Girl – Rose May escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 17
Blue as the sea.


Notas iniciais do capítulo

Olá ♡

Voltei um pouquinho mais cedo, estava bem ansiosa pra postar esse capítulo.

Espero que gostem, desculpa se houver algum erro.



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Não demorou nem cinco minutos depois da ligação para uma moto aparecer na rua. – Elliot estacionou na frente da minha casa, desceu e tirou o capacete.

— Aconteceu alguma coisa Rose May? Você me preocupou... – não tinha forças pra responder agora.

Quebrei a pouca distância e o abracei apertado. – Elliot pareceu surpreso no começo, mas logo sinto seu corpo relaxar. – Suas mãos fizeram carinho no meu cabelo, e ele ficou em silêncio enquanto um soluço meu entregou que eu chorava baixinho contra seu peito.

— Vamos sair daqui? – indaga ainda me abraçando.

Confirmo que sim com a cabeça e nos separamos devagar. – Elliot me olha antes de me entregar um capacete.

Sinto uma insegurança de pensar em andar de moto pela primeira vez, mas acabo deixando isso de lado. – Coloco o capacete e Elliot também coloca o dele.

Ele se aproxima de mim e ajeita melhor o meu capacete. – Seus olhar está sob o meu, e me sinto segura.

O vejo subir na moto e liga-la. – Subo atrás dele e olho ao redor, é meio estranho.

— Pode segurar aqui... – Elliot pega meu braço e passa por sua cintura, faço a mesma coisa com o outro braço. – Podemos?

— Sim.

Quanto mais velocidade ganhavamos, mais eu apertava meu corpo contra o dele. – não estava com medo, pelo contrário, gostei da sensação de liberdade. – Ainda mais nesse momento.

Não sabia pra onde exatamente estávamos indo. – No momento a distância da minha casa era tudo o que eu precisava.

Paramos depois de um tempo na praia de San Francisco. – O local não estava muito cheio, e agradeço por isso.

Elliot estacionou a moto e me olhou enquanto ajeitava o cabelo. – Cresceu um pouco desde que nos conhecemos, e isso o deixava mais bonito.

— Vem. – Ele pegou na minha mão e descemos para a areia.

Ele se sentou na areia, não se preocupando em sujar suas roupas, fiz o mesmo. – Isso não era nenhum pouco importante no momento.

Ficamos em silêncio durante um tempo, apenas o barulho do mar era ouvido. – Me trazendo lembranças nostálgicas da minha família. – Não estava acreditando ainda no que havia acontecido.

— Rose May, você quer conversar? – Elliot perguntou, sentia um cuidado em sua voz.

Respirei fundo, como se fosse mergulhar, como se aquele ar fosse fazer tudo passar. – Continuei olhando o mar na minha frente. – O vento frio batia na minha pele, me causando um certo incômodo. – Estava meio frio hoje.

— Meu pai traiu minha mãe. – digo de uma vez, e a frase me causa enjoo.

— Eu sinto muito. – Elliot lamenta com sinceridade.

— Te liguei por que tinha acabado de descobri. – continuo. – Ela estava muito abalada, acho que eles vão se separar. – digo sentindo meus olhos arderem.

No fim das contas percebi o motivo de ter ligado pro Elliot. – Por que ele me entenderia. – Tendo passado por isso, pelo divórcio dos pais, sabia que ele ia entender.

— Vai ficar menos pior com o tempo. – Elliot diz depois de um breve momento.

Pela primeira vez olhei em seus olhos. – Azuis tão bonitos quanto o mar a minha frente.

— Ele traiu ela. – digo baixinho – Ele acabou com a nossa família.

— Isso é tão foda! – consigo notar a indignação na voz dele. – Porque as pessoas não são sinceras? Ao invés disso preferem magoar umas às outras.

— Você tem razão... – digo limpando as lágrimas com as costas da mão.

Mergulhamos em silêncio novamente até ele voltar a falar.

— Meus pais se separaram quando eu tinha dez ano. – diz chamando minha atenção. – Meu irmão ainda era um bebê... Perdi as contas de quantas vezes vi minha mãe chorar por causa dele...

— Isso é horrível, sinto muito Elliot.

— Ele também traiu ela, várias vezes, até ela não aguentar mais e mandar ele embora. Foi o maior ato de coragem dela...

Uma mulher criando duas crianças sozinha, trabalhando, fazendo de tudo por nós. Mas eu ainda a via chorar durante algumas noites, até que o tempo foi passando, as coisas continuavam difícil, mas ela parou de chorar. Trabalhava demais pra nos sustentar, mesmo recebendo “ajuda” dele. – Por esse motivo acabei indo morar com ele durante um tempo, ela estava trabalhando muito, e sabe as despesas né? – E ela também queria que eu me relacionasse melhor com ele, sabia que eu nunca havia o perdoado.”

Elliot estava desabafando comigo, e isso me fazia sentir que eu não estava sozinha.

— Trabalhei durante o tempo que morei com ele, mesmo não precisando, juntei dinheiro e sempre mandava uma parte pra ela. – diz e agora ele é quem parece aéreo. – Voltei porque queria passar meu último ano antes da faculdade com ela, com meu irmão.

— Entendo. – digo e ele volta a olhar nos meus olhos.

— Quero te dizer com tudo isso que vai ficar mais fácil com o tempo.

Noto que ainda estou chorando, Elliot estende a mão até meu rosto e passa o polegar por cima de uma lágrima que caía.

— Por isso você não acredita no amor? – indago enquanto ele ainda está com a mão na minha bochecha.

— O amor é uma fantasia que as pessoas inventam pra deixar o mundo menos cruel. – diz, e sua mão desliza até a mecha que está perto do meu rosto, Elliot coloca meu cabelo atrás da orelha.

— Você já se apaixonou?

— Isso importa? – rebate.

— Se você não acredita como diz, então não deveria importar falar.

— Ela era da minha antiga escola, terminamos um pouco antes de eu ir morar com meu pai, ela preferiu ficar com um babaca do time de futebol. – não parece haver magoa na sua voz, ele soa natural, como se isso não o atingisse mais.

— Por isso deixou de acreditar no amor?

— Deixei de acreditar pelo motivo que falei, as pessoas inventam que se amam, mentem, não quero isso pra mim.

Sabia que em partes ele estava certo, mas algo nisso me incomodava. – Só não entendia exatamente o porquê.

Ficamos em silêncio de novo. – Me sentia melhor, e confortável com ele.

— O barulho do mar é tão bom de ouvir. – digo fechando os olhos.

— É relaxante. – diz. Depois de alguns segundos escuto um clique, abro os olhos abruptamente e vejo Elliot olhar algo no celular.

— Você tirou uma foto minha? – indago.

— Sim. Estava perfeito, se encaixando perfeitamente com o por do sol.

— Meu rosto deve estar horrível de tanto chorar Elliot! – digo com indignação e ele rir.

— Você continua linda. 

Sinto o rubor tomar conta de mim – um elogio tão direto assim, ainda mais dele.

— Quer ver?

— Claro! – digo e ele se aproxima ainda mais de mim, Elliot vira a tela do celular e vejo a foto.

Ficou realmente linda, fico impressionada com o jeito que ele leva em tirar fotos.

— Você é um excelente fotógrafo! É um talento incrível. – viro meu rosto e vejo o quanto estamos perto um do outro.

Seu olhar está sob o meu. – O barulho do mar preenche meus ouvidos, enquanto sinto meu coração acelerar.

Vejo seu rosto cada vez mais próximo do meu, aguardo uma sensação desconhecida. – Quero tocar seus lábios com os meus.

Elliot desvia o olhar dos meus olhos para a minha boca e afasta o rosto do meu.

A decepção chega até mim. Ele recuou. – Mais uma vez nos paramos. – A primeira vez fingimos que não aconteceu, mas não vou fazer isso agora. – O que tenho a perder?

— Porque? – indago baixo, olhando em seus olhos.

— Não quero que pense que estou me aproveitando do seu momento de fragilidade. – Elliot diz me surpreendendo. – Não pense que não quero te beijar, pois quero muito! Desde o dia do discurso do grêmio.

Confusão e vergonha tomam conta de mim. – Ele me olha com intensidade, o que ainda me faz querer beija-lo.

— Achei que não se lembrava disso...- digo e o vejo sorrir.

— Como esqueceria o dia que você quase me beijou? – indaga com convencimento.

— Idiota! – digo rindo sem graça. – Porque não disse nada então?

— Você estava frágil, tinha acabado de ver aquele babaca fazer merda. – Sei que Elliot se refere a Guss. – Não queria que me beijasse pra esquecer alguém, quero que deseje isso.

O jeito que ele fala faz com que eu queira. – Que eu deseje isso.

— Quem disse que eu não desejo isso? – indago abaixando a cabeça, não quero que ele veja meu rosto vermelho de vergonha.

— Rose May. – Ele me chama, olho em seus olhos.

Elliot volta a aproximar seu rosto do meu, poucos centímetros separam nossas bocas. – Meu coração bate acelerado, sinto um revirar no estômago.

Fecho os olhos sentindo a respiração dele nos meus lábios. – Tudo parece parar quando nossas bocas se encontram.

Até mesmo o barulho do mar parece mais calmo. – Não penso em mais nada naquele momento.

A boca de Elliot é macia, exatamente como imaginei que fosse. – Ele começa o beijo lentamente, com suavidade mexe os lábios contra os meus. – Imito seus movimentos, já que nunca havia beijado, apenas sigo o instinto, e desejo que não seja ruim pra ele. – Sinto suas mãos envolverem meu cabelo, na parte da nuca e um arrepio bom percorre meu corpo. – Aos poucos ele pede passagem com a língua, e apenas concedo, o beijo se torna mais intenso e sentir sua boca me faz querer não parar.

Era como se todos os problemas tivessem sumido da minha mente. – Como estar em êxtase.

Nossas bocas se separam em busca de ar, mas permanecemos próximos. – Os dedos de Elliot acariciavam minha nuca com carinho, e os arrepios na minha pele são bons.

— Isso foi... – Ele diz sorrindo.

— Bom? – pergunto com insegurança.

O sorriso dele se abre mais, com um toque leve de malícia Elliot me olha e volta a selar nossas bocas.

— Foi muito bom. – diz quando nos separamos pela segunda vez.

Meu celular vibra no bolso da calça, pego ele rapidamente e isso nos afasta.

— Mãe? – atendo rapidamente quando vejo o nome dela no visor.

— Querida? Está tudo bem? – a voz dela é triste.

— Sim mãe. Como você está? – indago com preocupação.

— Estou bem. – diz, mas sei que é mentira. – Pode voltar pra casa, se quiser...

— Não vou demorar. – digo e ela desliga o telefone.

Sinto toda angústia e tristeza me atingir de novo. – Tudo o que eu havia esquecido quando beijei Elliot voltou.

— Você precisa ir?

— Sim... – nos levantamos e Elliot me leva de volta pra casa.

Quando ele estaciona a moto na frente da minha casa já estou nervosa novamente.

— Obrigada. – agradeço entregando o capacete pra ele. Elliot se encosta na moto e me olha.

— Se precisa pode me ligar, tudo bem? – aceno com a cabeça e quando faço menção de sair dali, ele me puxa pela mão.

Sua outra mão alcança minha cintura e sinto seu corpo encostando no meu. – Minha mente se esvazia de qualquer preocupação.

Elliot me beija mais uma vez. – E sinto que isso só melhora. - Dessa vez suas duas mãos apertam minha cintura, nos deixado mais próximos do que da primeira vez, rodeio seu pescoço com meus braços. – Seus lábios macios causam uma sensação que quero guardar pra sempre em minha mente.

— Lembre-se de que isso vai passar... – Ele diz quando nos separamos.

Assim que entro em casa vou até a sala a procura da minha mãe. – Não a vejo então subo os degraus até o quarto dela.

— Mãe? – bato na porta que é aberta alguns instantes depois.

Me sento com ela na cama. – Sinto uma tristeza enorme ao vê-la assim, mas preciso ser forte.

— Conversei com seu pai May – ela começa. – Nós vamos nos separar. – sua voz apesar de triste, parece mais tranquila.

— Quero o que seja melhor pra você, mamãe. – digo e ela me dá um pequeno sorriso.

— Você vai ficar comigo May? – indaga, sua voz parece trêmula e insegura. – Vou entender se você quiser ficar com ele, vocês eram mais próximos...

— Mãe eu nunca te abandonaria! – digo com firmeza. – Quero ficar com você, estou do seu lado.

— Meu amor, obrigada. – ela me abraça e volta a chorar.

— Seremos nós duas. – digo afagando o cabelo dela enquanto ainda estamos abraçadas.


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Notas finais do capítulo

Faça uma autora feliz, comente. ♡

Primeiro beijo Melliot aconteceu! Quem aí gostou? Tentei deixar o momento o mais "fofo" o possível.

Ps: obrigada a quem comentou, fiquei extremamente feliz, prometo responder em breve, por enquanto só estou entrando aqui pra postar, mas sempre dou uma lida nos comentários.

@yoongigotic

Beijos ♡



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