Já era meia-noite e meia e eu não conseguia fechar meus olhos. Ao meu lado Diego dormia como um anjo, não sabia nada do que acontecia em sua volta. Um ser inocente. Acariciei seus cabelos loiros de leve, e ele se remexeu um pouquinho. Foi quando ouvi baterem na porta, quem poderia ser a essa hora? Acendi a luz do abajur e fui atender a pessoa que batia a essa hora da noite. Assim que abri a porta, fiquei surpresa. O que ele fazia aqui? E há essa hora?

- O que você está fazendo aqui? – perguntei o fitando. Estava todo descabelado e sua roupa amassada e uma cara...

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“Quando o meu mundo está desmoronando

Quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão

É aí que eu Eu... eu olho para você”

- O que você está fazendo aqui? – repeti novamente, mas não deixando de estar surpresa com a silhueta masculina em minha frente.

- Desculpa te incomodar, Dani. Mas, eu preciso conversar com você. – Tom tinha uma expressão triste em seu rosto, fiquei preocupada.

- Entra Tom. – dei espaço para que entrasse. Fechei a porta assim que ele adentrou. – Sente-se.

- Obrigado. – ele sentou-se num canto da cama, e ficou apenas a observar Diego que ainda dormia tranquilamente em seu sono profundo. – Ele é lindo, né?

-Sim. – sente-me do seu lado, mas não empatei seu campo de visão sobre Diego. – O que houve Tom? Não consegue dormir?

- Não. Estou preocupado. Você deve ter ouvido a minha discussão com Bill, não é?

- Sim, ouvi. Perdoe-me Tom, eu não queria ter te metido nisso. Não quero causar brigas entre você e o Bill, eu posso amanhã mesmo ir para um hotel e ficar por lá.

- Não, de jeito nenhum. Vocês vão ficar aqui. Essa casa é da minha mãe, e ela está feliz em acomodá-los aqui, e principalmente em o neto. – Tom me implorava para ficar, percebi pelo seu olhar. – Fica por favor?

- Tudo bem, eu fico. Por você e pela Dona Simone. – aceitei, mas expliquei que ficaria por eles, mas não pelo Bill. – Meu assunto com Bill se resume apenas ao Diego, não tenho, mas nada com ele.

- Eu sei, mas eu nunca entendi o que aconteceu. Lembro-me de você chegar chorando e dizer que iria embora e que nunca mais voltaria a essa cidade.

*****

FLASH BACK ON

- Tom. – Dani entrou em meu quarto chorando muito, e veio correndo me abraçar.

- Dani, o que aconteceu?Por que está chorando linda? – perguntei, retribuindo seu abraço. Sentindo o frio de suas lagrimas em minha camisa.– Me fala.

- Ele, Tom. Foi ele. – ela não conseguia falar muito, estava totalmente traumatizada com algo que alguém a fez.

- Ele quem? – encerrei nosso abraço, e fitei seus olhos castanhos antes brilhosos e lindos, mas que agora estavam vermelhos e cheios de água.

- Bill. – ela enxugava as lagrimas que caiam de seus olhos com a palma da mão, manchando sua maquiagem antes bem feita e bonita.

- Bill, me diz o que ele fez. – perguntei novamente, o que o burro do meu irmão tinha feito á ela.

Dani não quis falar disso e apenas me deu um beijo no rosto e saiu do quarto, se trancando em seguida no seu. Não hesitei em ir atrás, por que ela precisava ficar um tempo sozinha, perguntaria pela manhã. Mas, ela nunca me explicou realmente o que aconteceu. Ela e Bill terminaram, mas antes disse a nós que estava grávida e que voltaria pro Brasil e nunca mais voltaria á essa cidade.

FLASH BACK OFF

*****

- Isso me traz mais lembranças. Mas eu vou te contar, você tem direito de saber. Tudo começou naquela festa de inauguração da boate Streep, na qual você não pode ir, por causa da torçam no seu pé direito.

FLASH BACK ON

- Vamos lá, Georg. Hoje eu quero me divertir. – Bill abraçava Georg, assim que descemos do carro estacionado em frente à boate “Streep”.

- É, irmão. Mas, não vamos beber muito. – Georg alertou Bill, que nem deu ouvido e me puxou para dentro do estabelecimento barulhento e cheio de pessoas.

Adentramos o local, a musica que soava por todos os cantos era “I Gotta Feeling”, que agitava a pista de dança, que estava bastante movimentada. Georg e Kathy, sua namorada e minha amiga nos levaram a uma mesa próxima a pista. Todos nos acomodamos e logo a bagunça começou. Bill pediu Wodka junto com Georg, já Kathy e eu optamos por uma simples coca. Alguém precisava se manter lúcido entre aqueles dois. Os minutos foram passando, logo passaram horas, Georg havia parado de beber, mas Bill continuava a se embebedar de Wodka, tequila, cerveja e outras bebidas alcoólicas.

- Bill, pare de beber. – sussurrei próximo ao seu ouvido, por causa do barulho do som.

- Deixa de ser besta, Dani. Bebe um pouco. – ele ofereceu seu copo com cerveja para mim, mas eu recusei. Eu bebia, mas agora no estado que eu estou, estava evitando bebidas alcoólicas.

- Não, obrigada. – voltei minha atenção a multidão que dançavam agitada ao som de Lady Gaga.

- Dani, vamos dançar. – Kathy me chamou, e eu aceitei.

Estava louca para dançar, mas Bill não me chamava, para falar a verdade nem se mexia. Juntas, nos dirigimos ao centro da pista e começamos a dançar no meio da multidão. A musica era bem animada, que fazia todas as partes do meu corpo se mexiam junto ao ritmo. Dançamos por alguns minutos, e logo resolvemos parar para descansar.

Estávamos voltando para mesa, quando fitei uma loira peituda sentada no colo de beijo e ela beijava sua boca enquanto esfregava seus peitos no peitoral de Bill. Uma raiva e tristeza se apossaram de mim, e já comecei a sentir meus olhos lacrimejados. Aproximei mais dos dois, e assim que Bill me viu se assustou.

- Sai. – ele empurrou a loira do seu colo. Ela apenas o olhou indignado e saiu bufando de raiva. - Dani, não é o que você está vendo. – ele se aproximou meio zonzo, e eu senti o bafo de álcool no meu rosto.

- Não, é o que eu to pensando, por que vocês homens sempre falam isso. Nós mulheres não pensamos nada, agente apenas ver e já confirma tudo. – falei seca, mas senti as lágrimas descerem rosto abaixo. Eu sempre me mantive forte, mas naquele momento força e fraqueza estavam juntas.

- Dani, eu posso explica. – ele se desequilibrou e quase cairia de bunda no chão se não fosse Georg, que o apoiou.

-NÃO, QUERO OUVIR NADA. VOCE É UM IMBECIL. UM IMBECIL. – alterei a voz, não me importava em chamar a atenção ou até mesmo ser expulsa da boate. – Eu nunca te traí, sempre fui fiel a você. Mas, olha o seu estado e ainda me traí no mesmo lugar que a sua namorada está. Você é um idiota. IDIOTA, IRRESPONSAVEL. – gritei tudo àquilo em sua frente.

- QUEM É VOCE PARA GRITAR ASSIM COMIGO. NÃO TEM NENHUM DIREITO DE FALAR QUE NÃO ME TRAÍ, POR QUE EU SEI QUE VOCE ME TRAÍ COM MEU IRMÃO. – gritou tudo aquilo que não era verdade.

- VOCE É DOIDO. EU NUNCA TE TRAÍ COM NINGUÉM. E O TOM É MEU AMIGO, NUNCA TIVEMOS E NEM VAMOS TER NADA. COMO VOCE PODE FALAR ISSO DE MIM, SE FOI VOCE QUEM EU PEGUEI BEIJANDO OUTRA MULHER. - VOCE É UM IDIOTA, ARROGANTE, EGOISTA, ACHA QUE PODE TER TUDO PARA SI. EU PENSEI QUE VOCE FOSSE ALGUÉM DE BEM, MAS AGORA EU SEI QUE VOCE NÃO PRESTA, QUE VOCE NÃO VALE NADA. - foram aquelas ultimas palavras que fizeram conhecer um lado do Bill, que nunca, jamais quis conhecer. Ele depositou um tapa em meu rosto com tanta força, que me fez me desequilibrar e cai com tudo no chão. Com a mão no rosto, fitei a expressão em seu rosto. Estavam com muita raiva, seus olhos vermelhos possessos de ódio. Aquele ali na minha frente não era o Bill de anos trás. O Bill carinhoso e amoroso que nunca teria a coragem de bater em alguém. Afinal, agente nunca conhece bem, a pessoa que está do seu lado. Eu não conhecia mais o homem que eu amava. Bill.

- NÃO OUSE FALAR DE MIM. SUA VAGABUNDA, VADIA. É VOCE QUE NÃO VALE NADA. – ele iria avançar novamente em mim, se não fosse Georg que o segurou junto com um rapaz desconhecido. Com a ajuda de Kathy me levantei do chão,ainda com a mão no rosto ,exatamente no local onde ele acabara de me bater,estava ardendo muito.

- Melhor irmos embora, Dani. – Kathy disse para mim.

- Espere, um pouco. – soltei-me dela e me aproximei Bill que me ainda me encarava com raiva no olhar.

- Sabe, eu te amo. Mesmo que não acredite, eu nunca te traí com ninguém, mas fiquei muito triste em saber que você desconfia tanto assim de mim e principalmente do seu irmão. Mas, sabe isso foi bom, por que assim eu pude conhecer o lado oculto de Bill Kaulitz. O Lado escuro de você, que eu quero que meu filho desconheça. – ele me olhou chocado. Sim, eu estava grávida dele.

- Estou grávida, e mesmo que duvide, o filho é seu. Mas, depois de tudo isso. Você nunca mais me verá ou o meu filho. Quero que esqueça que um dia eu já estive em sua vida, esqueça desse filho.

- Eu vou embora, mas se um dia eu voltar. Vai ser por ele. – apontei para meu ventre. – E os meus amigos. Mas, nunca será por você. – disse tudo àquilo em sua cara, mas não esperei a resposta e fui embora com Kathy. Fui embora daquele lugar, que há pouco instantes foi o local onde o meu coração foi partido e um amor que sempre achei sincero, se acabou. Meu Amor por Bill Kaulitz se acabou.

“Você falava que eu era seu anjo

Disse que eu tinha vindo diretamente do céu

e que sempre iria me ter por entre os seus braços”

FLASH BACK OFF.

- Dani, por que você não me contou isso? Como Bill foi capaz de te bater? –Tom estava incrédulo com tudo que acabei de contar.

- Eu não queria evitar uma briga como a que você teve com ele. – abaixei meu rosto, e fitei o movimento de minhas mãos. – Naquele dia, eu descobri o verdadeiro Bill.

- Sinto Muito. O meu irmão realmente mudou, até eu desconheço aquele ser, na qual dividimos o mesmo ventre.

- Deixa isso para lá. Eu estou feliz de está aqui. E feliz por que Diego também está. – olhei Diego sobre a cama. – Ele me falou que gostou muito de você e da vó da Alemanha. – caímos na risada.

- É assim que eu quero te ver sempre. Sorrindo. – Tom me disse. – Esquece o passado e viva apenas o futuro.

- Você está certo. Esquecer o passado.

- Agora, preciso ir. Você precisa dormir amanhã nós vamos ao parque. – ele levantou-se, eu abrir a porta do quarto.

- Boa Noite Dani.

- Boa Noite Tom. – fechei a porta e fui dormir, ao lado de Diego. Amanhã um belo dia nos aguardava, mas um reencontro e um encontro também esperavam. Bill e eu. Bill e Diego.

“AH como eu queria que você pudesse ver

Tudo o que está acontecendo comigo

eu estou pensando lá no passado

é verdade que o tempo está voando”

CONTINUA...