Hotshot escrita por Sophie Queen


Capítulo 5
Losing Streak


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer: infelizmente Twilight não me pertence, mas o Edward basqueteiro, isso sim, então, respeitem!

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CAPÍTULO 5 — LOSING STREAK

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Humilhado.

Era assim que Edward se sentia depois de ser dispensado pela Dra. Swan, principalmente depois de suas investidas românticas, seguidas de um desmaio. Jamais em sua vida imaginou-se caindo ao chão por conta de medicamentos, inclusive quando Bella lhe disse que isso poderia acontecer, riu-se, dizendo que isso era impossível. Ledo engano.

Toda a cena que se seguiu, de Bella tentando acordá-lo, Rose e Emmett chegando para ficar com Claire e uma ambulância aparecendo para levá-lo ao hospital, para que a médica lhe fizesse alguns exames, era ridícula. Até mesmo quando um médico socorrista questionou se Bella era namorada dele, sua resposta soou mais como um golpe de fundo de quadra que qualquer outro que já levara.

— Não, eu sou a médica dele. — ela respondeu impaciente. — Vou ter que mostrar meu registro? Ou provar a você que o senhor Cullen é meu paciente?

Sim, a resposta dela foi cheia de impaciência, mas, ainda assim, era possível perceber a preocupação gritante que a médica sentia. Alguns poderiam dizer que a preocupação era apenas com o bem estar do basquetebolista, outros poderiam acreditar que tal atitude, devia-se a preocupação com o futuro de sua carreira. Tantos outros, ainda alegariam que, na verdade, sua única preocupação era com a possível falha em seu tratamento.

Edward, por sua vez, não queria acreditar em nenhuma dessas três opções. Na realidade, ele gostaria de não acreditar em nada. O gosto amargo da rejeição de Bella aos seus avanços, era muito pior que um desmaio ou qualquer outra suposição. Mesmo depois de todos os exames e verificações, para ter certeza de que o ocorrido realmente fora um dos efeitos colaterais dos medicamentos — que já haviam sido alertados —, o jogador fora deixado em observação aquela noite e aproveitou o momento para pontuar tudo o que acontecera.

Talvez, se não tivesse desmaiado, poderia ter insistido em algo com a médica e, quem sabe, ter obtido algum sucesso com suas investidas. Ele quase riu desse pensamento insano, mesmo na sua imaginação tão fértil, ele sabia que esse jamais seria o cenário. A convicção de Bella em recusar seus avanços era clara como cristal.

Mas talvez num futuro, quando ele não fosse mais seu paciente, ela poderia aceitar um convite para um jantar, dessa vez sem o pretexto da sua sobrinha…

Mais uma vez ele riu com isso. Era um riso quase desanimado, pois algo lhe dizia que não havia como isso acontecer. Era como torcer para que uma equipe ganhasse um jogo contra o seu principal rival, e ano após ano ser frustrado com o resultado real, mesmo sabendo que era óbvio.

— Merda! — ele bufou para consigo mesmo, encarando o teto branco do quarto em que estava.

— Qual é o motivo da frustração agora? — inquiriu Jasper, ao entrar no quarto em que Edward estava em observação.

— Nada. — respondeu petulantemente ao irmão, que agarrava o prontuário ao pé da cama, para ler o que os médicos haviam escrito.

— Sabe Edward, eu já te disse isso um milhão de vezes, mas parece que sua cabeça oca nunca entende... O fato de sermos irmãos, e no caso eu ser mais velho que você, me faz te compreender melhor do que você mesmo, da mesma forma que Rose me conhece e você conhece tão bem nos dois. — disse Jasper com um sorriso torto. — Então, vou te perguntar educadamente pela segunda vez: qual é a sua frustração agora? Uma certa doutora de longos cabelos e olhos castanhos?

Edward apertou seus olhos com as palmas de suas mãos, suspirando pesadamente. Jasper riu.

— Realmente você achou que seria tão fácil? Que Claire iria convencê-la de jantar com você, e depois que nossa sobrinha fosse dormir, Isabella cairia em seus braços, declarando que você é o príncipe da vida dela? — perguntou com um leve riso em sua voz. Edward encarou o irmão impassível. — Ahh! Qual é? Você não é tão idiota assim?!

— Mas Rose… — começou Edward, porém Jasper o interrompeu.

— Eu amo a nossa irmã, e reconheço que ela é uma mulher de fibra, forte, independente e etc, mas qual é? Ela só teve um namorado, e até onde sabemos, se for mentira prefiro ignorar, ela só esteve com um cara, e esse é o marido dela e pai da filha dela. Para Rose, tudo sempre aconteceu como um maldito conto de fadas, é óbvio que ela ia achar que o mesmo aconteceria com você. Você seria o príncipe que encontraria a sua princesa e vocês viveriam felizes para sempre. — divertiu-se o loiro. — Qual é, Edward? Sério mesmo que você esperava que seria fácil? Que Isabella seria como qualquer outra mulher que você já saiu?

Edward encarou seu irmão.

— Você deveria me animar, não me deixar para baixo. Porra Jazz, você é um cardiologista, sua preocupação deveria ser com o coração das pessoas. — replicou com azedume.

Jasper gargalhou.

— Seu coração está muito bem, e definitivamente você não está morrendo de um coração partido. Para ser sincero, um pouco de verdade é o que você precisa.

— Vai embora Jasper, você está me chateando. — disse Edward fechando seus olhos.

— Você não vai me contar o que aconteceu? — perguntou com um tom de falsa ofensa. — Você desmaiou bem no momento que declarava seu amor a ela? Por que eu tenho certeza que sim, a forma constrangedora que ela narrou o acontecido…

— O que ela disse? — perguntou com um misto de esperança e curiosidade, encarando o rosto do seu irmão.

— Que vocês estavam conversando sobre… a vida, e então iniciaram um tipo de discussão, você fez algo que a fez se afastar, mas você ficou esquisito e desmaiou. — deu de ombros. — Ela parecia bem constrangida explicando isso para o Dr. Makenna e para o nosso pai, era como se ela não quisesse realmente contar o que havia acontecido.

Edward refletiu sobre a fala do irmão, forçando a sua mente a lembrar o que havia acontecido.

— Eu a beijei. — murmurou. Jasper, que respondia uma mensagem de Alice, ergueu o rosto instantemente e encarou o irmão.

— Como é que é? Você a beijou? — perguntou, deixando o celular de lado.

— Um roçar de lábios, eu acho — deu de ombros. —, foi um pouco antes de desmaiar, eu já estava meio off.

Jasper sorriu enviesado.

— Faz todo sentido agora. O constrangimento, as bochechas coradas dela. O fato de que preferia morrer a contar a verdade. É meu irmão, acredito que a Dra. Isabella Swan pode estar afim de você. — pontuou.

Edward bufou indignado.

— Mas ela me recusou, Jazz. Ela disse claramente que durante o tratamento, e até um ano depois dele, não poderia se envolver comigo. Que era a minha médica, que era antiético e isso e aquilo. Então, não vejo qualquer futuro para nós. — suspirou cansado.

— Edward — começou, como se explicasse um problema matemático a uma criança. —, é claro que ela falaria isso. Isabella Swan é o tipo de mulher que valoriza a carreira, que não faria nada para se prejudicar, mas ela também é o tipo de mulher que se surpreende com gestos românticos. Não estou dizendo que o que você fez foi muito inteligente, mas você já plantou a semente, agora deixa a coisa germinar, porque logo vai brotar e florescer alguma coisa interessante.

— Você está usando uma analogia de plantas comigo? — provocou Edward, mas feliz com as palavras do irmão. Jasper, apesar de tudo, o entendia muito bem. Talvez fosse a tal ligação de irmãos que tanto se fala, mas realmente ele conhecia o basqueteiro muito bem.

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Depois de passar o sábado em observação e o domingo descansando, a segunda-feira chegou sem qualquer tipo de expectativa por parte de Edward. Reencontrar Bella depois do seu colapso era deveras humilhante. Por mais que a conversa com Jasper o tivesse animado, ele ainda sentia-se envergonhado por tudo o que aconteceu.

Contudo, quando chegou ao centro ortopédico e foi recebido por um Jacob sorridente, um James divertido e Ben (o médico residente que poucas vezes viu ajudando Bella) com um sorriso gentil, ele sabia que algo estava terrivelmente errado.

— E aí, Bela adormecida! — provocou Jacob. — Ficamos sabendo do seu colapso no final de semana. Você estava tão confiante que os novos medicamentos não teriam reações em você, que olha… toda a situação soa divertida!

— Ha-ha-ha, engraçadinho. — Edward respondeu contrariado. — Onde está a Dra. Swan? — perguntou para os homens, nenhum em especial.

— A Dra. Swan foi chamada para uma série de conferências em Los Angeles e Denver. — explicou Ben Cheney, o médico residente. — Ela recebeu uma ligação esta manhã, parece que o hospital ortopédico de lá quer iniciar o tipo de tratamento que fazemos aqui, para usar nas próximas olimpíadas, ou algo assim. — deu de ombros. — Ela vai ficar fora duas semanas.

— Ah! — suspirou desanimado.

James que tinha um duplo grau em psicologia e medicina psiquiatra, e já havia percebido o interesse do paciente na médica, sorriu cheio de conhecimento.

— Vai ser bom essas semanas dela longe de você Edward, nós três vamos aplicar o tratamento, e com isso Bella vai poder pensar melhor da sua declaração… talvez traga uma luz ao seu próprio desejo. — respondeu divertido.

Edward encarou o homem desconfiado.

— Eu sou seu psicólogo, conversamos diariamente sobre o tratamento e há algum tempo venho percebendo seu interesse nela. Sem contar que né… — James lançou um olhar de soslaio ao fisioterapeuta.

— Ok! — exclamou Jacob impaciente. — Eu contei, tá legal? Todos nós observamos que desde que você começou o tratamento Bella mudou. Anda vindo mais arrumada, se mostra mais preocupada com você do que jamais esteve com qualquer outro paciente, e ao invés dela designar coisas ao Ben, como normalmente faz com os outros, ela está fazendo tudo por conta própria. É óbvio que é para ficar ao seu lado. — ele suspirou. — Nossa como eu precisava dizer isso!

James revirou os olhos.

— Não sabemos ao certo se ela está interessada em você… romanticamente, minha esposa Victoria, que é terapeuta dela, se recusa a dizer — deu de ombros. — ética da profissão, mas ela meio que deixou subentendido que Bella vem falando muito de você. Então… como bons amigos que somos…

— Vamos te ajudar. — declarou Ben, com seu sorriso.

— Talvez eu saiba uma coisa ou outra que pode ajudá-los nessa missão. — murmurou Dra. Angela Weber, a nutricionista, aproximando-se do grupo e dando um suave aperto na mão de Ben.

— Oh meu Deus! Somos quase como um squad! — exclamou Jacob afetado, algo que era tão incomum para sua persona. — Missão desencalhar a Bella.

Angela revirou os olhos.

— Bella não está encalhada. — declarou. — Antes de Edward vir fazer o tratamento, ela estava saindo com o Dr. Mackenzie e eles estavam bem sérios na verdade. — disse despreocupadamente, recebendo olhares inquisidores dos quatro homens. — O que? Bella é minha amiga, de vez em quando saímos para beber um coquetel ou outro. — deu de ombros. — Mas no caso, vi Alec e ela saindo da sala de descanso meio amarrotados e com cara de culpados.

— Bella fez sexo no hospital? — inquiriu Jacob divertido. — Jamais poderia dizer que a Dra. Isabella Swan, miss certinha faria algo assim.

— Eu não sei se eles estavam fazendo sexo, Jake. — declarou Angela. — Ela só me disse que ele era bom para aliviar a “coceira”, mas que de uns tempos para cá ela estava com um tipo diferente de coceira e que Alec não estava ajudando mais, e por isso terminaram.

— Uau! — exclamou James atordoado. — Bella acabou de me fazer questionar meu grau de psicologia. Como nunca desconfiei de nada disso? E Vicky… com certeza ela sabia e não me contou! — disse com um sorriso.

— Bem, eu fico feliz que sua esposa não contou os segredos de Bella a você, mostra a ética dela, ao contrário da sua — provocou Jacob. —, e não desconfiamos de nada, porque Bella é discreta demais.

— Enfim, por mais que tenhamos um caminhão de segredos da Bella para dissecar, e eu realmente queira ajudar vocês nisso, temos que seguir todo o planejamento dela para o tratamento do Edward. Se ela me ligar no final do dia, pedindo o relatório e eu não tiver ele pronto, com todos os avanços, estou para dizer que sua discrição vai embora e ela não hesitaria em me fritar como um frango do KFC. — suspirou Ben, arrancando risos de todos.

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O tratamento longe da presença da Dra. Isabella Swan, não foi tão fácil como Edward supôs de início. Na verdade, ele se tornara mais intenso. Os efeitos colaterais dos novos medicamentos vez ou outra aconteciam — principalmente quando começou a praticar alguns movimentos típicos do basquete para ativar sua memória muscular —, mas a cada dia as vertigens, náuseas e letargias diminuam consideravelmente.

Por serem mais fortes que Isabella, James e Ben, o obrigavam a forçar mais sua musculatura, e Jacob, que fiscalizava cada passo da fisioterapia, ficava animado com a evolução de Edward.

Na quinta-feira da segunda semana sem a presença de Bella, o fisioterapeuta mostrou ao atleta seu quadro de evolução, afirmando que se os cálculos dele e de Bella estivessem corretos, o basquetebolista poderia voltar para o fim da temporada, antecipando em quase dois meses do fim do tratamento.

Sua evolução era algo que deixava Edward lisonjeado e esperançoso, mesmo que isso significasse menos tempo em companhia da Dra. Isabella Swan, em contrapartida, significava menos tempo até que ele pudesse realmente investir pesado na médica.

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Bella sentia-se quase eufórica com os desdobramentos de sua estada em Los Angeles e depois em Denver. Todos pareciam animados com a perspectiva de seu tratamento, e o fato de que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos queria replicá-lo, como forma de tratamento intensivo aos atletas olímpicos, era maravilhoso.

Claro que a situação não era ideal, afinal, ela teria que autorizar o uso da patente de todo o seu tratamento a outros médicos e treiná-los, mas a perspectiva de que sua pesquisa de anos estava dando resultados era estimulante.

Ela jamais imaginou que o fato de idealizar algo para evitar que aquilo que aconteceu com Phil, seu padrasto, se repetisse com outros atletas, ganharia a atenção do USOC, ao ponto de terem a intenção de aplicá-lo em todas as federações esportivas. Era maravilhoso! Ela finalmente poderia ajudar mais pessoas a não deixarem o esporte por causa de uma lesão grave, algo que acometia tantos atletas todos os anos.

Por mais emocionalmente que fosse isso, Bella sabia que muito desse interesse era por causa de Riley Biers, um ex-namorado dos tempos de faculdade e atual diretor da junta médica do Comitê Olímpico dos Estados Unidos. Riley sempre declarou que um dia faria o tratamento de Bella ser conhecido nacionalmente, e parecia que ele realmente estava cumprindo sua promessa.

— Eu amo a intensidade com que você faz as coisas. — ele murmurou sobre do ombro de Bella, que estudava os gráficos da evolução de Edward, que Jacob e Ben haviam lhe enviado.

Ela sorri em direção a Riley.

— É a carreira de um importante atleta que está em jogo aqui. — respondeu, fechando o tablet. — Eu tenho certeza que a USA Basketball quer um dos seus principais jogadores disponíveis para Tokyo, no próximo ano.

— Com certeza queremos Cullen, no time. Apesar de sua arrogância, o cara é um gênio nas quadras. — concordou Riley. Bella riu.

— Ele não é tão ruim. Desde que virou meu paciente, ele tem se mostrado bem humilde… — ela sorriu, lembrando do desmaio do atleta. — Na maior parte do tempo.

Riley estuda ela com atenção.

— Sinto que tem alguma coisa no ar… — provocou.

— Ele é meu paciente Ry, eu jamais me envolveria com um paciente.

Riley rolou os olhos.

— Bel, ninguém do conselho a condenaria por se envolver com um paciente. Na verdade você não seria nem a primeira, muito menos a última. — deu de ombros. — Na realidade seria até poético. Você curando o seu amante, com seu tratamento inovador. Tenho certeza que venderia até mais fácil.

— Foi por isso que Bree te abandonou? — provocou a médica. — Por ter esses sonhos românticos impossíveis?

— Ouch! Você como sempre uma estraga prazeres, me lembrando que eu estou passando por um divórcio litigioso. — ele suspirou. — Você sabe tão bem quanto eu, que jamais deveria ter me casado com Bree. Era um relacionamento cômodo Bel, mas… ela nunca foi você. Juntos éramos invencíveis… você se lembra dos planos que fazíamos?

Bella arqueou uma sobrancelha ao ex-namorado.

— Por isso que você me traiu com a Lauren? — provocou. — Por conta dos planos que fazíamos? — Riley rolou os olhos.

— Mais uma vez sendo estraga prazeres. — divertiu-se. — Enfim, janta comigo hoje? Sei que seu voo sai pela manhã para Boston, então vamos aproveitar nossa última noite juntos, pelos velhos tempos…?

— Eu não vou dormir com você, Ry. — disse Bella, guardando seus documentos e tablet na bolsa.

— E quem falou alguma coisa em dormir aqui, Bella? — replicou galanteador o médico.

— Você é um imbecil, nem sei porque continuo sua amiga.

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Voltar ao clima gelado de Boston, era desanimador. Apesar de ser sua casa, Bella sentia falta do calor e do sol, que mesmo no verão nunca foi muito intenso no estado de Massachusetts.

Os avanços de Edward nas últimas semanas eram impressionantes. Bella estava extremamente satisfeita com a perspectiva de que ele voltaria muito antes do previsto às quadras. A semana foi intensa no tratamento, entre a prática de exercícios mais pesados, e o estudo das propostas da USOC e do Hospital em LA, ela pouco teve tempo para perceber as diferentes atitudes de Edward, que depois de um intensivão proporcionado pela equipe da Dra. Swan, tinha novos planos para seduzi-la.

Infelizmente na sexta-feira, quando Edward estava planejando um ataque efetivo, a médica pediu que James e Ben auxiliassem Jacob na fisioterapia, para que ela pudesse fazer uma breve reunião com a equipe médica de LA, que veio conhecer as instalações.

Bella estava tão distraída após a reunião, que se mostrou tão recompensadora, que entrou aleatoriamente no banheiro, ignorando completamente o chuveiro ligado e uma possível presença ali, e curvou-se sobre a pia para refrescar o rosto. Ela massageava a água gelada em seu rosto, quando um barulho atrás dela chamou sua atenção, abrindo seus olhos lentamente ali estava Edward Cullen, molhado em toda sua glória nua.

Lentamente ela virou para encarar com seus próprios olhos o que via pelo espelho. Edward, que ainda estava imóvel, a encarava atordoado. Bella admirou os músculos de suas coxas, peito e abdômen, mas seus olhos pareciam focados no V proeminente em seu baixo ventre. Instintivamente ela prendeu seus lábios com os dentes, resistindo para que um não gemido saísse de sua boca.

— Bella. — disse suavemente Edward, reconhecendo a médica.

— Edward… Eu…

Naquele momento, não havia como dizer quem caminhou primeiro, mas quando estavam a poucos passos um do outro, alguém adentrou o banheiro fazendo alarde.

— Bella! Nós temos um problem… — Jacob disse entrando no banheiro, mas parando ao ver a cena.

Pela primeira vez em sua vida, Jacob Black sentiu-se ressentido por algo. Tanto Bella, quanto Edward olharam para o fisioterapeuta, irritados e atordoados com sua presença.

— É… hum… — ele encarou os dois, mais uma vez. — Desculpe por atrapalhar isso… mas Bella, os novos exames de Edward chegaram do laboratório e temos um grande problema. — murmurou. Bella, que ainda estava ligeiramente atônica com a visão de Edward nu, pareceu acordar de um sonho.

— Como? — falou com a voz grossa e estridente ao mesmo tempo, afastando-se de Edward e caminhando até Jacob, que lhe entregou uma pasta com os resultados laboratoriais.

Jacob encarou Edward, que continuava nu e congelado no mesmo lugar, e murmurou um pedido de desculpas.

— Inferno! — exclamou Bella, e com uma cara fechada virou-se para Edward. — Eu vou ter que pedir para você colocar suas roupas novamente, porque precisamos fazer alguns exames extras com urgência. — falou cheia de profissionalismo.

— O que está acontecendo…?

— Seus exames estão acusando uma infecção na sua cirurgia. Por esses exames identificamos que bactérias do tipo Streptococcus hemolítico e Staphylococcus aureus estão se proliferando com rapidez. — explicou.

— Desculpe a minha ignorância, mas isso é o quê? — perguntou Edward confuso, puxando a toalha que estava sobre o banco e se cobrindo.

— São agentes causadores de fasciíte necrosante. — respondeu. Edward arregalou seus olhos para os dois.

— Necrose? Isso é possível?

— É raro, mas pode acontecer. — suspirou Bella. — Desculpe, Edward. — murmurou, antes de deixar o banheiro, puxando seu celular e falando com rapidez com alguém.

— Isso é… — ele balbuciou para Jacob.

— Fodido, Edward! — murmurou. — Dependendo de como estiver, isso pode desacelerar toda a sua evolução, sem contar que…

— Que…? — incentivou.

— Isso pode ser o fim da sua carreira, e talvez a de Bella também. — respondeu.

Edward deixou-se cair no banco, totalmente frustrado. Lágrimas de ódio e preocupação inundaram seus olhos. Ele pouco entendia sobre medicina, mas vivendo com seu pai e Jasper, e sendo a vida inteira um atleta, a palavra necrose sempre fora uma constante, e saber que isso poderia estar acontecendo com ele era mais que fodido. Era perturbador.

Mais uma vez, ele sentiu a vertigem de desespero que teve no momento que sofreu aquela lesão. Era como se ele estivesse vencendo o jogo por dois pontos e a equipe adversária fizesse uma cesta de três pontos no último segundo, o fazendo perder mais um jogo.

— Porra! — gritou, batendo seus punhos na madeira do banco.

— Edward… — murmurou Jacob, se aproximando o atleta.

— Corro o risco da minha perna ser amputada? — perguntou com seriedade.

Jacob, que sempre fora verdadeiro, naquele momento não queria dizer a real gravidade da situação, mas Edward precisava dela, mesmo que fosse uma verdade terrível.

— Se estiver em um grau evoluído, sim.

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*Losing streak: Os norte-americanos costumam usar essa expressão quando uma equipe está sofrendo uma sequência de derrotas em um campeonato.

 

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Notas finais do capítulo

N/A: Oi gente! Eu sei demorou um pouquinho esse capítulo, mas uma série de eventos aconteceu que me impossibilitaram de escrever e depois minha beta, a Bri também teve alguns problemas pessoais e aí acabou atrasando. Mas quem me acompanha nesses quase 11 anos já sabem meu lema: antes tarde do que nunca! Enfim... sei que o capítulo não foi o que a maioria esperava, juro que a Bri ficou dias sem falar comigo por causa da história da necrose, mas juro que vai fazer sentido no final. Só confiem na tia Carol, ok?! Obrigadinha a Bri [arroba]lumosgreys que faz uma betagem surrealmente boa, sério! Vocês não imaginam o monstro que essa guria com as correções! Obrigada mais uma vez a todo mundo que leu, comentou e até mesmo recomendou, isso aqui é feito para vocês e somente vocês, por isso que é importante as reviews, eu PRECISO saber o que vocês estão achando!

Amo todos vocês!

Beijos, Carol.



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