A Milésima versão de Crepúsculo escrita por TheFemme


Capítulo 4
Bree Tanner


Notas iniciais do capítulo

Eu amo Bree.
Ela meio que caiu de paraquedas num mundo que ela não sabia que existia, então inicialmente ela está principalmente confusa. Vou trabalhar a personalidade real dela ao longo da história, porque nem todos podem ser tão blasé sobre vampiros como Bella Swan rs.



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Eu estava assustada. Eu estava o tempo todo assustada. Eu tinha medo, todo o tempo. Eu estava cercada de monstros fortes, rápidos e ferozes que agiam como animais raivosos.

Havia brigas o tempo todo.

E mortes.

E minha garganta queimava incessantemente, como se minha saliva tivesse se tornado ácido. Eu me escondia quase todo o tempo – quatro dias, precisamente. Eu sabia com precisão porque não havia momento em que eu pudesse verdadeiramente dormir, eu estava sempre observando o nascer do sol.

Eu queria ficar o mais longe possível daqueles monstros. Eles pareciam humanos, mas eram criaturas ferozes, cruéis e fortes demais. Seus olhos brilhavam numa estranha cor vermelha. Eles estavam sempre irritados e discutindo. Não havia um momento de paz.

Eu queria meus pais. No meio de todo tormento, toda queimação, todo medo, eu pensava muito neles. Eu queria desesperadamente ir pra casa. Eu só queria meus pais. E meus irmãos. E estar segura em casa, pra nunca mais sair. Mas eu também queria outra coisa, algo que parecia mais importante do que o ar para respirar. Sim, eu estava extremamente sedenta todo o tempo, e não havia água que pudesse me saciar.

Então eu aprendi que o que o meu corpo desejava era sangue. Sangue de pessoas. Por mais louco que isso pudesse parecer, era o que eu desejava – o cheiro me deixava frenética. Não era como nada que eu tivesse experimentado. Não como a fome, era uma necessidade louca que me deixava em agonia – como mil navalhas cortando minha garganta. Mas eu era muito medrosa pra enfrentar os outros. Havia uma briga constante por sangue entre os monstros, e alguns matavam outros, então eu só queria ficar escondida no meu canto, longe daquela loucura. Mesmo que meu corpo gritasse, minha garganta parecesse fogo. Eu era medrosa. Eu era covarde. Eu não queria morrer. Eu era muito nova pra morrer. Eu era praticamente uma criança – uma criança que acordara em um pesadelo. Atacada em um beco, pensando que seria violentada e morta, apenas para ser mordida, então queimada pelo fogo mais ardente, apenas para acordar e não estar queimada e nem ferida.

Foram os quatro dias mais insanos da minha curta e breve vida. Eu estava louca. Cem por cento de certeza. Eu havia surtado, eu devia estar um hospício, e tudo não passava de uma invenção surreal da minha cabeça. Victoria não existia, isso era apenas minha imaginação. Riley não existia, eu estava sonhando. Era a única explicação.

Vampiros não existiam.

Vampiros não existiam.

Eu repetia isso para mim todos os dias. Apenas isso poderia afastar o medo – pensar que tudo era uma mentira. Que de alguma forma eu havia criado um cenário de pesadelos em minha mente. E a dor – era possível criar algo tão forte? Eu estava em agonia desde que despertara.

Eu tentara fugir duas vezes, mas Riley havia me parado – por alguma estranha compaixão, ele não havia me matado. Victoria teria, eu sabia. Ela não perdoava. Ela já matara várias das suas criaturas – ela os chamava de vampiros, mas eu não sabia se podia acreditar nisso. Vampiros? Isso era louco. Estúpido. Insano. Exatamente como tudo que me cercava.

Eu estava com medo. Eu estava com muito medo. Eu finalmente conhecia o significado da palavra aterrorizada. Como num filme de terror. Sim, eu estava vivendo um filme de terror. Apenas eu não sabia como sair, como acordar, como despertar dessa fantasia.

Eu já havia entendido que se permanecesse ali iria morrer – em algum momento, isso iria acontecer. Fato. Não havia como fugir disso. Mas ainda não estava pronta para aceitar tal verdade. É por isso que na primeira oportunidade real de escapar, eu fugi. Meu olfato era excelente desde que eu despertara, eu conseguia sentir o cheiro de todas as pessoas e reconhecê-las por ele – eu senti quando três novos cheiros chegaram. Um cheiro de morte, como podridão e fumaça, e eu estava repentinamente sufocada, e aterrorizada, e eu apenas sabia que tinha escapar, eu não podia estar perto desses recém-chegados. Extremamente perigoso. Mortal.

Eu estava escondida demais para eles me verem. Eu vi quando a matança começou, de forma tão calma e surreal que parecia inacreditável. Mal houve uma luta, os vampiros de Victoria pareciam estar dormindo em vez de reagirem.

Eu sabia que se ficasse morreria, então tomei minha decisão. Eu corri. Como nunca havia corrido antes. Eu não podia ouvir ninguém atrás de mim, mas eu corri como se estivesse sendo perseguida pela própria Victoria – que era a minha encarnação pessoal do mal.

Eu estava desesperada demais na corrida para perceber que eu estava passando por uma estrada, meu mundo se tornara algo surreal demais para eu lembrar que existiam carros – eu fui atingida, então pensei “certo, agora eu estou morta”. Mas eu não estava ferida, então eu levantei e corri novamente – Direção? Eu não sabia para onde estava indo. Apenas, do nada, algo pesado caiu sobre minhas costas e me prendeu ao chão. Não apenas algo pesado, algo forte. Eu não consegui me mover.

Minha mente estava á mil por hora, eu demorei a perceber que havia uma pessoa em cima de mim. Uma pessoa que não cheirava como comida. O cheiro era bom, agradável, como laranjas frescas, mas não cheirava comestível. E eu não conseguia ouvir a batida irresistível de um coração. Não humano, então. Meu medo aumentou ainda mais quando percebi que estava presa por outra criatura. Vampiro. Cheiro desconhecido. Não assustador, mas desconhecido.

Havia vozes. Pessoas conversando. Pelo cheiro, sete pessoas diferentes e desconhecidas. Nenhum coração batendo. O cheiro não era agressivo – algo como arvores e frutas. Nada como os cheiros desagradáveis que eu sentia perto das outras criaturas, mas isso não me aliviou em nada. Todas as criaturas que na tinham um coração batendo eram horríveis.

Eu estava aterrorizada demais para ouvir o que eles estavam falando, eu só esperava que em algum momento alguém iria arrancar a minha cabeça, como eu vira acontecer com muitos outros.

Então eu estava sendo levantada, e alguém tinha uma mão no meu pescoço. Fui rápida em olhar para todos que me cercavam; se eu tinha alguma chance de fugir eu precisava estar atenta. Eles eram sete, contando com o que estava me prendendo – o qual eu não conseguia ver, mas sabia, por extinto, que era macho. O cheiro não podia ser feminino, e eu não sabia como eu sabia disso, eu apenas sabia. Meu nariz sabia coisas que minha mente não entendia.

Os sete eram pálidos, como todas as criaturas. Bem vestidos. Estranhamente arrumados e não selvagens como as outras criaturas. Havia algo fora, no entanto. Os olhos. Os olhos não eram vermelho, e sim dourado, e eu não sabia o que isso poderia significar.

— Olá. Eu sou Esme. – uma mulher pequena, de cabelos encaracolados e castanhos foi a primeira a falar. Eu devo ter me movido, ou algo, porque o vampiro atrás de mim começou a rosnar.

— É melhor você não correr, ou eu estou arrancando o seu pescoço. – seu tom era ameaçador. Meu coração poderia ter parado se ele ainda batesse. Apenas segurei a respiração, não ousando me mover novamente. A mão no meu pescoço estava apertada, e eu não fazia ideia do motivo de ainda estar viva.

Quem eram essas criaturas? Ou melhor, o quê era essas criaturas?

— Não fique assustada, não vamos machucar você, okay? – Uma garota pequena e de cabelos espetados falou. Ela estava sorrindo para mim, mas isso não me tranquilizou nem um pouco. – Vamos ser grandes amigas. Você vai estar segura conosco. Meu nome é Alice, a propósito.

— Eu sou Emmett, mas você pode me chamar de Em. – o maior deles falou. Seu tom era amigável.

Eu estava confusa. O que diabos estava acontecendo? Porque eles estavam falando comigo como se fossem pessoas normais?

Então a pequena garota falou novamente, seu tom agora urgente:

— Os Volturi estão chegando. Vamos fazer isso breve. Jasper, ajude.

Uma sensação de calma me atingiu. Meus pensamentos subitamente clarearam. Como se eu estivesse submergindo depois de estar muito tempo afogando-se. Por algum motivo isso me põe nervosa – eu não posso relaxar agora. Eu estou cercada de inimigos, não há como fugir. Eu não consigo ficar ansiosa, no entanto.

Eu finalmente percebo a mudança, o que todos estão esperando – há passos se aproximando. Os mesmo três vampiros que haviam matado as criaturas de Victoria. A visão deles me põe frenética novamente, e o vampiro atrás de mim rosna.

— Relaxe. – ele grunhe como se estivesse com dor.  

Eu fisicamente não posso relaxar. Agora eu sei que eu definitivamente vou morrer. Há esse sentimento de calma novamente, que eu não sei de onde está vindo, mas eu sou grata – minha mente está clara o suficiente para eu entender que tentar fugir agora é suicídio.

Os três vampiros param. Meu corpo está indo para trás automaticamente, mesmo que haja uma parede atrás de mim. Eu subitamente tenho um desejo de me esconder atrás do meu detentor. Ele não parece mais tão ameaçador quanto antes – eu apenas sinto que esses novos vampiros são a coisa verdadeiramente aterrorizante. O cheiro deles é muito agressivo para mim, me faz pensar em morte e dor e coisas realmente desagradáveis.

— Olá Jane, Alec, Felix. A que devo o prazer de reencontra-los? – um dos sete vampiros fala. Sua voz é agradável. Como reencontrando velhos amigos.

— Carlisle. – a mulher loira fala, seus olhos passando sobre todos e parando em mim. Eu realmente tento passar para trás do grande cara que está me segurando. É uma reação involuntária. Ele me segura com essa força absoluta, suas duas mãos prendendo meus braços e cintura, então eu me sinto meio escondida com seus braços ao meu redor. Quase segura. Eu ainda me sentiria melhor se ele estivesse na minha frente.

Eles estão claramente falando sobre mim.

— Tenho certeza que vocês sabem o que estamos fazendo aqui. Agradeço por nos ajudar. Você quer matá-la ou prefere nos dar a honra?

Na palavra matar eu estou saltando. Eu quero correr. Eu estou aterrorizada novamente. O sentimento de calma tenta me alcançar, mas isso é impossível agora. Os braços ao meu redor estão mais apertados. Por algum motivo, isso parece quase seguro.  

— Os Volturi matam sem motivos agora? – Há essa loira com uma voz realmente irritada, que faz parte dos sete vampiros.

— Ela coloca em risco o nosso segredo, como você bem sabe. – a loira que obviamente quer me matar fala. Eu aperto os braços do vampiro ao meu redor. Há esse ruído como pedra esmagando, mas eu realmente não posso me concentrar nisso agora.

— Ela não revelou a ninguém o nosso segredo ainda. – loira um rebate. – Edward saberia.

Eu não sei quem é Edward, mas eu espero que ele saiba. O que quer que seja. Eu estou perdida.

— Podemos ensina-la. Ela tem apenas dias de vida, tenho certeza que com a educação correta, ela se tornará uma excelente vampira. – o primeiro homem que falara volta a falar.  

— A sua educação correta é questionável. – uma das criaturas assustadora fala.  

— E você acha que poderia ensiná-la melhor? Ela já sabe matar humanos, eu diria. – Loira um é feroz. Eu acho, eu não sei, que é uma discussão sobre eu ficar viva ou morrer, então eu estou subitamente torcendo por loira um, que parece estar defendendo a minha vida. Eu não entendo suas motivações para querer me manter viva. Eu só sei que eu estou do lado de qualquer um que queira me manter viva. Sim, viva é o meu time.

— Porque não fazemos um desafio? Nos dê um ano. Se em um ano não pudermos educá-la, vocês podem fazer o que quiserem com ela.

Loira está me entregando?

O vampiro atrás de mim rosna baixo. Eu tento virar para vê-lo – ele é o único que eu ainda não sei como se parece, mas ele tem esse aperto de aço sobre mim. Sua boca está perto demais do meu pescoço para o conforto. Eu me concentro na luta que está havendo pela minha vida.

— Um ano. – Loira um esta dizendo. – Ou vocês vão apenas pegar a alternativa mais fácil e eliminar alguém que ainda nem pode se defender?

“Sim, eu não posso me defender, isso é totalmente injusto!” eu quero gritar, mas meu medo me impede.

— Porque vocês iriam querer educa-la? – vampiro ruim pergunta. Ele está olhando para mim como se já imaginasse rasgar o meu pescoço. Eu me pressiono mais no vampiro atrás de mim. Eu acho que se eu tentar o bastante, eu posso passar por dentro dele e me esconder em algum lugar por lá.

— Por que aqui nós gostamos de desafios. – Loira um não está desistindo. Bem, eu já gosto dela.  

— Tudo bem. – Uma decisão parece ser tomada, eu fico tensa. – Façam assim. Aro será informado. Não pense que não estaremos visitando para saber sobre isso, e vamos matá-la se ela não se comprometer com nosso segredo. – Eu não sei nada sobre esse segredo, mas eu estou mentalmente me comprometendo com isso de todo meu coração.

Então a loira dois diz:

— Vamos. Nós terminamos por aqui. – e os três desconhecidos estão virando as costas.

— Eu agradeço sinceramente a consideração. Mande meus cumprimentos á Aro. – O primeiro vampiro, que, agora eu percebo, parece ser o mais velho deles (embora todos pareçam ter idades parecidas) fala, e então os três vampiros assustadores estão correndo para longe em silencio.  

Eu estou aliviada – eufemismo. Eu estou espetacularmente aliviada. Apenas por um momento. O alivio me traz á memória que minha garganta ainda está em fogo. E eu ainda não sei o que esses sete vampiros estão planejando fazer comigo. Me educar pode ser um código para tortura ou execução, pelo pouco que eu sei.

Eu olho para eles com medo e expectativa. Se eles se distraírem, e essa barra de ferro soltar minha cintura, eu posso tentar fugir. Eu apenas preciso esperar o momento certo – como eu fiz com Victoria.

Há risadas. Isso me assusta. Faz muito tempo que eu ouvi alguém realmente rir.

— Caramba, você é a melhor – Grande vampiro fala e soca a loira; eu estou chocada e tensa, esperando por uma briga se iniciar, mas eles apenas sorriem.

— Idiota.

Eles riem. É muito bonito, como uma cena perfeita de algum filme. Eu apreciaria mais se minha garganta não estivesse em fogo; eu mal consigo respirar.

— Você é louca, Rose. É impossível educar um recém-nascido em um ano. – garoto alto e magro diz.   

Eu olho ao redor. Há um recém-nascido aqui? Eu não vi nenhum bebê.

— Eu fiz o que eu podia com quase nenhum tempo pra planejar. Não é minha culpa estarmos nessa confusão. – a loira se defende. Eu mentalmente aplaudo ela; ela foi a única com coragem o suficiente para enfrentar aqueles três que queriam a minha cabeça. 

— Bem, lidamos com você e Emmett recém-nascidos, tenho certeza que podemos fazer algo. – o homem mais velho fala.

Eu tento me manter á par do que está sendo dito, mas é difícil – meu corpo está em agonia. Queimando. Fogo. Sede. Sangue.

— Bem, boa confusão que você nos colocou, maninha. Espero que saiba o que esta fazendo.

Eu estou distraída – com o fogo em minha garganta, ainda com medo – então sou pega de surpresa quando todos olham para mim.

— Então, qual é seu nome? – o garoto de cabelos bronze me pergunta.

Eu engulo – a queimação aumenta. Faz algum tempo que eu não falo. Eu não sei se ainda sou capaz disso, depois de tudo que vivi.

— Querida, você lembra o seu nome? – Há essa mulher me olhando quase... carinhosamente. Estranhamente reconfortante. Eu estou imediatamente desconfiada, mas minha boca se abre por conta própria.

— Bree. – eu me ouço falar. Eu não reconheço minha própria voz, é algo totalmente diferente do que eu esperava. Muito suave mesmo que minha garganta esteja em brasas. – Bree Tanner.

Há esse fogo realmente queimando, e eu luto para me afastar do cara grande atrás de mim. Eu sinto como se eu pudesse entrar em combustão.

— Ela precisa caçar. – uma voz masculina está falando. – A sede dela está realmente me afetando.

— Podemos levá-la para caçar, há animais por perto.

Há essa imensa sensação de calma novamente sobre mim, que não é suficiente para afastar a dor, mas me deixa mais lúcida.

— Olá. Você está conosco? – Há um homem olhando para mim. Rosto desconhecido. Bonito. Realmente bonito. De cabelos loiros. Olhos âmbar. Vampiro. Extremamente bonito.

Eu assinto, minha garganta queima demais para falar.

— Há quanto tempo você não se alimenta? – vampiro bonito pergunta.

Eu balanço a cabeça, não sei do que ele está falando. Alimento? Como comida?

— Oh. – outro vampiro fala. – Ela ainda não bebeu sangue.

— Nenhum? – há surpresa.

— Não.

— Há quantos dias?

— Eu não sei.

Eu tento me afastar; arrancar minha garganta fora parece uma ótima ideia nesse momento.

— Bree, fique comigo. – vampiro bonito está me olhando com um olhar estranho. Eu tento focar no que ele está falando e não na queimação horrível. – Eu vou soltar você, não tente fugir, apenas me siga. Nós podemos curar você dessa dor se você for conosco. Não tente fugir, ou eu vou derrubar você em segundos. Entendeu?

Eu concordo. Qualquer coisa para parar essa dor.

Então essas mãos me deixam, e imediatamente eu sinto a sede tomar conta de mim outra vez. A calmaria se esvai. O vampiro loiro me olha uma ultima vez antes de correr, e eu hesito por meros segundos antes de seguir – há três cheiros diferentes me seguindo imediatamente. Todos são rápidos como eu.

É fácil seguir o cheiro do vampiro loiro, mesmo entre as árvores, o cheiro dele é muito distinto. E forte. E impregnado em cima de mim. Realmente agradável.

Eu não sei o que estamos procurando na floresta. Não devíamos estar indo á um hospital, para realmente me medicarem, descobrirem o que está errado comigo? Então eu escuto corações batendo e eu paro. Pessoas?

— Vá em frente. – o garoto de cabelo bronze fala. – Eu sou Edward, a propósito. – ele grunhe.

Eu volto a correr, seguindo o cheiro do vampiro loiro e então eu sinto O cheiro. Como O cheiro da coisa mais apetitosa que alguém desejaria comer. Como sangue. Não exatamente o cheiro de sangue humano que eu sentira antes, mas era definitivamente sangue.

Eu não lembro como eu alcancei o vampiro bonito, ou como eu tirei dele o que ele estava segurando, ou como eu acabei mordendo algo que tinha um gosto maravilhoso. Eu estava muito em êxtase para realmente prestar atenção. A única coisa que tinha minha atenção era o cheiro, e o gosto, e o alivio em minha garganta. Isso era a melhor coisa do mundo.

Acabou rápido demais. Mas a queimação quase desapareceu. Então minha mente parece minha novamente, e eu olho para o que eu estou segurando – um animal. Um cervo, eu acho. Eu olho ao redor totalmente confusa e vejo as quatro criaturas me observando. Vampiro bonito, vampiro grande, pequena vampira e cabelo bronze. Esse ultimo rosna como se estivesse chateado com algo. Eu não me importo, eu estou mais focada no vampiro bonito. Ele parece satisfeito.

— Bem, ela é adorável. – a pequena vampira diz alegremente. – Eu acho que ela gosta de você, Jas.

Eu não sei quem é Jas.

— Ela é péssima em gravar nomes. – vampiro bronze bufa. – Ela chama Jasper de vampiro bonito.

Oh, agora eu sei quem é Jasper. E eu descubro que ele tem esse sorriso realmente bonito, com covinhas.

— Você não pode culpá-la, ela estava morrendo de sede. – ouço a pequena vampira protestar, mas eu ainda estou olhando para o vampiro, Jasper. Então algo grande entra na frente da minha visão.

— Olá novamente. Eu sou Emmett, o mais forte e bonito da família. – o grande vampiro acena.

— Olá, eu sou Alice. – a vampira pequena se apresenta.

— Edward. – Esse é o vampiro de cabelo bronzeado.

— Eu sou Jasper. – o ultimo vampiro se apresenta. – Desculpe por antes, por... tentar matar você.

Eu assinto. Ele tentou me matar em algum momento? Eu realmente não lembro. Eu não sei realmente o que falar. Eu estou confusa.

— Eu sou Bree. – eu digo. Alice ri.

— Nós sabemos. Você sabe há quantos dias você foi transformada, Bree?

— Transformada? – Essa é uma palavra desconhecida.

— Ela não sabe nada. – Edward geme. Eu não entendo porque ele parece tão chateado. Eu fiz algo para ele?

— Você foi mordida. – Jasper fala e eu imediatamente olho para ele. Sua voz é realmente legal, com esse sotaque desconhecido e muito agradável. – Você lembra quantos dias faz desde que você acordou e não dormiu mais?

— Sim. – Eu estou feliz por saber essa resposta. Eu não sou tão estúpida. – Faz quatro dias.

Eu posso dizer pelo olhar deles que os quatro estão surpresos.

— Uau, você realmente é algo. – Alice ri.

— Há algo errado comigo? – Eu realmente não consigo entendê-los.

— Não há nada errado com você. – Jasper diz, e isso me acalma. – Você foi mordida por um vampiro, e se tornou uma vampira. É por isso que você tem sede todo o tempo e sua garganta está sempre ardendo, porque você precisa de sangue para viver. Você também é rápida e forte, certo?

— Sim. – eu concordo. Faz sentido, embora a parte dos vampiros serem reais me deixe ainda em dúvida. – Então vocês... Vocês são todos vampiros? – eu questiono.

— Sim. – Edward responde. Ele não está rindo. – Nós somos vampiros um pouco diferentes dos que você esta acostumada, no entanto.

— Nós não nos alimentamos dos humanos. – Jasper fala.

Eu estou surpresa. Todas as outras criaturas que eu conhecia bebiam sangue das pessoas.

— Não?

— Como você pode ver, o sangue animal é uma opção de alimentação. – Alice explica. – Podemos sobreviver com sangue animal. Não precisamos matar humanos.

— É por isso que nossos olhos são diferentes dos seus. – completa Edward.

— O meu? – Os meus olhos são castanho.

— Os seus olhos estão vermelhos, porque você é recém-nascida. Uma vampira que foi criada recentemente. – Edward revela. Oh, então a recém-nascida sou eu. – Nossos olhos são dessa cor por causa do sangue animal.

— É bonito. – eu digo antes de conseguir parar.

Edward está sorrindo de forma muito engraçada. Como se ele tivesse ouvido uma piada.

— Sim, eu tenho certeza que é.

— Os seus olhos irão mudar de cor, eventualmente. – garante Jasper.

— Quanto tempo? – Eu realmente não gosto da ideia dos meus olhos serem vermelhos assustadores.

— Alguns anos.

Eu arregalo os olhos.

— Anos?!

Emmett ri.

— Você é uma imortal agora, baby. Alguns anos passarão rápido.

Imortal. Isso recai sobre mim pela primeira vez. Eu não havia pensado sobre isso ainda. Vampiros são imortais. Eu vou ter uma longa vida pela frente – se eu não for assassinada em breve.

Eu tenho muitas duvidas ainda.

— Vocês são... Vocês têm muitos anos?

— Cento e doze. – Alice responde.

Eu estou chocada. Isso é mesmo possível? Alice não parece ter mais de 20 anos.  

— Nós não envelhecemos a partir do momento em que somos transformados. – ela explica, mas eu sinceramente não acredito nisso.

— Cento e quatro. – informa Emmett, divertido com minha reação.

— Cento e dezoito. – Edward diz.

Eu espero que Jasper diga sua idade, mas ele olha para trás, como se tivesse escutado algo.

— Precisamos voltar. Carlisle está nos esperando. Eu quero chegar ainda hoje em Forks e ainda temos que caçar.

Edward ri de alguma piada que eu não entendo – Alice e Emmett também não. Ele é estranho.

— Forks? – eu questiono.

— Estávamos de mudança para Forks quando você nos encontrou. Vamos estabelecer residência lá. – explica Alice.

— Oh. – Então eu me desespero. – Onde eu devo ir?

— Você está vindo conosco. – Jasper afirma, então eu me acalmo.

— É uma viagem de duas horas de carro. – Edward fala. Ele se vira para Alice. – Tudo bem?

— Janelas fechadas toda a viagem. – ela responde.

Eles estão falando em enigma novamente.

— Vocês estão deixando ela cada vez mais confusa. - Jasper grunhe. - O cheiro humano pode fazer você perder o controle. Você ainda é muita nova para conseguir estar perto de humanos sem atacá-los. – ele explica para mim. – Vamos manter as janelas do carro fechadas para evitar o cheiro.

— Ah. – eu entendo.

— Você fica dentro do carro toda a viagem. Entendido?

— Sim. – eu concordo.

— Vamos caçar mais. – Jasper determina. – Precisamos estar seguros.

Eu apenas concordo. Eu estou completamente perdida nesse novo mundo. Eu provavelmente estaria enlouquecendo se estivesse só. Eu estou grata por ter encontrado essas pessoas esquisitas.  

— Bem, vamos ver o quão forte você é. – Emmett diz animadamente, então ele está correndo na minha direção. Como direto para mim. Eu sou rápida em pular fora do caminho. Ele é louco?!

— Emmett! – Jasper e Edward rosnam.

— Não é o momento para brincar. – Edward repreende.

— Você está assustando ela de novo. – Jasper reclama.

— Desculpe. – Emmett sorri para mim, nem um pouco culpado. Ser brincalhão é a personalidade dele, eu percebo, então eu não levo para o lado pessoal.

— Vamos caçar. – Jasper resmunga.

— O que eu faço? – eu pergunto.

— Não há tempo para ensina-la agora. Vamos fazer isso simples: nós caçamos, você se alimenta. Nao saia daqui, há muitas estradas por perto.

— Certo.

Eu deveria ter medo de uma estrada agora que sou vampira?

Edward está gargalhando de repente.

— O que? – Jasper questiona, olhando pra mim, como se eu tivesse rido. Eu estou tão perdida quanto ele.

— Ela é muito engraçada. – Edward responde.

Eu sinto uma sensação estranha, como se eu estivesse com inveja, e eu não sei porque eu deveria estar com inveja, mas felizmente isso passa rapidamente. Meu corpo é uma loucura ultimamente.

— Pare com isso. – Jasper grunhe para Edward.

Eu fico tensa, aguardando uma briga.

— Eu não posso evitar. – Edward esta sorrindo, então não há nenhuma agressão real em Jasper.

Eu ainda acho estranho, como esses vampiros podem se irritar uns com os outros e não lutarem. Os vampiros de Victoria estavam sempre irritados e brigando, e se matando.

Jasper, Alice e Edward correm ao mesmo tempo, em direções diferentes. Eu pulo alto. Eu não estou acostumada com isso ainda. Emmett é o único que fica, e ele esta me olhando como se a minha reação fosse muito engraçada.

— Eles estão caçando para você. – ele explica. – Quem você acha que volta primeiro?

— Jasper? – eu arrisco.

— Jasper é mais experiente, mas não o mais rápido. Eu acho que Edward virá primeiro. Você quer apostar?

— Não. Você conhece eles melhor.  

Emmett ri.

— Você é engraçada. Eu gosto disso. Vamos nos dar muito bem.

Eu espero que sim. Eu dependo totalmente desses vampiros para me ensinarem tudo sobre viver essa nova vida.

A queimação em minha garganta volta a querer atenção. 

— Vocês são irmãos? – eu pergunto, tentando me distrair.

— Não realmente. Nós consideramos Esme e Carlisle nossos pais, porque eles nos transformaram, então nos consideramos irmãos, mas não somos realmente uma família tradicional.

— Eles transformaram todos vocês?

— Eu, Rosalie, Edward e Alice. Apenas Jasper que não.

— Por quê? – Eu não consigo entender o que motiva um vampiro a criar outro. Eu não entendia o que levara Victoria a criar tantos vampiros, ou o que levara Riley a me criar. Tudo é um mistério imenso para mim.

— Todos nós estávamos á beira da morte quando fomos transformados. Se tivéssemos uma chance de sobreviver, Carlisle não teria feito isso. Ele realmente nos salvou da morte, ironicamente, nos fazendo mortos vivos. – explica Emmett.

— Mortos vivos?

— Nossa piada pessoal. Nós não temos um coração batendo. 

Oh. Eu também não tenho um coração batendo. Eu realmente não havia prestado atenção nisso antes.

— Então, você precisa estar morrendo para se tornar vampiro? – eu questiono.

— Não, apenas Carlisle pensa assim. Ele não acha certo tirar vidas humanas. Ele é médico.

— Um vampiro pode ser médico? – eu estou incrédula.

— Carlisle pode. E nós até vamos á escola, como pessoas normais.

Eu pretendo falar algo, mas eu sinto um cheiro maravilhoso e ouço passos rápidos. Eu estou me virando e me movendo quase inconscientemente. Consigo ver que Alice é a primeira a chegar, então eu estou recebendo algo realmente grande jogado em cima de mim. Eu estou mordendo antes de realmente descobrir qual animal é.

Meus instintos assumem até que tudo que eu consigo pensar é sangue.


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Notas finais do capítulo

Quem está comigo?
Cada capítulo é narrado por um personagem diferente. Próxima atualização é Jasper. Que eu também amoo.
Até breve!



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