Capítulo 2

08 de Fevereiro de 2110 - PDV de Esme

Eu estava no quarto admirando minha filha – descobrimos que será uma menina, meu coração de pedra parece derreter de emoção! – quando ouço Edward chegando em casa depois da aula na faculdade. Ele entra em casa, encontra Rosalie na sala e pergunta por mim:

— Rose onde está Esme? – é claro que ele sabe onde estou pelo perfume, mas quer puxar assunto com a irmã.

Ele me chama de mãe mais do que os outros, no entanto sabe que a irmã não gosta de pensar em mim dessa forma. Para Rosalie eu sou uma tia ou uma irmã mais velha e por isso me chama pelo nome. Edward foi o primeiro de meus nos filhos e temos uma ligação especial. Ele foi meu instrutor nessa nova vida assim como Carlisle. Às vezes ele é meu irmão mais novo e poderíamos mesmo ser irmãos, pois temos apenas seis anos de diferença.

É difícil explicar, Edward é o irmão que nunca tive; meu filho e irmão. Acho que também eu estava muito sensibilizada por ter perdido o meu filho recentemente de uma forma que nunca saberemos. Meu marido tem algumas hipóteses, mas jamais saberemos o que verdadeiramente aconteceu.

Isso me lembra que no começo eu temia que meu marido pensasse em mim como mais uma filha e não como mulher. Agora esse receio parece bobo. Eu sentia medo porque estava tão apaixonada por Carlisle desde nosso primeiro encontro em 1911 e não queria que ele ficasse magoado comigo.

— É claro que ela está lá no quarto – responde Rosalie.

— Rose, se ela estivesse grávida também estaria o tempo todo com a filha. – Edward responde a um pensamento não verbalizado da irmã. Nós já aprendemos que ás vezes ele faz isso, não pode evitar completamente. Eu sei que meu filho se esforça, e desculpamos algumas vezes em que passa. – Depois você também poderia tentar, sabe que Carlisle comprou uma incubadora para você também.

— Não sei.

— Você e Emmett tem mais chance de conseguir, pois são mais novos.

Edward sobe as escadas correndo e eu o vejo entrar imediatamente quando me viro na direção da porta.

— Oi filho, como está? – lhe dou as boas-vindas com um largo sorriso no rosto.

Estou tão feliz que não consigo disfarçar. E afinal para que disfarçar? Eu e Carlisle estamos vivendo um sonho, é o que sempre sonhei, ter um filho com meu marido. Fomos abençoados com uma linda menina.

— Oi mãe, eu estou bem. Tudo certo na aula. Papai está no hospital?

— Sim, Carlisle foi arrumar tudo para poder tirar alguns dias de licença para acompanhar o crescimento de nossa filha.

— Vocês realmente merecem.

— Só lamento não sentir Sophie se mexer dentro de mim.

— Oh mamãe! Veja a sorte que você tem, nem todos os pais podem conhecer o filho antes do nascimento, para eles é uma surpresa.

— Você tem razão Edward. Devo focar no que tenho e não lamentar o que não tenho. Há dois séculos eu e Carlisle pensávamos que jamais teríamos um bebê biologicamente nosso e agora o sonho se tornou realidade. Estamos em júbilo!

— Isso é possível graças a evolução da medicina.

— É verdade filho, mas também graças a Deus – só mesmo por Ele é que meus óvulos não estavam todos apodrecidos.

— Claro. E quanto tempo vai demorar?

— Carlisle estima que pelo crescimento de ontem para hoje a incubação vai durar 15 dias.

— Metade do tempo que Bella esperou Renesmee.

—Sim; se ela abrisse os olhos poderíamos ver a cor e saber com certeza.

— Acho que os bebês só abrem os olhos quando nascem, pois dentro do útero estão mergulhados em líquido.

— Pode ser.

— Como vocês estão alimentando minha irmãzinha? – pergunta meu filho interessado.

— Com sangue é claro, como Renesmee. Mas ao contrário do que demos para minha neta não é sangue doado. Carlisle sabe o que houve e não queremos que aconteça o mesmo, você sabe o que houve com sua filha, queremos que seja mais fácil ensinar Sophie a caçar.

— De qualquer forma acho que seria mesmo porque vocês dois são os mais experientes em nossa dieta.

— Não quisemos arriscar.

— Parece que ela será uma vampira pelo jeito, uma híbrida não ingere tanto. Vêem quanto sangue ela consome? Nem Renesmee tomava tanto assim.

— Isso porque não demos o que sua filha precisava desde o início. Deveríamos ter suspeitado que era o que ela precisava.

— Acho que mesmo sem saber Bella tomou sangue quando comeu aquela carne mal-cozida.

— Foi um acaso, era muito pouco e não era intenção.

— Seja como for eu acho, tenho quase certeza que minha irmã será uma vampira, pois as células que lhe deram origem são vampiras.

— Também acho Edward. Meu coração me diz. Ela cresce tanto que só pode mesmo significar que ela será uma de nossa espécie.

Meu filho pede licença e se retira para ir ao chalé e me deixa admirando minha bebê tão desejada. Ela é muito querida, mas nem por isso será mimada de mais. Eu e Carlisle vamos criar a nossa filha com carinho e respeito e de forma que saiba distinguir o certo e o errado, o bem e o mal.

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