A Milésima versão de Crepúsculo escrita por TheFemme


Capítulo 3
Edward Cullen


Notas iniciais do capítulo

Apenas um pouquinho da minha versão do Edward.
É a minha versão de Crepúsculo, estou re-imaginando quase tudo, então muitas coisas serão diferentes, tipo, Rosalie tem um dom.



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Capitulo 1 – POV EDWARD

Foi uma viagem infernal, afinal. Alice conseguiu um voo para Seattle com muita rapidez, e logo estávamos deixando a branquidão ofuscante do Alasca para trás. Eu não podia dizer que iria lamentar deixar para trás aquele pedaço de terra congelado e ver algum verde.

O voo foi a pior parte disso. Estar preso dentro de um espaço fechado, escutando dezenas de pensamentos diferentes, sentindo vários cheiros diferentes, e – no caso de Jasper – sentindo vários sentimentos diferentes, era a versão de um pesadelo para vampiros como nós – vampiros que evitavam o sangue humano. Limitávamos-nos a caçar animais, porque nosso pai, Carlisle, nos ensinou assim – que a vida humana era preciosa, que seres humanos não eram alimento e que nós poderíamos escolher não sermos monstros. Vivíamos por essa filosofia de vida, e isso nos fazia sentir mais “vivos”, mais próximos da raça humana.

Por segurança, eu e Emmett sentamos ao lado de Jasper. Afinal, apesar dele ser o mais velho dos irmãos, com 174 anos, ele é quem tinha o controle mais fino sobre sua sede – muitos anos de caçar humanos livremente e de viver em guerras vampiras. A dieta animal ainda é um desafio para Jasper, e estar perto de tantos humanos? É um inferno para ele, mais do que para todos nós, por isso me mantive perto de seus pensamentos durante toda viagem, para evitar qualquer “acidente”. Ele estava ciente, é claro, que estávamos mantendo um cuidado extra sobre ele. Em nenhum momento ele reclamou. Jasper era muito autoconsciente sobre sua sede, e cuidadoso – em apenas 25 anos de vida vegetariana, ele havia cometido pouquíssimos deslizes, e se arrependido muito por eles. Por mais que nós não o julgássemos, afinal, todos nós cometemos deslizes ao longo da nossa vida vampira, a consciência de Jasper era excessivamente severa para criticá-lo – eu sabia de primeira mão, afinal, que ele estava sempre se punindo por suas falhas. O ultimo a se juntar á família, embora fosse mais velho do que todos os irmãos, Jasper havia nos encontrado há 25 anos. Ele era apenas um vampiro cansado da eternidade, e querendo dar um fim á sua existência. Ele tivera o azar (ou sorte, eu penso) de pensar que atacar o nosso coven seria seu passaporte para o tão sonhado fim – ele não contava, porem, com Alice vendo o futuro e eu conhecendo seus pensamentos e Rosalie persuadindo-o. Nós havíamos derrubado-o, com (me envergonho de dizer) bastante dificuldade. Jasper viveu sua vida a enfrentar vampiros, enquanto nós evitávamos todo tipo de confronto. Felizmente Jasper não tinha intenção de matar, e o que começou como um mal episodio, terminou com Carlisle oferecendo abrigo á ele e se oferecendo para ensiná-lo a viver como nós vivemos. Jasper aceitou tentar por um ano. E no final daquele ano, todos nós estávamos tensos, pensando se ele iria sair. Ele ficou mais um ano. E ele queria tentar novamente, apesar de falhar. E assim ele estava conosco há 25 anos. Eu sabia, por conhecer seus pensamentos, que o medo de decepcionar Esme e Carlisle era tudo que o impedia de desistir, alguns dias. Se apegar foi inevitável, embora Jasper fosse inicialmente mais frio do Rosalie em seus piores dias, mas todos nós lutamos muito para manter Jasper conosco. Ele se tornou irmão, afinal.

Não é sempre flores, é claro. Jasper não podia relaxar por um segundo dentro do avião, e por consequência, eu passei toda a viagem aérea tenso e incomodado. Mesmo toda a alegria de Alice não poderia me ter feito relaxar, e isso queria dizer alguma coisa.

— Você acha que estaremos bem? – Jasper ainda tem duvidas. Passamos muitos anos longe da civilização, graças a Jasper, para dar a ele o tempo necessário para se adaptar á nossa dieta. Fazia 25 anos que não vivíamos tão próximo aos humanos, então eu entendia de onde vinha toda a preocupação. Jasper tinha um medo constante de falhar, de não ser “tão bom” como o resto da família. Ha, como se todos nós não tivéssemos falhado espetacularmente em algum momento.

— Vamos estar bem. Alice disse que seremos muito felizes em Forks. – coloquei o maximo de convicção em minha voz, tentando convencer tanto a ele quanto á mim. – Não se preocupe tanto, Jas. Você está preparado pra isso.

— Como é Forks? – ele pergunta.

— Chuvoso, molhado, verde, muitas florestas. – Alice sussurra do seu lugar, ela está longe demais para ter uma conversa normal conosco. – Cidade pequena, três mil e poucos habitantes. Nossa casa será longe dos humanos.

— Bom, parece divertido, eu não aguento mais tanta neve, branco, branco, branco por todos os lados. – Emmett bufou. – E vamos ter ursos, maninho. Ursos.

Emmett está verdadeiramente animado, talvez tanto quanto Alice. Eu e Jasper sorrimos – a alegria de Emmett é sempre contagiante.

— Isso é mesmo uma cidade? Mal aparece no mapa de tão minúsculo. Estamos saindo de um exílio para outro. – Rosalie resmungou, insatisfeita. Ela foi a única que esteve infeliz desde o inicio da mudança, mas eu conheço seus pensamentos e sei que é apenas sua forma de mostrar preocupação com toda a família.

— Você não vai pensar assim quando chegarmos lá. – garantiu Alice, sua voz ansiosa. – Você vai amar isso, Rose.

Quando Alice tem certeza de algo, você não pode duvidar. Ate mesmo Rosalie sabe disso.

— Bem. – ela cedeu. – Eu quero uma RX7 nova. Não posso acreditar que deixamos nossos carros para trás.

Uma coisa sobre Rosalie: ela é apaixonada por carros, mais do que todos os meninos da família juntos. Quem olha para sua beleza extraordinária e rosto de capa da Vogue, não pode imaginar sua paixão louca por automóveis.

— Vou lhe comprar um, mana. Idêntico. – Emmett promete.

— Eu vou lhe cobrar por isso. – Rosalie esta sorrindo, então tudo esta bem, a crise foi evitada. Jasper, por outro lado, é o irmão que mais me deixa preocupado. Eu espero que toda essa viagem realmente faça bem a ele. Faça bem a todos nós.

O alivio foi geral em nós sete quando saímos daquele avião. Esme sorriu para Jasper, lhe deu um abraço maternal e sussurrou: “Estou tão orgulhosa de você, querido”. Carlisle lhe disse: “Você é forte, você vai estar bem. Mas se tudo for demais, nos diga. Podemos voltar ao Alasca a qualquer momento. Diga se você não estiver bem, filho”.

Jasper estava mais aliviado após isso.

Carlisle e Esme são pais maravilhosos; mesmo cuidando de cinco filhos com personalidades diferentes, séculos de idade, eles sabem lidar com todos nós. Eu penso que isso é um dom, eles nasceram para serem pais. Não poderíamos desejar pais melhores. Até mesmo Jasper, que inicialmente estranhou toda a dinâmica familiar, se acostumou a ter Esme, que é mais nova que ele, como mãe. Ninguém pode resistir ao instinto maternal de Esme, afinal.

Fizemos um acordo antes de sairmos de casa esta manha: se Jasper não se sentisse bem em Forks, estávamos voltando imediatamente para o Alasca. Eu não precisava ler a mente de alguém para saber que ninguém estava ansioso para voltar ao Alasca, mas isso só significava que Jasper iria se esforçar ainda mais para que não tivéssemos que voltar por causa dele – e colocar esse tipo de expectativa sobre ele não era bom, todos sabiam. Então, estávamos tentando apoiar ele da melhor forma possível. Se não fossem as garantias de Alice de que tudo daria certo, que seria melhor para nós em Forks, não estaríamos arriscando tanto assim. Mas o fato era, Alice não costumava errar. De todos os dons, o dela parecia ser o mais confiável, ainda que subjetivo ás mudanças de vontades, então, todas as apostas estavam em Alice prever corretamente o futuro, eu acompanhar os pensamentos de Jasper, e Jasper controlar sua sede de sangue humano. Era um risco, todos sabiam. Mas a vida no Alasca, longe da civilização, também não estava bem, todos sabiam. Mesmo com o clã Denali próximo, estávamos sentindo falta de realmente viver— trabalhar, estudar, parecer humanos. 25 anos de reclusão era cansativo. Era risível, mas até sentíamos falta da escola, isso era o quão isolados estávamos.

Do aeroporto, pegamos carros separados para a viagem de 4h até Forks – é claro que faríamos a viagem na metade do tempo, porque Rosalie estava dirigindo o primeiro carro, o que significa que estaríamos quebrando vários limites de velocidade. Carlisle nos deixa viver perigosamente, ás vezes – sorrio com isso.

— Seria tão mais rápido se pudéssemos correr até lá. – Emmett dá voz aos meus pensamentos. Ele está achando difícil ficar parado com toda animação.

Eu, Emmett, Jasper e Alice estamos no mesmo carro (questões de segurança, outra vez). Nos separamos em dois carros dessa vez, Esme e Carlisle com Rosalie, apenas alguns metros á frente.

— Bem, eu não gostaria de carregar bagagem enquanto corro. – Alice fala. – Temos tempo suficiente para dirigir. Carlisle enviará seu pedido ao hospital amanhã, e Esme irá nos matricular na escola... e... Eu continuo vendo esses lobos realmente grandes. Droga. Vamos começar a estudar na próxima segunda-feira, então...

— Não devíamos nos adaptar primeiro antes de entrar numa escola cheia de humanos? – Emmett as vezes é inteligente demais para seu próprio bem. Não que eu duvide de sua inteligência, eu sei melhor do que fazer isso; Emmett gosta de esconder seus neurônios, na verdade.

— Eu pensei nisso, mas as pessoas achariam estranho se ficássemos muito tempo fora da escola. Uma semana será todo o tempo que teremos para nos readaptar. Não se preocupe, Jas, você vai se sair bem. Você vai se sair tão bem. – Alice tem tanta certeza, ela não finge convicção; ela fala e pensa com total certeza. Eu sorrio.

— Bom, teremos uma semana para caçar lobos e arrumar a casa. Tão emocionante. – meu sarcasmo é alto. Alice me mostra a língua.

— Não seja um estraga prazeres, Ed. Eu estarei muito ocupada escolhendo moveis e mobiliando toda a casa, Rosalie estará arrumando a nova garagem, Carlisle irá conhecer seus pacientes, será uma semana ocupada.

— Bem, como funciona indo á escola? – Jasper tem duvidas. As vezes eu esqueço que ele nunca fingiu ser humano ou viver uma vida humana. Por mais que ele já escutou nossas historias inúmeras vezes, deve ser meio assustador pra ele.

— Vamos estudar como qualquer outro aluno. É claro que temos que fingir que não sabemos a maioria das coisas, e precisamos ter o máximo de cuidado com nossa força e velocidade, mas os humanos não chegam perto de nós, então isso facilita. – respondeu Alice.

— A coisa mais difícil é o cheiro. – acrescenta Emmett. – Nós precisamos fingir respirar, então não há realmente como não sentir o cheiro dos humanos. E se houver algum acidente com sangue... É tenso.

Sim, isso resume isso.              

— Estar perto dos humanos é divertido, embora. – eu digo, tentando dar algum animo á Jasper. – Com o seu dom, vai ser como uma festa no parque.

— Oh, muitos adolescentes hormonais! – Emmett ri. – E as garotas todo o tempo querendo comer você, é muito divertido.

O olhar no rosto de Jasper é horrorizado. Emmett e eu rimos.

— As garotas humanas? – Jasper está assustado, como se alguma garota fosse pular em cima dele naquele exato momento.

— Relaxe, elas geralmente não tem coragem de vir nos perguntar. Elas apenas... cobiçam á distancia. Você vai estar seguro. – garante Alice.

— Eu protegerei você, irmão. – Emmett ri.  

— Se for demais pra você, você pode escolher fingir que já terminou o ensino médio e está fazendo faculdade á distancia Jas. – eu digo á Jasper.

— Oh cara, não, você vai perder toda a parte realmente divertida. – Emmett lamenta.

— Não vamos forçar Jasper a tomar decisões para o qual ele não esta pronto, Em. Embora eu realmente o veja na escola, isso deve ser uma decisão apenas dele... Forks High School é realmente pequeno, não mais do que 300 alunos, não acho que será muito difícil para nenhum de nós, mas não vamos apressar... Oh. – Alice para de falar abruptamente, e suas mãos congelam no volante.

Eu sou rápido o suficiente para assumir a direção antes que o Volvo se torne obsoleto na estrada (nenhum perigo para nós, mas a destruição de um carro novo não é minha forma favorita de diversão). Eu sei por experiência que Alice está tendo uma visão, então tento me manter fora de sua mente dessa vez. É mais fácil fazer isso quando eu não sou pego de surpresa.

Os próximos três minutos são tensos no carro – Emmett e Jasper também perceberam o que estava acontecendo, e ninguém ousou sequer respirar. Jasper era o maior afetado, pois sentia tudo o que Alice estava sentindo. Seu dom era uma cruz, realmente. Eu apenas ouvi palavras desconexas “Seattle, vampiros, recém-nascidos, guerra, Volturi”. Nesse ultimo minha tensão foi maior. Apenas poderia ser a nossa sorte, nos encontrar com a realeza vampira no nosso primeiro dia de viagem.

— Oh meu... Oh meu... – Alice voltou aos seus sentidos abruptamente, todo seu corpo se agitando. Ela poderia estar hiperventilando se fosse uma humana. – Eu sinto, eu não podia prever que isso aconteceria... Oh eu sinto muito!

— O que você viu, Alice? – Essa reação não estava ajudando ninguém a se acalmar, e sua mente era muito caótica para eu entender.

— Esta havendo uma guerra de vampiros em Seattle. Muitos recém-criados. Uma vampira loira Victoria os criou e eles estão fora de controle. Os Volturi estão vindo para matá-los.

— Droga! – Isso era pior do que eu imaginava. Jasper congelou como uma estatua grega, e Emmett sorriu (pasmem) animado. Ele realmente não tinha um senso de urgência.

— Vamos brigar? – Emmett pergunta.

— Não! – Alice grita.

— Podemos sair de Seattle antes dos Volturi chegarem? – eu questiono, tentando manter a mente clara e objetiva, enquanto Alice devaneia em diferentes possibilidades.

— Não. – ela geme. – Eles já chegaram.

— Brigamos? – Emmett está com sede por uma luta.

Os olhos de Alice estão desfocados.

— Não, eles mataram todos. – Então ela arregala os olhos. – Quase todos. Há um que fugiu antes da batalha começar.

Jasper parece despertar, e ele pega o celular rapidamente, ligando – eu adivinho – para Carlisle. A possibilidade de que eles já ouviram tudo é grande. Sim, eles ouviram, eu checo mentalmente.

— O que vamos fazer? – Carlisle prontamente atende.

— Alice? – Olhamos todos para ela. É nesses momentos que eu agradeço por ler mentes e não prever o futuro. É uma responsabilidade imensa.

— Está vindo em nossa direção. – Alice sussurra tão baixo que quase não ouvimos. Não há tempo para reagir. É uma das previsões de Alice que acontecem quase simultaneamente á realidade. Eu olho pra frente a tempo de ouvir o grande BAQUE, e o carro á frente do nosso, o carro de Rosalie, está voando 3 metros no ar.

Alice pisa com força no freio para evitar nos envolver na batida, e o nosso carro gira rapidamente algumas vezes. Nenhum arranhão é feito. Ninguém diga que Alice não pode se manter ao volante em tempos extremos.

Todos estão fora dos carros em segundos. O carro de Rosalie explode no ar, chamas de fogo e calor. O barulho é atordoante na nossa audição sensível. Por sorte, a estrada esta vazia, nenhum humano envolvido – sem sangue, sem dano.

No meio de todo barulho e comoção – tudo não durou vinte segundos – não percebo que Jasper não esta conosco. Então Alice grita:

— Jasper NÃO!

Inicialmente eu acho que Jasper encontrou um humano. Então minha mente entra em sintonia com todos: os pensamentos de Rosalie são de um borrão entrando na frente do carro rápido demais para ela desviar; Jasper viu algo rápido e de cabelos pretos correndo e seguiu, e ele derrubou uma vampira. E ele ia matá-la, antes de Alice ver algo que a fez pensar palavras que eu lembro de ouvir antes de encontrarmos Jasper – família, irmãos.

— Ela é uma recém-nascida. Ela está fora de controle. Precisamos pará-la. – Jasper rosna. Normalmente eu seria o primeiro a concordar com ele, pela segurança da nossa família, mas ouvindo o que eu ouvi de Alice, eu tenho duvidas.

Ainda não. Eu vejo... eu não sei... Há algo sobre ela. Eu acho que ela vai ser parte da nossa família. – Alice insiste, e eu vejo cinco pares de olhos assustados e incrédulos. Sim, exatamente como eu me sinto. – Precisamos mantê-la viva por agora. Os Volturi estão vindo, eles querem matá-la.

— Quanto tempo? – Carlisle pergunta.

— Menos de dez minutos. Rosalie – Alice está suplicando. – Jogue bem.

Rosalie tem a expressão de que alguém destruiu seu carro favorito. Situações com crianças sempre a afetam muito. Seu olhar grita assassinato e seus pensamentos estão gritando “quem é o idiota que faz isso com uma criança?”.

Eu olho para ver com o que estamos lidando, vendo pela primeira vez a vampira que Jasper está mantendo presa sob ele. Eu sei por experiência própria que da forma que ele esta segurando-a, ela não pode escapar, mesmo tendo força de recém nascida. Tudo que eu vejo é uma massa de cabelos preto, mas pela quantidade de pensamentos que estou recebendo, ela é extremamente recém nascida (como alguns dias recém nascida), totalmente assustada e desesperada – e inconsciente da força que ela tem. E ela pensa que vamos matá-la.

— Ela só tem 15 anos, ela não sabe o que está fazendo. – Alice diz.

— Ela é uma criança ainda. – Rose está extremamente incomodada com toda a situação, e seus instintos protetores estão vindo á tona. Ela definitivamente apóia Alice.

— Não vamos falar sobre idade. – Carlisle fala, preocupação na voz. – Os Volturi podem considerá-la uma criança imortal.

— Ela é uma criança imortal! – Jasper rosna, ele está seriamente pensando que estamos todos loucos. A garota choraminga de medo, Rosalie se move como se fosse ajudá-la, Jasper rosna ameaçador. Seus pensamentos são agressivos, eu consigo captar algo como “minha presa”. Rosalie levanta as mãos e recua.

— Relaxe, Jas. Não machuque a garota.

Isso define que Rosalie está no time “manter a vampira viva”. Eu ainda não tenho certeza absoluta se estou cem por cento com Jasper ou com Alice.

Não tenho certeza se Jasper quer matar a vampira ou manter ela segura fora do nosso alcance, sua mente está mais confusa que o normal. O terror da garota não ajuda a ouvir nada claramente. E temos um problema maior chegando – Volturis.

— Não podemos condená-la, sem antes ver se ela será capaz de aprender. Quinze não é uma criança. – Esme toma sua decisão. – Ela pode ser ensinada. Ela pode ser como nós, certo, Alice?

Alice está com os olhos desfocados, mas ela assente.

A palavra de Esme tem força como sempre. Todos os filhos a ouvem. Junto com a garantia de Alice, isso fecha a discussão.

— Certo, vamos tentar protegê-la dos Volturi. – Carlisle decide. – Ninguém se coloque em risco desnecessário. Se não for possível mudar a mente deles... Entregamos ela. Entendido?

Eu sou o primeiro a assentir. Há sabedoria nas palavras de Carlisle, como sempre. O bem da nossa família em primeiro lugar.

— Bom. – Rosalie concorda com firmeza. Seus pensamentos são algo como “não podemos matar uma criança”, e eu apenas sei que seus instintos maternais são quase tao fortes quanto o de Esme.

— Certo. – Jasper rosna, mas ele não esta se movendo.

— Eu acho que você pode deixar ela se levantar? – Esme sugere, preocupação em seu tom.

Jasper não esta satisfeito. Pela sua experiência com recém-nascidos ele quer eliminar a ameaça o mais rápido possível, mas ele obedece, segurando ambos os braços da menina com uma mão e a outra mão firme no pescoço dela. Se ela for inteligente, ela não vai tentar fugir. Eu espero que ela seja.

Finalmente conseguimos ter um vislumbre total da recém-nascida, e sim, definitivamente ela tem 15 anos. Ela tem esse rosto infantil ainda, e esse olhar assustado e ingênuo de quem nunca na vida viu nada de ruim. Ela olha para todos nós nervosamente, como esperasse que pulássemos sobre ela.

Eu sou absolutamente time Alice.

— Olá. Eu sou Esme. – Esme é a primeira a falar, com sua voz suave. A garota pula, como se ela não soubesse que podíamos falar. Jasper rosna.

— É melhor você não correr, ou eu estou arrancando o seu pescoço. – ele é ameaçador. E sincero na ameaça.

— Não fique assustada, não vamos machucar você, okay? – Isso é Alice, apaziguadora. – Vamos ser grandes amigas. Você vai estar segura conosco. Meu nome é Alice, a propósito.

— Eu sou Emmett, mas você pode me chamar de Em. – Emmett pisca para ela, ele está completamente cativado. Time Alice convicto.

Droga. Eu não posso falar que não estou cativado. Nós vamos ter uma irmã mais nova, se as visões de Alice forem confiáveis. E ela é fofa.

— Os Volturi estão chegando. – Alice avisa e o momento passa de irreal para tensão imediata. – Vamos fazer isso breve. Jasper, ajude.

Uma onda de calma passa por todos nós. A recém-nascida arregala os olhos, sem entender de onde vem o sentimento, olhando assustada pra todos os lados. Ela é agitada. Como beija-flor agitada, que não consegue parar quieta. Seus olhos estão tentando absorver todos nós de uma única vez, e sua mente esta zumbindo tão alto que não posso acompanhar seus pensamentos. O medo é o maior sentimento ainda.

Finalmente, escuto passos – cerca de três vampiros. Menos do que eu esperava. “Como apenas três acabaram com mais de vinte vampiros?” escuto Alice pensar. Rosalie se adianta, se colocando próxima de Carlisle. Seu olhar altivo está afiado, como mil navalhas, e quando ela vê os vampiros aparecendo, seu olhar fica mais aguçado.

“Droga”, é um pensamento coletivo.

Jane. Alec. Felix.

Está explicado porque eles mataram tantos vampiros tão rápido. Alec pode deixar os vampiros sem sentidos – um dom extremamente útil numa luta.

Jasper esta lançando ondas de calmaria sobre todos nós, mas eu consigo sentir a preocupação gritante vindo dele. E proteção. Eu realmente não sei se é sobre nós ou sobre a presa dele, mas eu espero por amor de todos nós que ele se mantenha sobre controle.

Os três vampiros param á quatro metros de nós. Eles estão parecendo estoicos, mas eu sei que seus pensamentos são totalmente surpresos. Eles não esperavam nos encontrar. E estão com medo. Principalmente de Alice, eles temem o dom dela. Eu sorrio. Eles deveriam estar mais preocupados com Rosalie.

— Olá Jane, Alec, Felix. A que devo o prazer de reencontra-los? – Carlisle é o primeiro a falar.

— Carlisle. – Jane cumprimenta, seus olhos indo sobre todos nós com curiosidade e por ultimo, sobre a recém-nascida. – Grande família você tem aqui. Esse é o seu coven?

— Sim, minha esposa Esme e nossos filhos. – Carlisle confirma.

— Aro ficará exultante ao saber que você está vivo e que sua família está tão... grande. – Eu não posso dizer se isso é bom ou ruim. A alegria no olhar de Jane me arrepia. A mente dela está cheia com imagens de matar, torturar. Então o olhar dela volta para a recém-nascida. – Tenho certeza que vocês sabem o que estamos fazendo aqui. Agradeço por nos ajudar. Você quer matá-la ou prefere nos dar a honra?

Bem, chegamos á questão mais rápido do que eu esperava.

Felizmente, Rosalie entrou em ação:

— Os Volturi matam sem motivos agora?

Jane realmente olha para Rosalie, com curiosidade. Ela não conhece nenhum de nós, exceto por Carlisle, e ela não sabe sobre o dom de Rosalie – felizmente – o que significa que ela está com a guarda totalmente aberta. Fácil de ser manipulada.

— Ela coloca em risco o nosso segredo, como você bem sabe. – Jane fala.

— Ela não revelou a ninguém o nosso segredo ainda. – Rosalie rebate. – Edward saberia.

Eu realmente não sei, mas finjo que sim. Não é como se nenhum deles fosse um leitor de pensamentos.

— Podemos ensina-la. Ela tem apenas dias de vida, tenho certeza que com a educação correta, ela se tornará uma excelente vampira. – Carlisle coloca seu argumento.

— A sua educação correta é questionável. – zomba Felix.

— E você acha que poderia ensiná-la melhor? Ela já sabe matar humanos, eu diria. – Rosalie zomba no mesmo tom. Mesmo a realeza não tem nada sobre a presunção de Rosalie Cullen. – Porque não fazemos um desafio? Nos dê um ano. Se em um ano não pudermos educá-la, vocês podem fazer o que quiser com ela.

Eu vejo Jane piscar, e olhar para a recém-nascida, e depois para Rosalie. Ela esta seriamente em duvidas. E eu estou seriamente pensando que Rosalie é louca. Um ano? É impossível.

— Como saberemos que ela foi realmente educada? – Alec pergunta. Ele é idiota? Eu me esforço para não revirar os olhos, isso só atrapalharia as negociações.

— Porque os olhos dela vão ser realmente bonitos, como o meu, e não assustador como o seu. – Rosalie usa seu sorriso falso. Eu torço pra que a ousadia dela não atrapalhe tudo. Você não pode zombar de um Volturi de forma tão descarada (exceto se você for Rosalie, aparentemente).

— Um ano. – continuou Rosalie. – Ou vocês vão apenas pegar a alternativa mais fácil e eliminar alguém que ainda nem pode se defender?

— Porque vocês iriam querer educa-la? – Félix questiona, desconfiado.

— Por que aqui nós gostamos de desafios. – Rosalie é uma provocação certa. Felix esta seriamente pensando em arrancar sua cabeça quando Jane se pronuncia.

— Tudo bem. Façam assim. Aro será informado. Não pense que não estaremos visitando para saber sobre isso, e vamos matá-la se ela não se comprometer com nosso segredo. – ela franze a testa, a influencia de Rosalie esta deixando-a seriamente confusa e irritada, porque ela não pode identificar porque seus pensamentos mudaram tão rápido. – Vamos. Nós terminamos por aqui.

— Eu agradeço sinceramente a consideração. Mande meus cumprimentos á Aro. – Carlisle diz, e então os vampiros estão correndo para longe sem resposta. Tão mal educados.

O suspiro coletivo de alivio é geral. Olhamos uns para os outros e realmente rimos.

— Caramba, você é a melhor – Emmett soca Rosalie no ombro, fazendo um som como pedra chocando pedra. Ela devolve a agressão na nuca dele.

— Idiota. – então ela lança um olhar fulminante para Alice. – Você me deve por dez anos.

— Claro, claro, o que você quiser. – Alice está saltando de alegria, seu sorriso maior que a vida.

Então parece cair sobre nós o que acabamos de fazer: desafiamos os Volturi por uma recém-nascida que não conhecemos, e vencemos. Eu rio, meio desesperado e divertido.

— Você é louca, Rose. É impossível educar um recém-nascido em um ano. – digo.

— Você tinha um plano melhor? Eu fiz o que eu podia com quase nenhum tempo pra planejar. Não é minha culpa estarmos nessa confusão. – Rosalie resmunga. Ela está incrivelmente satisfeita que seu plano deu certo.

— Bem, lidamos com você e Emmett recém-nascidos, tenho certeza que podemos lidar com isso. – Carlisle sorri, mas posso ouvir sua preocupação. Não é o momento ideal para adquirirmos uma recém-nascida, com Jasper ainda tendo problemas com seu próprio controle. Nós definitivamente abocanhamos mais do que podíamos mastigar.

Olho pra Alice.

— Bem, boa confusão que você nos colocou, maninha. Espero que saiba o que esta fazendo. – Todos nós esperamos.

Alice sorri, confiante.

— Vai dar tudo certo, não se preocupe maninho.

Eu queria ter a convicção que ela tem.

— Bem, enquanto Alice achar que tudo dará certo, tudo está bem, certo? – Rosalie esta sendo sarcástica.

Então Alice dá língua pra ela e diz de maneira enigmática:

— Você vai me agradecer tanto por isso.

Oh. Alice está escondendo algo de mim – quando ela começa a pensar em cenários de filmes, a traduzir letras, é o que significa. Mas não tenho tempo para lidar com enigmas agora. Eu me viro para a raiz de todo nosso problema. Uma coisa tão pequena, quase menor do que Alice, e já nos causou tanta reviravoltas.

— Então, qual é seu nome? – pergunto.

A garota pula, como se ela pensasse que nós esquecemos de sua existência.  

— Querida, você lembra o seu nome? – Esme tem uma delicadeza que é irresistível, quase tão potente quanto á persuasão de Rosalie.

— Bree. – a menina finalmente fala. Sua voz é quebradiça, quase humana ainda. – Bree Tanner.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só! Em breve mais capítulos. Me diga sua opinião.



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