Confusão em Dose Tripla escrita por Lelly Everllark


Capítulo 18
Festa, sinceridade e coragem.


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores!
Como sempre meus dias de postagem não fazem nenhum sentido, maaaas voltei!
Espero que gostem do capítulo, BOA LEITURA :D



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Ainda era surreal pensar que eu estava sentada em uma cadeira no jardim da casa do meu pai no meio do nada, como Molly no colo, vendo Charlotte se enfiar debaixo da mesa onde eu estava para brincar com a boneca que tinha trago. Eram eles mesmo, todos os quatro aqui e eu só sabia sorrir ao pensar nisso.

  - Tinha fila no banheiro. Sua família é muito grande – Ethan reclama se juntado a mim sentando-se na cadeira ao meu lado.

  - É a família da Erika – respondo como se fizesse alguma diferença pra ele. O moreno ao meu lado me olha com curiosidade e resolvo explicar. – A maioria do pessoal aqui é parente dela. Têm uns poucos que são da família do meu pai e tia Sarah que é irmã da minha mãe.

  - E onde está a sua mãe? – ele pergunta e dou um sorriso triste.

  - Morreu quando eu tinha quatorze anos.

  - Ah, eu não sabia... Sinto muito.

  - Tudo bem. Ainda dói, sempre vai doer, mas eu já me acostumei.

  - Isso não devia ser uma dor com a qual alguém devia ter que se acostumar. Não sei se a Brianna te falou sobre nosso pai. Esse ano fez onze anos que ele morreu.

  - Por que isso acontece? – suspiro e ele nega com a cabeça.

  - Não sei, nem entendo – Ethan responde sinceramente e seus olhos azuis são cheios de compreensão, quero tocar seu rosto, acabar com a distância entre nós e beijá-lo, mas não sei se isso resolveria alguma coisa. Correr o risco de estragar tudo por um beijo? Eu não podia fazer isso.

  Ajeitei Molly no colo no exato momento em que tia Sarah, Jake, Lis, Todd e Robbie apareceram no jardim. Eliot vem correndo em minha direção assim que me vê, mas Seth surge entre nós e os garotos dão de cara um com o outro, ninguém consegue fazer nada além de observar ambos desabarem no chão.

  - Ai – Eliot é o primeiro a se recuperar e reclamar esfregando a testa.

  - Você me atropelou – Seth acusa ficando de pé também e apertando a bochecha vermelha. Entrego Molly para Ethan e vou até o garotinho. Lis alcança o filho também e estamos as duas garantindo que não houve realmente nenhum estrago.

  - Que bom que não se machucaram – Lis sorri. – Mas filho, você não pode correr assim! Olha o que fez com ele. Peça desculpas.

  - Desculpa – Eliot pede parecendo envergonhado e Seth o olha sem saber o que dizer.

  - Seth – incentivo indicando meu sobrinho e ele assente.

  - Tudo bem. Não doendo muito não.

  - Deixando de lado o susto, você conhece esse garotinho encantador, Olivia? – tia Sarah pergunta e vejo meus primos olharem para, Seth, Ethan e Lottie, que veio ver a confusão, com curiosidade. – Eles parecem legais demais para serem parentes de Erika.

  - Tia! – a repreendo, mas todos estão rindo, inclusive Ethan.

  - Então? – minha tia pergunta e sorrio.

  - Tia, pessoal, esses são Ethan, meu chefe, Molly, Seth e Charlotte, seus filhos, as crianças que eu cuido e me dão muito trabalho. - os apresento e viro-me para encarar Ethan. – Galera, essa senhora de sorriso encantador é minha tia Sarah, irmã mais velha da minha mãe e os filhos dela, Robert, ou Robbie, o mais velho, o Jake, o segundo mais velho e o único que se casou, essa fada loira é a Lis, a esposa dele, e o Eliot, o filho deles. E tem também o Todd, o jornalista metido a Indiana Jones, e faltando o Mike, ele é o mais novo e está fazendo residência médica num hospital lá na cidade.

  - Isso tudo é inveja por que meu emprego é mais animado que o seu – Todd reclama enquanto eles se cumprimentam e reviro os olhos, meus primos eram o cúmulo da irritação. Minha tia era uma santa por dar conta dos quatro.

  - Vem Seth, vou te mostrar a casa na árvore da tia Liv – Eliot chama o novo amigo e eles me olham a espera de autorização. Por que eu?

  - A gente pode, Livy? – Seth pergunta e sorrio.

  - Vão lá, mas sem correr – peço, mas é inútil, eles já estão correndo. Charlotte se enfiou outra vez debaixo da mesa e sumiu.

  Os garotos já engataram uma conversa com e Ethan e sorrio ao vê-los interagindo, Robbie e Jake sendo donos de uma imobiliária eles têm muito que conversar.

  - Amor, vamos pegar umas cervejas – Jake avisa Lis dando-lhe um beijo e acho fofo vê-los juntos. Eles eram um lindo casal.

  - Tudo bem, se você ver seu filho, peça a ele que se comporte.

  - Ethan – o chamo quando ele começa a se afastar com meus primos, meu chefe se vir para me encarar.

  - Não vai me entrar Molly, não?

  - Achei que você talvez quisesse um descanso ou ter as mãos livres, afinal, ainda está de folga.

  - E você ia levá-la enquanto tomava cerveja com meus primos? Não mesmo, me dê minha bonequinha aqui, por favor – peço e ele me dá um sorriso de tremer as pernas e acelerar o coração antes de me entrega Molly outra vez.

  - Oh pombinhos, nós vamos estar logo ali, podem ficar tranquilos que as mulheres de vocês não vão fugir, venham logo – Todd faz piada e Robbie está rindo enquanto os quatro seguem até o freezer colocado perto da porta da cozinha.

  Erika passa por eles, dá um sorriso para Ethan que me faz querer esganá-la, mas para minha felicidade é solenemente ignorada quando os quatro estão conversando e indo buscar as bebidas. Ela me vê olhando-a e fecha a cara, isso só me faz sorrir um pouco mais.

  - Estão se divertindo? – minha madrasta pergunta depois de marchar até a mesa onde estamos. Lis dá um sorriso não muito convincente e tia Sarah revira os olhos sem disfarçar sua insatisfação.

  - Eu só vim por que Olivia insistiu. Mas já vi enterros mais animados. Você viu George ou Charles? – tia Sarah não hesita um único instante antes de despejar tudo, eu e Lis temos que nos controlar para não rir. Erika parece não acreditar nas palavras da minha tia, mas não parece surpresa. Elas vivem em pé de guerra desde que meu pai se casou oficialmente com a megera.

  - A festa ainda não começou realmente, Sarah, vai ficar melhor, não se preocupe e quanto aos nossos maridos, devem estar falando de trabalho como sempre, mas eu não os vi. E falando em trabalho, eu vi seu chefe Olivia. – ela se vira para me encarar e queria apenas que ela ignorasse minha existência pelas próximas horas. – Ele é encantador além de muito bonito, não estrague tudo, talvez você não tenha chance de arrumar outro emprego que seja, sabe... – ela olha para Molly em meu colo quase com desdém. – Tão a sua cara.

  Eu quero revidar e atacar, mas às vezes me sinto tão pequena perto dessa vaca que fica difícil fazer alguma coisa, eu nunca tive opinião no que se tratava das discussões que tínhamos em casa, de acordo com meu pai eu estava errada e Erika certa, sempre, sem exceções. Então depois de tanto tempo fica difícil acreditar que eu posso falar o que quero sem, quem sabe, terminar de castigo.

  Eu ainda estou odiando-a em silêncio sem saber o que dizer quando Erika se afasta rindo de uma piada que só ela entendeu e com a qual só ela se divertiu.

  - Você não pode deixá-la falar assim com você, Liv! Não pode, cadê aquela garota determinada e corajosa que sei que você é? – tia Sarah me olha a espera de uma resposta depois de lançar um último olhar fulminante para as costas de Erika. – Se você deixá-la fazer o que quiser essa vaca vence. E isso eu me recuso a aceitar. Já não basta eu ser obrigada a tê-la como vizinha. Agora vê-la pisar em você? Isso eu me recuso. Hannah não a criou para isso e não deixe suas crianças vê-la assim.

  - Sarah... – Lis nos olha sem saber o que fazer e estou envergonhada demais para olhar para minha tia.

  - Tudo bem, Lis. Minha tia é assim, eu também sou um pouco, minha mãe era. É herança das garotas Johnson, sinceridade e coragem.

  - E você está precisando exercitar ambas com a vaca da Erika. Mas deixando aquela cobra ruiva de lado, por que não me disse que tinha um namorado? Um lindo com três filhos?

  - Tia!? – agora estou realmente corada ao passo que Lis ao meu lado está se acabando de rir da minha cara. – Qual a parte que ele é meu chefe e não meu namorado você não entendeu?

  - A parte em que vi como estavam olhando um para o outro.

  - E como seria isso? – pergunto sem tem certeza se quero saber ou não.

  - Como um casal apaixonado. O clima entre você é quase palpável.

  - Isso é verdade – Lis sorri concordando e reviro os olhos.

  - Vocês são loucas e isso é demais. Fora que provavelmente não daria certo, ele é meu chefe e depois que tudo der errado quem vai se machucar sou eu.

  - Ah, pronto! – tia Sarah me olha feio. – Agora você está mesmo me dizendo que está com medo de tentar por que tem medo de se machucar? Eu e sua mãe não a criamos pra isso, Olivia Cooper! Fora que o cara dirigiu mais de três horas para vir até aqui por que não sabia o que fazer e queria te ver! Você tem que arrumar umas desculpas melhores, essas não colaram.

  - Ok, eu desisto. Mas ele não é meu namorado e no mínimo não quer ser.

  - Você tem namorado, Olivia? – Seth surge ao meu lado completamente suado e vermelho exatamente como Eliot que está ao seu lado.

  - Não, eu não tenho namorado, olha o que você fez, tia – reclamo, mas a mais velha está sorrindo demais para falar. – O que querem, já se cansaram da brincadeira?

  - Não é isso não, tia – Eliot sorri e olha para Seth. – Pede você...

  - Não, você pede.

  - bom – meu sobrinho suspira e me encara. – Tia, a gente pode ir brincar no parquinho? Aquele lá da praça?

  - Lá fora? Sozinhos? – pergunto e eles se olham sorrindo.

  - É, por favor, a gente jura que não corre na rua e volta cedo. Pode mamãe? – Eliot apela para mãe e Lis me olha.

  - O que acha? Será que eles vão se comportar?

  - Não sei, eles estão merecendo? – devolvo a pergunta a Lis que está sorrindo.

  - Vovó – Eliot choraminga para tia Sarah que sorri. – Vem com a gente pra mamãe e a tia Liv deixar! Por favor!

  - Eu também quero ir no parquinho! – Charlotte se manifesta saindo debaixo da mesa e tenho que segurar o riso diante do susto dos meninos.

  - Tudo bem garotas, eu vou com eles, qualquer coisa pra sair daqui – minha tia resmunga essa última parte ficando de pé. – Avisem aos garotos e ao Charles que eu estou na praça com as crianças, nos vemos mais tarde.

  - Tudo bem, obrigada, tia – agradeço e ela sorri para as crianças que a olham com expectativa.

  - Quem quer ir ao parquinho?

  - Eu! – um coro de vozes animadas respondem e os quatro se afastam já engatados em uma conversa sobre o quão rápido se pode ir no balanço sem sair voando do assento.

  Sorrio observando-os e vendo os rostos risonhos e corados das crianças só me faz ter mais certeza que eu estou apaixonada e encrencada. Ter coragem e ser sincera? Mas como, se não somos só Ethan e eu envolvidos nisso? Como posso sequer pensar em magoar qualquer um deles se isso der muito errado?

  - Ela é um bebê extremamente bonzinho, em? – Lis me traz de volta dos meus pensamentos olhando Molly em meu colo tentando, como sempre, mastigar meu pingente.

  - Minha bonequinha é um amor. Já pensou se quer outro menino ou uma menininha gora? – pergunto e ela toca a barriga ainda plana.

  - Vai vir o que tiver que vir, mas eu ia adorar ter uma garinha fofa como a sua. Como você aguenta tanta fofura?

  - Não aguento e ela não é minha, Lis.

  - Claro que é sua. O pai dela confia em você, por que está bebendo com seus primos e não parece nenhum pouco preocupado com o fato de que dois dos filhos dele saíram sem dizerem pra onde. Ethan fica olhando pra cá e não está me encarando, disso tenho certeza.

  - Lis... – praticamente gemo fazendo-a gargalhar.

  Quase duas horas depois a festa está realmente mais animada, o sol se pôs, tia Sarah voltou com as crianças que não se deram nem ao trabalho de nos cumprimentar antes de retomarem a brincadeira em meio aos convidados, os meninos voltaram à mesa, e estávamos todos rindo e bebendo, numa festa mais particular e nossa que qualquer outra coisa. Troco Molly, lhe dou mamadeira, as crianças voltam atrás de comida também, Seth e Eliot ainda tem forças para correr pelo jardim, mas Charlotte desistiu, o dia foi longo demais para a pequena que se aninhou no colo do pai, descabelada e descalça.

  Quando os meninos voltam para a mesa imundos, risonhos e com olhinhos cansados decidimos que já está na hora de ir.

  - Vamos? – tia Sarah nos chama e nós assentimos.

  - Vou procurar um hotel para ficar com as crianças – Ethan avisa e ganha vários pares de olhares feios.

 - Que ideia, Ethan, são convidados da Olivia e meus, lá em casa não temos luxo, mas sempre cabe mais um. Nada de hotel – tia Sarah decide e Ethan me olha em busca de confirmação, apenas assinto.

  - Vocês não vão a lugar nenhum, mesmo por que alguém tem que te ajudar com essas crianças imundas e descabeladas – comento fazendo todos rirem.

  Juntamos as coisas e seguimos para a saída, Robbie tinha um encontro e já foi e Todd foi convidado para uma festa e não pensou duas vezes antes de se mandar também. Quando alcançamos o portão Erika e meu pai estão lá recebendo convidados. Jake com Eliot no colo e Lis são os primeiros a se despedirem e sair, tia Sarah e tio Charles os seguem e por fim vou com Ethan e as crianças.

  - Já vão também? – Erika pergunta a Ethan e ele assente e indica Charlotte em seu colo.

  - Está tarde e as crianças cansadas.

  - Vocês já têm pra onde ir? Podem ficar aqui, temos bastante espaço – ela diz com um sorriso direcionado direto a ele e não consigo acreditar que ela está fazendo isso, que está dando em cima do meu chefe assim, comigo e meu pai aqui.

  - Eu agradeço o convite, mas Sarah já nos ofereceu um lugar para ficar.

  - Ah, mas eu insisto.

  - Erika, deixe-o ir, se Sarah já ofereceu um lugar estamos sendo inconvenientes – papai finalmente reage. Antes do que nunca, certo? – Foi um prazer conhecê-lo, Ethan.

  - O prazer foi meu Sr. Cooper.

  - Tem certeza que está tudo bem? Sarah é tão distraída quanto Olivia, essas duas juntas, talvez seja melhor vocês... – ela começa outra vez, mas a interrompo. Pra mim já chega!

  - Eles são meus convidados e se aqui não tem espaço pra mim não vou pedir ao Ethan e as crianças que se prestem a ficar num lugar onde não vão ser bem recebidos! Então, por favor, Erika, já está na hora de você entender o que é um não. Mesmo que o meu pai não lhe diga muito essa palavra. Então não, nós não queremos ficar, não, não precisa insistir e não, não vou mais ouvi-la falar de mim como se eu não estivesse aqui. Agora dá licença que as crianças estão exaustas. Vamos gente – chamo, mas ninguém se mexe. Está todo mundo atônito, principalmente Erika. – Agora.

  Seth é o primeiro a se mexer e me seguir, Ethan dá um último aceno para o casal boquiaberto e seguimos para o outro lado da rua no mais completo silêncio.

  Quando chegamos tia Sarah já está a todo vapor fazendo camas, colocando colchões pelo chão e arrumando cobertores para todos. Ela me informa que vamos ficar no quarto de Mike e que eu podia ir pra lá com Ethan e as crianças, nós desalojamos as cunhadas de Jake, mas as garotas que agora estão dividindo um quarto de hospedes não parecem realmente incomodadas.

  Quando Ethan volta com as malas dos quatro eu olho para Charlotte começando a cochilar suja e descabelada como estava.

  - Charlotte, banho, já. Vem, eu vou ajudar você antes que durma e você Seth, nada de dormir antes de tomar banho também, Ok? Seth? – Chamo o garotinho deitado ao lado da irmã.

  - ouvindo – ele resmunga de olhos fechados.

  - Ok, vem, Lottie, banho das meninas. Fica de olho na Molly? – peço ao Ethan que está me olhando com curiosidade. – O que foi?

  - Nada – ele sorriso de um jeito fofo e resolvo seguir logo para o banheiro com Charlotte antes de fazer alguma besteira.

  Não é difícil tomar banho e dar banho na garotinha, para quem já fez isso varias vezes, estar com ela debaixo do chuveiro facilita muito as coisas. A pequena desperta o suficiente para eu poder lavá-la de um jeito razoável, me visto antes de sair do banheiro. Deixo para ajudar Lottie com seu pijama no quarto e assim que saímos mando Seth ir tomar seu banho, sem muita escolha, o garotinho se arrasta até o banheiro.

  Ajudo Charlotte a se vestir e antes de terminar de ajeitar seu pijama a garotinha já está dormindo na cama outra vez. Temos uma cama de casal e um colchão de casal no chão.

  - Como vamos dormir? – Ethan pergunta e dou de ombros.

  - Que tal garotas na cama e garotos no chão? A não ser que você prefira que eu deixe-os dormirem sós.

  - Nada disso, é muito bem-vinda. E tem certeza que não é melhor irmos procurar um hotel? Sua tia parece estar tendo dificuldades em acomodar todo mundo e a culpa é nossa.

  - Que tia Sarah não te ouça falando isso. Tudo bem que o espaço é pouco e nós somos muitos, mas ela adorou tê-los aqui e nunca que deixaríamos que fossem para um hotel. Então já que não tem problemas, vamos só dormir logo de uma vez.

  - Sim, senhora – ele sorri e não sei se aguento todo o fim de semana com a gente assim, quase fingindo que somos uma família grande e feliz. No fim, desejar que isso fosse real é tão ruim assim?

  Estamos tão envolvidos um com o outro, nessa estranha energia que nos atrai que mal notamos Seth saindo do banheiro.

  - Onde eu vou dormir? – o garotinho pergunta quebrando a mágica e fico feliz em ter algo que não seja Ethan para me focar.

  - No colchão no chão com o seu pai, Ok?

  - bom – Seth simplesmente concorda antes de me devolver a toalha e se jogar em sua cama. Dois minutos depois ele já está dormindo.

  - Acho que agora é minha vez – Ethan indica o banheiro e faço que sim. Ele segue para o banheiro e eu me ocupo de arrastar a cama com as garotas em cima para o canto. Coloco uns travesseiros entre Molly e a parede e decido me deitar entre elas.

  Arrasto-me para o meu lugar ainda com a luz ligada, estou ajeitando a coberta sobre mim e as meninas quando Ethan sai do banheiro com os cabelos molhados e só de bermuda, seus braços fortes, a pele bronzeada e o abdômen definido mexem com minha imaginação e meu coração. Se eu estivesse de pé talvez minhas pernas não tivessem aguentado como o coração parece não aguentar.

  - Posso desligar a luz? – ele pergunta e o olho sem entender.

  - Quê?

  - A luz, Olivia – ele ri. – Posso desligar?

  - Ah, a luz, pode sim, por favor.

  - Boa noite, Olivia – ele deseja logo depois de desligar a luz e se juntar a Seth no colchão.

  - Boa noite, Ethan.

  - Sua relação com sua madrasta sempre foi assim? – Ethan pergunta depois de um tempo me surpreendendo, eu tinha certeza de que ele já estava dormindo.

  - Assim como? Desastrosa comigo deixando ela fazer o que quer?

  - Eu ia dizer complicada – ele comenta e posso ouvir o sorriso em sua voz.

  - Sempre. No inicio eu achei que nos daríamos bem. Papai era jovem quando minha mãe morreu então eu não queria que ele ficasse sozinho. Ninguém conseguiria substituir minha mãe, mas eu adorei a ideia de ter uma amiga, uma mulher pra quem perguntar coisas que me pai não saberia me explicar. Mas não foi bem assim que aconteceu.

  - E seu pai sabe?

  - Que ela me odeia? Sabe sim, mas finge que não vê. Quando a gente briga eu sempre errada, por isso já desisti. Foi preciso minha tia me dar um belo sermão hoje pra eu fazer o que fiz na hora de ir embora. Depois de um tempo a gente não liga mais.

  - Eu poderia dizer que não entendo. Que é um absurdo, que nunca faria isso, mas fiz. É mais fácil fechar os olhos que tentar resolver a situação e no fim são nossos filhos que sofrem.

  - Você viveu algo parecido? – pergunto curiosa. Eu queria muito saber o que aconteceu. Quem foi essa mulher que parece ter machucado e magoado Ethan e principalmente Seth de tantos modos.

  - Sim. Eu era jovem e me apaixonei e depois disso as coisas só ficaram piores.

  - Quer falar disso? – pergunto torcendo para que ele diga sim e me conte tudo, mas olhando para o teto escuro do quarto do meu primo sei que não vai ser bem isso.

  - Hoje não, sei que seu dia não foi bom então não quero falar de mais coisas ruins. Mas gostei de vê-la voltar a ser você. Dando ordens e sorrisos como só você consegue. Não deixe nunca que alguém apague seu brilho, Olivia. Você é especial demais para aceitar menos do que você merece.

  - Obrigada – sussurro com um sorriso no rosto e lágrimas nos olhos feliz dele não poder ver meu rosto.

  Que minha cabeça não crie expectativas como meu coração bobo e apaixonado está fazendo, por que no fim, isso vai terminar muito mal, tenho certeza.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando da história!
Comentem! Quero opiniões.
O que vocês acham que vai ser do nosso casal 20 nesse fim de semana que ainda não acabou?
Beijocas e até, Lelly ♥