Monarquia Serpente - Bughead escrita por Fortunato


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Nota: Conteúdo +18

Música do Capítulo: Blue Foundation - Eyes On Fire



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777152/chapter/39

Jughead Jones

(música)

A boca entreaberta realçando a respiração descompassada.

O tronco subindo e descendo rapidamente a cada fôlego, com força.

Tudo ainda se tratava do quão bem você lidava com as curvas, do quanto estava familiarizado com elas sem se levar pela confiança.

A velocidade errada ou o manejo impaciente definiriam um fim trágico.

As esmeraldas que adornavam seu rosto estavam pétreas na pouca iluminação que os faróis ofereciam.

— Espera... Espera. – murmurei.

Eu não estava nervoso, confiava nela mais do que ela em si mesma. Esperei pacientemente fitando a estrada a frente.

 — Agora!

Liz puxou o freio de mão esterçando o volante completamente para a direita. Os pneus exalaram borracha queimada quando escapelaram no asfalto com força e velocidade fazendo o carro derrapar para contornar a curva. No mesmo segundo ela baixou o freio e o carro urrou com o acelerador para continuar o trajeto.

 — Isso!

Atrás de nós uma fumaça preta subia e espiralava no ar frio da noite.

Elizabeth ainda estava petrificada olhando à frente com convicção. Já era a sexta volta ali e o seu pavor tinha se transformado em coragem. Em uma determinação catastrófica.

Esse era um daqueles poucos momentos em que sua íris escurecia e eu podia jurar que a outra personalidade de Liz emergia do fundo de sua alma para controlar aquele corpo.

— Não passam dois carros nessa ponte. – ela observou.

— Não. Não passam.

Esperei seu olhar de soslaio confuso e então expliquei.

— A partir daquela curva, se os carros estiverem emparelhados e você achar que não consegue atravessar a ponte primeiro, não tente competir.

O velocímetro do carro marcava 90km/h, notei.

— Se os carros continuarem emparelhados até pouco antes da ponte, um deles vai bater na viga de concreto e capotar no rio abaixo. – sopesei – Só um passa e continua até a chegada.

— Foi o que aconteceu com Jack. – Não foi uma pergunta, ela já tinha entendido.

— São as curvas anteriores que definem se você ganha ou não a corrida. É muito difícil que os dois cheguem até a ponte tão perto um do outro. 

— Mas é possível.

Dei de ombros.

— Em um racha tudo é possível.

Liz passou pela linha de chegada, vazia e escura, fria e silenciosa. Mais uma vez.

— Vão tentar me jogar para fora da pista. Não é? – ela me olhou pelo canto dos olhos.

— E quando isso acontecer você já sabe o que fazer. Não tente competir, freie e não corra o risco.

Ela assentiu segurando firme o volante. Suas unhas pressionavam o couro violentamente.

— E como você sabe de todas essas coisas se nunca correu? – uma curva quase perfeita à esquerda, com exceção da perda súbita de velocidade.

— Meu pai. E, algumas vezes Sweet Pea, Fangs e eu costumávamos nos desafiar.

— Mas vocês não tentaram matar um ao outro. – não consegui evitar um sorriso – Não é?! – um milésimo de segundo incrédula antes de fazer outra curva.

Quando não respondi ela pareceu entender. Não me orgulhava de sermos jovens inconsequentes, mas repensando agora, nossa burrice e sorte era engraçada.

— Nada que não déssemos conta. – sorri.

Assim que atravessamos a linha de chegada pela sétima vez Liz relaxou os ombros e sorriu.

— Eu entendo vocês. Finalmente. A um tempo atrás eu não entendia porque correr tanto risco. – o carro já atingia 100km/h novamente – Mas agora Jug, isso tudo... Me faz sentir viva.

A primeira curva acentuada fez o carro derrapar os pneus traseiros e o cheiro de borracha queimada subir.

— Eu acho que estar perto da morte prova o quanto você está vivo. – segurei o apoio mais forte quando percebi o velocímetro já marcando 150km/h mesmo após a redução de velocidade da última curva – Talvez não tão perto da morte Liz.

A segunda curva já se aproximava, cinquenta metros à frente. Inspirei. Deveria confiar nela.

Liz continuou acelerando, 170 km/h agora. Cerca de vinte e cinco metros. A escuridão à frente se desmanchava em um abismo pincelado de neblina fina.

— Liz. – meu corpo reagiu – Liz! – gritei segurando mais forte no apoio do passageiro.

Em uma fração de segundos ela puxou o freio de mão e esterçou completamente fazendo a traseira do carro traçar um perfeito semicírculo de 180 graus. Do lado passageiro pude ver as lascas de asfalto que quicavam abismo afora e o vapor queimado que subia pelo ar.

E então ela acelerou novamente rindo de forma histérica. Um sorriso largo, rosto iluminado e, aquelas olhos verde-escuros. Meu coração palpitava tão forte que doía.

— O que diabos foi isso? – perguntei irritado.

Sua língua passou pelo lábio inferior devagar, sem desmanchar aquele sorriso branco.

— Sente seu coração bater? Significa que está vivo. – novamente a velocidade anterior.

— Para o carro. – pedi antes que passássemos da ponte. – Agora!

Ela piscou uma vez, apertou o volante e depois piscou de novo derrapando o carro ao freá-lo direcionado ao acostamento. Tive pouco tempo de reação quando ela desceu do carro batendo a porta com força, apoiou as mãos aos joelhos e puxou o ar pesarosamente.

Imaginei que poderia estar se sentindo mal, nauseada ou qualquer outra coisa do tipo, mas quando desci para socorrê-la, aquele sorriso ainda estava lá. Mais discreto enquanto ela fitava o chão e recuperava o fôlego.

— Ei. – chamei baixo e pelos céus, eu estava com medo. Estava morrendo de medo de quem comandava aquele corpo. Daquela personalidade sádica.

Os seus cabelos loiros pendiam em cachos contra o ombro. O rosto delicado como um anjo, e ela o seria se eu não fosse capaz de ver o demônio por trás de seus olhos. Por trás de seu sorriso. Um último expirar antes de me encarar de volta, tremi.

Seu sorriso se atenuou e ela mordeu o lábio inferior.

— Obrigado.

A escuridão da noite tornava suas feições ainda mais assustadoras ou talvez era simplesmente a má experiência de quase morte anterior. Eu ameacei recuar um passo quando ela andou em minha direção pegando minha mão – a sua estava quente, pulsando de energia. A levou ao próprio coração apertando-a ali.

Tanto quanto o meu, o seu coração palpitava impetuoso. Seus olhos brilhavam e ela só esperava que eu entendesse.

— Obrigado por me trazer de volta à vida. – seu hálito doce estava também quente.

Ainda mantendo minha mão contra seu peito Elizabeth colou seus lábios contra os meus calorosamente. O primeiro toque de sua língua contra a minha me incendiou, podia sentir seu calor se deslizar para mim. Agarrei sua cintura empurrando-a contra a porta do carro. Seu corpo tinha um magnetismo enorme e ele estava queimando, febril.

— Existem outras formas... – sussurrei contra seus lábios – de fazer o coração acelerar. De se sentir viva.

Sem um sorriso ou recuo, Liz ergueu o queixo fixando o olhar no meu.

— Quero conhecer todas elas.

Sua mão esquerda deslizou pelo meu abdômen o arranhando até o quadril, onde chegou à maçaneta da porta traseira do carro a abrindo. Com a mão direita ela me guiou gentilmente para o espaço aberto.

Resisti por um momento. Trocar carícias com Liz na escola, em seu quarto ou no bar era diferente do que compartilhar um espaço restrito afastado de todos. Mais um passo adiante e seria difícil voltar atrás

— Você...?

Sua boca iniciou um percurso de beijos na pele exposta do maxilar ao pescoço.

— Você me pediu para ir devagar. – praguejei.

— Isso foi antes da experiência com velocidade. – rumorejou contra minha pele. Estremeci.

Eu queria ter certeza, mas já estava excitado demais para pensar com clareza.

A segurei pelos ombros afastando-a minimamente de mim.

— Seja clara. O que você quer de mim meu amor?

Seus olhos oblíquos ferviam ao erguer-se para os meus.

— Eu quero tudo. – a pupila ainda dilatada – Tudo o que você tenha a oferecer.

Em questão de segundos estávamos no banco de trás do Audi dividindo o pouco espaço com a maestria perfeita do encaixe de corpos. A brisa fria deixou de incomodar para nos refrescar.

Com Liz sob meu colo – mais uma vez –, deslizei a mão pelas suas costas, até perceber que dessa vez não havia sutiã que interferisse no toque da minha mão contra sua pele quente. Suas costas retesaram ao chegar aos seios que preencheram minha mão. Os apalpei por um momento até decidir tirar a peça. Contudo, ao buscar pela barra da blusa resvalei em algo concreto, frio e robusto.

Ela imediatamente o apanhou, desvencilhando seu comprimento da cintura para atirá-lo ao chão do carro, o som revelou algo pesado. Graças a pouca iluminação demorei a perceber de quê se tratava. Não tive tempo de pensar o porquê, para quê ou de onde veio o revólver quando Liz atirou ali também a blusa exibindo seu corpo nu com diversão.

— Não se disperse. – ela segurou meu rosto para si unindo nossos lábios novamente.

O que se seguiu era um déjà vu, colhido diretamente de qualquer um dos sonhos pecaminosos que tive nos dias anteriores.

Era exatamente a mesma calcinha de renda preta, mas a sensação de sentir sua pele por cada extensão do meu corpo não poderia ser comparada com um sonho. E nem a minha imaginação mais fértil seria capaz de pensar na doçura de sua entrada.

Percorri sua coxa com a mão passando pelo tecido rendado descendo até onde deveria. Massageei a região com a ponta dos dedos um pouco mais, torturando-a até seu líquido molhar a renda.

Quando ela finalmente abriu os olhos e me encarou com súplica eu deslizei um dedo para sua intimidade fazendo-a arfar. Seu líquido me permitiu maestria no que estava fazendo e Liz começou a gemer baixo me instigando a colocar mais um dedo dentro de si. Soltei um sorriso maldoso ao me aproximar de seu ouvido.

— Pode gemer alto o quanto quiser meu amor, não tem ninguém por perto. - sussurrei mordendo o lóbulo quente de sua orelha.

Conforme a masturbava Liz se contorcia sob mim. Eu não desprendia minha atenção de seu rosto incrivelmente sexy se derretendo em minhas mãos. Tudo o que conseguia era ficar cada vez mais excitado ao vê-la deliciosamente morder os lábios e apertar os olhos com a testa enrugada.

Até que finalmente ela arqueou o corpo soltando um gemido mais alto.

Beijei seu pescoço invertendo nossas posições. Quando me encaixei entre suas pernas percebi a merda que era transar dentro de um carro. Mas ela não se importava, seus olhos oblíquos me assustavam ao mesmo que me excitavam.

Estava pronto para perguntar se poderia prosseguir até que ela levou os dedos até sua intimidade, os lambuzou com seu líquido e levou-os até a língua. Sem cortar o contato visual.

Ri nervoso. Sim, ela era um demônio.

Nessa mesma noite eu desci ao inferno por três vezes.

Em todas elas, delirando de prazer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Finalmente saiu o hot pessoal!
Desculpem a demora e não deixem de comentar!
Beijinhos ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Monarquia Serpente - Bughead" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.