Uma chance para o amor! escrita por Nane yagami, Alluka Senji


Capítulo 3
Estranha convivência – Parte dois!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas,

Desejamos um bom feriado a todos!

Aviso: Capitulo não betado.

Desejo uma boa leitura todos!



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“Os melhores momentos do amor são aqueles de uma serena e doce melancolia, em que choras sem saber por que, e quase aceitas tranquilamente uma desventura que não conheces.”

Giacomo Leopardi

Estranha convivência – Parte dois!

Depois da maratona no acervo, nada melhor do que um lanche reforçado na ”Delicatese” que ficava uma rua antes da rua onde moravam. Mas Milo estava cansado e precisava terminar um projeto para a semana seguinte.

Descansar – os últimos quinze dias – antes de apresentar um projeto descente para a nova empresa que contratou seus serviços tinha sido uma meta desprovida de sucesso para Milo. Devido ao casamento de seu pai, teve que ficar responsável pelos irmãos e por organizar as acomodações para toda a família e agora precisava correr atrás do prejuízo.

— Tenho certeza que uma xicara de café e alguns docinhos não vão atrasar seu projeto mais do que já está atrasado. – Argumentou Afrodite.

Milo o olhou pelo retrovisor e encontrou um sorriso matreiro e encantador juntamente com um olhar enigmático e sedutor vindo do jovem sentado entre Shun e Shaka. Milo retribuiu com um sorriso de lado. Invejava a juventude e a despreocupação dos jovens.

Ele próprio tinha sido um bem desleixado na época da adolescência.

— Certo. Você venceu. – Disse mudando a rota. – Estou com um pouco de forme também.

Afrodite sempre conseguia o queria com aquele combo.

Aff.— Ikki, que estava no lado do carona, resmungou contrariado.

— Vamos Ikki, talvez alguns brigadeiros e beijinhos te adocem um pouco. – Gracejou o loiro mais velho arrancando alguns sorrisos divertidos.

A doceria Floreios era uma doceria que vendia doces e salgados, muito frequentada pela vizinhança devido às iguarias que oferecia. O espaço era clinicamente planejado para o conforto dos clientes. Tinha um amplo salão perfeitamente harmonizado com cadeiras acolchoadas em couro branco e de armação em aço negro. As mesas eram de mármore e estavam bem alocadas para duas ou quatro pessoas. Também tinha os espaços para grupos grandes, que ficavam próximos às janelas. Ao invés de cadeiras, as mesas que ficavam daqueles lados eram compostas por brancos de madeira negra e acolchoados em couro branco. Comportava perfeitamente três ou quatro pessoas em cada banco.

Além do espaço clinico, a Floreio, oferecia em seu cardápio doces de toda parte do mundo. Chocolates com as mais diversificadas misturas. Doce de todas as formas e tamanhos. Bolos que davam até dó de comer de tão bonitos. Um sonho de guloseimas.

— O que é isso? – Shaka perguntou apontando para um pote de vidro cheio de feijões coloridos.

— Você nunca assistiu Harry Potter? — Afrodite perguntou.

O cenho franzido e a expressão abismada da garota deixou Shaka meio que na duvida sobre a resposta. A saga Harry Potter não era sua preferida e, com certeza, faria varias observações sobre determinados assuntos.

— Ouvi falar. – O loiro optou por uma resposta blasé. Algo na expressão de Afrodite dizia para tomar cuidado com as palavras.

— Em que mundo você vive? – Novamente o sueco perguntou. Shaka deu de ombros. – Pois eu assisti. Todos os oito filmes e li os sete livros. E estou lendo o ultimo: Harry Potter e a criança amaldiçoada.— Shaka revirou os olhos. Afrodite não conseguia explicar nada com poucas palavras. – E depois pretendo ler Animais Fan....

— Chega Afrodite... – Shaka pediu sem alterar o tom. – Pode apenas me dizer o que são essas coisinhas?

Aff. – Regougou o sueco. – Essas coisinhas são uma imitação dos feijõezinhos de todos os sabores relatados nos filmes e livros da saga.

Hum. Viu tão mais fácil assim.

— Mas assim fica sem graça.

Enquanto Afrodite tentava explicar a Shaka a origem dos benditos feijõezinhos, Milo e os irmãos tentavam entrar no consenso sobre o quê escolher.

Milo pediu um Galaktoboureko1 que é um doce feito com creme de sêmola em filo e um café. Ikki pediu um Cupcake de chocolate com morango. Shun também optou por um Cupcake, mas diferente da simplicidade do doce do irmão, o doce que Shun escolheu estava impecavelmente enfeitado com uma gravata borboleta e um chapéu comestível e era intitulado de Tuxedo Cupcake2 e um chocolate quente.

Cansado das explicações de Afrodite, Shaka resolveu que queria um Lassi3 que era uma bebida de seu país. Feita de iogurte batido com agua e frutas. Afrodite pediu uma porção dos feijõezinhos para comer junto com Shaka, depois. Também pediu um suflê e um chocolate quente. Depois de pegarem os pedidos, Shaka e Afrodite foram se juntar aos “irmãos” do indiano.

Milo, Ikki e Shun estavam sentados próximos à janela. Sendo que o primeiro e o ultimo estavam ladeados e Ikki na ponta do mini sofá do outro lado, de frente para Milo, mexendo despreocupadamente no celular. Impedindo a passagem para o restante do banco. A mesa acomodaria muito bem os cinco, mas Ikki não estava disposto a deixar que isso acontecesse.

— Você poderia deixar a gente passar? – Afrodite perguntou já que Ikki não fez menção de se levantar.

— Tem outras cadeiras desocupadas. – O japonês replicou sem tirar o olho da tela do celular.

— Ikki... – Milo o repreendeu. O leonino levantou o olhar para o irmão. – Afasta.

Ikki olhou para a dupla que permanecia em pé ao lado dele e depois retornou para o irmão.

— Não sou obrigado a tê-los sentados do meu lado. – Regougou mordaz. – Além do mais não estou a fim de me levantar.

Shun sorriu silencioso, mas pejorativo. Milo levou às mãos as têmporas, pedindo por paciência. Ikki não lhe dava experiências estimulantes. E talvez fosse exatamente por isso que não almejava ter filhos.

O grego inspirou profundamente e soltou tudo de uma única vez. Lançou seu melhor olhar advertido para o moreno que, mesmo sabendo que não ganharia de Milo, sustentou o olhar.

— Então afasta que eu sento do seu lado.  – O loiro disse, por fim.

— Shun também não é obrigado a sentar do lado deles.

O virginiano mais jovem, que estava quieto até então, lançou um olhar para o irmão que dizia claramente “me deixe fora disso”.

Afrodite levou à mão a boca, estupefato de inicio. Mas logo uma raiva tomou conta de si, subindo para as bochechas, deixando-as tão rosadas quanto seus lábios, mas antes que o sueco fizesse qualquer coisa, Shaka o segurou. Milo novamente fez menção de repreender o irmão.

— Está tudo bem Milo. – Todos os olhares voltaram-se para o indiano e sua expressão serena. – Afrodite e eu sentaremos ali do outro lado.

— Shaka...

— Também não me interesso em estar na presença de Neandertais tolos e ignorantes. – O loiro devolveu mordaz. Seus olhar dirigia-se diretamente para o moreno.

Ikki levantou tão rápido quanto conseguiu. Ofendido, não pelas palavras, mas pela forma altiva e arrogante ao qual Shaka se referia. Era quase como se o virginiano se colocasse em um patamar muito acima deles.

— Ora, para alguém que não tinha interesse em levantar, você mudou de ideia muito rápido. – Aferiu o indiano

Ikki sorriu escarnecido.

— Não me faça parecer um idiota.

— Desculpe, essa não foi minha intenção. Acho que subestimei sua cognição primitiva de assimilar. – Shaka devolveu.

— Está me chamando de ignorante? – Ikki levantou uma sobrancelha, irritadiço com a pose auto-celeste ao qual Shaka tinha se envolvido.

— Não costumo fazer esse tipo de confusão. Agora, seja um bom menino e saia da frente.

O loiro abanou a mão em um gesto de descaso, aquilo foi o estopim para o japonês perder a cabeça e avançar em Shaka com os punhos fechados, pronto para desferir socos. Quando Milo pensou em segurar o irmão, o indiano já tinha o imobilizado. Foi tudo tão rápido que nem o próprio Ikki teve tempo de assimilar os acontecimentos. Antes mesmo de Ikki chegasse perto o suficiente para desferir o soco, Shaka, ágil, colocou sua bebida em cima da mesa, segurou a mão de Ikki e a girou para traz. Imobilizando-o com o joelho, daquela forma o “Neandertal” não conseguiria se mexer.

Shaka forçou um pouco mais o braço de Ikki para traz, esperava ouvir o som do estalo. O indiano odiava brigas, mas sabia se defender. Apendera ainda pequeno, quando sempre tinha alguém implicando com ele. Fosse pela aparência ou pela língua ferina.

— Seu desgraçado! Você vai quebrar o meu braço. – Ikki gritou.

— Shaka, solta ele! – Milo falou, levantando, desesperado para separar “os irmãos”.

— Por favor, larga o meu irmão. – Shun também veio em socorro.

O indiano desfez o ataque, rodopiando Ikki até que ele não tivesse outra opção além de sentar no banco. Shaka pegou novamente sua bebida e chamou Afrodite para sentar em outra mesa como se nada tivesse acontecido. Enquanto Ikki massageava o braço dolorido, amparado por Milo e Shun.

Para sorte de Ikki, tudo não passou de um susto, apenas. E quando o japonês pensou em atacar novamente, estava, mais uma vez, sendo repreendido por Milo que dizia que o mais jovem não deveria ter deixado chegar até aquele ponto. Que depois dele, Ikki era o mais velho.

— Você deveria estar do meu lado. Eu sou seu irmão. – Ikki regougou.

— Escute Ikki, você gostando ou não, Shaka agora é parte da família. É nosso irmão também.

O olhar torto de Ikki dizia claramente: “ele não é meu irmão”.

— Além do mais foi você quem começou a briga. – Shun complementou.

— Até você vai ficar do lado dele, Shun? – A surpresa de ser atacado pelos irmãos deixou o leonino estarrecido.

O mais jovem apenas deu de ombros. Aquilo tudo estava longe do que queria.

Na mesa ao lado, Afrodite absorvia tudo de maneira catatônica. Vez por outra alternava o olhar entre Shaka – sentado a sua frente – e os irmãos deste sentado as costas do indiano.

— É uma longa historia! – Foi o que teve como resposta vinda do loiro indiano que parecia inabalável. Apreciando a bebida estranha que tinha pedido.

—ooo0ooo—

Depois da confusão na lanchonete, Shaka e Afrodite optaram por caminharem até em casa. Não era um caminho muito longo e Shaka aproveitaria para conhecer melhor o local. Os dois caminhavam pela calçada, dividindo os tais feijõezinhos de todos os sabores que Afrodite tinha comprado.

O sueco tentava a todo custo não falar no acontecido, enquanto brincavam de adivinhar qual sabor o outro tinha pegado.

— Banana. – Afrodite disse ao ver o feijãozinho amarelado com pintinhas brancas que Shaka havia pegado.

— Tem gosto de limão. – O virginiano fez careta. O sueco riu de leve. – Quantos sabores será que existe? – Questionou o loiro.

— Um monte. – Afrodite disse pegando um branco com pintinhas vermelhas. – Dizem que conseguiram reproduzir até os sabores de cera de ouvido e meleca de nariz. Igual ao filme.

Shaka fez careta e cuspiu o que tinha colocado na boca. Afrodite gargalhou.

— Acho que não quero mais comer isso.

— Foi uma brincadeira.

Afrodite colocou o feijãozinho que tinha pegado na boca. Logo sentiu a língua arder que nem brasa. Cuspiu o bendito feijão e abanou a língua.

— Deixe-me adivinhar... Pimenta?

O sueco revirou os olhos. — Não valeu. Eu te dei pistas.

Ambos riram e continuaram subindo rua acima.

Quando chegaram próximo de casa, ambos os adolescentes, avistaram Milo no portão de entrada. O escorpiano estava esperando-os, ou melhor, estava esperando Shaka. O grego disse que já estava ficando preocupado e que mais um pouco e teria saído para procurá-lo.

Uma atitude precipitada.

O virginiano despediu-se de Afrodite e entrou com Milo. O loiro mais velho lhe entregou um envelope e um pequeno pacote, deixado no correio de casa, endereçado a ele. Shaka logo reconheceu a caligrafia de seu pai.

— Eles não vêm, como prometido, nesse final de semana. – Milo disse. E Shaka notou que todos tinham ganhado cartas e presentes.

— Obrigado. – Respondeu sem demonstrar importância alguma com aqueles fatos.

O indiano encaminhou-se para o próprio quarto sem dizer uma única palavra. Não devolveu o olhar hostil que Ikki direcionava para ele ou percebeu o quanto Shun estava triste por não poder ver o próprio pai. Nem quis saber o quanto Milo estava se desdobrando para manter tudo em ordem. Apenas queria sumir e ficar sozinho em seu espaço. Precisava pensar em como ou quando tudo tinha começado a dar errado.

Primeiro o casamento de seu pai com outro homem. Ainda era algo difícil de imaginar. Depois a mudança de país e a convivência com alguns estranhos. E agora o descumprimento de uma promessa por parte de seu pai. Coisa que Shion nunca tinha feito anteriormente. E os presentes? Os pequenos lembretes que Shion sempre trazia e o entregava enquanto lhe contava as historias de origem do objeto ou o quanto foi difícil de achar ou quão cuidadoso tinha que ser o manuseio. Agora teria que se contentar com uma carta escrita fazendo um relato que ele adoraria escutar sair da boca de seu pai.

Mas, aparentemente, está ao lado de um desconhecido era a melhor opção para seu pai.

Poderia ser por algo bobo, mas Shaka já estava sentindo ciúme, como se um carvão em brasa queimasse seu estômago. Ele não sabia que ainda demoraria uma eternidade para que o carvão se tornasse imperceptível. Quer dizer... O ciúmes de ter que dividir algo com os irmãos sempre estaria presente em sua vida dali por diante. Mas, com sinceridade, desejava que brevemente isso se tornasse uma coisa boba. Um típico incomodo suportável.

E sem perceber, Shaka amassou completamente a carta que recebera.

—ooo0ooo—

Os dias continuaram a correr. E, durante todos os dias em que permaneceu em casa, Milo tentava suprir as necessidades dos irmãos em relação à ausência do pai. E o escorpiano se considerava até mediano na situação. Mas era notável o desconforto de todos. Ikki, por exemplo, se tornou mais recluso, e sempre que era obrigado a interagir, se mostrava mordaz. Vez por outra Milo acordava no meio da noite com Shun entrando embaixo de suas cobertas. Em quase todas elas o mais jovem dos irmãos tinha o rosto molhado. Aparentemente, Shaka não se importava. Mas Milo sabia que aquilo era uma espécie de defesa, uma fachada para encobrir seus verdadeiros sentimentos. Shaka sempre teve o pai por perto, mesmo que o homem fosse alguém ocupado devido às escavações e descobertas, mas, de acordo com o próprio pai, Shion era um homem extremamente atencioso.

Shaka deveria estar sentindo falta, mas preferiu não demonstrar. Ao invés disso, o loiro indiano estava sempre meditando ou lendo alguma coisa. Vez por outra conversava com Afrodite. A amizade dos dois refletia pouco-a-pouco no jardim da casa que agora mostrava um pouco mais de vida. Não que duas semanas fizessem algum milagre significativo, mas o balançador não estava mais quebrado. O próprio Milo o concertou enquanto os adolescentes faziam um canteiro de rosas, claro, naquele momento tudo não passava de terra molhada e adubos, mas Afrodite tinha garantido que aquele espaço seria o mais bonito.

Milo fazia realmente o papel de pai em determinadas situações. Como por exemplo: castigos, permissões e lição de casa. Mas em outros...

— Já disse que não quero comer. Cacete!— Ikki gritou quando Milo praticamente o ordenou a descer para jantar.

— Então morra de forme! Droga! — O loiro retrucou, também aos gritos.

Shun apenas balançava a cabeça. Enquanto isso Shaka se perguntava se o único meio de comunicação daquela família era o grito. Mesmo que já estivesse se acostumando, não era legal ter aquele alvoroço sempre que se reuniam.

Milo sentou-se a mesa, suspirando o desgaste de ter que lidar com a teimosia de Ikki. Nesse mesmo instante Shaka se levantou levando consigo seu prato, talher e copo.

— Aonde vai? – Milo perguntou ameaçadoramente.

— Eu já terminei. – Respondeu o indiano, sem se deixar amedrontar. – Se não se importa...

— Sim, eu me importo. – Disse entredentes. – Você poderia ter me esperado. – Disse o grego olhando de canto para Shaka que seguiu em direção a pia, silenciosamente. Shun pôs a mão sobre a de Milo.

Shun se mostrava extremamente desgastado.

— Não se preocupe, não o deixarei sozinho! – Disse o mais jovem, tentando acalmar o humor do irmão.

O escorpiano beijou a mão pequena do mais novo, gesto muito apreciado por Shun que sempre foi mimado pelos irmãos mais velhos.

Shun era um menino amável e muito gentil com os irmãos. Vivia a sombra de Ikki e Milo que sempre estavam dispostos a protegê-lo. Milo perdeu as contas de quantas confusões Ikki promoveu para defender o mais novo. Por ter uma aparência frágil, Shun sempre atraia problemas. Contra a sua vontade, claro. Era inevitável. Mas, apesar da amabilidade, Shun não era assim tão frágil como todos pensavam, o virginiano apenas não se sentia a vontade de se defender contra os valentões da escola anterior por sentir pena deles.

Que dizer... Não era como se ele tivesse força física o suficiente para se defender de mais três alunos (Jabu, Ichi e Nachi) com idades bem superiores a dele, mas havia outras formas, certo? Certo! Porém, diferente de Ikki que tinha um gênio explosivo e estava disposto a brigar com o primeiro idiota que aparecesse em sua frente, Shun era mais pacifista. Detestava machucar e isso, na maioria das vezes, era um grande problema.

Mas Shun não se importava, pois seus irmãos estavam sempre lá para defendê-lo.

A ligação entre Shun, Ikki e Milo sempre esteve em um patamar diferenciado uma vez que o patriarca da família estava sempre ocupado.

Shaka colocou a louça limpa no escorrendo e retornou para a mesa.

— Não preciso estar comendo para te fazer companhia. – Disse.

Os olhos de Milo brilharam. O indiano o assimilou iguais aos gatos do templo, onde fazia trabalho voluntário, quando ganhavam comida.

— Diga-me, o que achou da escola nova? – Ariscou o loiro mais velho.

Shaka não parecia fazer o tipo tagarela, e o escorpiano duvidava muito que conseguiria arrancar algo dele sem insistência. Apesar de ser um adolescente, o indiano parecia com um professor de historia da época de faculdade de Milo. O grego não sabia explicar, mas o homem além de inteligente também era muito misterioso. Austero e serio, dificilmente os alunos conseguiam alcançar os critério de tal professor.  Shaka e o professor de historia tinham aparências distintas, mas ambos o faziam lembrar-se do menino do filme “O rapto do menino dourado”.

Shaka olhou para Shun que também parecia um pouco curioso. Mas Shaka não tinha uma opinião formada ainda. Só saberia quando começasse a conviver no ambiente.

— É grande... – Ele disse, somente.

Milo e um Shun trocaram um olhar vago.

— Serio? Isso é tudo o que tem para dizer?

Shaka inflou as bochechas, desconcertado por oferecer tão pouco a quem almejava por algo bem maior. O loiro ainda pensou em dizer algo, mas foi “salvo” por passos irritados.

Ikki resolveu se juntar a eles.

— Estou com fome, agora. – Disse o moreno, petulante.

Milo fez força para segurar o riso. Aquele era o Ikki, afinal. Nem mesmo quando se rendia o sujeito baixava a crista de galo de briga. 

— Mudou de ideia tão rápido. – Milo alfinetou.

— Não enche! – Ikki retrucou.

Sentou ao lado do mais velho de frente para Shaka. Logo um olhar arisco foi trocado, Milo pode jurar que viu faíscas reluzirem na troca de olhares nada amistosa.

“Adolescentes!”

Shaka preparou-se para levantar, não queria estragar o clima entre os irmãos.

— Aonde vai? – Milo perguntou.

— Ao meu quarto. – Respondeu, somente. Era desnecessário explicar que sabia quando não era bem vindo.

Milo pediu para que ele voltasse a se sentar. Que não desse atenção as implicâncias de Ikki. Que ele fazia parte da família agora. E que...

— Por favor, sente-se. Assim ele cala a boca. – Regougou Ikki passando nervosamente os dedos nos cabelos, já impaciente com o falatório do irmão.

Shun sorriu levemente, enquanto Milo lançava um olhar mortal para o leonino. Enfim, o clima estressante começava a dar espaço ao clima familiar. Shaka engoliu seco, algo quente o aquecia por dentro. Voltou a sentar-se, observaria por mais um tempo a união dos irmãos.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Bem amadinhos, é isso!

Um beijão a todos!

Galaktoboureko: É uma sobremesa grega de creme de sêmola em filo.

Tuxedo Cupcake: Tem a base de um Cupcake comum, apenas sua aparência muda. Tem uns de smolk outros de gravatinha.

Lassi: É uma bebida tradicional baseada em dahi originária do subcontinente indiano. E é uma mistura de iogurte, água, especiarias e às vezes frutas.



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