Chovia forte, o vento batia contra a janela fazendo barulhos altos. Eijirou tremia de medo sob os cobertores, tentava ao máximo não acordar Katsuki, que dormia tranquilamente na cama abaixo da sua. Naquela noite o amigo passava a noite consigo, pois no dia seguinte iriam a um parque para um piquenique.

Chovia forte, o vento batia contra a janela fazendo barulhos altos. Eijirou tremia de medo sob os cobertores, tentava ao máximo não acordar Katsuki, que dormia tranquilamente na cama abaixo da sua. Naquela noite o amigo passava a noite consigo, pois no dia seguinte iriam a um parque para um piquenique.

Um estrondo foi ouvido, quando o trovão ressoou no quarto. Eijirou soltou um grito tampando os ouvidos. Fechou os olhos com força, trincando os dentes; seu coração batia desenfreado conforme o medo se alojava em todos os seus sentidos.

— Eiji! Eiji! — Katsuki o sacudia com veemência até que o menino abriu os olhos marejados — Eiji!

— 'Suki? — chamou baixinho. A voz embargada e amedrontada fez florescer um instinto protetor no pequeno coração de Katsuki.

— Você teve um pesadelo? — indagou o loiro.

— Eu não consigo dormir... a tempestade faz muito barulho....

— Você tem medo de trovão?

— Promete não rir?

— Claro que não vou rir, bobão. — garantiu sentando-se ao seu lado.

— Eu tenho medo deles... porque faz muito barulho e me assustam....

— É muito sinistro mesmo. Mas não precisa ter medo, Eiji!

— Não? — Questionou de forma incerta.

— Não! Porque está tudo bem, eu 'tô aqui com você!

— Mas....

— Eu 'tô aqui! — Katsuki repetiu olhando para Eijirou.

— Você fez que nem o All Might! — elogiou o menino.

— É claro! Eu sou o maior fã dele! — lógico que Katsuki iria se gabar.

— Maior que o Izuku?

— Muito maior que o chorão do Deku!

— Eu também sou um chorão, né?

— É, mas você é um chorão legal.

— O Izuku é legal também! — o coração dele era tão bom que sempre defenderia um amigo.

— 'Tá bom. Mas você é mais legal! Tipo que nem um dragão, e o Deku é legal que nem uma aranha.

Eijirou riu entendendo perfeitamente as comparações absurdas do amigo. Katsuki sentiu-se bem com aquilo, como um verdadeiro herói. Isso até vir outro trovão tão forte que tremeu as vidraças, fazendo Eijirou voltar a chorar.

— Eu 'tô aqui! — Katsuki repetiu, vendo que não teve o mesmo efeito puxou a mão do amigo que estava segurando firmemente o cobertor — você pode segurar minha mão, Eiji. Eu 'tô aqui!

Eijirou encarou Katsuki e segurou sua mão. Os dois estavam com seus pijaminhas, sendo o de Eijirou amarelo com o Patrick Estrela na camisa; e Katsuki com seu pijama de dinossauros. O loiro puxou o cobertor cobrindo-os, como uma capa protetora. Ficaram juntos daquele jeito até a chuva passar, Katsuki deitou-se, puxando o amigo ao seu lado, fechando os olhos. Acomodaram-se embaixo do cobertor com estampa de vários tubarões muito viris.

— 'Suki?

— Oi....

— Você é meu herói!

Katsuki tinha um sorriso que poderia ser confundindo com presunção, mas enganar-se-ia quem pensasse dessa forma. Era a mais pura satisfação, era a felicidade de proteger quem lhe era importante; a certeza de que ele estava ali para Eijirou, assim como seu maior herói estava para as pessoas que salvava. Katsuki era o herói de Eijirou, isso lhe bastava.