Confusão em Dose Tripla escrita por Lelly Everllark


Capítulo 40
Momentos.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, eu voltei!!!!!
Desculpem a demora, sério, a faculdade em EAD está ótima (só que não) e em meio a vários trabalhos e um bloqueio criativo o capítulo demorou, mas saiu.
E eu só queria pedir a vocês pra lerem com o coração aberto e não me odiarem no final por que eu amo vocês!
BOA LEITURA :D



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   Uma semana.

  Uma semana de Evelyn entrando e saindo da casa de Ethan como se fosse sua, aparecendo sem ser convidada nos momentos mais inoportunos possíveis. Uma semana que Molly disse sua primeira palavra, e ao menos essa boa notícia eu consegui dar a Ethan, já que a bebê não quis repeti-las. Uma semana que descobri que estou grávida e ainda não consegui um único minuto de paz a sós com Ethan para lhe contar a novidade.

  Eu queria fazer uma surpresa, ter um momento fofo, talvez até com algum presente mirabolante para que ele percebesse, mas quando não consigo nem ficar sozinha com ele tempo suficiente para termos uma conversa eu descartei tudo isso. Só queria contar, quando estivéssemos os dois sozinhos, mas entre Evelyn e as crianças lá se foram cinco dias e nada.

  Suspirei frustrada assim que estacionei o carro em frente à clínica. No fim a médica só pôde me ver hoje, sexta-feira.

  - Fala tia Bri, fala, Molly – Brianna tentou pela milésima vez depois de descer do carro e pegar a bebê da sua cadeirinha no banco de trás.

  Ela tinha insistido em vir comigo para que eu não viesse só. Susan não poderia e Ethan bem, ele não tinha como se quer saber do bebê já que não consegui contar a ele.

  - Se você conseguir alguma coisa me fala, por que desde segunda ela não falou mais nada – digo pegando a bolsa da bebê e seguindo com elas.

  - Sério? Poxa, Molly! Mas e sobre o Ethan, você conseguiu contar a ele sobre o bebê?

  - Não – suspirei empurrando a porta e deixando que Brianna passasse primeiro. – Evelyn se tornou um inseto irritante e constante na nossa casa. Desse jeito eu não tive um segundo de paz, as crianças estão com medo de ela levar as meninas. Mas sabe o que é mais assustador? O fato de que ela não disse mais nenhuma única palavra de insulto contra mim. Na verdade ela parece simplesmente ignorar minha existência e tentar se aproximar de Lottie e Molly.

  - Aquela vaca não disse mais nada depois do primeiro dia? – Brianna parece chocada e isso me diverte.

  - Não.

  - E o advogado do Ethan já conseguiu sumir com ela?

  - Ainda não. Ela é a mãe biológica e mesmo que ela tenha abandonado as meninas ele veio alegando que ela estava sofrendo de transtornos durante a gravidez de Molly e por isso preferiu deixá-la.

  - Transtorno? Aquela vaca? Só se for de cara de pau, cinismo e crueldade. E ok, vamos imaginar por um minuto que seja verdade. E para ter deixado Lottie, qual foi a desculpa? – ela perguntou irônica depois de falarmos com a recepcionista e nos sentarmos na sala de espera. – Acho que se eu a ver de novo e ela falar alguma coisa sobre você ou sei lá, tentar alguma coisa depois de estar se fazendo de boazinha, acho que dou outra surra nela.

  Eu ri alto dessa vez.

  - É sério mesmo que vocês já brigaram? Acho que Ethan comentou algo sobre, mas achei que era jeito de falar.

  - Não era – Brianna sorri. – Eu tinha dezessete anos na época. Foi logo depois que eu descobri tudo o que ela fazia com o Seth, foi quando Ethan quase a deixou mandá-lo para um colégio interno. Eu sai com metade do aplique daquela ridícula em minhas mãos. Saudades desse dia – ela diz divertida e sorrio, vendo-a com sua camiseta da Sailor Moon e tênis, era difícil imaginar Brianna saindo realmente no tapa com alguém.

  - Olivia Cooper – uma enfermeira chamou e eu e Brianna ficamos de pé e a seguimos.

  Entramos no consultório da médica e ela sorriu.

  - Eu sou a Dra. Danielle Patrick. Bem-vindas, podem se sentar e ficar a vontade. Qual das duas é a Olivia?

  - Eu – me manifestei depois de nos sentarmos. A doutora olhou para Brianna e Molly com curiosidade.

  - E você é?

  - Brianna, a cunhada dela e essa é Molly minha sobrinha fofa que por acaso é filha da Olivia.

  - Então essa não é sua primeira gravidez, certo? – a doutora perguntou e eu sorri.

  - Na verdade é sim – digo e ela me olha com curiosidade e aquele olhar que diz “Ok, pode começar a falar”.

  Não preciso contar à médica todo o drama da minha vida, mas digo sobre Ethan, que por acaso não sabe de nada, e seus filhos que adotei e ela sorri. Ela me faz perguntas sobre minha saúde, vida sexual, histórico médico e familiar e mais um monte de coisas, tira meu sangue para exame e confirmar o que nós já sabemos e para que ela possa ter certeza de como está tudo.

  Quando a médica avisa que o resultado sai em poucos minutos eu fico surpresa com a rapidez, até os exames de rico são coisa de outro mundo. Nesse meio tempo ela nos oferece suco e biscoitos, eu aceito só o suco, meu estomago não está para nada hoje. Brianna por outro lado come por nós duas e minha parte dos biscoitos Molly fica feliz em saborear. Há mais perguntas, conversa informal e eu descubro que a doutora tem dois filhos homens e é casada, e que está até pensando em ter um terceiro.

  Por fim ela decide que é melhor fazermos um ultrassom antes dos exames chegarem, afinal não sei quem está mais impaciente em ver o bebê, eu ou Brianna. Ajeito-me na maca, levanto a blusa e minha cunhada de pé ao meu lado com Molly no colo está quase pulando no lugar de animação. Eu a questionei sobre toda essa felicidade já que ela tinha três sobrinhos e Brianna me explicou que com Seth foi complicado já que a saúde de Annie era frágil e ela era muito nova pra entender e apreciar o momento e com Evelyn ela não teria curtido nem se quisesse, elas não se suportavam e Ethan mal ia as consultas imagina ela ou Susan. Por isso disse que comigo ela ia curtir cada momento.

  - Prontas? – a doutora perguntou e eu fiz que sim. – Parece que a Brianna está mais ansiosa que você.

  - É por que está, acho difícil alguém estar mais ansiosa que ela – digo divertida e elas riem.

  A doutora liga o aparelho, passa o gel frio na minha barriga e começa o procedimento. Ela vai passando pra lá e pra cá, eu não entendo nada dos borrões brancos e pretos, mas para ela parece fazer todo o sentido e quando o som de um coração batendo alto, forte e rápido inunda o ambiente eu estou chorando, o som de seu coração forte me enche de alegria e emoção. A doutora aponta um pontinho branco na tela e sorri.

  - Estão vendo? É o bebê. E esse som é seu coração, batendo ainda mais forte do que eu imaginei.

  - Essa coisinha minúscula é ele? – pergunto divertida e emocionada enquanto ouço seu coraçãozinho bater. – Eu sabia que ele era pequeno, mas parece tão pequeno.

  - Não se preocupe, Olivia, em poucos meses ele vai estar enorme. Você vai ver – a doutora sorri, passa o aparelinho pela minha barriga mais uma vez e para em determinado ponto encarado a tela com imagens em preto e branco.

  Ela repete o movimento, uma, duas, três vezes. Eu e Brianna nos entreolhamos antes de olharmos para ela mais uma vez.

  - Algum problema, doutora? – pergunto começando a ficar apreensiva.

  - Não. Bem...

  - Bem? – insisto e ela suspira antes de me olhar e sorrir.

  - Talvez você e seu namorado precisem de uma casa maior. São gêmeos, Olivia. Dois bebês.

  - O quê!? – exclamo.

  - Ai meu Deus! – Brianna sorri de orelha a orelha.

  As palavras da doutora me atingem e eu fico sem acreditar. Estou em choque. Cinco? Cinco crianças? Cinco filhos? Eu não sei se estou preparada psicológica e emocionalmente pra isso. É completamente demais pra mim.

  - Olivia? – a doutora chama e eu encaro a tela com os borrões brancos e pretos.

  - Você tem certeza disso?

  - No começo eu só achei que o coração dele estava muito forte. Mas aqui, olhem. Esse pontinho é um bebê e esse outro pontinho é outro, eles estão tão próximos que eu mal os diferenciei. Mas não tenho dúvidas, são dois – a doutora vai falando e mostrando os bebês – no plural, são mais de um! – e eu vou tentando acompanhar, mas tenho certeza que comecei a hiperventilar.

  Alguém me chama, e meus ouvidos levam uns segundos para reconhecer a voz de Brianna.

  - Olivia, pelo amor de Deus, fala comigo!

  - Eu estou bem, eu acho – murmuro focalizando os rostos preocupados a me encarar.

  - Graças a Deus! – minha cunhada suspira. – Eu sei que é muita coisa, mas surtar assim não faz bem aos bebês.

  - São dois, Brianna! Dois. Eu não vou dar conta.

  - Vai sim – ela sorri. – Tenho certeza.

  A doutora me dá uns minutos para eu me recuperar e logo em seguida meus exames chagam, ela os confere meticulosamente e por fim me receita algumas vitaminas e suplementos, me dá os parabéns mais uma vez e deixa minha próxima consulta marcada.

  Como eu estou grávida de pouco mais de um mês a doutora disse que foi sorte vermos os bebês, por que muitas vezes gravidez gemelar só é identificada depois do segundo mês e às vezes até mais. Mas graças à descoberta cedo eu vou poder ter todo auxílio que precisar durante esses próximos meses, principalmente agora que são dois bebês!

  Eu ainda estou sem acreditar quando dirijo pra casa. Brianna e Susan nos convidaram para uma noite de filmes e eu e minha cunhada só vamos buscar as crianças na aula de natação para seguirmos direto pra lá. E para isso preciso de pegar roupas para Molly e pra mim que somos as únicas que ainda não temos nossa própria gaveta na casa de dona Susan.

  Quando chegamos não tem ninguém em casa, mas isso não é surpresa, Ethan está no trabalho, as crianças na natação e Ruth foi pra casa passar o fim de semana. Eu subo para pegar minhas coisas e as de Molly e Brianna segue em direção à cozinha com a bebê. Quando eu termino de pegar tudo o que preciso e alcanço minha cunhada ela está saboreando um sanduíche sentada tranquilamente em um dos bancos da bancada da cozinha.

  - Sério isso? – pergunto divertida e ela dá de ombros, Molly em seu colo está mais esfarelando que comendo o pão em suas mãos.

  - Por que, não? Você quer? – ela oferece e sorrio, no fim me deu fome.

  Nós terminamos de comer calmamente antes de irmos em direção à escola das crianças. Como dessa vez nós nos empolgamos com o lanche fora de hora chegamos lá e meus filhos impacientes já estavam parados na entrada da escola meio vestidos em roupas de banho meio enrolados em roupões.

  - Você demorou, mamãe! Hoje a gente vai pra casa da vovó! – Charlotte exclamou animada assim que me viu. Ela olhou para trás e percebeu a tia atrás de mim e foi só isso que bastou para correr até ela. – Tia Bri!

  - Por que você demorou, mãe? – Seth perguntou me olhando com curiosidade depois que a irmã saiu atrás da tia. Fui até ele, ajeitei seu roupão e lhe dei um beijo na bochecha, ele se afastou reclamando, mas estava sorrindo.

  - Eu e sua tia nos atrasamos por que ela resolveu lanchar lá em casa antes da gente vir – e seus irmãos acharam que era boa ideia se juntar a ela, eu quero contemplar, mas não posso fazer isso, não ainda, não quando ele não sabe sobre os bebês, nem ele, nem Charlotte e nem Ethan, e eu odeio isso.

  - Por quê? – ele pergunta simplesmente e sou obrigada a rir.

  - Por que ela é esfomeada, agora vamos, sua avó está nos esperando.

  - Cadê o papai?

  - Está trabalhando, mas ele vai pra lá mais tarde. Agora vem.

  - Tudo bem – ele resmungou me seguindo de volta para o carro.

  A noite da família, eu descobri, era uma tradição da família Price, uma vez por semana eles se reuniam para assistir alguma coisa, ou jogar um jogo, ou comer e conversar, o intuito era se verem, o dia não importava, o importante era se reunirem. E hoje resolveram que fariam isso, então estávamos todos convocados para a casa de Susan, não era um convite, era uma intimação.

  Quando chegamos lá fomos recebidos com abraços e beijos, minha sogra que já parecia ter um carinho enorme por mim só parecia ainda mais carinhosa e amorosa depois de saber sobre o bebê. Que agora eram dois! Meu Deus! Eu tinha pedido à Brianna que não falasse nada à Susan, pelo menos não hoje, teria gente demais conosco e eu precisava de mais algumas horas pra absorver a informação, principalmente por que o pai dos bebês nem mesmo sabia que eles existiam.

  Brianna convidou Josh, Julie e Edith, a mãe deles, para se juntarem a nós e quando eles chegaram uma pequena confusão sobre petiscos e qual filme vermos começou e eu amava isso, a interação, o calor, os sorrisos, era bom pertencer a uma família assim. E agora, mais que nunca, eu acreditava fazer parte dessa família.

  Depois de uma discussão envolvendo inclusive uma votação democrática que o filme Frozen quase ganhou, nós terminamos decidindo por assistir O Rei Leão e depois seria Valente, os meninos em menor número não tiveram muita escolha quanto a isso. Já estávamos no meio do primeiro filme, Molly já tinha dormido em seu cercadinho, e nada de Ethan responder qualquer uma de minhas mensagens.

  Observei Brianna aconchegada ao lado de Josh, os dois dividiam um colchão no chão com Charlotte e Julie que estavam deitadas na outra ponta, Seth estava enrolado na poltrona, numa posição que pra mim parecia muito desconfortável, mas ele parecia não se importar, Susan e Edith estavam cada uma em uma ponta do sofá maior e eu e Molly dividíamos o menor antes de eu colocar a bebê em seu cercado, agora estou aqui sozinha, preocupada demais com Ethan para sequer chorar a morte de Mufusa que acontecia na televisão.

  - Ainda nada? – Susan pergunta quando me vê olhando para o celular. Estou prestes a respondê-la quando o aparelho vibra em minhas mãos, é Ethan e eu sorrio em antecipação.

  - É ele – digo à Susan ficando de pé e indo para a cozinha para não atrapalhar o pessoal. – Por que demorou tanto? – é como o atendo.

  - Mil desculpas, Ok? Eu fiquei preso no trabalho. Teve um hospede chato ameaçando processar a gente, uma reunião e eu precisei que desligar o celular e depois mais um milhão de coisas. Desculpe-me, amor, por favor. Não quis te preocupar.

  - Tudo bem – suspiro andando de um lado para outro e tocando a minha barriga, esse pequeno gesto havia se tornado um hábito.  – Você vai demorar a chegar aqui?

  - Você e as crianças ficariam muito chateadas se eu não fosse?

  - Como é?

  - Eu acabei de chegar em casa. Só queria tomar um banho e descansar. Isso aí é praticamente uma festa, e hoje eu não estou no clima.

  - O velho Ethan? – pergunto meio frustrada meio divertida, a verdade é que eu queria muito vê-lo hoje ainda.

  - O que fugia das crianças com o trabalho? Nunca. Eu só realmente não estou a fim de aturar a falação da minha irmã hoje. Mas se você quiser, eu...

  - Não – o interrompo suspirando. Mesmo só ouvindo sua voz Ethan parece exausto. – Fique aí e descanse.

  - Eu vou estar aí amanhã cedo. De madrugada vou estar te surpreendendo. Vamos ter um almoço incrível com minha mãe, Brianna e as crianças. Você vai ver.

  - Promete? – pergunto como uma criança a espera do presente de natal e quase posso imaginá-lo sorrindo.

  - Prometo. Eu te amo, Olivia.

  - Também amo você, Ethan – nós amamos, quero responder, mas não posso e isso me mata. – Até amanhã, então? – pergunto por fim mesmo que não queira desligar.

  - Até. Não vou demorar, então me espere. Ok?

  - Ok. Boa noite, meu amor.

  - Boa noite, Livy.

  Desligo suspirando mais uma vez e volto a tocar minha barriga.

  - É meus amores, o papai não vai poder nos ver hoje – sorrio triste me sentando em uma cadeira da mesa depois de pegar um copo de água. – Eu sei que vocês não gostam dele não saber sobre vocês e eu também não, mas no momento está um pouco complicado de conversarmos. Vocês viram, certo? Que eu tentei?

  - Mãe? – Seth me chama aparecendo na porta e sorrio ao levantar os olhos para olhá-lo.

  - Oi, meu amor.

  - Com quem a senhora estava falando?

  - Umas pessoas muito especiais.

  - E onde elas estão? – ele olha em volta me fazendo rir. Eu queria só poder falar, mas sei que com as crianças eu vou ter que ser muito cuidadosa a respeito dos bebês, sobretudo com Seth, não quero em momento nenhum que ele se sinta excluído ou coisa assim, não quero que o meu garotinho sofra mais por qualquer motivo que seja.

  - Eles estão aqui com a gente, mas não podemos vê-los – não ainda, eu poderia completar. Mas ainda assim, essa conversa está muito divertida.

  - São espíritos?

  - Não. Mas pra mim eles são anjos.

  - Daqueles que protegem a gente que a vovó fala às vezes? – Seth pergunta curioso e nego com a cabeça.

  - Não, esses são do tipo que trazem amor pra vida das pessoas.

  - Pra nossa vida? Minha, sua, do papai, da Molly e da Lottie?

  - Com certeza. Anjos vem pra trazer coisas boas, promete pra mim que você vai lembrar disso?

  - Sobre os anjos?

  - É. Agora vamos, o seu pai não vai vir hoje então vamos curtir o filme.

  - Por que ele não vem? – Seth pergunta quando começamos a voltar para a sala.

  - Por que ele trabalhou até tarde hoje, mas amanhã ele disse que vem cedo e vai almoçar com a gente e nós vamos fazê-lo passar o dia conosco, certo?

  - Certo – meu garotinho sorri concordando.

  Mesmo incomodado pela ausência de Ethan eu consegui curtir os filmes, no meio do segundo Josh e Brianna já tinham subido para o quarto da minha cunhada, e depois que Charlotte e Julie dormiram Edith resolveu ir embora com a filha, eu levei Charlotte para o seu quarto, Susan resolveu ir dormir também e no fim restamos eu e Seth vendo Valente e cantando a música do filme a plenos pulmões quase 23h00m da noite.

  Depois disso nós resolvemos ir dormir e topamos com Josh e Brianna descendo as escadas uma vez que o namorado da minha cunhada ainda não se sentia a vontade de passar a noite aqui – mesmo que eles ainda não tenham feito nada demais -, então eu e Seth nos despedimos e eu fui colocar meu garotinho na cama. Depois disso levei Molly comigo para o quarto de hospedes, hoje ela dormiria comigo já que Ethan não estava aqui.

  Molly não estava de muito bom humor então tive que acordar para acalmá-la no meio da noite motivo pelo qual quando eu acordei no outro dia pela manhã a bebê ainda dormia tranquilamente, levei-a para o berço que tinha aqui na casa de Susan e me espantei ao ver à hora, já passava das 08h00m da manhã e eu não queria bancar a namorada paranóica, mas quando Ethan dizia que era cedo, era cedo, meu namorado não era do tipo que costumava se atrasar.

  Desci depois de me trocar e encontrei Susan sozinha na cozinha tomando café e comendo torradas, ela me viu ali e sorriu.

  - Café? – ofereceu sua xícara e só o cheiro do liquido fez meu estomago vazio revirar, eu fiz uma careta e ela sorriu. – Enjôo?

  - Não para o café e sim para o enjôo. Susan, você sabe se o Ethan ligou enquanto eu dormia?

  - Não que eu tenha ouvido e nada de mensagens também – ela conferiu o celular e eu suspirei. – Por quê?

  - Ele disse que vinha hoje cedo e até agora nada, nenhuma mensagem. Eu estou começando a ficar preocupada.

  - Se acalme, isso não faz bem ao bebê.

  Bebês, eu quis corrigir, mas queria contar primeiro ao Ethan, e talvez essa fosse uma ótima oportunidade. Se estivéssemos só nós dois em casa eu finalmente poderia dizer a ele.

  - Eu vou até em casa buscá-lo e falar com ele, contar da gravidez, assim eu me acalmo. Pode ficar com as crianças?

  - Claro, vai, sei que Ethan vai amar a notícia e voltem logo, o almoço hoje vai ser mais que especial – minha sogra sorri de um jeito que só posso classificar como suspeito e ali tenho certeza que ela está me escondendo alguma coisa.

  - Susan? Você sabe de alguma coisa?

  - Eu? Nada – sua mentira é tão ruim que me faz rir e a ela também.

  - Vai lá que mais tarde você descobre.

  - Tudo bem – concordo e me despeço dela saindo da cozinha para ir atrás do homem da minha vida.

  Eu estou com uma sensação ruim, na verdade é mais uma intuição de que alguma coisa está errada enquanto dirijo pra casa. E se Ethan tiver se ferido? Se machucado ou algo assim? Aperto o volante e tento me acalmar, por que como Susan disse me preocupar assim não faz bem aos bebês. Respiro fundo uma, duas, três vezes e vou fazendo isso até estacionar em frente à porta de casa.

  Está tudo silencioso quando entro, mas tem coisas que me chamam atenção, há partos na bancada, dois, assim como duas taças e uma garrafa de vinho. Vou até lá com o coração batendo tão rápido que não tenho ideia do que eu estou sentindo. A garrafa está quase vazia e eu estou com um pressentimento tão ruim que sinto o gosto de bile na boca. Subo as escadas e vou andando pelo corredor sentindo todos os nervos do meu corpo tensos. Não é nada demais, digo a mim mesma, está tudo bem. Está tudo bem, está tudo bem...

  Ethan teve alguma reunião de última hora com alguém do hotel e foi só isso. Bebeu um pouco mais que devia e foi dormir, nada mais. Quando abro a porta do nosso quarto paro no lugar, me sinto presa ao chão como um tronco de árvore, estou tremendo, mas nem sei mais se é raiva, choque ou surpresa, meus olhos marejam, mas me recuso a derramar uma lágrima sequer.

  Evelyn está linda, loira e nua sentada na cama, se cobrindo parcialmente com o lençol e com um sorriso tão divertido no rosto que é como um soco, e ao seu lado, para o meu total desespero está Ethan, deitado de bruços e dormindo profundamente um pouco mais vestido que Evelyn afinal estava de cueca, mas era só também, mais nada. Meu namorado estava na nossa cama com a sua ex-mulher e eu não sei dizer que isso é um pesadelo ou não.

  Eles estavam na cama em que eu e Ethan vínhamos dividindo nos últimos meses, eu queria, queria mesmo pensar que tinha uma explicação pra isso, que era uma armação, que nada tinha acontecido, que eles não tinham feito o que tudo indicava que tinham feito, mas como acreditar nisso? O sorriso de Evelyn aumentou quando ela percebeu minha expressão.

  - Surpresa, babá? – ela perguntou divertida quando ficou de pé, trouxe o lençol com sigo deixando Ethan na cama, mas meu, até então, namorado nem se mexeu. – Não me diga que você achou que o caso de vocês era sério? Se achou é mais burra do que eu imaginei – Evelyn riu e eu fiquei lá muda sem saber o que fazer. – Ethan Price é meu e eu sou dele. É isso que somos e sempre vamos ser, independente dos títulos, brigas e o que for, isso aqui – ela apontou para a cama. – É o que acontece quando nos aproximamos, quando nos vemos, Eleonor é a prova. Acho que ele te disse como ela foi feita, ou não?

  Cada palavra da loira de corpo perfeito eram como laminas afiadas em mim, na minha autoestima e no meu coração. Tinha acontecido, eles tinha tido uma recaída, ou seja lá o nome que for, eu não queria acreditar, mas haviam tantas provas que eu não podia fazer nada, a não ser tentar não chorar na frente dessa vaca. E o pior de tudo era que Ethan continuava ali sem acordar, se pronunciar ou mesmo confirmar, era só uma prova viva que eles tinham tido uma noite e tanto.

  - Nossa filha foi feita depois de uma festa em que nos encontramos, nós bebemos e nos divertimos e terminamos nos braços um do outro, por que é sempre assim que acaba, Olivia. Ethan é meu. Mesmo por que, o que você acha que ele estava fazendo com uma babá baixinha e flácida além de passar o tempo? – Quando ela se aproximou de mim eu finalmente consegui dar um passo para trás e sair do quarto, ela deu outro em minha direção, sorriu mais uma vez e eu sabia que ela ia desferir o golpe final. – Você é patética.

  Isso foi demais pra mim, eu engoli minha mágoa, minhas lágrimas, meus sentimentos, engoli tudo o que eu estava sentindo, eu não daria mais esse gostinho a ela, não ia chorar, não ia gritar, eu não queria sentir mais nada.

  - Você venceu – eu murmuro com a voz trêmula e seu sorriso só aumenta.

  - Eu sei. Eu sempre venço.

  Quando dou meia volta já sinto as lágrimas caírem, então eu corro, corro pra longe de Evelyn daquela cena, de suas palavras e principalmente pra longe de Ethan e dos meus sentimentos. Não sei como desço as escadas ou alcanço o carro. Mas dou partida e saio sem rumo, minhas mãos ao volante tremem, as lágrimas embaçam minha visão e as cenas de Evelyn e Ethan na mesma cama passam repetidamente pela minha cabeça como um maldito filme de terror.

  Estou tão perdia em pensamentos que quase atropelo uma mulher que está tentando atravessar a rua, no ímpeto de desviar dela eu viro o volante com tudo e subo na calçada, o carro vai de encontro ao poste de luz a minha frente e então tudo acontece rápido demais. Eu escuto um grito, se é meu ou da mulher de quem eu desviei eu não sei, escuto também o barulho do carro atingindo o concreto e o metal amassando, por fim sinto meu corpo ser lançando pra frente e então eu não vejo mais nada.


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Notas finais do capítulo

Por favor não me odeiem! É só isso que peço, no final vai dar tudo certo (ou não kkkk)!
Mas o capítulo foi esse meus amores, o que acharam? O que foi tudo isso? E o Ethan com a Evelyn? Será que aconteceu? E a Olivia e os bebês, estão bem? Quero opiniões e teorias!
Beijocas e até, Lelly ♥
PS: Vocês sabem que eu amo um draminha no final dos meus livros, né? então desculpem, por isso kkkk ♥
PPS: Para adoçar o coração de vocês depois disso tudo, vou deixar aqui o novo book trailer que minha amiga fez para o livro, espero que curtam! Por que ele está muito fofo!
https://www.youtube.com/watch?v=N4z8sy5aB9k&t=1s



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