Hotshot escrita por Sophie Queen


Capítulo 6
Dead Zone


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer: infelizmente Twilight não me pertence, mas o Edward basqueteiro, isso sim, então, respeitem!

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CAPÍTULO 6 — DEAD ZONE

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Bella admirava pela milésima vez os exames de Edward. Nas últimas 4 horas a morena sentiu-se derrotada e principalmente incapaz.

Desde que começou os estudos sobre seu tratamento de recuperação ortopédica em atletas, a médica jamais tivera que enfrentar a possibilidade de uma fasciíte necrosante. Era um dos riscos, ela tinha plena consciência disso, mas como nunca havia enfrentado algo assim, acreditou que estava livre, principalmente com os inúmeros sucessos obtidos ao longo dos anos.

Sabendo que lamentar não era uma opção, a primeira atitude que tomou foi o pedido de internação de Edward e a administração de antibióticos para tentar conter o avanço das bactérias, torcendo para que não fosse necessária qualquer raspagem do tecido morto ou intervenção cirúrgica.

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Edward estava preocupado e, principalmente, atordoado com as novas reviravoltas em sua recuperação. Pela primeira vez em meses ele estava se sentindo fisicamente bem, ou tão bem quanto a recuperação de uma lesão como a sua permitia. Ele estava cheio de esperanças de que conseguiria competir ainda nessa temporada, mas infelizmente seu sonho havia caiu por terra.

Necrose.

O medo e o terror de não saber, mas mesmo assim entender um pouco da gravidade da situação, deixava o atleta paralisado. Ele queria gritar, xingar, bater em qualquer coisa e, na mesma intensidade, ele queria chorar, se enrolar em uma bola e lamentar o seu terrível destino. No entanto, ele não fez nada disso.

Edward tentou se mostrar forte, otimista e esperançoso, mesmo depois de horas fazendo os mais diversos tipos de exames.

Neste momento, ele estava sentado em uma cadeira de rodas, a qual Jake empurrava, seguindo a Dra. Isabella Swan pelos longos corredores do Hospital Geral de Boston, em direção ao quarto em que ele ficaria acomodado sabe-se lá por quantos dias.

Técnicos, enfermeiros, médicos e pacientes encaravam aquela cena com curiosidade e desconfiança. A médica falava rapidamente em seu telefone e Jacob tentava controlar sua tensão sorrindo para todos, enquanto Edward tentava absorver tudo o que acontecia à sua volta. Quando, finalmente, entraram no quarto em que ele ficaria a imagem de seu pai, mãe e irmão o aguardando, fez que o coração de Edward apertasse.

— Oh meu filho! — exclamou Esme, já caminhando de braços estendidos para o filho. — Como você está se sentindo? — perguntou, esquadrinhando o rosto do atleta buscando por uma resposta.

— Esme. — suspirou Carlisle, virando-se para a Dra. Swan. — O quão grave está?

Bella suspirou.

— Eu ainda não tenho certeza Dr. Cullen. — disse derrotada. — No primeiro exame deu que era grave, no seguinte deu que era não tão grave, e os exames de imagem mostram que a área afetada é, principalmente, onde os pinos foram colocado na primeira cirurgia. — explicou.

— Ele terá que fazer outra cirurgia? Digo para remoção dos pinos? — perguntou Jasper.

Bella assentiu.

— Possivelmente. Mas antes de uma intervenção cirúrgica temos que esperar os antibióticos fazerem efeito. — ela suspirou. — Para evitar a proliferação coloquei uma dosagem alta e, se durante as próximas 48 horas tudo ocorrer da forma que espero, acredito que na terça possamos fazer a cirurgia para retirada dos pinos, e remoção do tecido… morto.

— E isso vai causar algum prejuízo a ele? — Carlisle perguntou baixinho, enquanto observava o filho ser amparado pela mãe.

— Eu espero que não Dr. Cullen, mas não podemos descartar a possibilidade de ter que fazer um enxerto.

— Mas isso vai prolongar em quase oito meses a mais a recuperação dele! — exclamou Jasper atordoado.

Bella tornou a assentir.

— Sim. — concordou derrotada. — Como eu disse: não é o cenário ideal, mas tenho que considerar isso.

Carlisle e Jasper ofegaram silenciosamente com a possibilidade e se perderam em seus próprios pensamentos.

— Desculpe. — ela murmurou depois de um tempo. Os dois encararam a médica em confusão. — Eu me comprometi a fazer o meu melhor na recuperação de Edward e… posso ter feito algo muito errado. — lamentou.

Carlisle e Jasper trocaram um olhar de compreensão.

— Isabella — começou Carlisle. —, nossa profissão nunca foi uma ciência exata, e quando Edward se submeteu ao seu tratamento, tanto ele, quanto nós sabíamos que existiam riscos. Não vou dizer que não estamos preocupados, eu estaria sendo hipócrita, principalmente como pai de Edward, mas como médico eu sei que você está fazendo o seu melhor, digo até que o impossível.

Bella deu um sorriso tímido.

— Além de tudo — interveio Jasper. —, acredito que tudo vai dar certo. Algo me diz que tudo isso é só uma pedra no meio do caminho. — Edward, que ouvia com meia atenção a conversa dos três médicos, virou seu olhar para o irmão com um sorriso enviesado.

— Algo te diz, ou é Alice que diz? — provocou o basquetebolista, que conhecia bem demais o dom da cunhada de prever o futuro. O loiro sorriu para o irmão.

— Mesma coisa. — deu de ombros.

— O que? Resolveu pedir Alice em casamento?

— Por que vocês ficam teimando nessa instituição arcaica, chamada casamento? — rebateu o médico, fazendo o clima pesado do quarto se dissipar momentaneamente.

— Se é tão arcaica, porque você me perguntou sobre anéis de noivado? — replicou Rosalie entrando no quarto com o marido.

Jasper bufou.

— Ótimo! Chegou a cavalaria.

Jazzie — provocou a loira com um olhar malicioso. —, sua sorte que não vou rebater essa sua malcriação, porque estou mais preocupada com o Eddie hoje.

Foi a vez de Edward bufar, levando todos a risada.

— Vou deixar vocês conversarem. — interveio a Dra. Swan. — Edward, amanhã cedo eu venho verificar como está o progresso do antibiótico, para que possamos fazer novos exames. Angela já passou uma nova dieta para ajudá-lo nesse momento e James vem conversar com você em… — ela olhou para o relógio. — duas horas, espero que não seja muito tarde. — completou, percebendo que o psicólogo viria conversar com seu paciente próximo das dez da noite.

— Não é tarde. — tranquilizou Edward. — E… obrigado por sua preocupação, Bella.

A morena sorriu, com as bochechas rubras.

— É meu trabalho. — deu de ombros.

— Isso é mais que seu trabalho, Isabella. — disse Jasper com um olhar curioso. O tom vermelho das bochechas da médica se aprofundou.

Murmurando uma despedida a todos, a médica e o fisioterapeuta, Jacob, deixaram o quarto do atleta. O amigo de infância da médica esboçava um sorriso conhecedor em seu rosto.

— Nem venha Jake! — repreendeu a médica.

— Mas você o viu nu! — exclamou afetado. — Se eu não tivesse tão atordoado com os exames, eu teria me condenado para sempre por intrometer em um momento tão…

— Jacob Black! — exclamou Bella, entendendo onde os pensamentos amigo estavam indo. — Ele é meu paciente!

— E desde quando uma boa foda seria um pecado? — deu de ombros. — Você não seria nem a primeira, nem a última médica a se envolver com um paciente. Sem contar que ele gosta de você.

— Eu não vou discutir isso com você. — disse visivelmente constrangida. Jacob ampliou seu sorriso.

— Isso significa que você já pensou e muito nisso! Safada! — provocou o fisioterapeuta, percebendo a médica ficando mais envergonhada do que antes e acelerando seus passos para se afastar dele. Ele limitou-se a gargalhar diante da postura da amiga.

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Felizmente, depois de 72 horas,  a infecção causada pela fasciíte necrosante havia sido controlada, e os exames indicavam que ela era menor do que parecia inicialmente.

A Dra. Swan, diante das notícias conseguiu pela primeira vez respirar aliviada. Com o novo cenário, a cirurgia para a remoção do tecido morto e dos pinos que causaram a infecção, ocorreria no dia seguinte, e por isso, alguns exames prévios para o procedimento cirúrgico foram realizados.

Edward, que tentou durante os três dias manter a calma e esperança, sentiu-se aliviado com as notícias da médica. Talvez sua recuperação levasse mais alguns meses do que ele esperava há uma semana, porém, mesmo que não conseguisse voltar a jogar nesta temporada, pelo menos na próxima a certeza era factível.

James Hunter, o psicólogo, era um grande apoio. Suas conversas com o atleta — apesar da sombra da necrose que pairava sobre o ar —, estavam muito cheias de expectativas e ponderações. O psicólogo reconhecia que o susto, por mais que fosse terrível, foi bom para o basqueteiro, pois o fez ficar mais com os pés no chão, sobre a sua recuperação e futuras lesões.

— Você assistiu o jogo de ontem? — Jacob perguntou a Edward, quando o visitou em seu quarto.

— Foi um jogo fácil. — concordou o ruivo. — Nunca vi o Atlanta Hawks jogar tão mal.

— Seu reserva não é muito bom. — divertiu-se o fisioterapeuta.

Edward bufou.

— Brady Fuller é um jogador regular. Acho que como pivô ele seria bem melhor, mas…  — deu de ombros. —, dentre as opções no time, ele é o “melhor” para me substituir.

— Mas o próximo jogo vai ser difícil, não vai? Os Toronto Raptors estão arrebentando! O jogo deles contra o Brooklyn Nets… porra! Fazia tempo que não via um jogo tão fodido!

Edward sorriu enviesado.

— Foi um jogo do caralho! Daria tudo para estar jogando aquela partida. — suspirou saudosista.

— Relaxa Edward, na próxima temporada você vai arrasar! Tenho certeza que os Celtics vão fazer uma temporada memorável!

— Espero que sim… até mesmo porque temos as olimpíadas vindo aí, espero estar em plena forma para que o time nacional me convoque. — murmurou.

— Você vai estar Edward. — disse a Dra. Swan, entrando no quarto. — Ou então Riley Biers vai caçar minha cabeça! — brincou. Jacob, que sabia do passado da médica com o médico do comitê olímpico, rolou seus olhos.

— Eu duvido que ele faria alguma coisa contra você. — disse sob uma respiração para si mesmo.

Edward se surpreendeu.

— Você conhece Biers? — perguntou a médica.

Bella sorriu.

— Sim, sim… frequentamos a faculdade no mesmo tempo. — deu de ombros. — Somos amigos.

Jacob desdenhou.

— Amigos? Bella… o cara te traiu! Eu não sei como você consegue sequer conversar com ele!

— Vocês… namoraram? — interveio Edward surpreso.

— Há muitos anos atrás. — deu de ombros. — Riley acabou casando com uma grande amiga minha.

A conversa, apesar de bastante pessoal, continuou com leveza, porém, quando Edward foi informado que seria levado ao centro cirúrgico, onde seria ministrada a anestesia geral, um nervosismo que beirava a ansiedade começou a tomar conta do atleta.

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Por mais que fosse uma cirurgia relativamente simples, ela demandou longas 4 horas. A remoção e substituição dos pinos era delicada e difícil, principalmente com a área ao redor destes — onde a bactéria necrosante havia se proliferado — estando morta. Mas felizmente a região era mínima, e a raspagem não causaria qualquer tipo de perda significativa seja no tecido ósseo, ou no muscular, afastando a necessidade de enxerto no local.

A médica Isabella Swan estava aliviada, por mais que tentasse controlar seu nervosismo, ela temia o pior no caso do valioso ala-armador do Boston Celtics. Porém, quando a cirurgia terminou, com congratulações da equipe, ela pode pela primeira vez, desde que soube da condição de Edward, respirar aliviada.

Depois de prescrever à equipe de enfermagem a dosagem dos medicamentos a ser ministrada ao atleta, a Dra. Swan, se dirigiu a sua casa para um merecido e necessário descanso.

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Os últimos dias foram tão inquietantes para a médica, que ela não teve tempo para pensar direito no que havia acontecido antes de Jacob entrar naquele banheiro e interromper o que quer que estivesse prestes a acontecer entre Edward e ela, quando ele estava gloriosamente nu na sua frente. Porém, agora que toda adrenalina e medo que a assolavam haviam se dissipado, Bella começou a refletir sobre aquele evento.

Edward Cullen sempre foi lindo. Isso era um fato muito claro para a morena. Sua pele clara, seus cabelos acobreados e seus intensos olhos verdes, o faziam ser a idealização de um príncipe de contos de fadas. Seu corpo atlético e sua altura, corroboravam na perspectiva dele ser o homem dos sonhos de qualquer mulher. Contudo, Edward era muito mais que um rostinho bonito e um corpo atlético, ele era engraçado, esperto, inteligente e muito agradável de se estar ao lado.

Sua voz rouca e profunda, sua risada que parecia trovejar dentro si, seu cheiro almiscarado, sua pele de alabastro, seu pênis glorioso…

— Agrrr! — Bella gemeu contra seus próprios travesseiros.

Ela não podia se enredar por esses caminhos, mas… Deus! Ele era tão lindo, grande, grosso…

— Deus, Isabella! Ele é seu paciente! — chamou sua própria atenção.

“Mas ele não será seu paciente para sempre.” — uma voz muito similar a de Jacob disse no fundo da sua mente. — “Além do mais, ele está muito interessado em você. Não se esqueça do beijo…”

Beijo.

Aquele roçar de lábios antes dele desmaiar. A médica tentou arduamente afastar a lembrança do fogo que pareceu consumir sua pele naquele momento, mas ela não conseguia. A onda elétrica ainda refletia em sua corrente sanguínea só com a memória. Em todos os seus anos de vida, com todos os caras com quem já tinha se envolvido, nenhum homem havia feito o que Edward estava fazendo com seu corpo e aquilo a deixava inquieta.

Sabendo que a energia que estava sentido não deixaria seu corpo, principalmente depois de revigorada por uma boa noite de sono, a médica optou por fazer uma corrida no Arnold Arboretum, na tentativa de tirar Edward Cullen e seu corpo pecaminoso da cabeça.

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Dois dias depois da cirurgia para a troca dos pinos e remoção do tecido que foi infectado com a fasciíte necrosante, Edward sentia-se inquieto no hospital. Ele nunca foi muito favorável ao ambiente estéril e impessoal que os hospitais possuíam, tanto que, por isso, fugiu ao máximo da profissão do pai e do irmão. Entretanto, desta vez, o ambiente hospitalar parecia oprimi-lo.

A Dra. Swan havia dito que sua alta ocorreria naquele dia e, por isso, ele parecia mais ansioso e expectante, mal conseguindo relaxar ou descansar naquela noite.

Outra coisa que estava deixando-o inquieto era a própria Dra. Isabella Swan. Ele tentou não pensar muito no olhar que ela lhe deu quando o viu completamente nu, mas, mesmo nos momentos mais sombrios da última semana, seu intenso olhar castanho, que parecia refletir um desejo primitivo e faminto, assombrava sua mente.

Por ser um atleta, Edward tinha plena consciência da constituição de seu corpo, de forma que não foi apenas uma, ou duas vezes que lhe disseram que ele era um cara bonito. Isso somando-se ao fato de que todas as mulheres com que havia se envolvido, tinham lhe dito que seu pau era acima da média — algo que só aumentava seu grande ego masculino. Todavia, o olhar que Bella havia dado ao seu corpo naquele banheiro, era diferente de qualquer outro olhar que havia recebido antes.

Sendo uma profissional da saúde, era óbvio que ela já havia visto mais do que um corpo nu na sua frente — a nudez para ela, pelo menos acreditava Edward, era quase natural —, mas seu olhar naquele momento não era de uma médica, mas sim de uma mulher que desejava um homem. E Deus sabia o quanto ele a desejava.

Por mais que fosse totalmente inapropriado — seja pelo lugar, ou pela a situação —, sua mente começou a imaginar como seria Isabella despojada de suas vestes profissionais.

A curva de sua cintura, de sua bunda, seus seios, sua pele de marfim, que provavelmente seria completada com mamilos róseos. Suas pernas longas e fortes — que era um verdadeiro sonho imaginá-las ao seu redor —, suas mãos e unhas entrelaçadas em seus cabelos os puxando, ou mesmo arranhando suas costas. Seus lábios carnudos sugando os seus, seu cheio de frésias e morangos selvagens em uma tarde de primavera.

Imediatamente seu pau endureceu com a fantasia, e contendo um gemido, ele fechou os olhos e deixou-se consumir por aquele sonho.

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Bella caminhava distraída pelos corredores do hospital, em direção ao quarto de Edward, e sequer se deu o trabalho de bater na porta antes de entrar, se surpreendendo com um Edward profundamente adormecido, com o objeto de sua fantasia e inquietação naquela manhã, ereto sob a calça de moletom que usava.

Por mais que não quisesse, a morena mordeu seus lábios e segurou um gemido que ameaçava lhe deixar. Sabendo que estava longe de ser profissional, fechou a porta o mais silenciosamente que pôde e caminhou até a cama, totalmente deslumbrada com a visão daquela tenda.

Instintivamente a ponta de seus dedos deslizou por seu membro, quase não tocando-o. Mais uma vez ela suprimiu um gemido, mas não conseguia afastar seus dedos da dureza a qual delicadamente acariciava sobre a calça de moletom.

Edward, que estava longe de estar dormindo, surpreendeu-se quando a Dra. Swan fechou a porta do seu quarto e se aproximou dele. Esforçando-se para manter a respiração constante e os olhos fechados, o atleta esperou para ver o que a médica faria, porém, quando sentiu o toque quase fantasma da ponta de seus dedos em seu membro, ele quase se perdeu.

Era só um roçar suave, quase uma ilusão, mas ainda tão presente. Quase como uma provocação inocente. Ele deixou-se perder naquela sensação, sentindo que ficava mais duro a cada segundo.

Bella sabia que deveria afastar suas mãos dele, mas algo magnético parecia impedi-la. Um sentimento animalesco brotava dentro dela, insistindo para que ela agarrasse seu objeto de desejo e lhe desse a verdadeira atenção que merecia.

É difícil determinar em que momento ela se aproximou mais de Edward, mas ela podia sentir sua respiração em seu rosto, e quase como força sobrenatural, seus rechonchudos lábios pareciam chamá-la.

Os dedos finos e incertos, da mão que não acariciava sua dureza, tocaram suavemente em seus lábios, sentindo sua maciez e suavidade. Ela sabia que deveria se afastar, mas a lembrança daquele breve roçar de lábios, que aconteceu quando foi jantar na casa dele, há mais de três semanas, inundou seus sentidos e, de repente, todo o senso que ela tinha, toda a realidade em torno de si, se esvaiu.

Deveria ser só um apaziguador da necessidade que sentia, da curiosidade que lhe dominava, mas não era. Quando sentiu o calor dos lábios dele contra os seus, Bella se perdeu.

De repente ela queria tudo.

Ela queria sentir seu corpo contra o dela, os braços dele a apertando, suas mãos explorando seu corpo, seus lábios deixando aquele rastro de fogo em sua pele. O desejo parecia consumi-la de uma forma tão atordoante e estrangeira, que era como se seu corpo estivesse entrando em combustão.

Edward estava completamente surpreso com a ousadia da médica, mas mesmo querendo, mais do que tudo, aprofundar aquele beijo, ele continuou em seu momento de inércia, sentindo seu coração palpitar velozmente em seus ouvidos e o sangue se acumular ainda mais em sua virilha.

Bella sabia que estava perdendo a cabeça, mas mesmo com a total compreensão de que o que estava fazendo era errado, a ponta de sua língua traçou os lábios de Edward.

Foi quando ele sentiu o fervor úmido da língua da médica, que soube que não havia mais nada que pudesse o segurar. E em um movimento fluido, suas mãos estavam segurando o rosto dela enquanto ele aprofundava o beijo. Bella ofegou e tentou se afastar, mas Edward esperava essa reação, por isso a apertou e deixou seus lábios e língua saborearem aquilo que, nos últimos meses, ele ansiou com toda a força do seu ser.

Eventualmente o ar se tornou necessário e, por mais que não quisesse se afastar da médica, Edward soltou seu aperto da nuca dela. Os olhos castanhos como chocolates derretidos estavam arregalados e alarmados.

— Edward… Eu… — ela começou com um murmuro.

— Não peça desculpas. Por favor, Bella, eu não lamento. — ele rebateu com intensidade.

Ela fechou seus olhos e engoliu em seco.

— Edward, isso está errado. — sussurrou resignada.

— Por que? Por que sou seu paciente? Bella, somos adultos, há meses estamos rodando isso, você sabe tão bem quanto eu. — ele disse, cheio de suposição, mas com uma certeza que fez a médica ofegar.

Ela mordiscou o lábio inferior, enquanto seus olhos esquadrinhavam o rosto do atleta, até focalizar em seus olhos esmeraldinos. A ponta do polegar de Edward, deslizando por seus lábios, fizeram com que ela soltasse o lábio que prendia.

— Vá em um encontro comigo. — pediu com confiança.

Bella admirou mais uma vez seu rosto e, por mais que os inúmeros sinais de alerta em sua mente pedissem para que ela negasse, ela se viu assentindo para aquele pedido.

Sim.

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*Dead Zone: chamada de "zona morta" é a área próxima à linha de fundo da quadra. O nome refere-se à dificuldade em acertar um arremesso dessa região, já que fica localizada mais na lateral e não há possibilidade de auxílio da tabela.

 

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Notas finais do capítulo

N/A: Oi minhas lindezas, tudo bem com vocês?! Eu sei... tava meio sumida, mas essa quarentena só tá me deixando mais e mais atordoada, ansiosa e estressada, mas é aquilo que já é quase um lema meu: “antes tarde do que nunca”. Espero que vocês tenham gostado do capítulo, minha beta, a maravilhosa, a incrível, a espetacular Bri [arroba]lumosgreys literalmente surtou com esse final! Nunca ri tanto em uma betagem, quanto com os comentários dela, espero que vocês também tenham curtido e dado boas gargalhadas (estamos precisando nesse momento tão terrível que estamos passando). E se vocês gostaram (ou não, espero que não tenha sido o caso), deixa uma review linda para motivar essa autora louca aqui, por favorzinho?! O feedback de vocês é tão importante, diria essencial para continuar. Obrigada por lerem, continuarem lendo e comentarem, nós vemos no próximo capítulo!

Amo vocês!

Beijos, Carol.



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