Confusão em Dose Tripla escrita por Lelly Everllark


Capítulo 25
Uma pequena confusão por um grande motivo.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, vooooooltei!!
Viu? Eu não morri! Eu sumo, mas sempre volto!
Dessa vez eu só gostaria de me desculpar por ter sumido por tanto tempo, é fim de bimestre e ser professora em fim de bimestre é uma loucura, eu me enrolei toda e quando vi já tinha passado muuuito tempo e nada de capítulo novo, me desculpem mesmo!
Espero que gostem do capítulo, BOA LEITURA! :D



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— Como sempre, Molly, somos só nós duas – digo à bebê sentada em sua cadeirinha no banco de trás da minivan.

  Sempre que Charlotte e Seth estão na escola a casa fica um silêncio. Hoje principalmente, por que Ruth está de folga, ainda não é nem hora do almoço ainda e já tinha organizado todos os quartos quando decidi vir até o supermercado com Molly, precisávamos de fraldas, e algumas frutas. A verdade era que eu estava no tédio então umas compras não nos fariam mal.

  Estacionei o carro e peguei a bebê, sua bolsa deixando a cadeirinha para trás. Molly tinha completado seis meses e era a bebêzinha mais fofa do mundo, com seus olhos azuis curiosos e mãos gordinhas que atualmente tentavam alcançar tudo. A pequena já sentava e rolava atrás de seus brinquedos no cercadinho. Eu sabia que ia enlouquecer, mas não via a hora dela começar a engatinhar.

  Segui para dentro do supermercado com Molly no colo, mas assim que encontrei um carrinho com cadeirinha, forrei a manta e a coloquei, a bebê adorava as cores e os sons a sua volta e parecia atenta a tudo. Estava escolhendo umas maçãs quando uma senhora de sorriso gentil se aproximou, isso já não me incomodava nem surpreendia já que Molly, com seus olhos azuis e bochechas fofas, chamava muita atenção e encantava a todos.

  - Olá bebêzinha – a senhora sorriu para Molly que retribuiu o sorriso tentando alcançá-la, ultimamente ela parece uma pouco mais à vontade com estranhos. A mulher olhou para mim e sorriu também. – Sua filha é linda. Quantos meses ela tem?

  - Seis. Molly, diga “Oi” – digo e a bebê logo procura por minha voz. Nas últimas semanas eu simplesmente desisti de dizer que ela não era minha filha, apenas concordar era mais fácil.

  - Oi, Molly. Ela me lembra minha netinha que acabou de completar um ano. Quando elas estão assim parece que o tempo corre mais depressa então aproveite o máximo que puder.

  - Eu vou – repondo sorrindo quando ela acena se afastando. Despeço-me também e sigo em direção às laranjas.

  Estou dividida entre escolher as frutas e brincar com Molly quando sinto meu celular vibrar em meu bolso. Um número desconhecido pisca na tela e atendo mesmo que não goste nada da sensação de atender ligações assim.

  - Alô? Quem fala?

  - Aqui é da escola de Seth Price. Você é Olivia Cooper? A babá?

  - Eu mesmo. Por quê?

  - Por que o Sr. Price nos deu seu telefone em caso de emergência há algumas semanas. Tivemos uma pequena confusão aqui na escola envolvendo Seth e não conseguimos contatar o Sr. Price e ele nos tinha pedido que caso isso não acontecesse que falássemos com você. Mas nesse caso Srta. Cooper, precisamos do pai de Seth aqui na escola. Você acha que pode contatá-lo e pedir a ele que venha até aqui?

  - Claro eu... Eu vou dar um jeito de falar com Ethan, não se preocupe, mas o que aconteceu? É...?

  - Ah me desculpe eu sou a nova secretária da escola, Martha. E acho melhor conversar pessoalmente sobre isso, Srta. Cooper.

  - Certo, Martha, vou encontrá-lo e mandá-lo até aí. Mas você pode ao menos me dizer se Seth está bem? Ele se machucou?

  - Ele está bem, não se preocupe. Agora tenho que desligar, não demore.

  - Tudo bem – desliguei relutante. – Droga, Molly, parece que seu irmão se meteu em uma confusão e seu pai não atende ao telefone, nossas compras vão ter que ficar para outro dia – disse a bebê que só me olhou curiosa.

  Devolvi as laranjas e deixei as maçãs e as fraldas no carrinho quando peguei Molly e segui para o estacionamento. Hoje teria que deixar tudo pela metade, mas não me importava, meu pestinha encrenqueiro era mais importante.

  Fui o caminho todo entre o supermercado e a minivan tentando ligar para Ethan, mas ele não entendia, depois de parar na caixa postal pela terceira vez, desisti. Olhei para Molly em meu colo que me encarava curiosa e suspirei.

  - Esse seu irmão dá trabalho em, meu amor? E seu pai não está ajudando. Vamos atrás deles? Sim? - perguntei quando ela sorriu pra mim, fingi mordê-la apenas para ouvi-la rir antes de prender a bebê em sua cadeirinha no banco de trás.

   Sentei-me atrás do volante, mas antes de dar partida liguei para Ethan outra vez, chamou até cair e ele não atendeu, então segui até onde eu sabia que ele estaria, o seu hotel de rico cujo mais perto que cheguei de entrar foi passando na frente quando ia ao centro.

  Era estranho estar dirigindo até o trabalho de Ethan, eu nunca tinha ido até lá realmente, mas eu sabia onde ficava, nós já tínhamos passado em frente ao hotel grande e imponente algumas vezes, só que entrar lá, seria a primeira vez. Mesmo antes de trabalhar pra ele eu não tinha entrado em um hotel caro como esse. Depois de vinte minutos eu estacionei lá perto, em frente a ele daria trabalho demais. Peguei Molly e sua bolsa e segui até a entrada.

  A fachada em mármore e madeira era linda e imponente, o hotel em si era incrivelmente lindo. Passei por um carregador e segui até o balcão de mármore no hall de entrada, havia muita movimentação para uma sexta-feira de manhã, mas era interessante ver as pessoas com suas malas indo de um lado ao outro.

  Alcancei à recepcionista e ela sorriu para mim.

  - Bem-vinda ao Price’s Plaza, em que posso ajudá-la?

  - Eu bem... Estou procurando o Ethan, digo, o Sr. Price.

  Ela me olhou com curiosidade depois encarou Molly em meu colo.

  - Vou ver se posso ajudá-la, mas preciso do seu nome, senhorita?

  - Cooper, Olivia Cooper. Será que pode ser rápida? É urgente. – pedi e ela assentiu. Discou no telefone a sua frente trocou duas palavras com quem quer que fosse do outro lado, arregalou os olhos, assentiu e desligou.

  - Você pode subir, Srta. Cooper está liberada. O escritório do Sr. Price é no último andar. Ele está em reunião, mas vai sair em poucos minutos, pode ficar à vontade.

  - Obrigada – agradeci e sem mais delongas fui em direção ao elevador.

  Em outras circunstâncias eu até poderia observar os detalhes do hall, dos elevadores, até mesmo dos tapetes de aparência cara no chão, mas na pressa eu só queria ir até o encontro de Ethan. Seth não era a criança mais fácil do mundo e me assustava um pouco pensar no que ele poderia ter feito ou no que poderia ter lhe acontecido. Será que eu pararia de me preocupar com eles em algum momento?

  Quando a porta do elevador abriu ajeitei Molly em meu colo e sai para o pequeno hall a minha frente, havia uma loira sentada atrás de uma mesa remexendo papéis como se disso dependesse sua vida, ela praguejava frustrada e em outro momento eu teria sentido pena dela, eu já havia sido secretária, de um lugar muito menor, claro, mas tinha ideia do que era.

  - Com licença – pedi me fazendo ser notada e ela finalmente levantou os olhos para me encarar.

  - Você é a Olivia Cooper? – ela perguntou e eu assenti. – Cora me avisou da sua subida. Sou Jennifer a secretária do Sr. Price – a loira sorriu de maneira presunçosa e já não gostei dela.

  - Ótimo – ironizei, mas ela não pareceu notar. – Onde ele está? Eu preciso vê-lo.

  - Se é um recado eu posso dar – Jennifer ficou de pé largando seus papéis. – Não precisava ter subido até aqui só por isso.

  - Não é um recado. Nem nada que eu possa delegar a outra pessoa. Você vai me dizer onde ele está ou não?

  - Srta. Cooper, ouça, não é comum pessoas subirem até aqui, o Sr. Price é um homem ocupado e sou eu quem resolvo pequenos problemas pra ele. Então apenas me diga o que quer que vou ver o que posso fazer. Na verdade gostaria de saber por que Cora deixou você subir. Ele não costuma receber ninguém além da mãe e da irmã – Jennifer terminou com um sorriso que quis muito socar e talvez eu tivesse socado se não estivesse com Molly no colo. Como Ethan tinha tido coragem de contratar uma mulherzinha tão chata? Era impressão minha ou ela queria por que queria me tirar daqui?

  - Bem Jennifer, não vou poder ajudá-la, por que meu assunto é com o Ethan, que já está me fazendo perder a paciência, não com você. E eu subi por que precisei, não que seja da sua conta, claro. Agora cadê ele? Cadê aquele idiota?

  - Bem é isso, acho que resolvemos tudo. Jennifer por que demorou tanto...? – Ethan se interrompeu assim que me viu ali. Ele saiu de uma das portas de madeira do hall onde estávamos, foi seguido por algumas pessoas, a maioria me olhou com curiosidade, mas não disse nada só se despediu e passou por mim. Ethan ainda me encarava surpreso quando voltou a falar. – Olivia? Está fazendo o que aqui?

  - Eu precisei vir, te liguei um milhão de vezes e você não atendeu. Molly, amor, agora não – pedi a bebê que começou a choramingar em meu colo. Troquei-a de lugar e a ninei. Ethan se aproximou de nós e pegou a bolsa da bebê do meu ombro e colocou no seu.

  - Olivia, olha pra mim, o que está acontecendo, você nunca veio aqui. Nem no dia em que voltou e ficou com as crianças.

  - Bem, naquela época eu não sabia onde você trabalhada e aquilo não foi tão urgente.

  - Se aquilo não foi urgente eu estou com medo de saber o que aconteceu.

  - Me ligaram da escola do Seth, ele aprontou alguma ou se meteu em alguma confusão. Disseram-me que ligaram pra você, mas você não atendeu, então me ligaram. Eu levei um susto quando atendi. A infeliz da secretária não quis me dizer o que houve. Eu...

  - Hei, Livy! Olha pra mim – Ethan pediu tocando meu queixo me fazendo encará-lo. Ele sorriu e colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha. - Se acalma, Ok? Ele está bem? Seth se machucou? – ele pergunta e nego com a cabeça. – Então fica calma. Jennifer eu vou sair agora, desmarque tudo o que eu tiver pelo resto do dia. E por que você não me avisou que a Olivia estava aqui?

  A loira inda parece em choque ao nos encarar, ela está branca como papel, pela sua reação ela parece gostar do moreno a minha frente e só essa ideia me faz querer socá-la um pouco mais.

  - Eu não tinha ideia de quem ela era. Desculpe-me, Srta. Cooper, Sr. Price.

  - Se Cora a deixou subir foi por uma boa razão então não faça algo como isso outra vez, Ok? Olivia tem livre acesso a minha sala como minha mãe e minha irmã. Principalmente se ela estiver com meus filhos.

  - Sim, senhor – a garota responde parecendo assustada e não consigo nem me sentir mal por ela.

  - Vamos, Livy, vamos resolver a bagunça do seu garoto encrenqueiro – ele pega minha mão e nos guia até o elevador.

  - Meu? Quando ele está aprontando é seu – digo divertida e ele sorri pra mim. Como é possível que um sorriso faça meu coração disparar assim?

  - No caminho a gente decide isso.

  Antes da porta do elevador se fechar ainda posso ver Jennifer nos encarar parecendo incrédula, talvez para ela tenha sido demais ver o chefe bonitão com outra, pra mim teria sido. Descemos todos os andares e acho que todo mundo parou o que estava fazendo para ver Ethan Price atravessar o hall de entrada do hotel de mãos dadas comigo enquanto tinha uma bolsa de bebê no ombro. Talvez tenha sido demais pra todo mundo.

  Quando finalmente saímos resolvemos que era melhor e mais fácil irmos na minivan, Ethan deixaria seu carro no hotel e qualquer coisa viria trabalhar de táxi no dia seguinte. Ele se ofereceu para dirigir e não neguei, estava tão ansiosa que era capaz de fazer alguma besteira. Quinze minutos depois estávamos estacionando em frente à escola das crianças.

  Descemos da minivan, dessa vez Ethan pegou Molly e eu a bolsa, eu cumprimentei seu Hugo, um dos porteiros, eu vinha tanto aqui que os conhecia a todos.

  - Seth aprontou alguma? – ele perguntou divertido quando nos aproximamos do portão e dei de ombros.

  - Quando é que ele não está aprontando? – devolvi a pergunta ele riu quando passamos por ele.

  Não foi difícil entrar e achar a secretaria da escola, eu ia ali algumas vezes pegar alguma informação, ou ouvir que Seth tinha aprontado alguma coisa, mas nunca tinha sido assim tão grande a confusão a ponto de chamarem Ethan em pleno horário de aula.

  Vi uma morena baixinha e de óculos, ela sorriu ao nos ver.

  - Olivia e Ethan, certo? Eu sou Martha a secretária da escola.

  Assenti.

  - Nós nos falamos por telefone. O que aconteceu?

  - Se puderem me acompanhar, o diretor vai vê-los, ele já conversou com os outros pais e alunos envolvidos.

  Eu e Ethan nos olhamos, ”outros pais e alunos envolvidos”? Envolvidos no quê? Pelo amor de Deus. Seguimos com Martha até a porta de madeira escura. Quando entramos os únicos ali eram Seth e o diretor Roger, um senhor de meia idade com metade dos cabelos brancos que podia ter um sorriso gentil, ou como agora, um olhar severo. Meu pestinha tinha a cabeça baixa e não nos olhou em momento nenhum.

  - Olivia, Ethan, sentem-se, por favor – Roger indicou as cadeiras a sua frente. Seth estava num banco de madeira mais atrás. O diretor sabia que eu era só a babá, mas não parecia incomodado em me ver ali. – Então, Seth como sabem não é um menino fácil. Ele vive recebendo castigos, mas nada que sua professora não pudesse resolver, mas dessa vez ele passou um pouco dos limites. Ele agrediu um colega durante o recreio hoje.

  - Ele fez o quê? – Ethan perguntou surpreso e eu também estava, nós dois olhamos o garotinho que ainda se recusava a levantar os olhos, Seth podia ser o que fosse, mas violento? Isso eu me recusava a acreditar.

  - Isso mesmo Sr. Price, seu filho agrediu com colega hoje, o colega revidou, mas foi ele quem começou a briga. Seth, mostre sua mão aos seus pais – o diretor pediu, mas ele não se mexeu. – Seth, por favor.

  Ele estendeu a mão direita com a palma voltada para cima e aos poucos foi virando-a, os nós dos seus dedos estavam vermelhos e arranhados. Fui até ele e tentei tocar sua mão, mas ele voltou a escondê-la ainda sem nos olhar.

  - O que foi isso? – perguntei a ninguém em particular. Só queria entender o que estava acontecendo.

  - Isso, Srta. Cooper, foi Seth socando o chão depois de tentar acertar o colega e errar, ele estava em cima do amigo e outros dois colegas dele tiveram que tirá-lo de lá para que o estrago não fosse pior.

  - Eu não acredito...

  - Você fez isso Seth!? É assim que resolvemos as coisas? Vamos me responda!? – Ethan exclamou assustando Molly em seu colo e fazendo Seth se encolher ainda mais. – Por que você fez isso?

  - Ethan, por favor – pedi pegando Molly e olhando-o nos olhos, acalmei a bebê que se agarrou a mim, ele olhou para mim, Seth e Molly e suspirou.

  - Desculpa.

  - Sr. Price, sente-se, vamos ouvir Seth. Seth, pode nos dizer por que você fez o que fez?

  Ethan voltou para sua cadeira, mas virou-se para encarar o filho, já eu sentei-me ao lado de Seth.

  - Seth? – chamei e ele finalmente me olhou, os olhos vermelhos e o rosto manchado de lágrimas, ele não estava machucado fisicamente, mas parecia tão pequeno e triste, de um jeito que nunca o vi. – O que aconteceu?

  - Ele estava falando de mim, de você, eu só queria que ele parasse de falar – meu garotinho fungou. E eu quis muito abraçá-lo. Mas não o fiz, isso com certeza o assustaria e eu queria ouvir e entender o que ele estava falando.

  - Comece do inicio Seth, para que possamos entender o que aconteceu – o diretor pediu e ele fez que sim.

  - Eu tava no recreio, a gente tava apostando corrida e eu e o Scott batemos de frente, mas foi culpa dele, por que ele foi desviar das meninas. Mas não machucou. Ai o David e os meninos foram rir e o David disse que eu tinha que contar pra minha mãe. Então ele mesmo parou de rir e disse que não tinha como eu fazer isso já que eu não tinha mãe. Nessa hora eu mandei ele calar a boca, mas ele não parou. Foi aí que ele falou que eu só tinha você Olivia, só uma babá, mas que eu não estava mal por que você era... Era muito gostosa – Seth disse a palavra num esforço, com os punhos cerrados. – Aquilo me irritou pra caramba, por que é você, e ele não pode falar assim! Eu mandei ele retirar tudo, mas ele ficou rindo e fazendo piadinha que se fosse pra não ter uma mãe assim até ele queria, foi nessa hora que eu não aguentei e comecei a bater nele.

  Quando Seth para de falar a sala fica num silêncio, Ethan parece ainda mais irritado e tenho certeza que isso não é bom. O diretor parece surpreso com o relato.

  - É isso que a sua escola ensina? Bullying? – Ethan praticamente rosna para o diretor, Roger respira fundo antes de começar a falar.

  - Sr. Price, é claro que não é isso que pregamos, não se pode julgar toda a escola pelo comportamento de um aluno, do mesmo jeito que o que o David fez foi errado, o que Seth fez agredindo-o também foi e muito. Os outros alunos nos contaram o que aconteceu, mas omitiram algumas partes, eu sabia que não era só o que me falaram, deixei Seth por último apenas para confirmar. Como amanhã é sábado, não vou suspender nenhum deles, vou deixar que pensem durante o fim de semana e segunda-feira vai começar o castigo. Eu já conversei com Seth, e peço que vocês façam o mesmo, não é assim que assuntos como esse devem ser resolvidos. Em nenhum ambiente, principalmente em uma escola. Estamos entendidos, Seth?

  - Sim, senhor – o garotinho murmurou.

  Eu e Ethan os entreolhamos e ele assentiu.

  - Vamos, Seth? – chamei-o e ele ficou de pé sem ao menos me responder, pegou sua mochila que até então eu não havia notado perto do sofá.

  - Sr. Price, podemos falar em particular? – Roger pediu e Ethan assentiu.

  - Vem, Seth, vamos esperar seu pai no carro – disse seguindo para a saída e ele veio atrás de mim sem falar nenhum pio. Ele costumava ser quieto, mas dessa vez não estava nem mesmo se parecendo com ele.

  Nós chegamos à minivan e ele se arrastou até o banco de trás ainda sem falar nada. Coloquei Molly em sua cadeirinha e segui para o banco do passageiro a fim de esperar por Ethan. Tudo o que Seth disse ainda martelava em minha cabeça, me surpreendia, deixava lisonjeada e meio sem reação saber que metade do que ele tinha feito era por minha causa. Eu sempre respondia suas provocações com um “Também te amo”, mas nunca me ocorreu que ele de fato me considerasse tanto assim.

  Quando Ethan apareceu e sentou-se atrás do volante, nós continuamos em silêncio.      

  - Eu estou muito ferrado, não estou? Podem falar. Eu não devia ter batido no David, eu sei disso, mas não me arrependo – Seth diz finalmente.

  - Mas devia, Seth, não é assim que se resolvem as coisas. Mesmo que tenha defendido sua mãe e eu. Não é assim que funciona, sua mãe não ia gostar disso, ia?

  - Não sei, Olivia. Por que eles têm razão. Eu não tenho nenhuma mãe.

  - Seth, é claro que você tem uma mãe, todo mundo tem – insisti vendo Ethan apertar o volante com força só ouvindo nossa conversa.

  - Eu não tenho. Nem nunca tive. E não era ela que eu tava defendendo, era você. Por que é você e ele não pode falar daquele jeito!

  - Seth... – digo sem saber como continuar. Ele não tem mãe? O que isso quer dizer?

  - Nós conversamos em casa – Ethan decide ligando o carro quando não consigo terminar minha sentença. O olho, mas ele não me olha de volta, apenas encara a rua a nossa frente.

  O clima acabou de ficar ainda pior e eu já não estou entendendo mais nada. Mas dessa vez não vou deixar pra lá, não vou fingir que não ouvi, por que esses Price’s vão me explicar exatamente o que está acontecendo aqui. Ah, se vão.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e finalmente vamos saber mais sobre essa família Price! O que vocês acham que a Livy vai descobrir? Ou ela não vai descobrir nada? Façam suas apostas! O que vocês acham que aconteceu com eles? E essa declaração do Seth?
Quero opiniões, comentem, por favor!
Beijocas e até, Lelly ♥



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