem garante? Também tem o dom da profecia?
—Não senhor...
O imperador aproxima o cetro novamente de seu corpo. A mão de árvore se aproxima da margem do lago e deixa Qiyana no chão em segurança, devolvendo o armamento a garota.
—E você, meu jovem. Qual seu nome?
—É Dawa, senhor. - Digo saindo do lago enxarcado.
—Jovem Dawa, vi seu esforço ao tentar salvar minha filha. Você é corajoso e um servo fiel. Obrigado.
—É uma honra senhor, apenas fiz meu trabalho.
—Qiyana, agradeça ao jovem.
Contrariada, Qiyana cruza os braços e evita o olhar.
—Obrigada... - Diz bufando.
O rei se vira e sai andando do pátio. Qiyana o espera se afastar e me estica os braços com o arco de metal.
—Não quero mais saber de treino.
—Como desejar. Para onde vamos agora?
—Você vai para o banho, eu vou para a biblioteca. Me encontre lá.
—Sim senhora. - Verifico se o pai dela já se afastou. - Imperatriz.
Vejo um sorriso de canto de rosto se formar novamente. Aquele sorriso... Aquele maldito sorriso...
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