Confusão em Dose Tripla escrita por Lelly Everllark


Capítulo 35
Sorriso bobo e provocações.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Olha quem voltou!
Já que a quarentena está para me deixar louca, resolvi continuar a escrever, então é isso, dois capítulos num fim de semana por que vocês sabem que sou ansiosa e não saberia esperar para postar!
Espero que gostem do capítulo, BOA LEITURA :D



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  Ethan

 

  Eu estava tão confortável que o chorinho demorou a penetrar na névoa de sono que me envolvia. Pisquei sem realmente querer abrir os olhos e me deparei com os cabelos escuros de Olivia espalhados sobre o meu peito, seu cheiro estava por toda parte e isso me fez sorrir ao me lembrar da noite passada.

  Eu teria ficado ali enrolado a ela, só sentido seu perfume e me lembrando de ontem se Molly no outro quarto não estivesse exigindo atenção. Olivia se mexeu, mas não acordou, não dessa vez, estava cansada demais e eu também, o pensamento me fez sorrir outra vez, com ela ao meu lado, nos últimos meses só vivia sorrindo. Desvencilhei-me dela e me arrastei da cama com o maior cuidado para não acordá-la. Ver Olivia deitada na cama, nua, parcialmente coberta pelos lençóis e com os cabelos espelhados me fez querer sentir seu gosto mais uma vez, como se não tivéssemos nos amado até o amanhecer.           

  Vesti-me e destranquei a porta indo até o quarto onde estavam as acrianças. Alcancei Molly no berço que já tinha ficado de pé agarrada ao cercadinho que a prendia. A bebê fazia um bico extremamente fofo, a peguei e fingi jogá-la para cima apenas para vê-la sorrir, verifiquei Charlotte e Seth, ambos ressoavam tranquilos esparramados na cama, ajeitei as cobertas de Lottie, fechei e a porta e voltei para o quarto onde Olivia estava, de acordo com o relógio preso a parede ainda eram 08h15m, muito cedo pra alguém, como eu, que foi dormir quase cinco da manhã, mas bem tarde para Molly que adora madrugar.

  Fui até Olivia e ajeitei os lençóis e as cobertas sobre ela para o caso das crianças aparecerem. Beijei sua testa e ela resmungou alguma coisa antes de virar para o outro lado e continuar a dormir. Sorri com a cena. Mas meu sorriso mudou quando me lembrei da noite passada, seus gemidos, sorrisos e reações eram encantadoras, então era tão errado assim eu querer mais quando mal dormirmos?

  - Hoje somos você e eu, Molly – disse a bebê em meu colo que me olhou curiosa. – Eu sei que não sou tão bom quanto ela, mas por agora eu vou ter que servir. Será que sua mãe trouxe as coisas para fazer sua mamadeira?

  Sorri com o que tinha dito, mas era isso que Olivia era, mãe deles, de todos eles, antes mesmo de dois dias atrás quando as crianças começaram a chamá-la assim. Ela havia se tornado mãe deles no momento em que ficou e cuidou deles, os protegeu, deu-lhes segurança para se abrirem e acreditarem nela, Olivia foi mãe deles quando, mesmo com toda a situação com seu pai e sua madrasta não deixou de sorrir e cuidar dos meus pequenos que já são dela também. Ela chegou e ganhou nossos corações, nenhum de nós teve nem se quer uma chance de lutar.

  Fui até a mala da bebê, uma das malas no caso, já que Molly tinha três bolsas só pra ela. Segurei Molly com um dos braços e com o outro vasculhei a bolsa até encontrar o leite em pó e o mingau que ela estava tomando, tinha começado a me perguntar como faria para arranjar a água para preparar tudo quando vi a garrafa térmica na bolsa.

  - Sua mãe pensa em tudo, em Molly? O que seria de nós sem ela? – pergunto e a bebê só ri como se soubesse do que eu estava falando.

  É complicado fazer tudo com uma única mão, mas no fim consigo colocar tudo na mamadeira sem muitos problemas. Balanço bem e sento-me no sofá de dois lugares que há no quarto para alimentar a bebê enquanto observo-a sugar avidamente e vez ou outra desvio os olhos para olhar Olivia na cama. Se eu já não estivesse apaixonado por ela, ontem, quando ela me perguntou tão séria o que nós éramos eu teria me apaixonado, ou talvez no momento em que a vi nua na cama, envergonhada e linda, como um anjo a me esperar eu com certeza teria me apaixonado. Olivia tinha se infiltrado pelos meus poros e fazia parte de mim e eu já não podia negar isso, nem mesmo se quisesse.

  Quando a bebê terminou eu coloquei a mamadeira sobre a mesa de centro e me dediquei a fazê-la arrotar. A verdade era que Molly era uma Price e isso significava que daqui a pouco ela já estaria exigindo um café da manhã outra vez. Troquei sua fralda e resolvi tirá-la do vestido cheio de babados que usava, encontrei um body azul claro em sua bolsa e a vesti com ele. Estava prestes a procurar uma saia ou short para a bebê quando ouvi batidas na porta. Fui até lá abri-la com Molly no colo.

  Uma garota com o uniforme do hotel estava parada a minha frente com um carrinho repleto de café da manhã como o de ontem, em pratos de aparência cara e bem decorada.

  - Bom dia Sr. Price! Eu vim hoje mais cedo trazer o café da manhã, mas ninguém atendeu a porta então resolvi voltar mais tarde – é como ela me cumprimenta. – Posso entrar?

  - Claro – dou espaço e logo me lembro de Olivia na cama e me viro para olhá-la, felizmente ela ainda está coberta e dormindo tranquilamente.

  A garota entra com o carrinho e o deixa perto da mesinha de centro.

  - Mais tarde venho buscá-lo – ela indica o carrinho e sorri ao ver Olivia espalhada na cama. – Ontem sua esposa quase que não me deixa entrar com o carrinho.

  - Sério? – pergunto surpreso acompanhando-a até a porta.

  - Sim, ela não parecia estar acreditando que eu estava aqui para trazer o café, foi divertido, enfim, desculpe se incomodei e bom apetite – ela se despede, sorri e segue pelo corredor.

  Sorrio ao imaginar a cena que elas protagonizaram ontem pela manhã, é fácil imaginar Olivia encarando-a sem deixá-la entrar. Quando me viro outra vez para observá-la surpreendo-me ou ver Olivia sentada na cama com o lençol cobrindo apenas suas pernas, nua da cintura pra cima, com o cabelo bagunçado e o maior sorriso que já a vi dar. Era uma visão dos deuses.

  - Você é maravilhosa, sabia? – pergunto e ela ri, de um jeito espontâneo que aquece meu coração.

  - E você é incrível – ela devolve o elogio puxando o lençol para se cobrir, acabando com a minha visão. – Dormi por muito tempo?

  - Não, nenhum de nós – digo e Olivia fica vermelha. – Quer café, minha tigresa?

  - Quero, mas primeiro quero minhas roupas, você as viu?

  - Sua calcinha de joaninha? – provoco e ela fica ainda mais vermelha.

  - Idiota! – diz me atirando um travesseiro que só não acerta por que saio do caminho.

  - Eita, Molly! A mamãe ficou nervosa – comento com a bebê em meu colo e Olivia se limita a me olhar feio depois que levanta enrolada no lençol. Ela junta algumas peças de roupa que pega na mala e vai para o banheiro, mas antes me olha e sorri.

  - A noite foi incrível, seu idiota – ela diz antes de se fechar no banheiro, sorrio encarando a porta fechada.

  - Vamos organizar um café da manhã na varanda pra mamãe e para os seus irmãos, Molly? – pergunto a bebê que também tinha olhado para a porta em que Olivia sumiu.

  Não foi difícil conduzir o carrinho com o café até a varanda que tinha uma mesa de madeira de quatro lugares coberta com uma toalha verde clara. Sentei-me em uma das cadeiras, coloquei Molly sentada em meu colo e comecei a colocar os pratos em cima da mesa, fazendo um verdadeiro malabarismo para evitar que a bebê alcançasse alguma coisa com seus braços gordinhos.

  - Papai, mamãe! – ouvi Charlotte chamar e sorri, ao menos minha filha era educada e chamou antes de entrar no quarto.

  - Estou aqui na varando meu amor, pode entrar – chamo-a que aparece instantes depois, descabelada coçando um olho com o vestido todo amassado.

  - Cadê a mamãe? – é sua primeira pergunta, nada de “Bom dia” ou “Oi, papai”. Sorrio divertido, primeiro Olivia, depois eu, já me conformei.

  - No banheiro, quer se juntar a mim e fazer uma mesa bem bonita pra ela? – pergunto e ela se anima.

  - Sim!

  Se for para Olivia a resposta deles é sempre sim e eu amo isso, por que sei que a recíproca é verdadeira, sempre que é para algum deles, a resposta de Olivia é sim também, sempre sim, sei que ela vai mover céus e terras por qualquer um dos três. Charlotte mais atrapalhou que ajudou, mas por fim conseguimos colocar tudo antes que Olivia saísse do banheiro.

  Quando Olivia apareceu usava um short jeans e uma camiseta vermelha simples, seus cabelos estavam amarrados no seu típico rabo de cavalo e ela sorria ao nos olhar. Como podia ser tão linda?

  - O que é tudo isso? – perguntou.

  - É pra você mamãe! – Lottie responde animada. – Café da manhã!

  - Muito obrigada, meu amor! – Olivia sorriu ao se aproximar e pegá-la no colo para abraçar a pequena e beijá-la. – Obrigada você também – ela disse instantes depois olhando diretamente pra mim. E algo me dizia que não era sobre o café. Olivia se inclinou sobre as meninas e me de um beijo rápido.

  - Vamos comer ou vocês vão ficar se beijando? – Charlotte perguntou impaciente e nós rimos.

  - Nós vamos comer, senhorita, mas antes vá chamar o seu irmão – Olivia disse a ela que no instante seguinte tinha descido do colo da mãe para correr até o quarto onde estava o irmão. – Não corre! – a morena pediu como sempre, mas era em vão. Olivia finalmente voltou seu olhar para mim e Molly. - E vocês, há muito tempo acordados?

  - Um pouco, estávamos tem umas conversas sérias – digo e ela sorri.

  - Molly meu amor, vem aqui, vem – Olivia chama e a bebê nem hesita antes de se jogar em seus braços. Olivia a pega, beija, cheira e a faz rir. A visão me faz sorrir também. – O papai cuidou bem de você? Você comeu? Ele trocou sua fralda? Estou vendo que trocou sua roupa.

  - Não confia nas minhas habilidades de pai? – pergunto me fazendo de ofendido e ela sorri.

  - Até confio, mas confio mais em Molly. Dependendo da avaliação dela eu decido se você está indo bem.

  - Um complô? É isso mesmo?

  - Chame como quiser – ela ri e nessa hora Charlotte volta sendo seguida por um Seth descabelado, descalço, usando partes do seu smoking e mal humorado. – Bom dia, Seth.

  - Por que eu tive acordar cedo de novo? – ele resmungou em resposta coçando um olho.

  - Pra comer com a sua família e aproveitar nosso último dia aqui, agora vem aqui me dar um beijo e sentar-se à mesa – Olivia diz simplesmente e vejo o pequeno dar um meio sorriso. Como disse é para ela, Olivia, então a resposta é sim. Sempre sim.

  Então ele faz exatamente o que ela pediu, vai até ela lhe dá um beijo, ele aproveita beija Molly também e vai sentar-se perto de Olivia. Charlotte senta-se ao meu lado e assim damos início ao nosso café. Em meio a risos, conversas e Molly jogando comida em tudo e todos, com sua animação costumeira, e nós tentando desviar de suas ágeis mãozinhas. Estendemos nosso café até pouco depois das 10h00m da manhã e só então resolvemos descer para a piscina e como Olivia bem colocou, aproveitarmos nosso último dia aqui.

  Esse fim de semana poderia se estender por mais alguns dias.

  Assim como ontem há uma pequena comoção antes de sairmos para a piscina, chinelos perdidos, bóias que esvaziaram, chapéus esquecidos em lugares inimagináveis, mas como sempre Olivia está preocupada e atenta a tudo, lembrando de pegar guarda-sol e besuntando as crianças de protetor solar. Ontem quando perguntei se ela não passaria em mim, era brincadeira, mas ela levou a sério e o fez, meio tímida, mas o fez, hoje não peço, ela simplesmente sorri ao espalhar o produto em mim com um sorriso que ela definitivamente não deveria me dar quando tenho Molly no colo e não posso jogá-la na cama e retirar o minúsculo biquíni que usa.

  Olivia sabe disso, por que se limita a rir e me dar um selinho quando termina, deixando-me apenas na vontade. Ela não pode fazer algo como isso e não pensar que não irei me vingar quando tiver chance. Nós saímos do quarto e descemos pelo elevador mesmo que as garotas ainda fiquem desconfortáveis dentro da caixa metálica que sobe e desce, nem Olivia, nem Charlotte voltaram ao hotel depois do incidente.

  Quando chegamos à área externa do hotel as garotas decidem que vão primeiro ao parquinho infantil que há próximo das piscinas e eu e Seth resolvemos dar um mergulho. Eu amo saber que podemos ser assim agora, uma família que não precisa estar junta a cada segundo para ainda sim nos divertirmos. Minhas garotas Price se despedem e saem lindas desfilando sem nem mesmo olharem para trás, Seth e eu ficamos lá a olhá-las se afastarem.

  - Papai por que eu tenho duas irmãs e nenhum irmão? – meu garoto pergunta quando ainda estamos vendo-as ao longe.

  - Por que Deus achou que daríamos conta de todas as garotas, por isso as mandou – digo divertido quando finalmente desviamos o olhar e começamos a andar em direção às piscinas.

  - Mas isso é injusto. Somos só eu e o senhor e tem a mamãe, a tia Bri, a vovó, a Lottie e a Molly – ele lista e eu sou obrigado a rir para não chorar. Por que ele tem razão, elas são muitas para ao menos termos chance de lutar.

  - Eu sei que é injusto, mas nós temos que nos impor e deixarmos claro quem manda – digo e ele sorri.

  - A mamãe, né?

  - Exatamente – concordo e Seth sorri também. No fim nós dois sabemos que estamos nas mãos delas.

  Nossa manhã passa tranquila, divertida e só encontramos nossas garotas na hora do almoço por que do parquinho foram fazer compras nas lojinhas do resort e perderam a noção do tempo, quando nos encontraram outra vez estavam cheias de sacolas e com sorrisos divertidos no rosto. Olivia só me entregou Molly antes dela e Charlotte irem até o quarto deixarem as coisas. Seth, Molly e eu escolhemos uma mesa no restaurante enquanto as esperávamos.

  O almoço foi tão animado quanto o café, mas dessa vez Olivia tentou fazer com que Molly fizesse menos bagunça. Por que não eu? Bom, eu não teria nem chance contra a bebê.

  Conseguimos comer e depois do almoço todos concordamos que merecíamos uma soneca já que a noite de todos foi menor que o esperado. Molly chegou ao quarto já dormindo. Seth não precisou de muito para despedir-se e ir para sua cama, esse adorava dormir, queria só ver se quando ficasse mais velho continuaria assim, Charlotte foi a que mais relutou, mas depois de meia hora de um filme da Barbie que a pequena fez eu e Olivia vermos com ela, dormiu também. Levei-a para sua cama e quando voltei Olivia estava deitada na cama usando a parte de cima do biquíni e um short jeans ainda distraída vendo o filme da bonequinha loira com mais de uma dezena de profissões.

   Pulei ao seu lado na cama apenas para assustá-la e funcionou, ela me repreendeu e riu.

  - Ethan! O que é isso? Quer me matar do coração?

  - Não, quero outra coisa – disse puxando-a até mim e sua gargalhada se intensificou.

  - Noite passada não foi o suficiente, não? – ela perguntou inocente quando parou de rir e eu neguei com a cabeça.

  - Não chegou nem perto – digo com o sorriso de canto que sei que ela adora antes de tomar sua boca num beijo arrebatador.

  Talvez nosso fim de semana se estenda afinal.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado de ver nosso Ethan mais uma vez!
Beijocas e até, Lelly ♥
PS: Nós vamos entrar na reta final do livro, mas não se desesperem, por favor, vocês sabem que sou enrolada então ainda teremos pelo menos mais uns oito ou dez capítulos, mas sim, amores, está acabado!



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